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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Advogado explica quais são as leis e órgãos que amparam os idosos

O Dr. Paulo Akiyama conta sobre os direitos assegurados para o bem estar na terceira idade e a alienação parental inversa


O passar dos anos não é nada fácil, ainda mais quando se olha para o nosso envelhecimento. Ao alcançar a terceira idade muitas pessoas sofrem ao se deparar com situações desagradáveis. Para isso, é importante lembrar que o Estatuto do Idoso visa, em primeiro lugar, regular os direitos assegurados de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.

Com esse ponto de partida, o advogado Paulo Akiyama explica que as pessoas que atingem esta idade não possuem muito conhecimento a respeito dos direitos e garantias que as amparam, seja por parte dessa classe ou mesmo de pessoas mais novas. “Tratamos de muitos casos que envolvem desrespeito, discriminação ou abandono de idosos, mas há outras circunstâncias que podem ser denunciadas. Atualmente constam 118 artigos no estatuto que abrangem os direitos fundamentais da terceira idade, entre eles estão saúde física, mental e social, direito a liberdade e dignidade”, ele relata.

Os artigos envolvem diversas seguranças e benefícios para pessoas de idade avançada, como a proteção contra todos os tipos de violência, garantindo a punição em casos de maus-tratos, negligência, discriminação, roubo ou abandono, além de assegurar o direito de ir e vir com gratuidade em transportes coletivos, atenção integral à saúde por meio do SUS e o sustento, quando necessário, através da previdência social, por meio do benefício denominado LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social). Outra vantagem é que eles também podem pleitear a redução do IPTU, caso tenha um único imóvel, em alguns municípios é concedido até 100% de desconto no imposto.

Algo que pode ocorrer com o avanço da idade é a alienação parental inversa. Esse problema que costuma ser associado a relacionamentos de pais e crianças, no entanto, também pode ocorrer de maneira inversa, talvez com mais frequência do que imaginamos. Os casos costumam envolver parentes que tentam afastar o idoso de outros familiares, em especial quando esse idoso possui renda e bens, já que isso pode ser benéfico para o alienador, que se aproveita desta situação em benefício próprio. Quantos de nós já não ouviram ou presenciaram situações como esta?

“Importante trazer ao conhecimento de todos que uma criança ou adolescente que sofre alienação tem uma vida toda pela frente, sendo certo que influenciará na sua formação, mas possui muitos anos para se refazer, buscando auxílio profissional para superar seus traumas psicológicos. Já o idoso está vivendo os seus últimos anos, caminhando na sua grande maioria par o fim da vida, passando a viver estes poucos anos que lhe resta em estado depressivo, alienado, afastado de todos os seus. Muitos aceleram o final da vida devido a angustia e ansiedade que vivem em razão de sua alienação”, Dr. Akiyama destaca.

O advogado também comenta sobre a denúncia e processo de alienação pois normalmente o idoso desconhece que está sendo alienado. Nesse caso, quem deve buscar guarida do poder judiciário é aquele que está sendo afastado injustamente e estar sendo privado da relação familiar , também o idoso pode sentir que não é querido pelos parentes, vindo a acreditar em inúmeras mentiras que aqueles que o rodea incuti na mente do mesmo.  Uma lavagem cerebral de um ser humano que esta no final da vida.

“Quem detecta ou suspeita de abandono ou maus tratos deve procurar o Ministério Público e realizar uma denúncia, além de informar a assistência social local com relação ao abandono”, ele finaliza.

 


Paulo Eduardo Akiyama - formado em economia e em direito desde 1984. É palestrante, autor de artigos, sócio do escritório Akiyama Advogados Associados e atua com ênfase no direito empresarial e direito de família. Para mais informações acesse http://www.akiyamaadvogadosemsaopaulo.com.br/ E-mail akyama@akiyama.adv.br


Como ficam o 13º salário e as férias em 2020?

 Divulgação

Trabalhadores precisam ficar atentos para receber o 13º salário, as férias e seus direitos garantidos por lei


 

Quem teve suspensão de contrato ou redução proporcional de jornada e de salário por conta da pandemia terá que refazer os cálculos


 

A chegada do 13º salário costuma ser um alívio financeiro para milhões de brasileiros. Seja para pagar as contas, arrumar a casa ou fazer planejamentos das férias, os trabalhadores que têm carteira assinada aguardam ansiosamente os últimos meses do ano.

 

Mas com todas as mudanças ocorridas em 2020, como fica essa bonificação e o período de descanso? O que acontece com quem teve suspensão de contrato ou redução proporcional de jornada e salário?

 

Mudanças na lei

Em abril, o governo adotou a Medida Provisória nº 936 que permitiu a suspensão de contratos trabalhistas, além da redução de jornada e salários dos trabalhadores, durante a pandemia de Coronavírus. Em julho, a medida provisória virou lei – a 14.020/20 – e, no final, os prazos de redução e suspensão foram ampliados até dia 31 de dezembro.

 

“O Governo foi omisso neste sentido e não pensou que o período da pandemia se estendesse por tanto tempo. Por isso, não há uma resposta concreta sobre os temas. É preciso muito cuidado antes de assinar quaisquer documentos”, explica o advogado trabalhista e professor de pós-graduação, Arno Bach.


 

Redução de jornada e salários

A legislação trabalhista diz que o 13º salário é calculado com base na quantidade de meses trabalhados e pelo valor base do salário de dezembro.

 

Para cada mês de trabalho, a empresa deve pagar ao funcionário 1/12 do valor da remuneração  do último mês do ano – sendo assim, os meses que não foram trabalhados não entram nesse cálculo. 


 

Confira exemplos na tabela abaixo: 

Valor do salário em R$

Salário dividido por 12

Meses de contrato suspenso

Meses trabalhados

Conta

Total do 13° em R$

2.000,00

166,66

2

10

166,66÷12x10

1666,60

2.000,00

166,66

3

9

166,66÷12x9

1499,94

2.000,00

166,66

6

6

166,66÷12x6

1.000,00

 

A redução de jornada e salário não compromete o tempo de contagem para as férias. Mas se o funcionário ficou afastado por quatro meses, esse período não será contado. Ele só poderá sair de folga quando completar 12 meses de atividades, com exceção das férias coletivas.


 

Contrato suspenso


Para quem teve contrato de trabalho suspenso, o período em que o funcionário ficou fora é desconsiderado como tempo de apuração para o décimo terceiro salário.

 

A lei do 13º estabelece que quem trabalhou pelo menos 15 dias de um mês já tem direito ao benefício referente àquele período. “Porém, cada caso precisa ser analisado a partir de alguns fatores – como o período de suspensão do contrato e o número de dias trabalhados em cada mês”, orienta Bach.

 

Se o contrato ficou suspenso entre 16 de abril e a primeira quinzena de outubro, por exemplo, o trabalhador ainda terá direito ao valor referente aos dois meses – já que terá trabalhado ao menos 15 dias em cada.

 

Com as mudanças nas regras trabalhistas, o funcionário deve ficar atento aos cálculos na hora de receber seu 13º, pois a suspensão do contrato impacta no valor do benefício extra a ser recebido. Se o contrato permanecer suspenso em dezembro, paga-se proporcional ao que foi trabalhado durante o ano, respeitando o prazo comum.


 

13º salário para quem não teve alteração no contrato


Para os trabalhadores que continuaram exercendo suas funções nos mesmos moldes antes e durante a pandemia, o cálculo do décimo terceiro segue como sempre foi.

 

Da mesma forma, aqueles que utilizaram a antecipação de férias nos termos da MP 927/2020, nada poderão fazer contra os seus colaboradores no sentido de reduzir a remuneração futura ou qualquer tipo de compensação.


 

Ações na Justiça


De acordo com o site www.datalawyer.com.br o Brasil teve 1.809.003 ações na Justiça do Trabalho em 2019. Em 2020 já são 1.248.612.

 

Em todo estado do Paraná foram 110.227 ações na Justiça do Trabalho em 2019, contra 75.167 neste ano. Somente em Curitiba, foram 28.152 processos na Justiça do Trabalho em 2019, contra 19.437 em 2020.

 

“Mais de 70% das ações envolvem pedidos de férias e 13º salário pagos de forma irregular. Precisamos agir com cautela para que os números de ações não aumentem, pois isso prejudica empresas, trabalhadores e a economia de um modo geral”, finaliza Arno Bach.

 

Mais de 8 milhões de trabalhadores devem receber 13º salário reduzido; especialista dá dicas para ajustar o orçamento



Pixabay
Economista João Gondim Neto também alerta que situação pode se repetir em 2021 em razão da possibilidade de uma segunda onda da pandemia e dá dicas de como se ajustar as contas desde já para não depender dessa receita extra no final do ano


O final do ano chegou e, com ele, muitos trabalhadores já esperam pelo 13º para preparar as compras de final de ano, quitar contas atrasadas e fazer novos investimentos já pensando em 2021. De acordo com cálculos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o benefício pago a trabalhadores com carteira assinada e a aposentados e pensionistas do INSS deve injetar R$ 208 bilhões na economia neste ano marcado pela crise provocada pelo novo coronavírus. Mas o valor é 5,4% menor do montante pago em 2019. 

O economista e planejador financeiro pessoal, João Gondim Neto, explica que a queda do valor é reflexo das mudanças provocadas pela Medida Provisória 936, que permitiu a suspensão de contrato como medida para manter as vagas de emprego. Segundo o Ministério da Economia, cerca de 9,7 milhões participaram dos acordos previstos na Medida Provisória, sendo que 8,3 milhões tiveram o contrato suspenso em algum período entre abril e outubro. 

“O 13º será reduzido para muitos trabalhadores, neste ano, porque ele é calculado com base nos meses em que o trabalhador prestou serviço por mais de 15 dias e, como houve suspensão do contrato de trabalho, a expectativa é de que os meses em que o colaborador não trabalhou não sejam contabilizados e, consequentemente, vai impactar o valor a ser recebido”, destaca o planejador financeiro pessoal.

João explica que aqueles que tiveram o contrato de trabalho suspenso por algum período terão que fazer adequações significativas e se prevenir para não ser surpreendido com novas reduções. No próximo ano, é possível que esse ganho extra volte a sofrer impactos caso aconteça uma segunda onda da Covid-19 que exija novamente o isolamento social.

“A Europa passa por uma segunda onda e alguns países enfrentam por uma nova fase de lockdown. Com a eleição do Joe Biden nos Estados Unidos, há uma tendência de que o novo presidente também tome medidas mais restritivas e que podem ser seguidas no Brasil, já que é esperada uma nova onda no próximo ano”, explica Gondim, que é sócio da Real Cultura Financeira, empresa de planejamento e educação financeira. 


Dicas

A dica do economista, que também é planejador financeiro pessoal e ajuda pessoas a organizarem seu orçamento doméstico para conseguir realizar seus projetos, é mudar o hábito de contar com o 13º salário para pagar dívidas. “Na verdade, essa já é uma orientação que damos aos nossos assessorados. A ideia é que essa renda extra passe a ser uma receita para uso futuro, e não para pagar gastos do passado”, afirma. Se neste ano não é possível fazer uma total adequação, ele sugere algumas medidas para começar já a organizar as finanças. Confira:

Você realmente precisa? - Avalie a real necessidade de comprar aquela roupa, sapato para si como presente de natal. O apelo para o consumo nesse época é alto e é comum cair no erro de fazer compras desnecessárias. 

Presentes - Mais importante do que o valor financeiro de um presente é a demonstração do afeto que você tem pelo outro, e isso pode ser externado de várias outras formas. Já pensou em escrever uma carta ou fazer, você mesmo, um presente artesanal? 

Evite parcelamentos -  Assim, o seu ganho futuro já não será comprometido com gastos do passado. Além do mais, quem compra à vista sempre tem mais condições de negociar um bom desconto.

Poupe para comprar à vista - mesmo com a taxa de juros baixa, há opções de investimentos que podem fazer o seu dinheiro render enquanto junta o montante necessário para comprar o presente dos sonhos, inclusive no próximo natal.

Poupe para as despesas anuais - ao invés de contar com o 13º salário para pagar o IPTU, o IPVA ou o material escolar dos filhos, calcule esse gasto anual e divida por 12 e poupe esse montante a cada mês. “Muitas pessoas tentam pagar os gastos eventuais, como o seguro do carro e o IPTU, com a receita eventual, como o 13º e as férias. O ideal seria encaixar o orçamento considerando as despesas eventuais dentro do orçamento mensal”, detalha Gondim.

Já se prepare para o início do ano - a dica acima já pode ser feita no começo do próximo ano. “Se uma pessoa, por exemplo, ganha R$ 6 mil por mês e o somatório dos gastos eventuais totalizam R$ 6 mil por ano, isso corresponde a um gasto mensal de R$ 500 por mês. Ela deve economizar esse valor mensalmente e, dessa forma, quando chegar ao final do ano, ela terá a integralidade do 13º salário, independentemente do valor, para gastar com coisas que trará prazer, como uma viagem”, aconselha.

Empréstimo em último caso - se a redução do 13º foi muito brusca e a pessoa realmente precisa do dinheiro para atender a muitas demandas importantes, é possível considerar um empréstimo para quitar as contas primordiais. “Alongue o prazo ao máximo possível para evitar um comprometimento muito grande do orçamento nos próximos meses, o que levaria ao temido cheque especial, que dá um verdadeiro efeito de bola de neve. Quando receber a próxima receita eventual, quite o financiamento”, orienta o planejador financeiro pessoal.

Crie uma reserva de liquidez - separe uma quantia de, no mínimo, dois meses dos seus gastos e deixe esse valor na poupança ou em um CDI [Certificado de Depósito Interbancário]. O objetivo desse dinheiro é proteger o orçamento para quando as despesas aumentarem ou as receitas diminuírem e evitar que a conta entre no vermelho.

Sobre o 13º Salário

O cálculo do benefício é baseado na divisão do salário por 12 meses e multiplicado pela quantidade de meses em que o trabalhador prestou o serviço por mais de 15 dias. A primeira parcela do benefício deve ser paga entre o dia 1º de fevereiro e 30 de novembro e o restante deve ser repassado para o trabalhador até o dia 20 de dezembro. As empresas que não cumprem essas datas são multadas por atraso. 


quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Como organizar o guarda-roupas de forma eficiente

A primeira dica para facilitar a organização do guarda-roupas é desapegar! Se você tem peças que não usa mais, passar para frente faz muito bem.

Feito isso, separe os tipos de roupas de acordo com o espaço e guarde-as corretamente. Para te dar uma mãozinha, confira as dicas da Patrícia Stuginski, técnica de Operações da Maria Brasileira, rede de franquias de cuidados e limpeza residenciais e corporativas: 

Roupas sociais - tendem a amassar mais. Prefira pendurá-las, com alguma divisória que as proteja e as separe das demais.

Calças casuais - as jeans podem ser dobradas e guardadas na gaveta. Já aquelas de tecidos mais finos devem ser penduradas.

Casacos - precisam ser sempre pendurados e abotoados. Quando a estação fria acabar, use sacos a vácuo para guardá-los no armário.

Roupas casuais - se amassa com facilidade, é melhor pendurar. As demais, como camisetas e vestidos, podem ser dobradas e guardadas na gaveta, ocupando menos espaço.

Peças brancas - Nunca as guarde em lugares que possam manchar, como próximo da parede do móvel ou de outras roupas coloridas.

Roupas íntimas - Separe gavetas para roupas íntimas e de banho. Em outra, organize as meias.

Roupas especiais - Sabe aquele vestido de madrinha ou de formatura? Coloque-os sempre em plásticos com zíper, para protegê-las e mantê-las em bom estado.

“A organização do seu guarda-roupa não é nenhum bicho de sete cabeças. Pegue um dia para se dedicar a essa tarefa e a mantenha. Isso facilitará muito na sua rotina”, diz Patrícia.

 

 

Prepara-se para as festas de final de ano agora!


Confraternizações virtuais, pequenas festa e ceias e com todos esses eventos sempre a mesma questão: "Como manter a forma nesse período?”


Em primeiro lugar devemos lembrar que esses eventos são pontuais e que se tentarmos fazer o mínimo de boas escolhas, como, por exemplo, comermos com moderação e mantermos a atividade física e o plano alimentar correto no dia a dia, provavelmente não teremos as consequências dessas escapadas. 

O maior problema é o pensamento do “já que…”: já que eu saí da dieta ontem, vou comer de tudo hoje. Já que eu não terei como fazer dieta amanhã, vou ficar essa semana livre, etc. Nada disso! Você fura em uma refeição e equilibra na outra e assim é viver em um estilo de vida saudável. Combinado? 

Também tem o panetone/rabanada que começa no dia 25 de dezembro e vai até Carnaval.

O que eu quero dizer é que não precisamos deixar de comer e se divertir nas comemorações do final do ano, mas faça desses eventos momentos pontuais que não terão muito significado (adverso para o seu corpo/saúde) perante um dia a dia de alimentação equilibrada, comedida e ativa. Vamos começar agora a nos preparar para as festas? 

Inclua chás gelados ou frio 3 vezes ao dia 

 

Receita para ajudar na gordura corporal

1 xícara de chá-verde 

1 xícara de chá de alecrim

Ferva tudo com a casca da laranja.

Essa combinação ajuda na quebra da gordura.

Tome 3 vezes ao dia até o Natal.

 

Faça refeições mais proteicas durante o dia para aproveitar melhor os compromissos de festas.

Ex: tome café proteico ex: ovos com queijo. 

Almoce salda verde + carne e legumes. 

Jantar aproveite a festa. 

 

Inclua nos dias as atividades físicas 

Atividade vai ajudar na queima das calorias ingeridas. 

Ex: faça caminhadas, use app em casa para exercício, passear com cachorro.

Sair da inércia já vai ajudar manter a forma para as festas

 

Tome bebida alcoólica com moderação.

Infelizmente a bebida alcoólica interfere muito no nosso ganho de peso, devido o álcool ser muito inflamatório para nosso corpo.

Dica: 

  1. Tente escolher bebidas sem álcool;
  2. Diminuía o consumo de bebidas açucaradas ex: caipirinha, energéticos;
  3. Inclua sempre água com a sua bebida, assim absorção do álcool será bem menor;
  4. Escolha bebidas menos calóricas;

Champanhe ou vinhos são ótimos para fazer o brinde e aproveitar.

Então, atenção: inclua essas dicas no seu dia a dia e, assim poderá curtir as festas de final de ano sem problemas. Me marque nas redes e me fale o que achou delas. 

 

 


Nathy Loyola 

Loyola Concept — Nutrição e Saúde

www.loyolaconcept.com.br

 

Quais cores usar no verão? A consultora de estilo e imagem responde


Érica Cunha Alvarenga comenta sobre qual cor adotar em seu look

 

O verão chegando e todo mundo já começa a tirar do armário ou comprar as roupas com cores mais quentes.  Mas será que o vermelho, o laranja e o amarelo são mesmo a cara da estação?

A consultora de estilo e imagem Érica Cunha Alvarenga diz que as melhores cores para usar, e isso vale em qualquer estação do ano, são aquelas que nos caem bem, ou seja as de nossa cartela. 

"Nem sempre as cores do Verão estão nessa cartela, até porque a cartela de Verão é uma cartela de cores frias, o que é isso? Uma cartela, que tem tons de pigmentação azul na composição de todas as cores, tornando a cartela de cores mais frias, isso ocorre também com as cartelas de Inverno tem tons frios, porém as cores são mais fortes que a de Verão. Já as cores quentes com predominância de amarelo em seus tons, estão nas cartelas de Primavera e Outono. Cada uma com sua tonalidade diferente", pontua. 


Érica explica a importância de usar essa definição no dia a dia. 

"O mais importante de entender todo esse conceito é você não ficar vitima de cores ou de peças que, por algumas vezes, possam não te favorecer. Afinal quem não gosta de ter autonomia para tomar suas decisões, poder escolher o que te favorece. Dentre tantas cores lindas, as cartelas possuem 60 cores, tonalidades que combinam com sua pele, e o mais importante elas combinam entre si, o que faz você ter um guarda-roupa harmônico e cheio de possibilidades, pois você pode combinar todas essas cores inclusive com tons neutros da sua cartela. Sempre digo para as minhas clientes: se você pode se vestir de você, por que ficar colocando peças e cores que as vezes não se combinam?", reflete. 

A especialista conta que escuta das suas clientes e vê, diariamente, as pessoas com dificuldade em combinar as cores. 

"Comprar sempre mais do mesmo e deixar o guarda-roupa sem praticidade nenhuma.O que acho mais complicado, sem sua identidade, já que muitas vezes acabamos por nos influenciar por roupas e cores que não nos favorecem e na hora de combinar não sabemos o que fazer".

 

Um guarda-roupa colorido pode não fazer parte do nosso estilo

"Nem tudo são cores. Algumas vezes, realmente, um guarda-roupa colorido não faz parte dos nossos estilos. Os looks são parte de quem somos e nos guia ainda mais para encontrar nossa identidade", afirma Érica, que fala também que autoconhecimento é a chave de tudo:

"Sempre digo isso. Nos possibilita ter mais autonomia, nos empodera  e nos faz cada vez mais ter tranquilidade de escolher o que é melhor para nós de acordo com quem somos"

Ela fala que saber de tudo isso dá mais autoconfiança para escolhermos as cores da Primavera, Verão, Outono e Inverno. 

"Nos liberta de padrões, de certo e errado e de guarda-roupas formatados. O que importa é você estar representado pela maneira que se veste, e ter liberdade de expressar a imagem que você desejar transmitir, mas que isso venha principalmente de dentro pra fora, expressar quem somos", finaliza. 

 



https://instagram.com/lieeconsultoria?igshid=13vmhouyy3idr

 

Precisamos pensar em saúde mental para além da pandemia

Vai-se o tempo e nós continuamos no medo, na expectativa, nos lutos. Tempo que corre, tempo que passa, tempo que vai e tempo que leva alguém. O tempo não para e não vê o rastro de dor e angústia que essa de forma inusitada esse vírus deixou.  

Se ainda não encontramos vacina para o vírus ainda podemos enfrentar as consequências emocionais dele. Combater  a ansiedade após esse período de isolamento, perceber um estado depressivo, e não se deixar levar por pensamentos auto destrutivos, ou não se entregar ao uso abusivo do álcool  e outras drogas são medidas importantes a serem tomadas. Como também evitar o abuso de medicações. Todos esses cuidados são importantes caso queira sair razoavelmente bem dessa. 

Bem antes de a covid-19 ser oficialmente declarada uma pandemia mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS), já havia previsto que a depressão seria a doença mais incapacitante do mundo até o fim deste ano. A pandemia mostrou que esse grave problema, que provavelmente vinha adormecido, os transtornos mentais, é muito maior do que esperávamos. E também é uma doença e como tal de e ser prevenida, entendida e tratada.  

Em um levantamento realizado em maio pelo Instituto Bem do Estar e pela NOZ Pesquisa e Inteligência com mais de 1.500 pessoas em todo o Brasil mostrou que 53% estão tendo alterações de humor durante o isolamento, sendo que as impressões mais citadas foram medo acima do normal (71%), preocupação (70%), desânimo (56%) e sensação de que algo muito ruim pode acontecer (51%). Em junho, as buscas por termos ligados a saúde mental no Google atingiram um recorde: aumentaram 61% em relação ao mesmo mês do ano passado, e 70% em comparação com fevereiro deste ano, logo antes de as práticas de distanciamento social serem adotadas no Brasil. Procuras por “saúde mental na quarentena” e “exaustão mental” cresceram 150%, ainda de acordo com a plataforma.

"O Isolamento social, o medo de ficar doente, o luto pela perda de amigos e parentes, mudanças na rotina doméstica e profissional, desemprego, preocupações financeiras, excesso de informação e um horizonte de incertezas tiraram a tranquilidade de muitas pessoas, desencadeando ou agravando quadros de estresse crônico, transtornos de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e burnout", explica Ana Café, psicóloga do Rio de Janeiro. "Isso sem falar em queixas de insônia, sedentarismo, alimentação desregrada, tabagismo e abuso de álcool, drogas e medicamentos, que também se refletem negativamente no bem-estar geral. Quando o foco vai para as mulheres, é possível ver que muitas enfrentam, ainda, o peso da jornada tripla de trabalho e, em muitos casos situações de violência doméstica decorrente do estresse emocional e/ou do abuso do álcool destaca. 

Entre as principais queixas, a que mais tem preocupado especialistas é o abuso de álcool e drogas. Segundo uma pesquisa realizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) cerveja e vinho foram as bebidas mais consumidas na pandemia na região denominada Cone Sul, onde está inserido o Brasil. O país já registrava o maior índice de uso de álcool em 2019, e só no período de março a junho de 2020, seus níveis quase alcançaram os percentuais de todo o ano anterior. A pesquisa revelou ainda que o chamado beber pesado episódico, ou seja, ingerir 60g de álcool ou mais, também aumentou no mesmo período. 

"Esses dados são um sinal de alerta para o excesso de ingestão de substâncias química potentes, cujos efeitos adversos acometem todo o organismo, incluindo o cérebro, os ossos e o coração, e se caracteriza pela sua ingestão constante, descontrolada e progressiva, finaliza Ana Café que utiliza o programa de 12 passos como metodologia de tratamento".



 

Ana Café - Psicóloga Clínica. Especializada na Prevenção e Tratamento da Dependência Química, Especializada em Saúde Mental da Infância e Adolescência e fundadora do Núcleo Integrado. O Núcleo Integrado é um centro de tratamento e prevenção dos transtornos do impulso, que compreende o problema do uso/abuso e dependência de drogas como uma doença, a partir de um modelo de abordagem e tratamento em que a meta principal é a redução da demanda por drogas, seja pelo usuário, abusador ou dependente químico.

 

Projeto investiga a existência do fenômeno "Epidemia da Solidão" no Brasil

A pesquisa, que teve uma fase qualitativa e uma quantitativa, mapeou a solidão no país antes e durante a pandemia apontou, a partir de entrevistas com milhares de pessoas das 5 regiões do país, que temos um quadro semelhante ao que, em outros países, foi cha-mado de Epidemia da Solidão. A população jovem é o epicentro desta epidemia


Um grupo de estudos coordenado pelo escritor, consultor e palestrante em desenvolvimento socioambiental, Celso Grecco, acaba de lançar o Projeto Solidão, cujo objetivo é identificar em que grau a solidão vem afetando os brasileiros. Para isso foi realizada uma pesquisa de mercado com milhares de pessoas, em todo o país, a fim de reconhecer o problema; entender sua relevância e impacto na sociedade e na saúde pública; e desenvolver ações que despertem para a importância do tema, gerando debates que resultem em propostas efetivas com o intuito de enfrentar a questão.

O Projeto Solidão está intrinsecamente relacionado ao livro "A Decisão De Que O Mundo Precisa", escrito por Grecco. O coordenador do grupo de estudos lembra que ao pesquisar temas a fim de fundamentar a tese proposta em seu livro, - de que vivemos em mundo pouco solidário, onde o culto ao individualismo gera transtornos individuais e sociais - deparou-se com o conceito de "Epidemia da Solidão", uma espécie de isolamento social pré-pandemia a que as pessoas vinham se submetendo.

O conceito refere-se a uma série de pesquisas e estudos feitos em diversos países, apontando a solidão como consequência de um mundo cada vez mais acelerado e gerador de angústia e infelicidade. Ao se deparar com a "Epidemia da Solidão", Grecco acreditou se tratar de um problema que assolava também os brasileiros, mas a falta de estudos a respeito dificultava a confirmação. Para preencher essa lacuna, surgiu o Projeto Solidão. "A motivação da pesquisa foi aprofundar uma pista que começa a nos dar muitas explicações interessantes sobre o comportamento e sentimentos dos brasileiros", explica.


Os setes espectros da solidão

A primeira fase do projeto, qualitativa, consistiu em uma série de entrevistas com especialistas como psicólogos, psiquiatras e neurologistas, entre outros profissionais da saúde mental, além de pesquisa de dados secundários. Posteriormente foram feitas 60 entrevistas individuais com pessoas com idade entre 16 e 75 anos na cidade de São Paulo, moradoras de diferentes regiões e de distintas classes sociais.

Nesta etapa, o estudo identificou sete principais razões (as mais citadas) que trazem um estado de solidão, diferente de depressão, chamadas no projeto de espectros. São eles: ansiedade de performar; irrelevância; inadequação; abandono; redes sociais; tempo e espaço; e insegurança.

A ansiedade de performar está fortemente relacionada à autossuficiência como valor e à independência como sinônimo de liberdade. Nesse sentido, qualquer tipo de ajuda é considerada fraqueza. Durante a pesquisa, o grupo de estudos colheu depoimentos de um número expressivo de pessoas que afirmaram cobrar-se excessivamente para realizar objetivos e projetos pessoais.

A irrelevância é associada a um sentimento de invisibilidade e descartabilidade. "Pelos depoimentos colhidos, percebe-se que as pessoas se sentem frustradas por não se sentirem importantes, e diante da competitividade do mundo atual, não conseguirem deixar sua marca, sentindo-se frequentemente menos preparadas do que seus pares", constata o grupo de estudos responsável pelo Projeto Solidão.

A inadequação tem suas raízes no sentimento de não pertencimento a nenhum grupo determinado. Conforme as informações coletadas nas entrevistas, trata-se de um espectro fortemente ligado às minorias. "Se na esfera coletiva, fala-se tanto de pluralidade e diversidade, em âmbito pessoal constata-se que as pessoas ainda encontram dificuldades na afirmação de suas singularidades", afirma o grupo de estudos.

Sobre o abandono, entende-se que a demanda está relacionada, primeiramente, à ausência da presença calorosa. Isso é sentido mais fortemente pelos idosos, que se veem como um peso para a família. Em um segundo momento, depreende-se uma relação entre pais e filhos atravessada pela tecnologia. "É o que denominamos 'lar, tecno lar', em que cada membro da família tem seus olhos voltados apenas para a tela de seus equipamentos eletrônicos, o que precariza o cuidado parental”, explica o grupo de estudos.

As redes sociais por sua vez apresentam um caráter ambíguo, sendo compreendidas pelos entrevistados como fonte de sofrimento e de alívio. "Trata-se tanto de um lugar para se comparar e sofrer como de um lugar de procura e encontro", afirma o grupo de estudos.

Já o espectro tempo e espaço aparece vinculado à imposição do imediatismo, que imprime essa nova relação com o tempo. Conforme o estudo, os entrevistados sentem uma exigência constante por se atualizarem, a fim de acompanhar o ritmo imposto pelo mundo digital. Desse modo, encontram-se sempre em estado de alerta, pois necessitam estar prontos para dar respostas rápidas aos desafios impostos pela atualidade.

Por fim, a insegurança, que é impulsionada pelas ameaças de se viver em grandes centros urbanos. Os entrevistados constantemente relataram medo da violência (assaltos, agressões no trânsito etc.) e da vulnerabilidade institucional, ou seja, estarem desamparados no que diz respeito à saúde, à educação, ao emprego etc.


Segunda etapa - Pesquisa quantitativa

Com o tema mapeado e as principais razões da solidão identificadas, o grupo de estudos partiu para a pesquisa quantitativa, com o intuito de entender como a população brasileira era afetada por cada espectro. Para isso, entrevistaram, entre 6 de fevereiro e 12 de fevereiro deste ano, 2010 pessoas – com 18 anos ou mais - em todas as regiões do país.

A pesquisa levou em conta as seguintes variáveis: gênero, idade, estado civil, filhos, grau de escolaridade, região do país e classe social.

Os dados mais relevantes levantados pela pesquisa quantitativa apontaram a população jovem, na faixa etária dos 18 aos 34 anos, no epicentro dos espectros, notadamente no referente à ansiedade de performar. Quando os entrevistados foram questionados se costumavam se cobrar demais para realizar objetivos e projetos pessoais, a maior parte (43,5%) respondeu que sempre fazia isso e outros 35% responderam que às vezes. Somente 8,3% das pessoas que participaram do levantamento afirmaram nunca ter se pressionado por resultados. "A ansiedade de performar é o item que foi reconhecido como causador de maior angústia e, assim, mostra-se como a raiz dos demais espectros", diz o grupo de estudos.

Outro ponto importante da pesquisa quantitativa está relacionado ao espectro inadequação, destaque entre os mais jovens e menos escolarizados. Ao serem perguntados se sentiam que ninguém os entendia, 50,8% dos jovens disseram que “às vezes”, assim como 50,9% daqueles que estudaram até o 4º ano do ensino fundamental. "Com essas respostas, inferimos que a educação é importante instrumento de integração social, condição para participar das oportunidades da vida e a falta dela está ligada ao sentimento de invisibilidade social", afirma o grupo de estudos.

O espectro abandono também foi sentido com mais ênfase entre os entrevistados mais jovens. A porcentagem de respostas afirmativas em relação à pergunta "Você sente falta de companhia?", tendeu a ser maior entre os entrevistados de 18 anos a 24 anos e entre 25 anos e de 34 anos.  Na primeira faixa, mais de 60% disseram que às vezes se sentiam solitários. Na segunda faixa, mais de 50% declararam isso.

No quesito redes sociais, questionados se sentiam que suas vidas seguiam no modo automático, sem desafios ou objetivos, cerca de 50% dos entrevistados da classe C, D e E responderam "às vezes" ou "sempre. Entre os pesquisados da classe A, apenas 29% reagiram da mesma forma. Conforme o grupo de estudos, estes resultados parecem refletir um certo desalento que vem se formando nas classes com menos poder aquisitivo em decorrência da série de dificuldades enfrentadas no país.

Por fim, o espectro insegurança, cuja preocupação também encontrou eco mais forte entre os representantes das classes sociais menos abastadas. À pergunta "você se sente frequentemente inseguro na região onde vive?", aproximadamente 55% dos entrevistados das classes D e E responderam que "às vezes" e "sempre". Entre as pessoas da classe A, esse número caiu para cerca de 43%. "Fica evidente que a preocupação relativa à segurança física é maior entre as classes de menor poder aquisitivo", diz o grupo de estudos.


Pareamento da pesquisa durante a pandemia – Ansiedade aflorada

Mas no meio do caminho havia uma pandemia. Entre finalizar a segunda fase da pesquisa e lançar o estudo, o primeiro caso de uma pessoa infectada com o Covid-19 surgiu no Brasil. Após este, vários outros. Hoje são milhões que se contaminaram e mais de uma centena de milhares que morreram por conta da doença. Uma das principais formas encontradas para controlar a disseminação do vírus foi o isolamento e o confinamento social. O Brasil seguiu em parte essa conduta. Uma boa parcela da população do país abruptamente se viu obrigada a não sair de casa, temendo ser contaminada pelo novo coronavírus. 

Esta nova realidade de muitos brasileiros instigou o grupo de estudos responsável pelo Projeto Solidão a ir a campo novamente – a partir da segunda quinzena de março - entrevistar  as pessoas questionadas na fase da pesquisa quantitativa, para saber se a pandemia e o consequente isolamento haviam transformado drasticamente o modo como elas enxergavam a solidão. Grecco enfatiza que nessa etapa executou-se um pareamento - técnica que consiste em repetir os questionários para uma parcela dos entrevistados anteriormente - com a pesquisa anterior.

Ao todo, o grupo de estudo coletou 600 respostas e registrou pequenas diferenças entre o estado de espírito pré e pós-pandemia de alguns dos entrevistados. Na etapa anterior, haviam sido investigadas 17 variáveis que poderiam influenciar o fenômeno da solidão entre os brasileiros. Nela, 34,1% das pessoas afirmaram “às vezes” sentir essas variáveis, 33% “nunca” haviam experimentado, 21,1% “raramente” e 11,8% responderam “sempre” vivenciá-las. No levantamento realizado durante a pandemia, o número de entrevistados que respondeu “nunca” ter sentido as variáveis caiu para 28,5%, e aqueles que disseram “raramente” experimentar as variáveis que caracterizam a solidão aumentaram para 24%. O grupo constatou a migração de uma parcela à outra.

Essa fase do projeto ainda questionou os entrevistados sobre sentimentos relacionados ao estado de espírito durante o período de isolamento social. O objetivo foi saber qual o sentimento mais presente durante a pandemia. A ansiedade foi o item mais citado, por 54% da amostra, seguido por insegurança, medo e impotência, lembrados, respectivamente, por 47,3%, 36% e 27% dos entrevistados. “A solidão, que era o escopo principal desse projeto, aparece espontaneamente em 19,1% da amostra pesquisada”, afirma o grupo de estudos. Preocupação, tristeza e tédio também foram sentimentos que afloraram em decorrência do isolamento, segundo os respondentes.

Especificamente sobre a solidão um dado interessante. De acordo com o estudo, 42,3% dos entrevistados afirmaram sentir-se sozinhos mesmo antes da pandemia de Covid-19 e, desse montante, 21% enfatizaram que o sentimento se agravou em razão do isolamento. Dos demais respondentes, (57,7%) que disseram não ter o costume de sentirem-se solitários, 19,6% declararam que este sentimento surgiu com as medidas que restringiram o convívio social. “Tal resultado demonstra que, apesar das variáveis previstas no espectro das questões investigadas nas diferentes fases do projeto, o sentimento de solidão está presente em 40,6% da amostra”, afirma o grupo de estudos.


Brasil pós-pandemia

Muito antes da pandemia da Covid-19, a epidemia da solidão já era uma realidade. Em uma sociedade que louva a independência, o egoísmo e a competitividade e despreza a empatia e a solidariedade, a angústia, a tristeza e a infelicidade viram normas. 

De acordo com Grecco, ao mesmo tempo que o novo coronavírus intensificou nossos medos e angústias, despertou a preocupação pelos outros e um sentimento de comunidade há tempos adormecida. "A solidariedade passou a ser entendida como a tábua de salvação das nossas sociedades", diz.

Segundo o escritor, consultor e palestrante em desenvolvimento socioambiental, a presença da morte fez com que o brasileiro também descobrisse a empatia, que passou a ser exercitada em relação aos carteiros, entregadores dos aplicativos e todos aqueles que, em razão de suas atividades, propiciaram que grande parte da população permanecesse isolada. "Muitas pessoas que não tinham o hábito de praticar ações sociais começaram a confeccionar máscaras de proteção e distribuir alimentos, por exemplo. O que se arrecadou com doações nos primeiros dois meses de pandemia ficou muito acima do que se costuma angariar em um ano inteiro no país", afirma.

Grecco indaga, porém, se a onda solidária se tornará perene ou se se desmanchará assim que a curva de casos de Covid-19 achatar no Brasil. O escritor diz querer um "outro normal".  "Não era normal o que vivíamos enquanto sociedade antes da pandemia e agora temos uma chance de mudarmos. É a vida dizendo para que nossos valores sejam ressignificados. A curva dessa consciência e solidariedade é a única que não podemos deixar achatar", declara.

Grecco pondera que, por outro lado, a desconfiança pode se tornar a nova tônica social. "Quem conseguirá voltar à rotina antiga, desde tomar aviões até dar um simples aperto de mão? Por conta da postura das pessoas e dos governantes nessa pandemia, qual será o grau de confiança no outro e nas instituições?", indaga. Há uma grande chance de as pessoas terem seu instinto de sobrevivência aflorado, tornando-se ainda mais fechadas e distantes.

A outra opção, segundo o palestrante em desenvolvimento socioambiental, é entender que foi justamente esse modelo de vida, centrado na autossuficiência e no individualismo, o que provavelmente, nos levará à próxima pandemia. Talvez, mais letal.

 



Celso Grecco - Atuando há vinte anos como consultor e palestrante em desenvolvimento socioambiental, Celso Grecco é Fellow Ashoka, Sênior Fellow Synergos e coautor do livro "Financing the Future: Innovative Funding Mechanisms at Work" (Editora Terra Media, Berlim, 2007). Criador da primeira Bolsa de Valores Sociais (BVS) do mundo em 2003 para a então Bovespa (hoje B3) no Brasil, adotada como estudo de caso e recomendada para as demais Bolsas de Valores do mundo pela ONU. Em 2008, recebeu o prêmio Vision Awards em Berlim entregue pelo ganhador do Prêmio Nobel da Paz, o Professor Muhammad Yunus, e, em dezembro do mesmo ano, foi homenageado na ONU em Nova York. Citado no livro "Empreendedores sociais: o exemplo incomum das pessoas que estão transformando o mundo" (Editora Campus, 2009) teve também o perfil retratado nas revistas Newsweek (Estados Unidos) e Der Spiegel (Alemanha). Atuou como consultor de branding para o Charity Bank, primeiro banco sem fins lucrativos do mundo, com sede na Inglaterra. Em 2015, foi um dos finalistas, na China, do Prêmio Olga Alexeeva, outorgado pela Alliance Magazine da Inglaterra, que reconhece pessoas com contribuições relevantes ao setor social de países em desenvolvimento.

 

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