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sexta-feira, 13 de maio de 2022

Como decorar a casa para os pets?

Confira as principais dicas e soluções, do revestimento ao mobiliário, para criar um projeto que reúna conforto e bem-estar para toda a família

 

Você já deve ter ouvido ou falado que os animais de estimação fazem parte da família. Muitas vezes, eles são nossos maiores companheiros, aqueles que esperam nossa chegada ansiosamente e sempre estão cheios de carinho para oferecer. E se eles dedicam tanto a nós, na hora de decorar a casa é muito importante que as decisões – do revestimento ao mobiliário – sejam pensadas levando em conta o bem-estar de todos os moradores – incluindo, é claro, o dos bichinhos de quatro patas que trazem tanta felicidade ao lar.

 

Para essa tarefa, é fundamental que você conheça quais são os melhores materiais, tecidos e soluções para criar um décor que alie o bem-estar dos pets com a sofisticação e conforto que se busca para dentro de casa. Pensando nisso, selecionamos as principais dicas de fabricantes e lojistas de móveis e revestimentos para você transformar o lar em um oásis para toda a família. Confira!

 

Melhores opções de pisos para quem tem animais de estimação

O porcelanato é um dos revestimentos mais utilizados no Brasil. Se você for optar por esse material para o piso, a recomendação mais adequada são produtos que apresentem uma condição de superfície intermediária, para que não seja tão liso a ponto de o pet deslizar nem tão resistente ao escorregamento a ponto de forçar demais as articulações. “No geral, os acabamentos adequados são os acetinados, no caso dos esmaltado; e com acabamento natural, quando falamos dos técnicos”, explica Anderson Patrício, Coordenador de Garantia de Qualidade da Eliane Revestimentos (@elianerevestimentos).

 

O Home EXT (90 x 90 cm), da Decortiles (@decortiles), tem resistência ao escorregamento, mas não força a articulação dos animais. Foto: Marcelo Calli

 

Além do intuito de evitar escorregões, você também precisa considerar que pisos excessivamente lisos podem causar um quadro de displasia coxofemoral, um problema nas articulações do quadril que pode acometer principalmente os cães e não tem cura definitiva. Nesse caso, os pisos vinílicos se apresentam como excelentes opções, principalmente, por contar com uma superfície mais flexível e modelos com texturas antiderrapantes. “Diante deste quadro, o do tipo colado é o piso vinílico ideal para quem tem pet em casa, pois ele reúne todas as soluções exigidas com ampla variedade de formatos, padrões e cores, contando ainda com a agilidade na instalação e facilidade na limpeza”, explica Bianca Tognollo, arquiteta e gerente de marketing da Tarkett.

 

            Piso vinílico da Tarkett (@tarkettbrasil), limpeza prática e superfície confortável para os pets

 

Assim como os vinílicos, os pisos de madeira maciça também apresentam outro benefício que agrega mais conforto no dia a dia para você e para o seu pet: eles são atérmicos, ou seja, são mais agradáveis ao toque tanto em dias frios quanto em dias de calor. “Com várias camadas de verniz, o piso de madeira maciça Cumaru, da Akafloor, é bastante resistente a arranhões causados pelas unhas dos animais. Mas, uma boa dica, é escolher modelos foscos, que aparentam menos imperfeições. Outro cuidado é rapidamente, com pano úmido e sabão neutro, caso seu bicho de estimação deixe escapar um xixi”, indica Denilson Francisco Cristiano, gerente de produção da Akafloor.

                              Piso de madeira maciça Cumaru, da Akafloor (@akafloor_oficial)

 

Qual o melhor tipo de tapete para cães e gatos?

Para quem tem animais de estimação em casa, o tapete pode parecer um item muito difícil de conciliar e conservar, o que faz com que muitas pessoas desistam de ter essa peça. Para alívio de quem ama os bichinhos, essa atitude drástica não é necessária. Segundo Francesca Alzati, diretora de identidade da by Kamy, os tapetes mais indicados para quem tem pet em casa são aqueles produzidos a partir de fibras sintéticas, ou seja, fibras não-naturais, tais como vinil, nylon, poliéster e polipropileno, por exemplo. “Esses são materiais mais práticos, pois absorvem menos sujeiras e líquidos do que os modelos com fibras naturais. Por isso, a dica é evitar ou ter em menor quantidade tapetes de fibras naturais como algodão, lã e seda, entre outros. Nestes, os cuidados de ‘primeiros socorros’ em caso de xixi e cocô precisa ser o mais rápido possível”, afirma.

 

Quem tem pets e tapetes em casa precisa conhecer bem as características do produto. Na foto, o Tapete Serapi, da by Kamy (@bykamy) - Foto Emerson Alves

 

Peças de design assinado para os bichos

É possível dizer que os animais de estimação já dominaram o mercado de decoração. Atentas a essa demanda, grandes marcas do setor estão criando peças de design assinado que sejam capazes de unir versatilidade e sofisticação, oferecendo mais conforto e novas soluções para os pets. 

A peça desenvolvida por Leonardo Bueno para a Odara, por exemplo, além de ser um abrigo para o animal, funciona como um lindo objeto de decoração. “Quando nós criamos uma casa, visamos os seres humanos. Os pets moram com a gente, mas não têm a própria casa e, nesse sentido, eu criei a casinha Jetsons para ser a casa deles. Além do design retrô, igual ao da animação ‘Os Jetsons’, eles se sentem protegidos, já que existem as partes térmica e sonora. A proposta geral é deixar claro que os pets podem ter uma casa dentro da casa, não precisando ser, necessariamente, no quintal.”, explica o designer Leonardo Bueno.

 

A Casinha Jetsons, assinada por Leonardo Bueno, disponível na Odara (@odara.casa), conta com opções de acabamento em MDF com acrílico ou lâmina branca e ébano

 

Por sua vez, a DonaFlor Mobília elaborou uma mesa que também serve como um ótimo entretenimento para os pets. A estrutura central da mesa Chanel, assinada por Sérgio Stark, é separada da principal, permitindo um balanço para animais de estimação mais extrovertidos.

“A criação da mesa Chanel é uma demanda caseira, feita com amor. Pela primeira vez, tenho um cachorro dentro de casa, a yorkshire Chanel, que é a paixão das minhas filhas, e, como sou cliente e designer, não foi difícil pensar nas soluções. O ponto mais importante é a felicidade dos pets, eles gostam de aconchego e proteção, mas, ao mesmo tempo, a peça precisa ser ventilada e permitir uma observação do entorno. O segundo ponto é pensar no dono, em algo que seja prático e que seja feito de um material lavável, no caso da mesa, por exemplo, usei corda náutica e alumínio. Pensei também em uma peça que fosse multifuncional, para não acrescentar mais um item a decoração, sem esquecer da execução primorosa, o que deixa a peça linda e sem pontos que possam machucar os pets”, relata Sérgio Stark, Designer.

 

A Yorkshire e a Mesa Chanel, assinada por Sérgio Stark para a DonaFlor Mobília (@donaflor_mobilia). Foto: Rafael Motta

 

Solução prática para a limpeza, no sofá Lego, do estudiobola, muitos gatinhos – e também cachorros! – podem deitar sem o perigo de puxarem fios do estofamento. “100% algodão e biodegradável, a nossa lona tem uma trama bastante fechada, o que impede esta prática que os bichanos amam tanto. Além disso, impermeabilizada de fábrica, não absorve possíveis xixis. Basta um papel toalha para limpar o líquido”, explica Adriana Oliveira, proprietária do estudiobola Campinas.

 

Sofá Lego estofado com Lona Cinza, do estudiobola Campinas (@estudiobolacampinas). Foto: divulgação



Cinco nutracêuticos mais indicados para cães e gatos

Priscilla Fiedler

Calda, molho, biscoito, suspensão ou pasta oral são algumas opções de formas farmacêuticas para a manipulação de nutracêuticos, que também podem ser flavorizados com diferentes sabores e aromas.



Incorporados à dieta dos pets, esses suplementos alimentares colaboram com a qualidade de vida e longevidade


A preocupação com a saúde e as medidas de prevenção de doenças vêm se tornando cada vez mais comuns no dia a dia das pessoas. O hábito vem se refletindo também nos cuidados com os pets que, sendo considerados membros da família e grandes companheiros, acabam recebendo diversos cuidados similares aos dos humanos. Um exemplo disso é o consumo de nutracêuticos pelos animais.

Compostos bioativos com alta concentração de partes de alimentos como frutas, legumes, cereais e verduras, os nutracêuticos têm a função de nutrir e colaborar com a saúde, prevenindo e auxiliando o tratamento de doenças. “A ação dos nutracêuticos engloba desde o suprimento de minerais e vitaminas essenciais até a proteção contra várias doenças infecciosas e processos inflamatórios. Essas substâncias são capazes de diminuir a ação de radicais livres, o estresse oxidativo e os processos degenerativos, já que atuam como antioxidantes e estimulantes da imunidade”, explica a médica veterinária da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Ana Carolina Leal Gama.

Melhor funcionamento do intestino, aumento da imunidade, controle da quantidade de açúcar no sangue, auxílio na regulação dos hormônios da tireoide, melhora da saúde dos ossos e da cognição e alívio de coceiras ou irritações da pele, são alguns dos benefícios desses componentes que podem ser incorporados às dietas de pets que se alimentam de ração, mas são especialmente necessários para os adeptos da alimentação natural. “Existem vários micronutrientes necessários para os pets que são difíceis de encontrar nos alimentos em doses adequadas, como o cálcio, o iodo, o selênio, a vitamina D, a vitamina B1, a vitamina E e a vitamina K. Por isso, é imprescindível a suplementação com nutracêuticos na dieta natural, mantendo-a sempre equilibrada e apropriada para cada animal, de acordo com a sua fisiologia”, orienta Ana Carolina.


Efeitos positivos dos nutracêuticos

Dentre os nutracêuticos mais prescritos encontram-se as betaglucanas, composto extraído de leveduras, fungos e alguns cereais como a aveia, que age como anti-inflamatório, imunomodulador e antioxidante no organismo dos pets e que apresenta ainda efeitos positivos nos cuidados paliativos de doenças incuráveis, como a desaceleração do processo de formação do câncer, redução do colesterol e dos níveis de açúcar no sangue. 

A cúrcuma, ou açafrão-da-terra, é muito indicada devido à sua propriedade anti-inflamatória capaz de reduzir a dor causada pela artrite, por colaborar com a imunidade, auxiliar no tratamento de inflamações da pele e cicatrizações de feridas, além de promover a desintoxicação do fígado e ajudar na prevenção de neoplasias. Também conhecido pelas propriedades anti-inflamatórias e antitumorais e melhora da artrite e do sistema imunológico, o ômega 3, é um importante antioxidante natural com grandes benefícios para a saúde da pele e da pelagem, auxilia na perda de peso e no desenvolvimento mental e regula a pressão arterial e os triglicérides. Já a spirulina é grande aliada no combate à anemia e alergias, melhora o sistema imunológico, controla a obesidade e a diabetes, tem efeito probiótico, melhora a halitose e a incidência de cálculo dentário. E não menos importante, a clorella se destaca pela sua função detoxificante do fígado, do sangue e dos intestinos, por melhorar a oxigenação dos tecidos e por ajudar a eliminar fungos do organismo.

Embora os nutracêuticos sejam compostos naturais, só devem ser fornecidos aos animais de estimação com orientação profissional. “O consumo de quantidades elevadas ou combinação com algumas medicações pode gerar complicações para a saúde do pet. É o médico veterinário especializado quem deve avaliar as necessidades do paciente e indicar quais os ativos, as dosagens e o período de administração”, alerta a médica veterinária consultora da DrogaVET, Farah de Andrade. A veterinária enfatiza ainda que é preciso incorporar a administração dos nutracêuticos na rotina do pet de forma agradável, como misturando junto à alimentação natural ou manipulando os nutracêuticos em formas farmacêuticas de melhor aceitação: “Biscoitos, xaropes, pastas orais, caldas e molhos são algumas opções e estas ainda podem ser flavorizadas com sabores de preferência do pet, como bacon, frango, leite condensado e pão na chapa, por exemplo”. 


Estudo da Unifesp em parceria com pesquisadores franceses mostra como cães usam diferentes tipos de vocalizações para variadas finalidades

Entendimento na comunicação é a chave de sucesso para o bom relacionamento entre bichos e seus tutores


Os cães ocupam um lugar muito especial na vida dos seres humanos, são considerados membros da família, convivendo de forma muito próxima. Para que essa convivência e relação seja com o máximo de harmonia possível, a comunicação é considerada uma das principais chaves do sucesso. Os cães estão sempre atentos aos gestos, movimentos corporais e direção do olhar de seus tutores que, por sua vez, também são capazes de interpretar as expressões corporais e sinais comunicativos dos cães como olhares e vocalizações. O Laboratório de Etologia Canina da Universidade Federal de São Paulo (LECA/Unifesp) desenvolve vários estudos sobre essa temática e, no mais recente, publicado na revista Applied Animal Behaviour Science e que contou com a parceria de pesquisadores franceses, a equipe identificou diferentes tipos de vocalizações para diferentes finalidades.

“Embora o repertório de vocalizações dos cães seja extenso, com latidos, gemidos, choramingos, ganidos, rosnados, entre outros, diversos estudos já verificaram que os seres humanos são capazes, por exemplo, de classificar latidos de brincadeira, agressividade, medo, somente escutando ‘playbacks’, sem ter a informação prévia sobre qual o contexto em que os latidos aconteceram. Para ter essa habilidade de discriminar tão bem essas vocalizações, os seres humanos usam características acústicas como tonalidade e intensidade do som”, explica Carine Savalli Redigolo da Universidade Federal de São Paulo, professora da Unifesp, coordenadora do LECA.

Como exemplo, latidos graves com intervalos curtos entre eles são usualmente classificados pelas pessoas como agressivos, enquanto latidos agudos com intervalos mais longos são classificados como de brincadeira. Já os choramingos normalmente são reconhecidos em contextos que envolvem saudações, frustração e busca por atenção.

No recente estudo com a co-autoria de Carine, 51 cães foram observados e filmados por 30 segundos diante de uma situação em que havia uma comida desejável em cima de uma prateleira, visível, mas fora do alcance. Para ter acesso a essa comida, os cães precisavam da cooperação dos seus tutores, e dessa forma o contexto procurou estimular os cães a usarem sinais comunicativos.

“Diante da cena, os cães se comunicaram principalmente por meio de olhares, alternando olhares entre seus tutores e a comida desejada. Mas, alguns deles também usaram vocalizações associadas a estes olhares e nós pesquisadores buscamos investigar se havia diferença entre as propriedades acústicas das vocalizações direcionadas aos tutores e à comida”, descreve Carine.

Foram identificados dois principais tipos de vocalizações: latidos e choramingos e, de acordo com Carine, “os choramingos aconteciam mais quando os cães estavam olhando para os tutores do que quando estavam olhando para a comida, o que sugere que neste contexto em que os cães precisavam da cooperação de seus tutores, as vocalizações do tipo choramingo foram usadas como uma forma do cão chamar para si a atenção do seu tutor, para então mostrar a comida desejada, numa tentativa de passar de forma mais clara possível a mensagem. Uma grande demonstração de comunicação entre as espécies”.

A coordenadora do LECA/Unifesp destaca: “a comunicação tão complexa e elaborada estabelecida entre cães e seres humanos é um fenômeno único no reino animal. Envolve duas espécies com mecanismos sensoriais diferentes, mas que desenvolveram habilidades para se compreenderem mutualmente. Tais habilidades promovem a aproximação e fazem dessa relação uma das mais importantes tanto para os cães quanto para os seus tutores”.


Envenenamento por picada de cobra: mais mortal das DTN

Estima-se que ocorrem cerca de 5,4 milhões de acidentes ofídicos por ano no mundo


A cada hora cerca de 15 pessoas morrem no mundo devido ao envenenamento por picada de cobra, a mais mortal doença tropical negligenciada, que afeta sobretudo os mais pobres

 

As picadas de cobras são um problema de saúde pública negligenciado em muitos países tropicais e subtropicais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano ocorrem cerca de 5,4 milhões de acidentes ofídicos, causando entre 1,8 e 2,7 milhões de casos de envenenamento, dos quais entre 81 e 137 mil resultam em mortes e aproximadamente três vezes mais levam a amputações e outras incapacidades permanentes. O envenenamento por mordida de cobra, leishmaniose e tripanossomíase africana estão entre as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) que causam mais mortes em todo o mundo. Embora evitável, a morte por mordida de cobra precisa de uma resposta rápida, mas infelizmente para a maioria das vítimas, o acesso aos cuidados é muito difícil. Além disso, há fatores socioeconômicos e culturais que influenciam na busca por tratamento e fazem com que muitas vítimas optem por práticas tradicionais em vez de recorrerem ao atendimento hospitalar. A maioria dos casos ocorre na África, Ásia e América Latina. Na Ásia, até dois milhões de pessoas são envenenadas a cada ano, enquanto na África há uma estimativa de 435 mil a 580 mil que precisam de tratamento anualmente. Os acidentes tendem a ocorrer em mulheres, crianças e trabalhadores rurais de comunidades pobres em países de baixa e média renda, com sistemas de saúde precários e poucos recursos médicos. Os efeitos são geralmente mais graves em crianças, que têm menos massa corporal.

O Professor Emérito do Instituto Clodomiro Picado e da Faculdade de Microbiologia da Universidade da Costa Rica, Dr. José María Gutiérrez admite que o envenenamento por serpentes é um relevante problema de saúde pública no país, assim como no restante da América Central. Segundo ele, na Costa Rica, ocorrem cerca de 500 casos de acidentes ofídicos por ano, o que corresponde a uma incidência de 10 casos por 100.000 habitantes. Entre eles, entre uma e quatro pessoas morrem anualmente como consequência desses envenenamentos. “Um número desconhecido de pessoas ainda desenvolve sequelas físicas e psicológicas, aspecto que precisa ser mais estudado e gerenciado. Grande parte dos casos ocorre nas planícies úmidas do Pacífico Sul, Caribe e regiões do norte do país, afetando predominantemente os trabalhadores de saúde rurais”, acrescenta. A maioria dos acidentes, e os mais graves, são causados pela espécie de viperídeo Bothrops asper, conhecida localmente como terciopelo.

O Dr. Abdulrazaq Habib, médico de doenças infecciosas e tropicais e epidemiologista da Universidade Bayero, Kano, Nigéria, reconhece que na África Ocidental a picada de cobra também é um grande problema médico, responsável por substancial morbidade, mortalidade e carga de saúde pública. “Na sub-região, estima-se que cerca de 5 mil pessoas morrem anualmente dela. A carga é maior na savana da Nigéria, Gana, Burkina Faso, Camarões, Costa do Marfim e Níger. Os outros países também relatam morbidade e mortalidade”, frisa. Ainda segundo ele, o tema foi negligenciado e não teve recursos proporcionais alocados para o seu controle, apesar de representar uma carga modestamente alta na sub-região da África Ocidental. “Os governos da África Ocidental não responderam ao problema. Embora existam prioridades concorrentes nesses países, os recursos alocados permanecem excessivamente pequenos quando comparados a outras doenças com similar ou até mesmo menor peso, por exemplo, úlcera de Buruli, infecções por nematoides intestinais, leishmaniose, oncocerquíase, tracoma e tripanossomíase”, lamenta o Dr. Abdulrazaq ao complementar que o financiamento é um grande desafio e deve ser substancialmente aumentado para melhorar o cuidado e a pesquisa. Em 2020, um estudo publicado na PLoS Neglected Tropical Disease, tendo o Dr. Abdulrazaq como autor principal, revelou que a Nigéria precisaria gastar cerca de 63 vezes mais em medicamentos para picada de cobra, enquanto Burkina Faso precisaria aumentar seus gastos em mais de 11 vezes para atingir as metas acordadas pela OMS.

No Nepal, segundo o Dr. Sanjib Kumar Sharma, Professor de Medicina Interna do Instituto B. P. Koirala de Ciências da Saúde (BPKIHS, na sigla em inglês), em Dharan, e especialista em picadas de cobras, devido à alta densidade de pessoas e de cobras que vivem nas planícies de Terai, no Nepal, esse encontro leva à ocorrência frequente de picadas. Além disso, o hábito de dormir no chão também predispõe os moradores a acidentes noturnos. Existem várias espécies de cobras altamente venenosas no Terai, como Naja naja (cobra comum), Ophiophagus hannah (cobra real), Bungarus caeruleus (krait indiano comum), Bungarus fasciatus (krait bandado) e Daboia russelii (víbora de Russell, restrita ao oeste do Nepal).

Embora os incidentes por picadas de cobra e mortes resultantes sejam comuns no Nepal, a questão ainda permaneça grosseiramente negligenciada e os especialistas chamam de crise invisível à espreita. A subnotificação é um problema comum. Para se ter uma ideia, dados do Ministério da Saúde e População mostram apenas cerca de 20 mil internações anuais e mil mortes causadas por picadas de cobras, enquanto o artigo publicado em março intitulado Snakebite epidemiology in humans and domestic animals across the Terai region in Nepal: a multicluster random survey”  revela uma taxa de incidência ajustada muito alta de picada (251 por 100.000), envenenamento (49%) e letalidade (7,8%). “Entre as vítimas, mulheres e crianças representaram 3/4 das mortes. Isso extrapola para 26.749–37.661 pessoas mordidas e 2.386–3.225 mortes a cada ano – muito mais do que o estimado anteriormente”, diz o Dr. Sharma. Ainda segundo ele, a extensão das amputações, cirurgias e sequelas incapacitantes é impressionante. “A alta frequência de sintomas psicológicos relatados, como ansiedade ou medo de retornar ao local do acidente, evidencia a necessidade de apoio em saúde mental”, completa ao sublinhar que a picada de cobra, certamente é a mais mortal das DTN, e um importante contribuinte para a mortalidade, saúde física e mental no Nepal, como observado neste estudo epidemiológico, o primeiro sobre o tema realizado no país que abrangeu todo o Terai rural e aplicou uma metodologia original que incluiu a abordagem One Health.

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2020, foram registrados nos sistemas oficiais 31.395 acidentes com serpentes, dos quais 121 levaram as vítimas ao óbito. A jararaca é responsável por 70% dos acidentes; seguida da cascavel, cerca de 9%; surucucu 1,5%; e coral verdadeira com menos de 1% dos registros. Grande parte desses acidentes incidem em grupos de maior risco, como trabalhadores rurais e populações indígenas. O País se destaca pelos acidentes ofídicos, principalmente na região amazônica. Para se ter uma ideia, em 2016, das 26.244 notificações do tipo, mais de 8,6 mil foram em estados do Norte, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan/MS). Atualmente são cerca de 30 mil acidentes registrados por ano, sendo que esse número deve ser maior, uma vez que muitos casos não são notificados. Alguns estudos realizados na Amazônia demonstraram a existência de subnotificações, em especial em comunidades mais distantes dos centros urbanos onde se concentram as populações mais vulneráveis e o acidente ofídico é relativamente algo mais frequente. No Rio Grande do Sul, o número de acidentes registrados com cascavel aumentou significativamente e a região Serrana do Rio de Janeiro tem enfrentado uma infestação por cobras, entre elas, a cascavel.

O professor do Centro Multidisciplinar, campus Floresta da Universidade Federal do Acre (Ufac), Dr. Paulo Sérgio Bernarde, enfatiza que em meio às diferentes facetas que o acidente ofídico pode demonstrar em cada região, é fundamental que a existência de populações “invisíveis” que vivem em comunidades relativamente mais distantes e onde o acidente é um perigo constante, tenham atenção especial para resolução da problemática. “Essas populações consideradas invisíveis precisam entrar para as estatísticas epidemiológicas para que a dimensão do problema seja oficialmente notada pelos programas de Saúde dos governos. Cabe aqui melhorias nos censos demográficos e nas coletas de dados epidemiológicos nessas regiões onde ocorrem essas falhas. Dessa forma as autoridades podem ser cobradas em relação às necessidades desse público”, defende o pesquisador.


Falta de dados

Os dados epidemiológicos sobre acidentes ofídicos são escassos. No Ceará, por exemplo, o único relatório sobre o assunto foi publicado pela última vez em 1997. No entanto, de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), mais de 13 mil acidentes ofídicos foram registrados desde 2001 no estado. Um estudo inédito, que teve como objetivo incentivar a implementação de políticas públicas, realizado por um grupo de cinco pesquisadores autônomos, brasileiros, africanos e norte-americanos, publicado na revista The International Journal of Health Planning and Management, intitulado “Drought, desertification and poverty: A geospatial analysis of snakebite envenoming in the Caatinga biome of Brazil“ revelou que as picadas de cobra na Caatinga brasileira ocorrem predominantes em áreas de baixa renda, com acesso limitado a hospitais e a medicamentos, assim como também acontece em áreas rurais da África Subsaariana, consideradas regiões negligenciadas. O estudo comparou dados públicos sobre acidentes ofídicos do Sistema Brasileiro de Vigilância Epidemiológica (Datasus), registros pluviométricos, mapas avançados de desertificação, pastagens e informações socioeconômicas dos 184 municípios cearenses entre 2001 e 2017. Durante o período de investigação, foram registrados 8.945 acidentes ofídicos, a maioria (93,8%) envolvendo serpentes peçonhentas.

Outro estudo publicado recentemente na revista científica on-line Plos One aponta que, em grande parte dos municípios brasileiros onde há maior risco de picadas de cobra, o tempo para se obter o soro antiofídico pode ser fatal. O artigo “Geographical accessibility to the supply of antiophidic sera in Brazil: Timely access possibilities” traz informações sobre a possibilidade de se chegar às unidades de saúde provedoras de soro antiofídico a partir da relação entre distribuição populacional e tempo de deslocamento, considerando que o tempo estimado ideal para a aplicação seria de até duas horas após a picada. O levantamento cruzou dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com informações do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox/Icict/Fiocruz) e Sinan, além de usar sistemas como Google Maps e Google Street View, e até mesmo o NASA’s SRTM – Shuttle Radar Topography Mission.

O Dr. Sharma atenta ainda que a carga global de envenenamento por picada de cobra em animais era totalmente desconhecida antes do estudo publicado em março. “Encontramos uma alta incidência (42-202/100.000/ano) e mortalidade (79-100%) em vários tipos de animais, principalmente aves, bovinos e caprinos. Como o Nepal é predominantemente agrícola, com 80% da sua população que depende dessa atividade para subsistência, as perdas de seus animais impacta e aumenta o fardo da picada em humanos”, assinala.

Em 2004, a Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH, na sigla em inglês) publicou o relatório “Impact of snake bites and determinants of fatal outcomes in southeastern Nepal” no qual destacou que dados confiáveis sobre morbidade e mortalidade por picada de cobra eram escassos devido à falta de pesquisas comunitárias. Ainda segundo o documento, o sistema de notificação existente de picada de cobra no Nepal depende de dados hospitalares que provavelmente subestimam grosseiramente tanto a incidência quanto a mortalidade, como mostrado em outros lugares.

Em muitos países onde as picadas de cobra são comuns, os sistemas de saúde geralmente carecem de infraestrutura e recursos para coletar dados estatísticos confiáveis sobre o problema. Avaliar o verdadeiro impacto é ainda mais complicado pelo fato de que os casos relatados por clínicas e hospitais aos ministérios da saúde muitas vezes representam apenas uma pequena parte do problema real, já que muitas vítimas nunca chegam aos departamentos de saúde. Como visto, os acidentes acometem principalmente pessoas que vivem na área rural e em florestas de regiões relativamente mais pobres, muitas vezes não sendo vistas pelos sistemas de Saúde e também pelas políticas públicas de uma forma geral.


Baixa produção de antídotos

Um estudo de 2010 estimou que apenas 2% de pessoas mordidas por cobras venenosas na África subsariana teve acesso a antídotos de qualidade, e pouco mudou desde então. Em situações em que os dados sobre envenenamentos por picada de cobra são escassos, é difícil determinar com precisão as necessidades de soro antiofídico. Isso leva as autoridades sanitárias nacionais a subestimar essas necessidades, com a consequente redução da demanda por fabricantes de antídotos e, em alguns casos, sua retirada do mercado.

A baixa demanda levou vários fabricantes a pararem a produção e o preço de aumentou drasticamente nos últimos 20 anos, tornando o tratamento inacessível para a maioria das pessoas que precisam. O aumento dos preços reduziu ainda mais a demanda, a ponto de o tratamento ter diminuído significativamente, ou até mesmo desaparecido, em algumas áreas. A introdução de antídotos inadequados, não testados ou mesmo falsificados em alguns mercados minou a confiança geral no tratamento. Muitos acreditam que um colapso no fornecimento de antídotos na África e em alguns países asiáticos é iminente se uma ação forte e decisiva não for tomada rapidamente.

“Sendo predominantemente uma doença dos pobres, o enfrentamento dos acidentes ofídicos em âmbito global e regional deve se basear em uma filosofia de integração, cooperação e solidariedade, longe da filosofia lucrativa, nacionalista e individualista que, infelizmente, muitas vezes prevalece na arena global. A cooperação entre países e regiões, incluindo países do Sul Global, é de suma relevância”, assegura o Dr. Gutiérrez, ao citar como exemplo a Rede de Laboratórios Públicos de Fabricação de Antivenenos (RELAPA) que existe na América Latina, e o fomento de redes de pesquisa e a integração de iniciativas comunitárias que estão sendo desenvolvidas em muitos países. “Esforços coordenados regionais e globais devem ser promovidos e fortalecidos, com a participação do maior número possível de interessados, a fim de reduzir o sofrimento e o desespero humanos causados pelos acidentes ofídicos”, aconselha.

Na opinião do Dr. Sharma, como a produção de soro antiofídico é impulsionada pelo mercado e ele é limitado, uma vez que a picada de cobra ocorre na população rural financeiramente desfavorecida, é provável que as farmacêuticas não estejam suficientemente motivadas para investir em P&D e na produção de antiofídicos. Para ele, o envolvimento de organizações de desenvolvimento e filantrópicas provavelmente pode mudar o cenário e há indicações nessa linha. Todas as partes interessadas devem se apresentar para ser a voz dos sem voz, ou seja, as vítimas de picada de cobra.

Para o Dr. Bernarde, a falta de atenção dos governos se reflete na falta de voz política dessas populações e da indústria farmacêutica por priorizar, muitas vezes, doenças presentes em populações de países mais ricos, que possibilita maior lucro de seus investimentos em pesquisas. “O acidente ofídico não é um agravo à saúde que possa ser erradicado, pode apenas ter diversas ações que podem contribuir para o seu controle e melhor desfecho dos casos de envenenamento. Para mudar esse cenário é necessário criar ações de conscientização nessas populações mais vulneráveis e implementar medidas que possam facilitar o acesso das vítimas a um tratamento com qualidade capaz de reverter o quadro clínico do envenenamento”, lembra.


Exemplo de política pública

Desde o século XX, a Costa Rica desenvolve esforços sustentados na prevenção e controle de acidentes ofídicos. O Instituto Clodomiro Picado, produz todos os antídotos necessários ao país. Além disso, o país possui um sistema de saúde pública robusto que fornece soro e tratamento médico gratuito a todas as pessoas que sofrem picadas de cobra. A experiência adquirida nas últimas décadas está sendo projetada regional e globalmente para apoiar outros países da América Latina e da África Subsaariana no enfrentamento dessa DTN. O Dr. Gutiérrez explica que historicamente o país tem enfrentado o problema por meio de uma estratégia nacional pública integrada e concertada que envolve a produção local de soros e sua distribuição em todos os níveis do sistema de saúde, fortalecimento do sistema público de saúde que tem cobertura universal, capacitação de médicos e profissionais de enfermagem para o diagnóstico e manejo dos acidentes e  desenvolvimento de agenda ativa de pesquisa científica e tecnológica. Também são realizados programas permanentes de prevenção em grupos vulneráveis, incluindo comunidades indígenas, com o envolvimento ativo de organizações locais. Mais recentemente, uma nova legislação foi editada no país para oferecer suporte indenizatório e de reabilitação aos trabalhadores rurais acometidos pelas sequelas dessa doença. Assim, a Costa Rica construiu uma forte plataforma para estudar, prevenir e tratar o envenenamento por picada de cobra.

Outro exemplo vem do Nepal. Segundo o Dr. Sharma, que também é membro do Grupo de Trabalho em Acidentes Ofídicos da OMS e faz parte da diretoria da Iniciativa Global em Acidentes Ofídicos, o governo sempre deu prioridade à picada de cobra, sendo o primeiro país na região a fornecer soro antiofídico gratuito às vítimas desde 1999. Além disso, a seção de Epidemiologia e Controle de Doenças também realiza treinamento regular para profissionais de saúde em manejo de picada de cobra. “Temos nossa própria Diretriz Nacional baseada em evidências sobre manejo de picada de cobra, o que geralmente é feito em colaboração com o escritório nacional da OMS. Porém, o Nepal não produz soro antiofídico e depende da produção na Índia. Mas o mais importante, nossos dados baseados em campo podem ajudar a desenvolver estratégias intersetoriais sobre o envenenamento por picada de cobra, incluindo interações no Nepal entre Ministérios da Saúde e População, Agricultura e Desenvolvimento Pecuário, Florestas e Meio Ambiente e agências correspondentes da ONU (por exemplo, OMS, UNICEF, FAO, PNUMA). As perdas de animais devido a picada de cobra aumentam esse fardo em humanos e exigem ações intersetoriais da One Health”, conclui.


Brasil como referência na produção de soros antiofídicos

Antes da criação do soro antiofídico no País por Vital Brazil em 1901, a letalidade dos envenenamentos por serpentes era de 25%. Essa taxa reduziu ao passar dos anos com a ampliação da produção e distribuição do antiveneno no Brasil, tendo atualmente uma letalidade de aproximadamente 0,4%. Para o Dr. Bernarde, mesmo tendo aspectos a serem melhorados, como a demanda de soro ser devidamente atendida e eficientemente distribuída para estar disponível de forma suficiente tanto espacialmente como sazonalmente, podemos dizer que o Brasil é um exemplo em lidar com o ofidismo. Entretanto, para o pesquisador, apesar de o Brasil ser considerado um exemplo, ainda há muitos aspectos que podem e precisam ser melhorados. “Aparentemente a produção de soro pode não ser suficiente para atender a demanda nacional, ou então, algo não está sendo suficiente em relação a distribuição nas unidades hospitalares, uma vez que é comum a falta de ampolas em determinadas localidades ao longo do ano”, avalia. O pesquisador lembra ainda que muitas comunidades na Amazônia não apresentam energia elétrica e condições assim ideais para manutenção dos soros, que precisam estar devidamente refrigerados para serem utilizados. Nesses casos, a produção de soro liofilizado poderia contornar o problema. “Um grupo de trabalho do Ministério da Saúde poderia reavaliar esses aspectos que podem e devem ser melhorados para que todo o processo, que vai desde a produção, disponibilização e alcance da população, até a devida aplicação”, sugere.

O Instituto Butantan é o maior produtor e entrega 275 mil frascos-ampola de antiveneno ao Ministério da Saúde anualmente para distribuição aos estados e municípios. Agora, uma parceria entre o Instituto e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado da Universidade do Estado do Amazonas (FMT/UEA) pretende aumentar o acesso de indígenas, ribeirinhos, agricultores e outros moradores de áreas remotas da Amazônia ao tratamento. Por meio da parceria, foram doados 800 frascos de soro antiveneno de serpente para serem usados em unidades de baixa complexidade, destes, antibotrópico (pentavalente) e 100 antibotrópico (pentavalente) e antilaquético, indicados contra picadas das serpentes peçonhentas que mais protagonizam acidentes do tipo na Região Amazônica. O local registra cinco vezes mais acidentes do que no resto do País, porém os hospitais habilitados para aplicação do soro antiofídico ficam geralmente em áreas urbanas, a quilômetros de distância da zona rural e de floresta.


Desafio local e global

O Dr. Gutiérrez reforça que por ser uma “doença dos pobres”, historicamente, e com poucas exceções notáveis, a picada de cobra não recebeu a atenção que merece. Para ele, isso se reflete no baixo perfil desse tema nas agendas globais de pesquisa, indústria farmacêutica internacional e autoridades de saúde pública. “Felizmente, esta situação começou a mudar na última década devido aos esforços conjuntos de muitas pessoas e organizações em todo o mundo, que têm defendido maior atenção a esta doença. Como consequência dessas iniciativas, a OMS incluiu o envenenamento ofídico em sua lista de DTN em 2017, uma resolução sobre o assunto foi adotada pela Assembleia Mundial da Saúde em 2018, instando os Estados-membros a desenvolver programas para reduzir o seu impacto, e uma estratégia global para a prevenção e controle de acidentes ofídicos foi emitida com a OMS em 2019. Assim, o cenário de negligência está se transformando em um cenário de compromisso, embora ainda haja um longo caminho para o cumprimento deste meta”, encerra o Dr. Gutiérrez.

O Dr. Sharma concorda. Para ele, se faz necessário esforços combinados e coordenados de todas as partes interessadas, conforme descrito pela OMS como quatro pilares para atingir esse objetivo: garantir que o tratamento seguro e eficaz seja disponível e acessível a todos; capacitar comunidades nacionais, locais e regionais para medidas proativas, assim como melhorar a conscientização da comunidade; fortalecer os sistemas de saúde para proporcionar melhores resultados, aqui ele destaca a formação inadequada dos médicos ao manejo de picada de cobra, levando a uma força de trabalho ineficaz para lidar com vítimas; e, por último, desenvolver forte coalizão global de parceiros para construir a defesa, mobilizar recursos, coordenar ações e garantir que a implementação do roteiro seja bem-sucedida.

O conhecimento adequado da magnitude do fardo e das consequências que as picadas de cobras podem levar é essencial para a adoção de medidas adequadas de prevenção, detecção e controle. Por fim, o Dr. Sharma menciona a formulação de um conjunto adequado de intervenções para melhorar o acesso aos cuidados de saúde (antiofídicos, ventiladores) e implementar atividades de prevenção (calçado, análise ocupacional, promoção do transporte de motos etc). “Embora tenha permanecido negligenciado no passado, com a resolução da OMS e a publicação do roteiro para implementar estratégias para prevenir, reduzir e controlar o fardo da picada de cobra, o tema levou a novos horizontes e tenho muita esperança de que o objetivo para reduzir as mortes relacionadas à picada de cobra para 50% seja alcançado até 2030”, finaliza o Dr. Sharma.

O Dr. Bernarde pontua outro aspecto que considera de suma importância: o notório despreparo de uma parte significativa dos profissionais de Saúde em lidar com os casos de acidentes ofídicos, o que reflete provavelmente a falta de disciplinas nos cursos de graduação específicas sobre animais peçonhentos, bem como cursos de capacitação para os profissionais de Saúde que estão na linha de frente nos pronto-socorros, que recebem pacientes picados por serpentes. Para ele, os editais de fomento à pesquisa e as ações de extensão na área de Saúde também deveriam contemplar os acidentes ofídicos, uma vez que a OMS inclui estes na lista de doenças tropicais negligenciadas. “Medidas simples podem ajudar muito. Um estudo publicado em 2017 na revista Journal of Occupational Medicine and Toxicology com o título “Prevention of krait bites by sleeping above ground: preliminary results from an observational pilot study” demonstrou que a simples doação de camas para moradores em dois vilarejos com altos casos de mordida por kraits (serpente que morde as pessoas principalmente quando estão dormindo no chão) no distrito de Kilinochchi (Sri Lanka), proporcionou uma redução dos casos de envenenamento por essas serpentes”, exemplifica.

As serpentes estão na natureza em vários habitats naturais e antrópicos, desempenhando importante papel nos ecossistemas. Cabe ao ser humano encontrar estratégias que permitam reduzir os riscos de acidentes ofídicos e buscar condições adequadas que possibilitem o melhor desfecho possível em caso de envenenamento. “Condições estas que envolvem desde o conhecimento das condutas corretas de primeiros socorros, veículos que possibilitem o rápido deslocamento até o atendimento hospitalar, que deve ter as condições de infraestrutura suficiente, profissionais da saúde preparados para lidar com o ofidismo e o antiveneno disponível”, arremata o Dr. Bernarde.

 

Fonte: https://www.sbmt.org.br/portal/envenenamento-por-picada-de-cobra-mais-mortal-das-dtn/?locale=pt-BR&utm_source=Mailee&utm_medium=email&utm_campaign=Newsletter+129+-+Envenenamento+por+picada+de+cobra%3A+mais+mortal+das+DTN&utm_term=&utm_content=Newsletter+129+-+Envenenamento+por+picada+de+cobra%3A+mais+mortal+das+DTN


Como preparar o ambiente para a chegada de um novo pet?

Brinquedo da Coleção Adoleta Diversão Pet
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"Os brinquedos para pet são ótimos auxiliares para estimular a interatividade, a adaptação e a independência", afirma Regina Herculano Pinto, CEO da Adoleta Diversão Pet

 

O enriquecimento ambiental da casa é muito importante no dia a dia de um animal de estimação, esse cuidado com o pet melhora não apenas a saúde física como também a emocional. Todo animal está sujeito a desencadear o sentimento de solidão, ansiedade ou depressão ao chegar em um ambiente novo, principalmente após a separação da mãe ou irmãos pets. 

Daí, tornar o seu novo lar aconchegante, e oferecer-lhe brinquedos interativos trará diversos benefícios para a convivência dele com a família. Pensando nisto, a zootecnista Regina Herculano Pinto, fundadora da marca Adoleta Diversão Pet, listou algumas dicas para que a chegada do novo membro da família seja da maneira mais agradável possível:

 

Por que comprar brinquedos para a adaptação do pet?

Os brinquedos para pet são ótimos auxiliares para estimular a interatividade, adaptação, independência e também podem ser utilizados para adestramento e recreação. “Nossas linhas de brinquedos trazem interatividade, materiais de alta qualidade, diferentes texturas entre outros benefícios pensando sempre na saúde dos bichinhos”, comenta a paraibana Regina Herculano. 

Existem outros aspectos a serem considerados na escolha do brinquedo específico para cães e gatos, como o tamanho do animal para não oferecer um brinquedo grande ou pequeno demais. De acordo com Regina, todos os distribuidores e representantes da Adoleta Diversão Pet recebem treinamento para conseguirem indicar o brinquedo certo para cada cliente.

 

Quais motivos levam eles a criarem vínculos com os brinquedos?

Animais que passaram por alguma situação de separação muito cedo, tendem a ter uma predileção por pelúcias, a fim de se sentirem aconchegados e seguros. 

Outros preferem brinquedos onde possam esconder petiscos sendo assim motivados pelo instinto de buscar o próprio alimento tornando a brincadeira muito mais atrativa e isso se deve ao instinto de caça herdado de seus antecessores (os lobos), que costumam caçar para se alimentar. 

O apito presente na maior parte dos nossos brinquedos simulam para estes animais com instinto de caça predominante o barulho das presas”.

 

Por que comprar brinquedo com aromaterapia para cães?

A tecnologia de aromaterapia para cães foi desenvolvida com base no tratamento natural utilizado em humanos. A fórmula da linha utiliza o óleo essencial de lavanda cuja finalidade é acalmar e confortar e segue padrões particulares a finalidade que se destina.

 “A priori o pet é atraído pela pelúcia e apito e à medida que o cachorro manuseia a pelúcia o óleo essencial será liberado e agindo diretamente no sistema nervoso do animal, logo ele passa a vincular a sensação de bem-estar e conforto ao brinquedo por isso é criado o vínculo entre o animal e nossas pelúcias da linha Aroma Dog”.

 

Por que comprar pelúcia com catnip para gatos?

Para quem não conhece a catnip, também comercializada como “erva para gato”, se trata realmente de uma erva com substâncias alucinógenas quando inalada que não traz nenhuma categoria de dependência para os felinos. O efeito causado pelo catnip nos gatos é completamente diferente de um animal para o outro. 

“Nenhum brinquedo passará despercebido se nele estiver contido catnip, é por isso que a maioria dos itens da Linha Cat da Adoleta possuem catnip em sua composição. Além de terem sido fabricados em tons de azul e verde, tonalidades estás sendo as mais chamativas para os felinos, já que enxergam com maior clareza essas cores”. 

Regina salienta ser importante observar o vínculo com os brinquedos se em algum momento virar algo possessivo, que desencadeie situações de agressividade, por exemplo. “Caso o animal apresente essa categoria de comportamento, exige-se aí que se identifique o motivo pelo qual o cachorro age dessa forma para que o tutor possa ajudá-lo a superar esse quadro comportamental que não traz nada de benéfico aos nossos animaizinhos”. 

Os produtos da Adoleta Diversão Pet podem ser encontrados em parceiros distribuidores e representantes comerciais em: adoletadiversaopet.com.br. Outra forma de adquirir os produtos é através do atendimento pelo SAC: (83) 98825-0729.


Animais de estimação influenciam na decisão de compra de um imóvel

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De acordo com levantamento do Creci-Regional Campinas, 70% dos novos empreendimentos no Estado de São Paulo contam com espaços pet, equipamentos que determinam a opção das famílias pela aquisição do imóvel


O Brasil é o terceiro país com a maior população de animais domésticos do mundo. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente são 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos. Esses companheiros fiéis e grandes parceiros de brincadeiras vêm influenciando as famílias em sua forma de morar. Hoje, a decisão de comprar uma casa ou apartamento leva em conta o conforto e a segurança dos animais de estimação. Sem dizer uma palavra, eles são determinantes na escolha dos imóveis disponíveis no mercado. Os empreendimentos, por sua vez, dedicam cada vez mais atenção aos projetos e equipamentos dos espaços pet.

Animais são companhia para 61% dos brasileiros. Deste total, 47% são donos de cães; 22% de gatos e 5% de pássaros. É o que revela a pesquisa inédita encomendada pela plataforma QuintoAndar e realizada pelo instituto Datafolha. Ao todo, foram ouvidas 3.186 pessoas com idade a partir de 21 anos nas cinco regiões do País.

Além de companheiros, os animais de estimação fazem parte da escolha do novo imóvel em que a família pretende morar. De acordo com levantamento do Creci-Regional Campinas, 70% dos novos empreendimentos no Estado de São Paulo contam com espaço pet.

Delegado do Creci-Regional Campinas, José Carlos Sioto destaca que esta média estadual se consolida na região de Campinas, que hoje é líder em lançamentos imobiliários. “As famílias consideram que o imóvel também precisa estar adaptado às necessidades de lazer e convivência dos pets”, reforça.

E engana-se quem pensa que os espaços pet são exclusividade dos condomínios de alto padrão. Nos empreendimentos destinados ao segmento econômico, as áreas reservadas aos animais de estimação também são uma realidade.

Nos residenciais da Longitude Incorporadora localizados em Hortolândia, Monte Mor e Sumaré, cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), e também em Sorocaba, o projeto inteligente para apartamentos de dois dormitórios é um diferencial. Além disso, os empreendimentos se destacam pela estrutura de lazer e espaços de convivência.

De acordo com Guilherme Bonini, diretor executivo da Longitude, as soluções pensadas para os residenciais incluem os animais de estimação. “Para a família, é muito importante que o pet possa se exercitar, brincar em uma área segura e equipada com uma estrutura de lazer”, afirma.

Para a hidratação dos animais, os espaços pet projetados pela Longitude dispõem de pontos de água. Estão incluídos também portão com ferrolho, iluminação e muitos outros equipamentos para a segurança e o divertimento do animal.

“As áreas de convivência, lazer e outras comodidades são diferenciais nos empreendimentos da Longitude”, diz. “No nosso compromisso com a qualidade de vida, os pets não podem ficar de fora”, finaliza Guilherme Bonini.

 

Crises Reputacionais: o grande dilema das empresas!

Quando escrita em chines, a palavra “crise” compõe-se de dois caracteres: um representando perigo e o outro, oportunidade.

Todas as empresas, em algum momento de sua existência, passam por adversidades, sejam financeiras, operacionais, logísticas, regulatórias, etc. Faz parte do risco do negócio. Algumas adversidades são bem contornadas, apesar da tomada de decisão muitas vezes duras, como demissões, outras vezes, acabam deixando de existir no mercado.

Agora, quando falamos em “crise” não podemos esquecer que se uma empresa possui um Programa de Compliance efetivo, a crise pode ser gerida de forma preventiva através dos Comitês de Crises, onde protocolos são definidos para cada tipo de crise que foi mapeada dependendo do tipo de negócios e nível de riscos de Compliance que esta empresa está exposta.

Quando o Comitê de Crise realmente funciona, a crise pode virar uma oportunidade muito interessante, até para a reputação da empresa. Cito o caso do Hospital Einstein que ao investigar uma denúncia de um fornecedor, descobriu um caso em que o processo de compras estava sendo manipulado e um alto executivo/chefe do departamento ganhava corrupção privada de um distribuidor específico. Ao tomar as decisões corretas, transformou uma potencial situação de crise em uma propaganda positiva da efetividade de seu Programa de Compliance. Foi uma oportunidade de demonstrar aos stakeholders que Compliance e assunto sério dentro da organização e que não importa a posição do executivo/chefe do departamento, as consequências são aplicadas para todos.

Ao mesmo tempo, vemos empresas que, na grande maioria das vezes, somente tem um Programa de Compliance para inglês ver e quando a crise bate na porta, o perigo já está instaurado. Muitas destas empresas não possuem Comitê de Crise instaurado, o que pode gerar o caos inicial e a comunicação truncada. Acompanhamos o caso de uma empresa responsável por um grave incidente ambiental que, infelizmente, causou a morte de muitas pessoas, onde o ex-presidente passou uma mensagem publica e o ex-diretor jurídico outra. Totalmente fora de um protocolo de comunicação efetiva para gerir a crise.

Depois notamos que muitas das empresas que passaram por crises difíceis, seja por uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, CADE e CGU, partirem para “soluções magicas”, como se a crise nunca tivesse existido, se esquecendo que as mídias sociais não perdoam. Resolvem mudar a denominação/razão social, o endereço da sede, começam a investir em projetos de ESG fortemente ou, então, programas para jovens aprendizes ou traines.  Como se a solução magica fosse apagar a existência que um dia a crise aconteceu.

O grande dilema de uma crise esta na escolha de enfrentar a mesma com ética e transparência ou negar/minimizar a existência desta. Infelizmente, o caminho mais fácil tem sido seguido por muitas empresas, que minimizam a ocorrência da corrupção e/ou do cartel. Que teimam em falar que possuem um Programa de Compliance implementado quando, na prática, ele não funciona, pois a própria Alta Direção não apoio este Programa ou não leva o mesmo a sério. Ele existe, pois se trata de uma exigência de mercado e não de uma mudança de cultura organizacional.

Temos um longo caminho pela frente em relação a conscientizar as empresas e seus executivos que as crises podem ser prevenidas, que o lucro pode ser atingido sem práticas antiéticas ou ilegais. A pressão pelo lucro rápido sempre existiu e sempre continuara existindo. As questões que se colocam agora na mesa estão relacionadas com a reputação e a perenidade das empresas a médio e longo prazo. Sem uma boa reputação, os investidores fogem, o crédito some e os consumidores que poderiam ser acionistas deixam de comprar ações. 

Que uma crise sirva para gerar mudança da cultura interna, para a implementação de um Programa de Compliance efetivo, sendo uma oportunidade para as empresas mudarem os rumos da sua gestão de sua forma de fazer negócios.

 


Patricia Punder – advogada, compliance officer com experiência internacional. Professora de Compliance no pós-MBA da USFSCAR e LEC – Legal Ethics and Compliance (SP). Uma das autoras do “Manual de Compliance”, lançado pela LEC em 2019 e Compliance – além do Manual 2020. Com sólida experiência no Brasil e na América Latina, Patricia tem expertise na implementação de Programas de Governança e Compliance, LGPD, ESG, treinamentos; análise estratégica de avaliação e gestão de riscos, gestão na condução de crises de reputação corporativa e investigações envolvendo o DOJ (Department of Justice), SEC (Securities and Exchange Comission), AGU, CADE e TCU (Brasil)

 

Maio Amarelo: 6 dicas para escolher um bom capacete de moto

Frequência de uso, segurança, tamanho e visibilidade são alguns dos pontos que devem ser levados em consideração na hora de escolher um bom equipamento de segurança
 

De acordo com estudos feitos pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a taxa de mortalidade de motociclistas no trânsito no início deste século correspondia a cerca de 10% do total de acidentes de trânsito. Em 2018, último registro realizado, este percentual aumentou para 32,7%, com aproximadamente 11,5 mil óbitos. 

Quanto às lesões de cabeça, a pesquisa mostra que motociclistas com equipamentos adequados aparecem em menor proporção, apenas 16,9%, enquanto que, nos demais usuários, essas lesões totalizam 22,2%, o que comprova a importância do capacete como item de segurança para proteger de traumatismos e salvar a vida dos pilotos. 

Para te ajudar a escolher o melhor capacete, Bruno Neves, consultor de vendas e de desenvolvimento de produtos da Laquila, empresa líder do mercado de motopeças na América Latina, listou 7 dicas importantes. Confira:
 

1. Frequência de uso

“Existe o piloto que utiliza a moto apenas aos finais de semana ou nas férias e o que trabalha com o veículo do dia a dia. No caso do último, é importante que haja durabilidade combinada com custo-benefício”, explica. Segundo ele, o capacete deve ser trocado a cada 3 anos de uso ou cinco anos de compra, mas é importante sempre observar alguns aspectos, como a qualidade do forro, da viseira, cinta jugular e armazenar de maneira correta.
 

2. Segurança

É importante sempre investir em um capacete com a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), seja ele nacional ou importado. O selo garante que ele venha com os padrões mínimos de qualidade e que o equipamento segue as determinadas pela legislação brasileira. Além disso, é recomendado escolher uma viseira com pelo menos 2 milímetros de espessura, pois o componente mais grosso protege melhor o piloto em caso de uma pedrada, por exemplo, e diminui a possibilidade de riscos.
 

3. Tamanho do capacete

O motociclista deve sempre escolher um modelo de capacete mais justo, pois com o tempo o equipamento de segurança tende a se adaptar ao formato do rosto do condutor. Vale lembrar que “justo”, não é apertado, pois se apertar a testa ou a parte superior da cabeça, o ideal é usar uma numeração acima. Alguns modelos contam com narigueiras, que devem ficar exatamente na altura do nariz. “Caso ela fique um pouco para cima significa que está apertada, já se ficar para baixo está larga, sendo assim a narigueira deve ficar posicionada exatamente na altura do nariz, sendo assim mais eficiente no uso” diz o especialista.
 

4. Visibilidade em dias frios e chuvosos

Um dos investimentos sugeridos pelo consultor de vendas da Laquila é a tecnologia chamada pinlock. Trata-se se uma película que se encaixa na viseira e manutenção de 100% da visão em dias de frio, chuva ou neblina. “Mesmo com a diferença de temperatura a respiração do motociclista e o exterior, essa tecnologia garante que o capacete não embace”, aponta.
 

5. Garantia do capacete

O tempo de garantia do capacete oferecido pelo fabricante também é um item a ser considerado na hora de efetuar a compra. Quanto maior o tempo de cobertura do seguro, menor as chances do motociclista ter que arcar com alguma manutenção em caso de falhas.
 

6. Estilo

Existem modelos de capacetes para combinar com os diversos estilos de motos, seja ela esportiva, street ou scooter. E o estilo não está apenas ligado ao aspecto estético, mas também a segurança. “O vento contra é algo comum ao pilotar. O desenho do casco faz toda diferença, porque uma moto esportiva de 1000 cilindradas atinge uma velocidade maior do que uma moto custom, e isso é levado em consideração no desenvolvimento de um produto”, complementa Neves.


Conscientização ambiental promove exercício da cidadania durante a infância

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Crianças são mais questionadoras e se tornam agentes de transformação social

 

Os dados sobre o meio ambiente são alarmantes e nunca foi tão necessário mudar nossos hábitos para preservar o planeta para esta e as próximas gerações. O novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) revelou o aumento de 12% nas emissões de gases de efeito estufa e que, caso medidas drásticas não sejam adotadas, não conseguiremos restringir o aquecimento global a 1,5ºC. Se a taxa das emissões permanecer igual, é provável que o aumento das temperaturas globais seja de 3,2ºC até 2100. 

Os números mostram um futuro incerto e perigoso, mas também são uma oportunidade para refletirmos sobre nossa relação com o planeta. Incentivar as crianças a respeitar o meio ambiente e educá-las sobre sustentabilidade é mais fácil do que reeducar os adultos. Enquanto os pequenos estão em fase de desenvolvimento, os adultos carregam costumes arraigados e mantêm resistência às mudanças. 

Contato com a natureza, reciclagem, reutilização da água, brincadeiras pedagógicas e narração de histórias são alguns exemplos de pequenas ações que podem fazer a diferença na vida das crianças. A produtora Poétika e o Verdes Marias - movimento de três irmãs que buscam inspirar pessoas a ingressarem numa vida mais sustentável – perceberam que os estímulos lúdicos fazem sucesso entre o público infantil e criaram o podcast “Contos da Capivara”. 

O projeto aborda o tema do meio ambiente através de contos infantis inéditos de autores nacionais, com leveza e diversão para toda a família. As crianças podem ouvir as histórias junto aos familiares e dialogar sobre assuntos como mudanças climáticas, lixo, água e desmatamento. 

Ao final de cada episódio, os ouvintes são estimulados a adotar pequenas atitudes diárias – denominadas microrrevoluções – para ajudar o meio ambiente. Algumas dessas ações são: reduzir o consumo de carne e ingerir mais vegetais, consumir mais produtos de pequenos produtores e contar para os amigos que os povos indígenas são guardiões da floresta e devem ter seus direitos respeitados. De acordo com Mariana Moraes, uma das idealizadoras do Verdes Marias, as microrrevoluções podem mudar o cotidiano das famílias e despertar a consciência ambiental. 

“As crianças aprendem rápido e levam pra vida coisas que praticam na infância, elas podem ser grandes incentivadoras de mudanças de hábitos dentro de casa e entender desde cedo que tudo que fazem tem impacto”, explica Mariana, do Verdes Marias.  


Formato lúdico entretém e estimula imaginação

  Todos os episódios possuem o apoio técnico de organizações como o Greenpeace, Famílias pelo Clima, Sea Shepherd, Instituto Ipê, Menos 1 lixo, entre outras, e contam com a participação da Clara, a Capivara, que traz dicas de como ter uma vida mais sustentável. O podcast tem 8 histórias inéditas escritas por autores brasileiros da literatura infantil, como Claudia Vasconcellos, Kiusam de Oliveira, Edson Natale, Julia Medeiros, Marcelo Maluf, Thata Alves, Caru Ricardo e Ciro Campos do Planeta OCA. 

Produzido em conjunto com o Greenpeace, o episódio Arvorícia, por exemplo, narra a história de uma bióloga tão apaixonada pela natureza que deseja virar árvore. Com um pouco de magia, ela consegue realizar seu plano e descobre uma corrente de solidariedade entre as árvores para sobreviver. A história transmite valores importantes como empatia, solidariedade e respeito. 

Uma das vantagens do Contos da Capivara é o formato. O podcast entretém o público infantil, instigando seu imaginário, oferecendo mensagens educativas e mantendo-o distante do excesso de telas presente no dia a dia. Mariana Menezes, voluntária da ONG Famílias pelo Clima, concorda: “Acho o podcast incrível, especialmente para crianças que são impactadas por tanta cor e movimento desde pequenas com muito desenho e tela. Os desenhos são muito estimulantes, toda a produção audiovisual é bastante rápida. O podcast usa a narração, que é algo tão ancestral, pois o storytelling está presente desde sempre na humanidade”.


Redução do consumismo e reaproveitamento

Segundo Mariana, da ONG Famílias pelo Clima, é necessário promover uma troca intergeracional para que as crianças aprendam que uma sociedade baseada no consumo é insustentável: “Precisamos ajudar as crianças e fazer essa transição junto com elas para que sejam responsáveis por uma virada que a minha geração não é capaz de fazer. A ideia é prepará-las para uma vida diferente”.

O exemplo dos pais é crucial para envolver os pequenos no tema de maneira natural e dentro do ambiente doméstico. Entre os esforços de Mariana para educar os filhos estão falar sobre plástico e outras embalagens, incentivar o reaproveitamento de roupas e outros objetos e reduzir o consumismo. Presentes, por exemplo, são dados em momentos especiais como em aniversários e no Natal.  A próxima tarefa é apresentar o shampoo sólido para a filha e, assim, minimizar os impactos ambientais. 

Ela enfatiza que é interessante abordar a temática ambiental e expor alternativas para não gerar desespero nas gerações mais novas. “Minha filha estava falando que teve uma aula sobre mudanças climáticas e a amiga saiu chorando. Temos que falar sobre isso mostrando a realidade, mas apontando soluções”, afirma.

Com a disseminação de informações sobre o meio ambiente e cada vez mais pesquisas sobre o engajamento da geração Z com o tópico, a tendência é que os pequenos sigam o mesmo caminho. Recentemente, as filhas de Mariana reduziram o consumo de carne e isso repercutiu na alimentação de toda a família. “Os pais aprendem com os filhos hoje em dia em vários níveis. As gerações mais novas têm ideias mais avançadas. É uma evolução presente na mídia e também muito debatida nas escolas”, comenta.

As microrrevoluções também proporcionam conhecimento e estimulam a criticidade. Ao terem acesso a mais informações, diálogos e histórias sobre o meio ambiente, as crianças ampliam o aprendizado, a argumentação, os  questionamentos e adotam posturas mais ativas para a construção de uma relação mais harmoniosa entre seres humanos e a natureza. 

Quem quiser acompanhar a série “Contos da Capivara”, pode acessar pelo Spotify (https://spoti.fi/3Lh0v4i) ou pelo Anchor. O conteúdo é gratuito e pode ser escutado diversas vezes, sem moderação. Mais informações, acesse www.verdesmarias.eco.br.  

 

Poétika - produtora cultural com foco em cinema e teatro.

www.poetika.com.br.

 

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