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terça-feira, 3 de novembro de 2020

Terapia multidisciplinar pode aumentar a expectativa de vida de pacientes com Parkinson

Novos tratamentos podem proporcionar sobrevida de 15 a 20 anos


Dificuldade e lentidão nos movimentos do corpo, rigidez muscular, tremor e dificuldade para andar. Esses são os sintomas de uma doença bastante temida pela terceira idade: o Mal de Parkinson. Trata-se de uma doença degenerativa, crônica, que acomete o sistema nervoso central, causada pela diminuição da produção da dopamina, um neurotransmissor importantíssimo para a execução de diversas funções cerebrais como o controle dos movimentos, em uma região do cérebro chamada substância negra – responsável pela sua produção no sistema cerebral de controle motor. Essa condição é consequência da morte contínua dos neurônios dessa região do cérebro. Com o avanço, pode acometer outros sistemas cerebrais.

De acordo com o assessor médico da FQM (Farmoquímica) e neurologista, Dr. Willians Lorenzatto, o surgimento e avanço dos sintomas são progressivos. “Com o tempo, além dos sintomas iniciais relatados, ocorre alteração da deglutição, dificuldade de mobilidade (pessoa pode ficar acamada), alteração da fala, quedas frequentes. Pode desenvolver depressão e alterações psiquiátricas também”, esclarece.

Idade avançada e histórico familiar são os principais fatores para o surgimento da doença. Mas, a exposição a agrotóxicos, vida rural e traumas cranianos repetitivos também contribuem para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Entretanto, o especialista alerta que outras causas podem levar ao desenvolvimento dos sintomas. “As Síndromes Parkinsonianas são doenças que têm as mesmas características da doença de Parkinson. Mas, são decorrentes de outras causas, como medicamentos, acidente vascular cerebral (AVC) e outros. Algumas delas têm tratamento e reversão, diferentemente da doença de Parkinson”, explica Dr. Lorenzatto.

Apesar de não haver cura, o Parkinson tem tratamento. O acompanhamento médico reduz os sintomas e melhora a qualidade e expectativa de vida do acometido. “As pessoas com doença de Parkinson geralmente morrem por pneumonia, escaras, infecções e não diretamente pela doença. Com o advento de novos tratamentos, a expectativa de vida aumentou. Hoje em dia temos pacientes com sobrevida de 15 a 20 anos em comparação a sete anos de antigamente”, diz.

O tratamento do paciente com a doença é multidisciplinar e inclui sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e acompanhamento nutricional. Em alguns casos, a intervenção cirúrgica é necessária. Mas, é importante ressaltar que cada paciente tem evolução e necessidades diferentes.

Dr. Lorenzatto ainda orienta que pacientes com doença de Parkinson devem adotar mudanças nos hábitos de vida, como uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos. Esses hábitos são extremamente importantes para a melhora do quadro.


Novembro Azul: depressão após o diagnóstico do câncer de próstata

O diagnóstico do câncer de próstata pode provocar um sofrimento psíquico significativo nos homens. O medo da morte e da dor, assim como a preocupação com a sexualidade e com possíveis alterações no funcionamento familiar, interferem sensivelmente no modo de pensar do paciente e alteram sua maneira de enxergar a vida. Estes sentimentos podem ser gatilhos para a aparição de episódios de transtornos de humor ou, até mesmo, para o desenvolvimento da ideação suicida.

O câncer de próstata é o tumor mais frequente entre homens com mais de 50 anos. No Brasil, ele é o segundo tipo de câncer mais comum entre pessoas do sexo masculino, sendo responsável por 10% de todas as mortes causadas pela doença, atrás somente do câncer de pele não melanoma. Durante o 1º ano de diagnóstico do tumor, os pacientes apresentam taxa de incidência 77% maior de transtornos de humor quando comparada à população saudável. Esse risco persiste em até 47% dos enfermos mesmo após 1 ano de acompanhamento da doença.

Saber lidar e tratar corretamente os quadros de transtorno de humor pode melhorar significativamente o desfecho dos pacientes, resultando em mais qualidade de vida e maior adesão ao tratamento. Contudo, é necessário entender a variação do risco de suicídio por sexo, idade e tipo de tumor. No caso do câncer de próstata, é necessária uma avaliação do ponto de vista psiquiátrico principalmente em relação à depressão e ansiedade, provenientes da preocupação com a sexualidade, que podem envolver não apenas a disfunção erétil, mas também a incapacidade de sentir prazer ou de se satisfazer sexualmente o parceiro ou parceira.

A opção terapêutica vai depender da gravidade do quadro. O melhor a se fazer é direcionar o paciente para uma avaliação com um médico psiquiatria a fim de entender a melhor alternativa terapêutica. Caso outros membros da família já sofram com transtornos de humor, existe uma maior probabilidade de que ele desenvolva quadros semelhantes.

A conscientização e as campanhas relacionadas ao “Novembro Azul” são de extrema importância para rastrear o risco de desenvolvimento dessas doenças secundárias em pacientes oncológicos. Dessa forma, conseguimos tempo hábil para encaminhar esses homens aos serviços de saúde mental e, consequentemente, aumentar as chances de sucesso no tratamento.

 



Dr. Sivan Mauer - médico psiquiatra especialista em transtornos do humor. O profissional é mestre em pesquisa clínica pela Boston University School of Medicine, dos Estados Unidos, e doutor em Psiquiatria pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).


Vulnerabilidade social aumenta propensão de partos prematuros, impactando especialmente mulheres negras e indígenas

Condição financeira e social dificulta acesso à saúde, à informação e a um pré-natal adequado, expondo mulheres mais pobres aos riscos da prematuridade

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, ocorrem cerca de 15 milhões de nascimentos prematuros, ou seja, um em cada dez bebês nascem nessas condições por ano. No Brasil, são aproximadamente 340 mil nascimentos, levando o país ao décimo lugar com mais partos prematuros no mundo. 

Apesar de não haver um estudo único que relacione diretamente a prematuridade à condição social e a cor da pele das mulheres, não é difícil identificar essa relação quando se contextualiza diversas pesquisas. Nesse sentido, é preciso avaliar com profundidade e sensibilidade a questão. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os 10% mais pobres do país, 75,2% são negros, sendo que há mais de 7,8 milhões de pessoas vivendo em casas chefiadas por mulheres negras. 

Abaixo da linha da pobreza, estão 63% das casas comandadas por mulheres negras com filhos de até 14 anos, com US$ 5,5 per capita ao dia, cerca de R$ 420 mensais, o que evidencia sua condição de maior vulnerabilidade. Para mulheres brancas e com filhos, a proporção de casas abaixo da linha da pobreza é de 39,6%. Portanto, elas também estão expostas ao problema, vale ressaltar.  

Considerado este dado, um segundo estudo - realizado pela Fundação Oswaldo Cruz ( Fiocruz) -  aponta que grávidas negras realizam menos consultas do que o indicado pelo Ministério da Saúde e, quando conseguem cumprir com todo o protocolo do pré-natal, as consultas são mais rápidas e recebem menos orientação sobre o início do trabalho de parto e sobre possíveis complicações na gravidez.  

Segundo pesquisadora Maria do Carmo Leal, as chances de uma mulher negra não receber analgesia chega a ser o dobro de uma mulher branca. Além disso, do grupo de mulheres que recebem o corte no períneo, em 10,7% das mulheres pretas não foi aplicada a anestesia local para a realização do procedimento, enquanto no grupo das mulheres brancas a taxa de não recebimento de anestesia foi de 8%.

Entre outras constatações ouvidas em salas de maternidades pela pesquisadoras, premissas racistas e sem base científica como  “Mulheres pretas têm quadris mais largos e, por isso, são parideiras por excelência”, “negras são fortes e mais resistentes à dor” direcionavam as decisões no centro médico. A matéria completa sobre essa pesquisa, que inclusive conta com a participação de diversos personagens, foi realizada pela Agência Pública e pode ser conferida neste link

Por fim, um terceiro estudo, conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com outras 12 universidades do país, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e com o Ministério da Saúde, as mães negras apresentaram o segundo maior percentual de bebês prematuros (7,7%), atrás apenas das indígenas (8,1%).  Esse dado é referente ao ano de 2010 e revisa para cima os números do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Sistema Único de Saúde (SUS), que apontava uma taxa de prematuridade de 7,2%. 

“Compilando todos essas pesquisas, fica claro que mulheres negras e indígenas são mais expostas à pobreza e a pobreza dificulta acesso à saúde, à informação e a um pré-natal adequado,  expondo mulheres mais pobres aos riscos prematuridade. Soma-se a este fato as fortes percepções racistas trazidas pela pesquisa da Fiocruz. Queremos mostrar a importância e a urgência que essa pauta merece. Todas as mães precisam ter acesso a um pré-natal de qualidade e informações sobre a gravidez”, explica Denise Leão Suguitani, fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com.  

Para Denise, a prematuridade é uma questão que pode ser evitada com um acompanhamento adequado e, ainda que haja o parto prematuro, certamente podemos intervir para diminuir os danos à saúde desses bebês. “Um parto é considerado prematuro quando acontece antes de 37 semanas de gestação. São várias as causas que podem levar à prematuridade, mas o principal passo para evitar esse problema é a prevenção. Nesse sentido, o pré-natal é uma das medidas mais eficazes para uma gestação saudável e completa. O resumo é que podemos interferir positivamente nesse quadro e vidas podem ser salvas”, finaliza. 


Novembro Roxo

O debate envolvendo a relação da vulnerabilidade social à propensão de prematuridade é mais uma das ações envolvendo o Novembro Roxo, mês de sensibilização global para a causa, conduzidas no Brasil pela ONG Prematuridade.com, única instituição do País de apoio aos bebês prematuros e suas famílias. Durante todo o mês está previsto uma série de iniciativas e atividades sob o slogan “Juntos pelos prematuros, cuidando do futuro”.


Sobre a ONG Prematuridade.com

A Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com – nasceu em 2011 a partir de um blog de experiência de mães e profissionais com a prematuridade e suas consequências. Em pouco tempo, os conteúdos se tornaram cada vez mais relevantes, ganharam espaço e surgiu o desejo de que o assunto fosse debatido com urgência. Em novembro de 2014 foi fundada, por Denise Leão Suguitani, a ONG Prematuridade.com, com sede em Porto Alegre (RS), a única organização a atuar na causa em âmbito nacional.

O trabalho da ONG se baseia em ações dedicadas à prevenção do parto prematuro, à capacidade de educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas ao interesses das famílias de bebês prematuros e dos profissionais que cuidam deles. Atualmente são cerca de 4 mil famílias cadastradas, mais de 100 voluntários em 19 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/

 

Por que as varizes podem causar mais incômodo no fim do ano?

Aumento nas temperaturas e até hábitos alimentares podem influenciar a saúde das pernas e sistema circulatório, entenda


 

Já reparou que nos últimos meses do ano, as dores, o cansaço nas pernas e as varizes parecem aumentar? Na realidade, isso não é uma simples coincidência. Para muitas pessoas, essa época pode ser um pouco mais preocupante neste quesito.

Guilherme Jonas, angiologista, explica que apesar das varizes e outras doenças relacionadas ao sistema circulatório aparecerem em qualquer época do ano - algo que exige sempre cuidados constantes - é nos meses mais quentes que elas podem dar a sensação de intensificar. “Temos alguns fatores relacionados a isso. O que acontece é que no fim de ano ocorrem algumas combinações que afetam a saúde vascular. Entre elas, as altas temperaturas fazem as veias se dilatarem, algo que dificulta o transporte de sangue pelo corpo”, esclarece.

Além disso, o período típico em que começam as férias e a preparação para as festas de fim de ano podem influenciar. “Às vezes, o indivíduo pode passar mais tempo sentado ou fazer menos exercícios devido às folgas ou férias. E nesse período a alimentação também pode ficar desregrada e exagerar no consumo de doces e gorduras prejudiciais a circulação sanguínea. Todo esse combo reflete na saúde geral do organismo”, acrescenta.

Guilherme também cita o fator estético que pode entrar mais em evidência. “No caso das varizes, elas não causam apenas um risco a saúde física. Elas também são um incômodo estético que podem ser realçados em épocas mais quentes, principalmente para quem frequenta praias ou clubes e usa roupas mais leves que mostram a região”, diz.


Portanto, a melhor forma de evitar esses reflexos é redobrando a atenção e cuidados do resto do ano.  “Exercício físico e alimentação balanceada é a melhor saída. Qualquer atividade física que estimule o sistema circulatório é o ideal”, ressalta.

Além disso, o angiologista alerta sobre a importância de procurar um especialista durante o surgimento de qualquer sintoma para evitar a evolução do quadro e iniciar o tratamento mais adequado ao paciente.

 

 

Fonte: Guilherme Jonas, médico angiologista e cirurgião vascular, especialista em cirurgia vascular pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular). CRMMG 44020, RQE 28561, 37143. Diretor técnico da clínica Angiomais em Belo Horizonte MG.

Estudo: Falta de Vitamina D pode agravar casos de pessoas com coronavírus

8 A Vitamina D, fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico, também diminui os riscos por infecções respiratórias e melhora a eficiência de trocas gasosas no pulmão, além de ser essencial para o fortalecimento ósseo, saúde do coração e controle da diabetes.  De acordo com estudo realizado em um hospital da Espanha, 80% dos enfermos com covid-19 apresentavam deficiência da Vitamina D no organismo. Os pacientes com baixos índices do hormônio possuem maior chance de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e tempo de internação nos hospitais. 

Segundo o nutricionista da Clínica-escola da Universidade UNG, Cauê Araújo, sabe-se que diariamente precisamos de minimamente 400 UI (unidades internacionais) de vitamina D, entretanto novos estudos científicos mostram que essa necessidade diária pode estar abaixo do que realmente necessitamos. "Além da exposição ao sol, a vitamina D pode ser absorvida pela ingestão diária de alimentos ideais para esta finalidade ou suplementação", explica.     

Confira alguns alimentos indicados pelo nutricionista, que são fontes de vitamina D.     

Salmão    

O salmão é o campeão quando se trata de fonte alimentar de vitamina D. Dentre as fontes proteicas, em 100g de salmão selvagem temos aproximadamente cerca de 600 ~ 1000UI e esta grande variação é devido a procedência do produto.    

Sardinha   

A sardinha enlatada possui a quantidades com melhor custo/benefício. Aproximadamente 300UI em 100 gramas de alimento consumido.   

  

Atum   

O atum tem uma quantidade generosa de vitamina D em sua composição, com aproximadamente 230UI em aproximadamente 90 gramas.    

 

Gema de Ovo   

Sabe-se que o ovo tem inúmeras propriedades e sua gema é grande fonte de diversos nutrientes, contendo cerca de 20UI por unidade de gema consumidas.      


Leite de vaca e Iogurtes   

Os lácteos são fontes alimentares de cálcio que também é um mineral importantíssimo quando se trata de vitamina D. Cada litro de leite possui cerca de 40UI, já de iogurtes a cada 100ml, aproximadamente 90UI.    

0% dos pacientes apresentavam deficiência do hormônio no organismo.


Diabetes Infantil: Brasil é o terceiro país com mais casos entre crianças e adolescente

Na América Latina, 127,2 mil convivem com a diabetes, e o país com mais registros é o Brasil: 95,5 mil casos. No ranking global, o país só perde em número de casos para os Estados Unidos e a Índia - os números, no entanto, não demonstram maior incidência da doença entre os brasileiros; de acordo com a IDF, a posição do país entre os primeiros do ranking se deve ao tamanho de sua população. Segundo o relatório da IDF, cerca de 98,2 mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos são diagnosticados com diabetes tipo 1 a cada ano - o número sobe para 128,9 mil quando a faixa etária se estende até os 20 anos.

Diabetes é uma doença crônica, que atinge mais de um milhão de crianças brasileiras. Ela afeta o metabolismo em que o açúcar no sangue atinge níveis muito altos, desregulando o funcionamento metabólico e está relacionada à destruição das células do pâncreas, causando diretamente a deficiência de insulina. Isso vale tanto para pacientes infantis quanto adultos.

Segundo a Associação Americana do Coração, crianças e jovens não devem consumir mais de seis colheres de chá de açúcar por dia. E açúcar aqui significa qualquer tipo de adoçante que não seja natural do alimento, como o próprio açúcar refinado, mel, adoçante, açúcar mascavo, frutose. E para crianças menores e 2 anos de idade nenhum tipo de açúcar acrescentado deve ser oferecido.

De acordo com a pediatra Dra. Loretta Campos, é durante a infância que o ser humano desenvolve o paladar, além de o organismo também estar em fase de desenvolvimento. “Isso significa que ao oferecer açúcar aos pequenos, estaremos acostumando seu paladar ao doce, e eles irão sempre querer consumi-lo em maior quantidade,” alerta a médica.

O consumo de açúcar na faixa etária de 2 até 18 anos influencia muito na condição cardiovascular da pessoa. O excesso desse alimento nessa idade pode causar diabetes, aumento nos níveis de colesterol, risco cardíaco, hipertensão arterial e obesidade. “Além disso, essa ingestão não controlada pode atacar o sistema imunológico, interferindo na absorção de cálcio e magnésio, diminuir o volume de nutrientes sintetizados, influenciar no aparecimento de cáries, sobrepeso e até depressão,” reforça Loretta.

Os refrigerantes, doces coloridos (cheios de corante e açúcar), bolos, biscoitos e sucos industrializados contém um nível muito alto de açúcar e devem ser evitados. Por isso, é necessário melhorar os hábitos alimentares desde de cedo, assim a criança vai logo se acostumar com bons hábitos, e terá um ótimo reflexo na sua saúde durante a vida adulta.

Os sintomas do diabetes tipo 1 em crianças e adolescentes surgem de forma repentina. A abundância de energia marcante da faixa etária é substituída por um cansaço frequente. Dessa maneira, a criança sente muita fome e perde peso de uma hora para outra.

No caso do diabetes tipo 2, os sintomas surgem, muitas vezes, devido à alimentação inadequada. Isso resulta em muita sede, muita vontade de urinar, e o escurecimento de dobras, como a da axila e do pescoço, por exemplo.

Saiba como evitar oferecer produtos com alto níveis de açúcar para as crianças e manter uma boa rotina alimentar:

  1. Manter o aleitamento materno como única fonte de alimentação até os 6 meses de idade se for possível;
  2. Jamais substitua as refeições principais por lanche;
  3. Incentivar a variedade de alimentos, incluindo frutas, verduras e legumes;
  4. Limitar a ingestão de carboidratos refinados e gorduras saturadas;
  5. Aumentar as atividades físicas.

“O tratamento do diabetes é feito principalmente por meio do controle da alimentação, regulando a quantidade de carboidratos que a criança ou adolescente consome durante o dia. Por isso, é indicado o acompanhamento de um nutricionista de confiança,” finaliza a pediatra Loretta Campos.

 



Dra. Loretta Campos - Pediatra e Consultora de Aleitamento Materno - CRM 10819 – GO RQE 5373 - Pediatra pela Universidade de São Paulo (USP), Consultora Internacional em Aleitamento Materno (IBCLC), Consultora do sono, Educadora Parental pela Discipline Positive Association e membro da Sociedade Goiana e Brasileira de Pediatria. A médica aborda temas sobre aleitamento materno com ênfase na área comportamental da criança e parentalidade positiva.

 

Telas podem causar estrabismo em crianças


Estudo mostra que até a idade de 8 anos o excesso de telas pode desalinhar os olhos. Saiba como prevenir. 

 

A pandemia de Covid-19 impôs o confinamento das crianças em casa e levou ao uso compulsivo do celular, tablet e computador nas atividades educacionais ou recreativas. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier nossos olhos se desenvolvem até os 8 anos de idade e este estilo de vida pode comprometer o sistema visual.  “Isso explica porque vários estudos indicam que o excesso de telas eletrônicas na infância pode desencadear alterações na visão. Uma delas é a miopia acomodativa, dificuldade temporária de enxergar à distância provocada pelo esforço visual para perto e falta de atividade ao ar livre. A outra é o estrabismo, desalinhamento dos olhos apontado por um estudo italiano que acaba de ser publicado no Journal of Pediatric Ophthalmology & Strabismus.

 

Queiroz Neto explica que o estrabismo atinge 5% da população do País, mas está em ascensão. Quando provocado pelas telas está associado ao excesso de informação visual e à velocidade das imagens.  Os pais precisam observar os olhos das crianças, ressalta. “Muitos demoram para consultar um oftalmologista porque algumas têm estrabismo intermitente em que o desalinhamento só acontece durante as atividades de maior esforço visual.  A descontinuidade do  sintoma é interpretada como regressão do problema e por isso acabam colocando a visão do filho em risco”, adverte.

 

Olho preguiçoso

O especialista explica que o estrabismo pode anular a visão do olho que enxerga menos e provocar grande diferença de refração ou anisometropia.  O resultado é o olho preguiçoso ou ambliopia, maior causa de cegueira monocular no país. “A ambliopia só pode ser revertida até a idade de 10 anos. Depois disso não tem cirurgia ou transplante que recupere o olho mais fraco. Por isso, a observação da criança, diagnóstico e tratamento precoces são essenciais.

 

Tratamentos

Ao contrário do que muitos pensam, o mais grave do estrabismo não é a aparência, mas os efeitos na visão. Os principais enumerados por Queiroz Neto são: embaçamento, diplopia ou visão dupla e perda da visão de profundidade que são diagnosticados em um exame de rotina. Quando o desalinhamento é leve o tratamento pode ser feito com uso de óculos ou aplicação de toxina botulínica, o chamado botox. A cirurgia que alinha os músculos responsáveis pelos movimentos dos olhos só é indicada em casos severos da doença.

A terapia mais utilizada para tratar ambliopia é a oclusão do olho de melhor visão para estimular o desenvolvimento do outro. Em casos de diagnóstico na fase inicial também pode ser indicado o colírio de atropina que dilata a pupila do olho de melhor visão para estimular o outro.

 

Prevenção

Queiroz Neto afirma que a melhor forma de prevenir alterações na visão da criança é através da consulta oftalmológica. A primeira deve ser feita com um ano de idade, a segunda aos 2 anos e  uma terceira antes de iniciar o processo de alfabetização. O médico chama a atenção para não expor crianças menores de 2 anos ao celular conforme preconiza a OMS (Organização Mundial da Saúde), apenas 1 horas dos 2 aos 4 anos e 2 horas entre 5 e 6 anos.

Exercícios para motilidade dos olhos só devem ser feitos sob orientação de um especialista. Quando o assunto é tela, o mais importante é não permitir o acesso antes da criança ir para cama porque a luz emitida pela tela elimina o sono  e ensinar olhar para um ponto distante com frequência para relaxar a musculatura dos olhos, conclui.

 

Novembro Azul: homens estão se cuidando ainda menos na pandemia, o que pode aumentar número de casos de câncer de próstata avançados

Exames preventivos e consulta ao urologista levam a detecção precoce e melhoram prognóstico da doença



Homens, historicamente, são menos preocupados com a própria saúde. Na pandemia, esse cenário se agravou ainda mais, o que pode refletir no número de diagnósticos de cânceres que atingem eles, principalmente o de próstata, cuja detecção precoce é feita através de exames regulares e preventivos, assunto que ainda é tabu para muitos. Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostrou que a procura por cirurgias eletivas urológicas caiu 50% na pandemia. Desses, cerca de 90% afirmaram que houve uma redução em 50% das cirurgias eletivas, e 54,8% relataram que as cirurgias de emergências diminuíram pela metade.

Os dados assustaram os médicos e especialistas e, segundo o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas, essa realidade mostra a importância de campanhas de conscientização como o Novembro Azul, que promove ações informativas e práticas para estimular que homens se previnam contra o câncer de próstata, o segundo mais comum do Brasil (atrás apenas do câncer de pele e, em números absolutos, com mais ocorrências do que o câncer de mama feminino):

"A grande barreira para os homens é fazer esse acompanhamento médico de prevenção, de ir a um profissional capacitado para avaliação individualizada a partir dos 50 anos, conforme recomenda a SBU. Pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram a doença ou afrodescendentes devem fazer isso antes, aos 45 anos, por terem propensão maior à doença. Infelizmente isso é algo pouco comum no público masculino, tradicionalmente reticente e orgulhoso para procurar atendimento especializado e compartilhar suas fragilidades", explica o especialista.

O câncer de próstata deve atingir 65.840 pessoas em 2020, segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Cerca de 75% casos atingem homens com 65 anos ou mais e mata mais de 15,5 mil brasileiros todos os anos. Bruno Ferrari frisa que há uma barreira sociocultural a ser superada, o que faz com que muitos só façam a descoberta do tumor já em estágio avançado. E isso não é apenas no câncer de próstata. "O câncer de pênis, por exemplo, ainda pouco falado, é responsável por mais de mil amputações por ano no Brasil. E há tumores testiculares. Ainda que menos prevalentes (2% e 5% dos casos gerais de câncer, respectivamente), esses cânceres também merecem atenção. O incentivo à uma rotina de consultas médicas pelo público masculino é fator determinante para que possamos frear esses índices", diz.

Mesmo quando os sinais de problemas se tornam inegáveis, em muitos casos o diagnóstico efetivo da doença só acontece após insistência das parceiras. Não à toa, 70% das mulheres comparecem às consultas médicas do companheiro, segundo levantamento realizado pelo Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo.

"Um dos principais objetivos do diagnóstico precoce, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e promover chances de cura que podem passar de 90%, é evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. A vigilância ativa poupa os pacientes de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico. Por outro lado, quando o câncer de próstata é identificado em estágios mais avançados, o tratamento indicado acaba sendo mais agressivo, podendo comprometer inclusive a produção de testosterona. A falta desse hormônio gera, entre outros, elevação no risco de doenças cardiovasculares, impotência sexual e distúrbios cognitivos", completa o oncologista clínico Andrey Soares, também do Grupo Oncoclínicas e Diretor Científico do LACOG-GU (Latin American Cooperative Oncology Group-Genitourinary).


Tratamentos têm evoluído

O tratamento do câncer de próstata, assim como outros, depende da avaliação da extensão da doença. Nos casos de doença localizada e sem características agressivas o tratamento pode variar de cirurgia, radioterapia ou vigilância ativa, dependendo do caso.

"Em casos localizados, mas com achados de agressividade, o tratamento definitivo se faz necessário. A conduta nestes casos pode ser cirurgia, radioterapia combinada a tratamento hormonal ou até mesmo a união de todos eles. Nos casos de doença metastática, os últimos anos têm trazido ótimas notícias para os pacientes com a chegada de diversas novas drogas, tais como uma nova geração de quimioterápicos, terapias hormonais e radioisótopos, moléculas inteligentes com pequena ação radiante que pode tratar diretamente os tumores", afirma Andrey Soares.

Ele frisa ainda que novas perspectivas de tratamento pregam união de terapias, foco nas informações para conscientização sobre a doença e condutas voltadas ao olhar integral e individualizado para cada paciente, prezando pela qualidade de vida. 



Atenção aos sintomas e formas de prevenção

A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno e se situa logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Ela envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada. Cabe à próstata produzir parte do sêmen.

Por conta dessas atribuições, alguns dos sintomas do câncer de próstata são dor ao urinar ou presença de sangue na urina. Não existem indícios que apontem medidas preventivas que possam contribuir ativamente na redução dos riscos de desenvolvimento deste tipo de tumor, mas investir em uma rotina alimentar equilibrada e exercícios físicos é sempre recomendável.

"Há uma associação - ainda que pequena - entre atividade física e a diminuição de chances de aparecer câncer de próstata. Ainda que não haja conclusões mais detalhadas sobre a associação dos hábitos de vida e a incidência desta tipo de tumor masculino, o INCA e o Ministério da Saúde concordam que uma rotina saudável, alimentação balanceada e outros fatores ligados ao bem-estar podem ajudar na prevenção não só deste, como de diversos outros tipos de carcinomas", pontua Andrey Soares.

Por isso, a relação mais importante, segundo os oncologistas do Grupo Oncoclínicas, é o autocuidado proativo e preventivo. "Cercados de tabus facilmente quebráveis caso haja interesse e disposição, os tipos de câncer que afetam exclusivamente homens necessitam, além do acompanhamento médico, de uma mudança de perspectiva sobre a importância da prevenção. A saúde precisa vencer o preconceito", finaliza Bruno Ferrari.




Oncoclínicas no Novembro Azul

Anualmente, o Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa - desenvolve uma série de ações para alertar sobre a importância da realização de exames preventivos periódicos e mudanças nos hábitos de vida no combate ao câncer de próstata. Em 2020 a iniciativa traz uma abordagem positiva nas redes sociais ressaltando a importância de não adiar consultas com especialistas e agendar os controles de rotina.

Com o mote "A melhor dica é viver bem", a campanha é voltada à conscientização sobre a importância de estar atento a fatores de risco relacionados à incidência de câncer de próstata, sempre com atenção à detecção precoce precoce da doença em benefício da saúde e da qualidade de vida. Direcionada à sociedade em geral, ela ressalta ainda uma importante informação: busque sempre saber sobre os fluxos seguros implementados pelos centros de referência em atendimento e realização de exames diagnósticos. Apesar da pandemia e do medo da contaminação pelo coronavírus, é preciso que a população em geral mantenha seus controles em dia.

A ação faz parte de uma série de ativações nas redes sociais desenvolvidas pelo movimento "O Câncer Não Espera. Cuide-se Já" para alertar os pacientes oncológicos e a população em geral sobre como atrasos nos cuidados médicos adequados pode comprometer, até irreversivelmente, o sucesso na luta contra o câncer. A ação liderada pela Oncoclínicas é apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT), Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT), Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer (Tucca), Instituto Oncoguia , Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) e Rede Inspire Ser.

A mobilização também conquistou o reforço voluntário de personalidades como as atrizes Suzana Vieira, Mariana Rios e Priscila Fantin, os cantores Ivete Sangalo, Elba Ramalho, Bell Marques, Leo Jaime e Tomate, a jornalista Mona Lisa Duperon e o medalhista olímpico com a seleção brasileira de vôlei Maurício Lima.

Empresas, entidades ligadas à área médica ou qualquer cidadão engajado na luta em favor da vida e da saúde dos brasileiros podem aderir à campanha. Os interessados encontram mais informações nos sites http://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida e www.ocancernaoespera.com.br


Cirurgia bariátrica: por que tão polêmica e para quem é recomendada?

 A cirurgia é indicada para aqueles que possuem massa corporal acima de 40 Kg/m² ou 35 Kg/m² com doenças relacionadas a obesidade, mas esse não deve ser o único ponto a ser levado em consideração

 

Conhecida por ser uma opção de tratamento para obesidade, a cirurgia bariátrica é um procedimento que reúne um conjunto de técnicas de diminuição do estômago destinada a redução de peso. A opção pela intervenção é proposta, geralmente, quando atividades físicas e reeducação alimentar não causam mais efeito. Porém, há muitos mitos em torno da efetividade e da recomendação da cirurgia.

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019 apresentam informações alarmantes acerca da obesidade no Brasil. Segundo a análise, mais da metade da população tem sobrepeso e uma em cada quatro pessoas tem obesidade. O cenário, além de preocupante, reacende a discussão sobre a efetividades das campanhas de prevenção, assim como a forma como os tratamentos são conduzidos. 

Segundo o médico referência em tratamento da obesidade Dr. Lucas Costa Felicíssimo, há uma falsa ideia sobre a obesidade ter relação com uma escolha de vida, sendo as pessoas que a possuem irresponsáveis com a própria saúde. “A obesidade é uma doença que tem uma forte base genética, influenciada pelo ambiente. Cerca de 90% desses genes estão no cérebro, interferindo em sensações de fome e saciedade. A grande diferença é que há alguns anos, apesar da presença desses genes, o ambiente não era favorável ao comer desenfreado. Atualmente, esse cenário muda e a grande presença de alimentos processados aumenta a influência desses genes no organismo, já que há a possibilidade de comer mais”, explica.

O senso comum de que comer bem e fazer exercícios — o que não deixa de ser uma estratégia clínica para o tratamento — evita a obesidade culmina, portanto, não apenas nos estigmas como também na criação de tabus sobre as opções de tratamento, entre elas a cirurgia bariátrica. Conforme explica o Dr. Lucas Costa Felicíssimo essa cirurgia é uma opção para quando há necessidade de perder grandes quantidades de peso, assim como para mantê-lo no pós-operatório.

“Há muito no imaginário popular aquela ideia da bariátrica ser o último recurso, o que particularmente soa como um ato de desespero, algo como ‘já tentei de tudo, agora a bariátrica é minha última chance’, além de criar a ideia de que após fazer o procedimento, caso aconteça de engordar um pouco novamente, não há mais alternativas viáveis de tratamento”, aponta o médico.

Achismo como esse tornam mais difícil até mesmo a abertura do médico em propor a alternativa para o paciente, aponta o Dr. Lucas Costa Felicíssimo. “Muitos chegam com aquela de ‘opera a barriga, mas não opera a cabeça’, no que diz respeito à eficácia da intervenção cirúrgica, quando na verdade é comprovado que há uma alteração nos hormônios intestinais que mudam nosso apetite. Caso fosse uma questão apenas de uma cirurgia mecânica restritiva, a estratégia além de mutiladora seria uma perda na qualidade de vida, já que a pessoa continuaria a querer comer muito, só não conseguiria”, elucida. 

A indicação da cirurgia é de massa corporal acima de 40 Kg/m² ou acima de 35 Kg/m² com doenças relacionadas a obesidade. “Ter a indicação não significa a obrigatoriedade em fazer e sim que se torna opção a se considerar. Além disso, muito se fala em dois anos de falha em tratamento clínico para começar a se cogitar a intervenção, o que leva muitos médicos a entenderem errado a indicação. O tratamento contra obesidade é crônico e deve permanecer mesmo quando a pessoa já atingiu o objetivo, pois o corpo tende a querer retornar ao peso. No caso da bariátrica, há maior eficácia na manutenção desse peso”, aponta o médico referência em tratamento da obesidade.



 Fabiano de Abreu 


Dia Mundial do Diabetes: cuidados são necessários para manter a qualidade de vida e não desenvolver problemas na visão

Após 20 anos convivendo com a doença, cerca de 19% dos pacientes desenvolverão o edema macular diabético[1]; para conscientizar a população sobre saúde da visão, Novartis expande campanha com André Marques e Lucinha Lins

 

A Federação Internacional de Diabetes (IDF) estima que 463 milhões de pessoas convivam com a doença no mundo[2], sendo 16 milhões de pessoas no Brasil[3]. O diabetes é uma das doenças crônicas que mais crescem, impondo desafios para a saúde pública. O número de adultos vivendo com a doença triplicou nos últimos 20 anos[2]. As consequências causadas pelo diabetes podem ser agudas e de curta-duração, como alto nível de glicose no sangue, ou crônicas e de longa duração como problemas cardiovasculares ou perda da visão[4,5]. Dado o cenário da doença, o dia 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, é dedicado à conscientização sobre a importância de chegar a um diagnóstico rapidamente, e assim, iniciar tratamento e acompanhamento médico, incluindo visitas ao oftalmologista.

Por ser, muitas vezes, silenciosa, estima-se que 50% das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença[6]. Com isso, o paciente não toma os cuidados necessários. "Quando não tratado corretamente, o diabetes pode causar diversos problemas. Na visão, o diabetes descontrolado pode levar ao desenvolvimento da retinopatia diabética e do edema macular diabético", explica Francyne Veiga Reis Cyrino, médica assistente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP.


Impacto do diabetes na visão

De acordo com a IDF, 10% dos pacientes no mundo apresentam diabetes tipo 1, que é caracterizada pela reação autoimune quando o sistema imunológico do paciente ataca as células produtoras de insulina[4]. Os outros 90%, desenvolvem diabetes tipo 2[5]. Esse tipo é causado por uma resistência à insulina, com isso, os níveis de glicose sobem descontroladamente, obrigando o organismo a produzir mais insulina[5]. "O tipo 2 é mais frequente em adultos, porém, crianças também podem apresentar a doença. Alguns dos fatores de risco mais comuns são obesidade, sedentarismo e uma dieta não balanceada[5]", afirma a médica.

Com o crescente número de pessoas com diabetes, os cuidados com a visão se tornam ainda mais importantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), após 20 anos convivendo com a doença, 90% dos pacientes com tipo I e 60% com o tipo II desenvolvem Retinopatia Diabética (RD), e cerca de 30% dessas pessoas, desenvolverão o edema macular diabético (EMD)[1].

A retinopatia diabética ocorre quando o excesso de glicose no sangue danifica os vasos sanguíneos dentro da retina. "A retinopatia tem quatro fases, e na última, chamada de proliferativa, os vasos sanguíneos estão muito frágeis, e o rompimento deles pode espalhar sangue pela cavidade vítrea, causando a perda de visão[7]", diz a Dra Francyne.

Já o edema macular diabético é uma potencial complicação da retinopatia diabética. A médica explica que, "essa doença provoca um acúmulo de líquido na mácula, área da retina responsável pela visão central nítida, usada para ler, reconhecer rostos, cores e dirigir[8,9,10]." Portanto, é importante que pacientes com diabetes sigam o tratamento corretamente, e visitem o oftalmologista pelo menos uma vez ao ano. E, caso diagnosticados com problemas na visão, iniciem um tratamento, pois, quando não tratada, a retinopatia pode evoluir para cegueira em 50% dos casos em 5 anos, se não tratada[1].

"Hoje em dia, existem tratamentos eficazes para os problemas de visão em pacientes com diabetes. A terapia anti-VEGF é eficaz no retardo da progressão do edema macular e tem demonstrado uma recuperação da acuidade visual melhor e mais rápida que a cirurgia a laser[11,12,13,14], além de ter sido recentemente aprovada para o tratamento da retinopatia diabética proliferativa, a mais grave das fases da doença" finaliza a Dra Francyne.


Campanha De Olho Na Visão

Criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é dedicado à conscientização da população sobre os riscos causados pelo diabetes.

No Brasil, a Novartis lança a campanha "De Olho na Visão", que engloba a iniciativa "De Olho no Diabetes", para trazer uma visão mais holística e integrada no cuidado com a visão e dialogar com novos públicos.

A campanha foi criada em parceria com associações de pacientes, as agências AMZ e o grupo IPG. O apresentador, DJ e influenciador André Marques e Lucinha Lins, atriz, cantora, compositora e apresentadora, também se juntam aos esforços de conversar com a sociedade brasileira sobre o tema.

"A ADJ Diabetes Brasil tem como propósito ajudar as pessoas com diabetes a prevenir as suas principais complicações e a desfrutarem de uma vida plena e autônoma, nesse sentido, é importante para nós construir juntos com parceiros de longa data uma campanha que leve informação de qualidade aos brasileiros", explica Gilberto Casanova, diretor-presidente da associação.



Novartis

http://www.novartis.com


Semana conscientiza sobre prevenção do câncer de boc


Hospital Amaral Carvalho é referência na região no rastreamento e tratamento da doença


   A saúde oral é assunto de destaque no início deste mês em todo o Brasil, com a celebração da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal (2 a 6 de novembro). Mesmo escondidos por trás da máscara, bochechas, lábios, gengivas e língua merecem atenção especial para evitar o câncer de boca.

   Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revelam o alto índice de mortalidade pela doença: para 2020, são estimados 15.190 novos casos e 6.455 óbitos. “Um pouco mais de 42% dos casos podem evoluir para morte, um número alarmante, que deve nos fazer priorizar o autocuidado bucal”, avalia o cirurgião-dentista do Hospital Amaral Carvalho (HAC) Giovane Furlanetto.

   O especialista explica que, quando detectadas precocemente, as lesões da cavidade oral podem ser tratadas com mais facilidade, com maiores chances de cura e menos sequelas para o paciente. “O diagnóstico em fase inicial possibilita ótimos índices de cura, como nos casos de câncer de lábio (92%) e de câncer de língua (81%)”.

  

Sinais de alerta

   Diretamente relacionado ao uso de cigarro e consumo de bebidas alcoólicas, o câncer de boca está entre os 12 tipos mais frequentes nos brasileiros. De acordo com o profissional, é importante ficar de olho em sinais como feridas na boca que persistam por mais de 15 dias. “A maioria das pessoas com suspeita da doença apresenta dor, aumento de volume da lesão e até dificuldade de alimentação”, destaca.

   Uma afta que doía bastante foi o que fez o auxiliar contábil Guilherme Rosseto (26) suspeitar de algo errado, em agosto deste ano. “Achei estranho, porque, geralmente, aftas somem com certo tempo e essa, não sumia de jeito algum. Então resolvi procurar um dentista”, conta.

   Com encaminhamento ao HAC por um posto de saúde, o jovem afirma que descobrir a doença em fase inicial foi importantíssimo, pois somente a remoção bastou para resolver seu caso, sem precisar de outros tratamentos, como quimioterapia.

   O susto fez Guilherme mudar hábitos antigos, como a má alimentação e falta de atividades físicas. O cirurgião-dentista do HAC lembra que, para prevenir o câncer de boca, é importante manter alimentação saudável, evitar a exposição solar e usar sempre protetor solar, não fumar nem consumir bebidas alcoólicas e usar preservativo também para sexo oral.

 

Referência

   O Hospital Amaral Carvalho, centro de excelência em tratamento oncológico, tem capacidade de atender cerca de 240 pacientes todo ano pelo Programa de Prevenção do Câncer de Boca, mas o número de atendimentos tem sido menor. O serviço é referência para os postos de saúde da região, que podem encaminhar pessoas com queixas bucais para o atendimento especializado. 

   Após avaliação com a equipe de odontologia, se necessário, o paciente realiza biópsia e inicia o tratamento no setor de Cabeça e Pescoço da instituição. “Temos capacidade de receber mais pessoas com suspeita de câncer de boca que, com rapidez e eficiência desde o primeiro atendimento, podem ter acesso a tratamento de qualidade e com segurança”, destaca Furlanetto.

 

Serviço

Programa de Prevenção do Câncer de Boca – Hospital Amaral Carvalho

Agendamento e orientações pelo telefone (14) 3602-1190.


14 de novembro: ADJ Diabetes Brasil promove evento online nacional de educação no mês do diabetes

Estudos mostram que 73% das pessoas com diabetes tipo 2 não aderem ao tratamento*, o que leva a uma série de complicações. Entre elas, a incidência de insuficiência cardíaca, que é de 2 a 5 vezes maior em pessoas com a condição, quando se compara com a população em geral** , além de amputações, retinopatia diabética que leva à cegueira, nefropatia (doença que afeta os rins)...

Para alertar as pessoas com diabetes e seus familiares a se cuidarem, a ADJ Diabetes Brasil fará, no dia 14, às 9h50, o Conexão Diabetes, evento online que trará educação em diabetes. Esta iniciativa é gratuita e as pessoas podem obter mais informações no www.adj.org.br e nas redes sociais da ADJ Diabetes Brasil.

Nele, haverá palestras educativas e interativas sobre alimentação para crianças, monitoramento de glicemia, retinopatia diabética, catarata, como aplicar insulina, a importância da vacinação, tecnologias a favor do tratamento, a iniciativa Quem Vê Diabetes Vê Coração, como contar os carboidratos, curso de uma receita saudável, direitos e deveres da pessoa com diabetes e como cada cidadão pode realizar sua participação social. Todas as aulas serão realizadas por especialistas de renome, para ajudar na adesão ao tratamento.

Para a realização desta ação, a ADJ Diabetes Brasil conta com o patrocínio das empresas: Astrazeneca, Novo Nordisk, Allergan, Bayer, Roche, BD.

 

 Sobre o Dia Mundial:

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta ao aumento do interesse em torno do diabetes no mundo. Celebrado em 14 de novembro, é visto como a maior iniciativa mundial em torno do diabetes. A data foi escolhida devido ao nascimento do cientista canadense Frederick Bantin que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esta descoberta e pela aplicação da insulina no tratamento das pessoas com diabetes.

O símbolo do Dia Mundial do Diabetes é um circulo azul que simboliza a união. A IDF buscou um formato simples para facilitar a reprodução e o uso para as pessoas que quisessem dar apoio à campanha. Esta data também é marcada com a iluminação em todo o mundo de monumentos e construções de destaque na mesma cor. O azul representa o céu e é a mesma cor da bandeira das Nações Unidas, que simboliza também a união entre os países. Neste dia, é estimulado o uso de roupas na cor azul, cor símbolo da campanha.

 

  

ADJ Diabetes Brasil

www.adj.org.br 

 

 

 

*1. Mendes AVB. Acta Diabetl. 2010; 47(2):137-145; 2. CDC. Available at: http://www.cdc.gov/diabetes/statistics/comp/fig7_overweight.htm. Last accessed September 2015; 3. CDC. National Diabetes Statistics Report, 2014. Available at: http://www.cdc.gov/diabetes/data/statistics/2014StatisticsReport.html. Last accessed September 2015; 4. Gregg EW, et al. N Engl J Med 2014;370:1514–23.

**Nichols et al. Diabetes Care.2004;1879-1884


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