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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Setembro Amarelo: depressão, ansiedade e nutrição - será que tem ligação?


Sabe-se, atualmente, que diferentes mecanismos levam à alterações a nível cerebral, e consequentemente a transtornos psiquiátricos como, por exemplo, a depressão. Está, por sua vez, está relacionada ao déficit de neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina) na fenda sináptica. De acordo com a nutricionista Luna Azevedo (@lunanutri), referência em sustentabilidade e alimentação plant-based, a maioria deles agem na regulação da atividade psicomotora, no apetite, no sono e no humor, por este motivo as pessoas que possuem depressão passam a apresentar sintomas como tristeza, falta de energia, irritabilidade e perda de interesse por atividades que normalmente geravam prazer. 

Além disso, fatores como genética, estilo de vida e estresse exercem forte contribuição para o aparecimento da depressão, e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás dos Estados Unidos, com 5,9%. Além disso, ocupamos o primeiro lugar quando a questão é a prevalência de casos de ansiedade. 

"Nesse cenário, a terapia nutricional entra como um tratamento complementar ao biomédico, uma vez que estudos recentes comprovam a relação do desenvolvimento da depressão e maus hábitos alimentares, e indo além, sabe-se que uma alimentação com elevada  ingestão  de  vegetais,  frutas,  grãos integrais, azeite, vitamina A, C, E, complexo B, zinco, magnésio, ômega 3 e L-triptofano, bem como a  baixa ingestão de alimentos de origem animal, pode  reduzir o  risco não só de depressão, como também de ansiedade", ressalta a profissional. 

Outro ponto importante: a saúde do nosso intestino. “Com certeza você já deve ter escutado falar que o intestino é nosso segundo cérebro, isso porque diferentes estudos apontam sobre a importância de sua relação com a saúde mental devido a produção de neurotransmissores pela microbiota: são vários os neurotransmissores produzidos, entre eles podemos citar a serotonina, dopamina e noradrenalina, lembrando que o desequilíbrio desses está relacionado com o desenvolvimento da depressão, como já falamos”, explica a nutricionista.  

As bactérias probióticas, que fazem parte da microbiota intestinal, estão aptas a produzir substâncias neuroativas, as quais exercem influência sobre o eixo cérebro intestino, além disso, tem sido discutido também sobre o papel da microbiota no metabolismo do triptofano, um aminoácido essencial que é precursor da síntese da serotonina, que é extremamente importante quando falamos de depressão, ou seja, a flora intestinal tem um papel fundamental para a sua saúde mental visto que alterações da composição e diversidade da flora podem levar ao desenvolvimento de diversas doenças psiquiátricas, como a depressão, transtorno de ansiedade e esquizofrenia.  

Então, pensando em facilitar a compreensão da importância da nutrição na saúde mental, a nutricionista listou abaixo alguns nutrientes que,  somado a bons hábitos de vida podem contribuir para a sua saúde mental, confira:

 

Ferro:

O ferro é um dos metais com maior concentração em áreas cerebrais nobres, por ser necessário à síntese de enzimas envolvidas no processo de mielinização das fibras nervosas e na síntese de neurotransmissores, como a serotonina (triptofano hidroxilase) e a dopamina (tirosina hidroxilase), a qual é precursora de epinefrina e norepinefrina. 

Alimentos fontes: Tomate, batata, beterraba, farinha de soja, brócolis, proteína isolada de soja, repolho, couve-flor, abóbora, nabo, goiaba, abacate, manga, limão, banana, abacaxi, laranja, uva, mamão.

 

Triptofano:

A associação entre o triptofano e o desenvolvimento da depressão é metabolicamente plausível, visto que este aminoácido é precursor da síntese da serotonina, um neurotransmissor implicado na fisiopatologia da depressão e também da melatonina, uma hormona com um papel na regulação do sono. 

Alimentos fontes: Cereais integrais, aveia, amêndoas, linhaça, abacate, soja e produtos à base de soja, banana, grão-de-bico, nozes, ervilha. 

 

Vitamina B6:

A principal função da vitamina B6 é atuar no metabolismo de aminoácidos. Estudos recentes realizados com adultos mantidos com dietas deficientes em B6 mostraram que os mesmos desenvolveram anormalidades do metabolismo do triptofano e da metionina mais rapidamente, do que indivíduos saudáveis. 

Alimentos fontes: Banana, batata assada com casca, suco de ameixa, avelã, castanhas, noz picada, batata-doce, abacate, manga, semente de girassol, couve-de-bruxelas, ameixa seca, melancia, amendoim, lentilha, vagem e couve-flor.

 

Magnésio:

Presente em diferentes vias metabólicas de formação de neurotransmissores, inclusive da serotonina.  

Alimentos fontes: Nozes, sementes, cereais integrais, vegetais verde-escuros (o magnésio é constituinte da clorofila), oleaginosas, cacau, alcachofra inteira cozida, espinafre cozido, feijão-preto cozido, beterraba cozida, gérmen de trigo, arroz integral, abacate.

 

Tirosina:

Outras pesquisas sugerem que dietas ricas em tirosina podem promover mudanças na quantidade de dopamina produzida. Entretanto, com a exceção do uso de medicações, ainda não existem formas ativas cientificamente comprovadas de mudar esses neurotransmissores, ou seja, dopamina e serotonina. 

Alimentos fontes: Castanhas e abacate, castanha-de-caju, castanha-do-pará, nozes, amêndoas, bananas, cogumelos, vagem, batata inglesa, chuchu, berinjela, beterraba, rabanete, quiabo, nabo, chicória, aspargo, brócolis, salsa, pepino, cebola roxa, espinafre, tomate, couve, ervilhas, feijão, centeio, cevada, sementes de abóbora e de gergelim.  

Quanto à ansiedade, alguns alimentos podem estimular os quadros ansiosos, e outros podem melhorá-lo. A deficiência de alguns micronutrientes e aminoácidos prejudica a produção de neurotransmissores, e isso causa modificações no nosso humor e sono. Também pode ser resultado de toxinas acumuladas no corpo e estresse, e nesse caso, recomenda-se uma alimentação desintoxicante (consumir mais alimentos in natura, como frutas e  hortaliças, e  eliminar alimentos industrializados, gordurosos e de origem animal).  

Os alimentos que auxiliam na melhora dos sintomas da ansiedade são:  

  • Oleaginosas: Alimentos como castanhas, nozes e amêndoas são boas fontes de magnésio, que é fundamental na síntese de serotonina, e estes alimentos ainda ajudam a bloquear o receptor NMDA, responsável por causar ansiedade e estresse.  
  • Vegetais verdes: São essenciais na produção de neurotransmissores, além de apoiar a sinalização nervosa adequada, já que são fonte de vitaminas do complexo B. 
  • Abacate: Importante fonte de magnésio e vitaminas do complexo B. A carência dessas vitaminas, está associada aos distúrbios de humor e também à ansiedade. 
  • Arroz integral: O arroz é fonte de aminoácidos essenciais, que reduzem as mensagens no cérebro associadas com a ansiedade, depressão e estresse, promovendo bem-estar. Por ser fonte natural de melatonina, conhecida como o hormônio do sono, é boa opção para quem sofre de insônia, já que é um sintoma típico de ansiedade. 
  • Matchá, chá verde e cogumelos: Fontes de L-teanina, que atua como um modulador dos neurotransmissores, ajudando a equilibrar excessos e deficiências, além de melhorar a concentração. Entretanto, o consumo de chás que contenham cafeína deve ser regulado em pessoas com ansiedade. 
  • Frutas cítricas: Frutas como kiwi, limão e laranja são ricas em vitamina C que diminui a secreção do hormônio cortisol, que é liberado em resposta ao estresse e à ansiedade. Por isso, o consumo desses alimentos ajuda no bom funcionamento do sistema nervoso. 
  • Banana: É a fruta que mais concentra potássio, que fortalece o sistema nervoso e também controla os transtornos de ansiedade e estresse. Além disso, a banana também é fonte de triptofano, um aminoácido precursor da serotonina, hormônio responsável pelo bem estar. 
  • Kombucha, biomassa de banana verde, kefir e outros alimentos considerados probióticos ou prebióticos proporcionam uma flora intestinal mais saudável, que desempenha um papel importante na produção de neurotransmissores responsáveis pelo bem estar, como a serotonina.
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Entretanto, também existem os alimentos que pioram a ansiedade, que são: 

  • Cafeína: Pessoas ansiosas devem evitar grandes quantidades de café, guaraná, chá preto, chá verde e outros estimulantes que possuem esse elemento em sua composição. 
  • Bebidas alcoólicas: O álcool pode atrapalhar a absorção de nutrientes importantes para a liberação de neurotransmissores, que controlam o humor. Além disso, o estado eufórico decorrente da ingestão tem efeito rebote: a ressaca  piora os sintomas da ansiedade. 
  • Gordura saturada: Presente em alimentos de origem animal, especialmente nas carnes, a gordura saturada pode provocar reações inflamatórias no organismo e prejudicar o sistema nervoso. Além disso, atua na liberação do cortisol, hormônio ligado ao estresse. 
  • Carboidratos simples (refinados): Alimentos ricos em farinha branca e açúcar atuam estimulando a compulsão alimentar, já que geram satisfação muito rápida e picos de insulina. Em casos de ansiedade, o processo estimula o desejo por comer mais fontes de carboidratos em menos tempo. 
  • Alimentos industrializados: São produtos ricos em aditivos químicos que liberam cortisol e estimulam processos inflamatórios.

 

"De fato, um conjunto de hábitos saudáveis nos proporciona maior qualidade de vida. Tais hábitos devem englobar mente, corpo e espírito. Busque o apoio profissional (psicológico, nutricional e médico) para melhores recomendações e adequações, e lembrem-se, façam boas escolhas diariamente! Depressão e ansiedade não são frescura, e devem ser tratadas com seriedade", completa Luna.

 


Dra Luna Azevedo - Nutricionista incentivadora da alimentação consciente , com grande influência com o público Vegetariano/Vegano. CRN: 1410020 | https://www.instagram.com/lunanutri/?hl=pt-br


Setembro Amarelo é o mês da prevenção ao suicídio

Psicóloga do HU-UFSCar fala sobre o tema e aponta a importância do apoio da família, amigos e profissionais de saúde

 

A campanha Setembro Amarelo é organizada nacionalmente, desde 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), e tem o objetivo de sensibilizar e informar os diferentes públicos sobre a temática do suicídio, formas de acolhimento, abordagem dos pacientes e a prevenção com o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde.  


Lara Rosa Cobucci é psicóloga do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh/MEC) e acredita que a campanha de prevenção ao suicídio é importante por promover espaços de fala aberta sobre o tema, já que apenas por meio do conhecimento é possível ofertar ajuda e prevenir que esse ato ocorra. "O suicídio segue sendo um assunto pouco falado, por se tratar de um grande tabu e estigma. Mas, ao contrário do que comumente se pensa, falar sobre ele não aumenta seu risco, mas, sim, promove acolhimento e possibilita a obtenção de ajuda adequada", avalia Cobucci.   


 

Dados


De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem, por ano, em todo o mundo por causa do suicídio. Ele também é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Dados da ABP indicam que são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil, com casos cada vez mais frequentes entre os jovens. De acordo com a Associação, cerca de 96,8% dos suicídios estão relacionados a transtornos mentais.  


Para Lara Cobucci, o suicídio, assim como o pensamento e as tentativas, não tem uma causa única ou pontual. "Esse comportamento ocorre como um resultado da interação de diversos fatores psicológicos, sociais, culturais, ambientais, biológicos e genéticos. Dentre os principais fatores de risco para o suicídio está a presença de doença mental, como depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool ou outras drogas. Sabe-se que praticamente todos os indivíduos que tentam suicídio têm alguma doença mental pregressa, porém muitas vezes tais doenças nunca foram diagnosticadas ou tratadas", explica.  

  

 

Prevenção


Como o suicídio ocorre por uma junção de fatores, Lara Cobucci explica que há diversas estratégias que podem e devem ser empregadas como prevenção. Uma delas, de acordo com a psicóloga do HU-UFSCar, é a identificação e avaliação do risco do indivíduo, considerando tentativas prévias, quadro de saúde mental, a presença de planos de morte e características sociais e psicológicas. "Embora haja o mito de que as pessoas que ameaçam se matar não irão concretizar o plano e querem ‘apenas chamar atenção’, sabe-se que a maioria dá sinais, expressa seus pensamentos e planos de morrer antes de tentar e cometer o suicídio", alerta. Uma vez identificado o risco, a pessoa deve ser acolhida, ouvida de forma empática e encaminhada para serviços de referência em saúde mental. Além disso, deve-se buscar garantir a presença do suporte social.  


Nesse contexto, a psicóloga aponta que a família e amigos são essenciais na prevenção ao suicídio. "Eles têm o papel de ouvir, dar suporte e acolher, além de incentivar a buscar ajuda profissional e evitar que a pessoa tenha acesso a meios de se autolesionar".  


Por fim, Lara complementa que a pandemia de Covid-19 está afetando a saúde mental de muitas pessoas e que diversos estudos já apontam para o aumento de depressão, ansiedade, angústia, violência e abuso de álcool e outras drogas. "Além do contexto do isolamento social, esses sintomas se juntam a dificuldades financeiras e perdas ocasionadas pela pandemia, e se tornam grandes fatores de risco ao comportamento suicida. Diante disso, mais do que nunca, são necessários a conscientização e o desenvolvimento de estratégias de produção de cuidado, a fim de evitar um aumento nas taxas já muito altas de comportamento suicida no Brasil e no mundo", conclui.  

Em caso de necessidade, o indivíduo poderá buscar ajuda em um dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de sua cidade - em São Carlos são três tipos de Caps (Mental, Álcool e Drogas e Infantil e Juvenil) -, além do Centro de Valorização da Vida (CVV), que também é um importante canal de comunicação para quem precisa conversar, disponível 24 horas pelo telefone 188.


Dia Mundial da Saúde Sexual: durante a pandemia, mais de 2 milhões de pessoas procuraram respostas para questões sobre sexualidade

Levantamento também aponta aumento em agendamentos de consultas envolvendo saúde sexual (257%) e mental (190%), questões diretamente relacionadas, segundo especialista

 

Entre as diversas mudanças que a pandemia da Covid-19 causou, o impacto do isolamento social nos relacionamentos íntimos é uma das dificuldades que se sobressaem nesta nova realidade. É o que mostra levantamento realizado pela Doctoralia no Brasil, apontando mais de 2,3 milhões de acessos a perguntas e respostas envolvendo temas relacionados à sexualidade e libido na página Pergunte ao Especialista .

De acordo com a ginecologista, sexóloga e membro da Doctoralia, Aline Ambrosio, ao longo da pandemia, notou-se comportamentos distintos entre diferentes grupos. Os solteiros ou casais que não moram juntos, por exemplo, tiveram elevação do Sexting - atividade sexual através da tecnologia -, assim como do consumo de pornografia e uso de brinquedos eróticos. Já em relação aos casados, percebeu-se tendências diferentes, pois o número de divórcios aumentou, devido aos atritos ocorridos pela convivência, interferindo negativamente no vínculo sexual do casal. Desviando da norma, também existem os casais que tiveram aumento da atividade sexual, com melhora do vínculo afetivo durante a pandemia.

No entanto, a especialista enfatiza que a saúde mental está intrinsecamente conectada com o comportamento sexual da população. "O estresse e incertezas no que diz respeito ao planejamento de vida, das finanças e o medo de adoecer, são fatores que causam grande prejuízo à saúde em geral. E, ao longo da pandemia, os diagnósticos de ansiedade e depressão dispararam, sendo que tais doenças também afetam negativamente a resposta sexual", explica. Coincidentemente, algumas das perguntas mais acessadas no "Pergunte ao Especialista" buscam entender o impacto de medicamentos voltados para a saúde mental no prazer sexual.


Saúde mental x Saúde sexual

Na Doctoralia, referência mundial em tecnologia em saúde, houve um aumento de 190% nos agendamentos de consultas com psicólogos e psiquiatras durante a pandemia (março/2019 e abril/2021), no Brasil. O número foi ainda maior (257%) entre consultas relacionadas à saúde íntima e sexual, ou seja, com ginecologistas, urologistas, sexólogos e andrologistas.

"É provável que, ao se depararem com os desafios impostos pelo isolamento social, seja na saúde mental ou sexual, as pessoas passaram a se atentar mais a essas questões, o que as levou a procurar por especialistas. E, sem dúvidas, quem vem cuidando da saúde mental durante a pandemia, terá mais condição de relacionar-se com os outros, não só sexualmente", afirma Dra. Aline.

E neste Dia Mundial da Saúde Sexual (04/09), no intuito de promover consciência social em relação à educação sexual, a especialista membro da Doctoralia responde algumas das questões mais acessadas no Pergunte ao Especialista, envolvendo a temática. Confira!


Qual é o especialista mais indicado para tratar a falta de desejo sexual?

Dra. Aline: Na maior parte dos casos, esta disfunção sexual tem causas psicológicas. A causa também pode ser secundária a um desequilíbrio hormonal ou a dores no ato sexual, onde o cérebro reconhece a atividade como hostil e reduz o desejo na tentativa de evitar o contato novamente. Assim, o terapeuta sexual seria o mais adequado para tratar a queixa, pois sua formação engloba todos os aspectos da sexualidade: biológicos, psicológicos e sociais.


Qual antidepressivo não interfere na libido?

Dra. Aline: Os antidepressivos que elevam a liberação de dopamina podem melhorar a libido, já que esta substância é promotora da resposta sexual em todos seus quesitos: desejo, excitação e orgasmo.

Os antidepressivos com efeito dual, ou seja, que elevam a serotonina e noradrenalina, também podem ter menor efeito negativo na libido do que aqueles que só aumentam a serotonina, que tem ação negativa sobre o desejo sexual. É importante ressaltar que a depressão piora a resposta sexual e não tratá-la pode piorar ambos os quadros. Inclusive, a própria depressão pode ser a causa da disfunção sexual.


Ficar muito tempo sem sexo, pode fazer com que a ejaculação aconteça de forma mais rápida?

Dra. Aline: Sim, é possível. Após longos períodos sem atividade sexual, a excitação no momento do contato pode elevar, reduzindo o tempo da ejaculação após a penetração ou o estímulo manual.


Qual é o especialista mais indicado para tratar o vício em masturbação?

Dra. Aline: Neste caso, tanto o terapeuta sexual quanto o psiquiatra estão habilitados para atender e conduzir esta queixa. Vale aqui ressaltar que o vício em masturbação pode estar associado a dificuldade de relacionamento social e/ou vício em pornografia. A tela vicia e afasta o indivíduo do contato social, estabelecendo a impossibilidade de excitar-se no contato real com outra pessoa. As compulsões sexuais, quando estamos diante de prejuízo da vida social, profissional e pessoal do indivíduo, são tratadas com medicamentos e psicoterapia. Assim, o seguimento por um médico para a prescrição do medicamento será necessário.


Sou homem, tive Covid-19 e percebi uma falta de desejo sexual. Há alguma relação entre os dois?

Dra. Aline: Há alguns trabalhos mostrando que após a infecção por Covid-19, pode ocorrer a redução do desejo e da satisfação sexual. Não sabemos ainda por quanto tempo isto perdura, mas é provável que seja um quadro reversível na maioria dos casos.


Doctoralia


SETEMBRO AMARELO: CONVERSAR É A MELHOR SOLUÇÃO PARA IMPEDIR O SUICÍDIO

A terapeuta Wanessa Moreira desenvolveu a “Terapia dos Blocos”, onde formas geométricas ilustram onde está o problema

 

O setembro amarelo é muito importante na abordagem da saúde mental, principalmente o dia 10 de setembro que é o Dia Internacional da Prevenção do Suicídio. Durante esse mês acontecem seminários, conferências e ações importantes referentes ao assunto. A cor amarela foi escolhida para representar a causa, pois em 1994, Mike Emme, 17 anos, que morava com os seus pais em Colorado, nos Estados Unidos, se suicidou dentro de seu Mustang 1968. O jovem havia reformado o carro e pintado de amarelo, sua cor favorita.

O adolescente deixou um recado pedindo para que seus pais não se culpassem pelo o que havia feito, e quando encontraram o bilhete, infelizmente já era tarde. Após sua morte foi descoberto que Mike tinha sinais de depressão e não estava sabendo lidar com um término de um relacionamento. Durante o funeral, os pais distribuíram cartões com fitas amarelas para os amigos e familiares com os dizeres “se você está pensando em suicídio, entregue este cartão a alguém e peça ajuda”. A boa ação viralizou e em pouco tempo Dale e Darlene, pais de Mike, começaram a receber inúmeros pedidos de ajuda para lidar com a situação.

Agora para pensarmos em prevenção ao suicídio, é preciso compreender um pouco o que leva uma pessoa a se suicidar.

Tirar a própria vida é algo tão extremo, que uma pessoa precisa estar muito atormentada pelos seus pensamentos de medo e de ataque para sentir que essa é a saída. O suicida dá a própria vida em troca de ter paz, por não saber de que maneira se livrar dos problemas, traumas, ameaças ou ainda não ter ideia de como agir para se encaixar na vida, no que esperam dele, no que deveria estar realizando e não consegue. Ao contrário do que se pensa, o suicídio não acontece apenas para pessoas que vivem grandes dificuldades. Podemos encontrar essa ação tão extrema e impactante em histórias com problemas rotineiros, relacionamentos rompidos, frustrações do cotidiano, pessoas que se sentem culpadas por terem conquistado riquezas, entre outros assuntos. Esse tema é tão complexo, que não é possível definir um tipo de "motivo" para cometer o suicídio.

“Certa vez um paciente que estava se tratando de uma síndrome de pânico me contou sobre um amigo dele que estava muito nervoso por dificuldades no trabalho, e que esse mesmo amigo disse para ele que estava precisando de uma Wanessa para ajudá-lo. Duas semanas depois esse amigo se suicidou, estava vivendo uma série de problemas financeiros, e estava sendo ameaçado por pessoas que emprestaram dinheiro a ele. Fiquei realmente tocada por essa história, vem àquela sensação de que pena que não tive a oportunidade de ajudar”, relata a terapeuta Wanessa Moreira.

O ato de tirar a própria vida impacta e choca a todos que recebem a notícia - a mente de quem fica sabendo sobre o assunto, tenta ouvir a história repetida vezes e "entender" o que aconteceu. Acontece um curto circuito em quem recebe a notícia, mesmo que não conheça a pessoa que morreu. Esse impacto acontece porque toda a mecânica da mente é formatada para fazer uma pessoa sobreviver, a luta pela vida é algo que faz parte das nossas entranhas, mesmo a vida "dando errado" as pessoas têm esperança e lutam todos os dias para melhora-lá.

E de repente uma pessoa tira a própria vida, isso não faz sentido para a mente que foi construída para fazer uma pessoa sobreviver, fica sempre uma pergunta – Por que essa pessoa cometeu um ato desses? Agora é importante trazer uma informação: mais do que os recursos para sobreviver, a mente precisa ser desenvolvida para sobreviver. Vivemos a era da informação, onde temos acesso a qualquer conteúdo em uma fração de segundos, é possível digitar uma pergunta e encontrar várias respostas, então não é a falta de informação o problema, mas a falta de desenvolver a mente para captar essas informações e executar na vida de maneira prática.

“Do que eu estou falando? Imagina uma cena, beber um copo d’ água é extremamente saudável, beber dois litros de água por dia, é considerado algo muito bom para o ser humano, faz bem. Tente beber o líquido de um hidrante com aquela força da água em movimento, é algo que se torna bem difícil. O uso de ansiolíticos, antidepressivos e o aumento de suicídio é gritante, fora as pessoas que desistem da vida em vida, e passam mais da metade dela se arrastando e desistindo delas mesmas. Esse crescente desajuste que vai contra a escala saudável de vida, é um reflexo da necessidade de desenvolver a mente para sobreviver nessa nova era de informação”, diz Wanessa Moreira.

Um caso recente foi do adolescente Lucas Santos, 16 anos, filho da cantora Walkyria Santos, que tirou a própria vida depois de receber ataques em um vídeo publicado no TikTok. Segundo a artista, a rede social “nojenta” e os comentários maldosos na internet acabaram tirando a vida do seu filho. “Hoje eu perdi meu filho, mas preciso deixar esse sinal de alerta aqui. Tenham cuidado com o que vocês falam, com o que vocês comentam. Vocês podem acabar com a vida de alguém. Hoje sou eu e a minha família quem chora”, escreveu a cantora em sua rede social.

Um filme que retrata bem a atual realidade da juventude é “Ferrugem”, trama lançada em 2018, que através de ataques verbais e bullying fazem com que a protagonista vá direto ao suicídio. Assim como a maioria dos adolescentes, a jovem Tati, interpretada por Tiffanny Dopke, ama compartilhar sua vida nas redes sociais e registrar todos os momentos. Porém, após perder o inseparável celular, ela se vê vítima da criminosa divulgação de seus registros íntimos no grupo de WhatsApp da turma do colégio, o que gera terríveis consequências. O documentário “O Garoto Interrompido”, lançado em 2009, é forte, assombroso, porém necessário. Conta a história de Evan Perry, o adolescente tinha 15 anos quando pulou do seu prédio em New York. Sua mãe produziu esse documentário, para narrar a dor de perder um filho. Evan tinha transtorno bipolar e passou por diversos tratamentos diferentes ao longo de muito tempo. Ele falava sobre a morte aos cinco anos e viveu às sombras da doença durante toda sua vida.

“Vou contar um caso que atendi na última semana - um paciente relatou que só não tirava a própria vida por falta de coragem de cometer suicídio. Ele contou que brigou com a mãe e o irmão para defender sua esposa - e essa não é uma atitude fácil para ele, ele geralmente é uma pessoa mais calma. A esposa disse que ele não a defendeu como deveria (ela tem um perfil mais agressivo) e brigou com ele. Ele trabalha com a família, onde ficou um clima ruim no ambiente de trabalho, nesse momento ele já não sabe mais como agir e sente que a vida dele não vale a pena. Conflitos como esse que assombram a cabeça das pessoas acontecem todos os dias”, relembra.

Uma maneira eficaz de desenvolver a mente para sobreviver na era da informação, é desarmar a mente que fica presa no stress de sobrevivência. Aqueles pensamentos que envolvem tudo ou nada, serve ou não serve, pode ou não pode quando se consegue mostrar para uma pessoa qual o conflito real que está colocando a mente dela nesse stress que não encontra saída, e ainda dar uma direção para que a pessoa consiga enxergar o que ela precisa fazer para começar a resolver o seu problema. A mente se desarma e o problema que a atormentava fica de um tamanho muito menor, sem causar a tormenta de desistir da vida.

“Depois de anos de estudos eu desenvolvi a terapia dos blocos, onde formas geométricas ilustram exatamente onde está o problema, e como desenvolver o pensamento de solução. Nesse momento que é feito os blocos, a mente literalmente vê uma saída e desarma todo aquele ‘looping’ de pensamento infinito, aquela ideia fixa que estava aprisionando a pessoa ao problema”, finaliza.

O que uma pessoa precisa para sentir paz, para sentir conforto e sentir que vale a pena estar vivo é saber que existe um próximo passo a ser dado. A prisão da mente em problemas é o que atordoa e tira o fôlego, o ânimo, a força e o desejo de estar vivo. Converse e peça ajuda quando necessário.


Doação de Sangue na Zona Leste convida moradores a ajudar hemocentros paulistas

 




Ação acontece no Shopping Penha no dia 8 de setembro

 

Os estoques de bancos de sangue nos hemocentros paulistas tiveram uma queda inesperada e preocupante devido à pandemia. De olho nesse cenário, o Shopping Penha, em parceria com o projeto AMORSEDOA, OAB Penha, H. Hemo e Letra Certa, promovem uma ação de Doação de Sangue no dia 8 de setembro das 10h às 16h no piso térreo do empreendimento.

“Doar sangue salva vidas. Queremos incentivar nossos visitantes a abraçar essa causa tão importante que com a pandemia fez os hemocentros entrarem em estado de atenção. Iniciativas como essa fortalecem ainda mais nosso compromisso perante à sociedade”, afirma Débora Blanco, gerente geral do Shopping Penha.

Os interessados, devem se inscrever antecipadamente pelo link https://www.sympla.com.br/doacao-de-sangue-no-shopping-penha----dia-0809__1325205. É necessário ser maior de 18 anos ou apresentar autorização de um responsável. Na hora da doação é preciso apresentar documento com foto e estar bem alimentado.

 

Principais impedimentos temporários para doação:

  • Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
  • Gravidez.
  • 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana.
  • Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
  • Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
  • Tatuagem, maquiagem definitiva e micropigmentação (sobrancelhas, lábios, etc.) nos últimos 12 meses.
    • Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
    • Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia, etc.): aguardar 6 meses.
    • Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): por 7 dias.
    • Cirurgia odontológica com anestesia geral: por 4 semanas.
    • Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses.
    • Vacina contra gripe: por 48 horas.
    • Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões.
    • Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura (vírus Varicella Zoster).
    • Brasil: estados como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são locais onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses para doar, após o retorno.

 

  • Coronavírus: 

. Candidatos que apresentaram infecção pelo COVID-19 são considerados inaptos por um período de 30 dias, após recuperação clínica completa (assintomáticos).

. Candidatos que tiveram contato direto (domiciliar ou profissional) com casos suspeitos ou confirmados de contaminação por coronavírus devem aguardar 14 dias após o último dia de contato para realizar a doação de sangue.

. Profissionais da saúde (médicos, enfermeiros entre outros) que trabalham diretamente com pacientes portadores de Covid-19 devem aguardar 14 dias após o último dia de contato para realizar a doação de sangue.

. Candidatos que foram vacinados contra Covid-19 só podem doar:

- 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan);

- 7 dias após cada dose (vacina da Oxford/AstraZeneca/Fiocruz);

- 7 dias após cada dose (vacina da Pfizer/BioNtec/Fosun Pharma);

- 7 dias após cada dose (vacina da Janssen-Cilag);

- 7 dias após cada dose (vacina Sputinik V, da Gamaleya National Center);

- 48 horas após cada dose (vacina Covaxin, da Bharat Biotech); e

- 7 dias após cada dose (vacina da Moderna/Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas).

- Hepatite após os 11 anos de idade. *

- Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.

- Uso de drogas ilícitas injetáveis.

- Malária

- Mal de Parkinson

 


Serviço

Doação de Sangue

Quando: 8 de setembro

Horário: 9h às 16h

Inscrições:

 

Shopping Penha

Endereço: Rua Dr. João Ribeiro, nº 304 - Penha - São Paulo, SP

Mais informações: (11) 2095-8237 – www.shoppingpenha.com.br 


Atrofia muscular espinhal (AME): doença rara é tema de exposição em estações das Linhas 4

- Durante todo o mês de setembro, passageiros poderão visitar a mostra "Se o simples complicar, investigue" nas estações São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, e AACD-Servidor, da Linha 5-Lilás, ambas de metrô de São Paulo


- Iniciativa é da farmacêutica Biogen Brasil em parceria com a ViaQuatro e a ViaMobilidade



A fim de chamar atenção para a atrofia muscular espinhal (AME), doença genética, grave e rara¹, a farmacêutica Biogen Brasil, empresa de biotecnologia focada em neurociência, em parceria com a ViaQuatro e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e manutenção da Linha 4-Amarela e Linha 5-Lilás de metrô de São Paulo, respectivamente, organizou a exposição "Se o simples complicar, investigue". A mostra fica em cartaz até 30 de setembro nas estações São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela, e AACD-Servidor, da Linha 5-Lilás.

"A campanha de conscientização "Se o simples complicar, investigue" é dedicada aos jovens e adultos com AME, que representam cerca de 35% das pessoas com a doença no mundo. Além de alertar a sociedade sobre os sinais e sintomas desta doença, que é grave e progressiva, a campanha também tem o intuito de amplificar o debate e assegurar que a autonomia, a qualidade de vida e as particularidades de cada indivíduo com AME sejam pautas presentes em nossa sociedade. E nada melhor do que chamar atenção para o tema no maior e mais movimentado sistema de transporte metroviário do país", explica Tatiana Rivas Marante, gerente geral da Biogen Brasil.

Composta por 20 painéis, a exposição traz informações sobre a doença, sinais e sintomas, impacto social (físico, mental e psicossocial) bem como a relevância do cuidado integral e multidisciplinar. Mas não é só isso. Na mostra, o público também poderá conferir os quadrinhos dos cartunistas: Helo D’Angelo, Caco Galhardo, Lila Cruz, Paulo Bruno, Fabiane Langona e Ricardo Ferraz, que deram vida a Félix, Clarissa, Aurora, Gael, Liliam e Samir, personagens que têm AME e protagonizam histórias criadas a partir de situações cotidianas.

"Com o objetivo de representar as particularidades de cada pessoa com a doença, os cartunistas que participaram do projeto criaram personagens com características únicas, representando os seus próprios jeitos, limitações e possibilidades. A AME pode se manifestar de maneira muito distinta em jovens e adultos, com níveis e impactos diversos. Nenhuma história de vida é igual a outra. Nós, como companhia, acreditamos que a informação tem o poder de ampliar as discussões e transformar o futuro das pessoas com AME. Por isso, precisamos fomentar esse diálogo e reforçar, ainda mais, a urgência do cuidado apropriado, que pode garantir um futuro de escolhas pautadas no empoderamento e na qualidade de vida", reforça Tatiana.

Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro e ViaMobilidade, avalia que a iniciativa oferece a quem passa pelas estações informações de qualidade, que contribuem para disseminar a conscientização sobre a AME, uma doença que pode comprometer funções como respirar, comer e se movimentar¹. "Além de transportar pessoas com segurança e agilidade, as concessionárias promovem uma série de ações, com parceiros importantes, que buscam levar conhecimento a fim de melhorar a vida das pessoas", complementa.

Para saber mais sobre a campanha, acesse: https://www.juntospelaame.com.br. Clique aqui
para folhear o livro inédito "Se o simples complicar, investigue", que reúne 24 tirinhas dos personagens Félix, Gael, Liliam, Clarissa, Aurora e Samir,

Saiba mais sobre a atrofia muscular espinhal: é uma das mais de 8 mil doenças raras conhecidas no mundo e afeta, aproximadamente, entre 7 a 10 bebês em cada 100 mil nascidos vivos¹, sendo a maior causa genética de morte em crianças de até dois anos de idade². No Brasil, ainda não há um estudo epidemiológico que indique o número exato de indivíduos afetados pela doença.

 

 

Serviço:

Exposição "Se o simples complicar, investigue" - Linha 4-Amarela e Linha 5-Lilás

Estação São Paulo-Morumbi, da Linha 4-Amarela: de 3 a 30 de setembro
Estação AACD-Servidor, da linha 5-Lilás: de 3 a 30 de setembro



Biogen

 https://www.br.biogen.com

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Aftas e feridas: lesões bucais podem ser sinal de carência de vitaminas ou até mesmo covid-19

Especialistas alertam para necessidade de identificar causa e origem das lesões, principalmente durante pandemia


Tratamento dentário, carência de vitaminas e minerais, alterações hormonais e sensibilidade alimentar são algumas das causas para o aparecimento de aftas. Porém, um novo possível fator para o surgimento da pequena lesão é a covid-19, que já possui um dos sintomas mais comuns relacionados à boca: a diminuição ou perda total do paladar (ageusia e hipogeusia). Nesse quadro, um estudo publicado pelo Journal of Dental Research apontou que úlceras aftosas, lesões herpéticas e infecções fúngicas foram problemas frequentes de pessoas com covid-19.

A partir dos resultados da pesquisa, foi observado que pacientes infectados pelo coronavírus registravam uma alteração bucal, apresentando lesões na mucosa oral. “Alguns desses estudos indicam o aparecimento dessas feridas com o início dos sintomas da covid-19. Embora ainda sejam descobertas recentes e que seguem sendo estudadas, há alguns indícios da relação de lesões bucais com o coronavírus. Além disso, na medicina e na odontologia, o aparecimento dessas feridas como indicativo de que a saúde do corpo não vai bem não é uma novidade. Diversas outras doenças podem gerar aftas e, inclusive, serem diagnosticadas precocemente a partir desse sinal do corpo”, explica o dentista e especialista em saúde coletiva da Neodent, João Piscinini. 


Inúmeras causas

A afta é uma pequena lesão que pode aparecer em vários locais da boca, como na língua, nas bochechas e nas margens dos lábios. Essas lesões costumam ser bastante incômodas ao ingerir algum alimento, por exemplo, e, em alguns casos, influenciar até na fala. Segundo o dentista, há diversos fatores que resultam na queda da imunidade e contribuem para o aparecimento da afta. “Nas mulheres, podem aparecer por conta das alterações hormonais no período de menstruação. Além disso, a alimentação também é um ponto a ser levado em conta. Alguns alimentos, como abacaxi, chocolate e nozes, não são recomendados para quem apresenta essas lesões”, comenta. 

Problemas estomacais ou esofágicos também podem influenciar no surgimento das lesões. O especialista em saúde coletiva da Neodent afirma que essa pequena ferida está muito relacionada ao estresse intenso. “A gastrite nervosa é estimulada pelo estresse emocional. Por isso, pode haver uma relação entre esses dois fatores. Também, pessoas com refluxo gastroesofágico e dispepsia são propensas a terem aftas”, esclarece.  De acordo com Piscinini, a falta de alguns nutrientes pode aumentar o risco de pequenas lesões. “A carência de vitamina B12, vitamina C, zinco e ferro pode contribuir para que surjam as aftas. Há estudos também sobre a relação do aparecimento com vírus específicos, como é o caso das pesquisas que apontam para o coronavírus”, destaca. 


Alternativas

Outra condição que favorece as lesões é o aparelho ortodôntico. “Pessoas com aparelhos nos dentes, geralmente no início do uso do acessório bucal, podem sentir esse incômodo. Isso acontece por um microtrauma gerado pelo atrito do aparelho na mucosa da boca”, conta João Piscinini. “Uma alternativa para evitar esse tipo de problema seria o alinhador transparente, que não é fixo e pode ser removido para que o paciente possa comer e escovar os dentes sem complicações. E também não machucam, pois, diferente dos brackets convencionais, não têm superfícies cortantes nem metais, o que dá conforto e ainda traz um avanço estético para os alinhadores”, complementa. 

A afta costuma desaparecer após uma ou duas semanas. Porém, o especialista destaca que, caso o paciente sinta muita dor, há medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios que podem auxiliar. “Algumas pomadas específicas aliviam a dor. Outra dica é evitar alimentos muito temperados ou ácidos para diminuir a irritação no local. Mas, caso o paciente tenha afta com muita frequência ou que não desapareça após, no máximo, duas semanas, o indicado é procurar um profissional para avaliar a saúde bucal e sistêmica como um todo”, aponta o dentista. 

 


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