Cuidados simples, como ir às consultas pré-natal, podem fazer a diferença na saúde do bebê
Alguns bebês chegam ao
mundo antes do tempo. Apressadinhos, os prematuros nascem antes da 37ª semana
de gestação e, mais frágeis, demandam cuidados especiais com sua saúde e
desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, por
ano, nascem quase 300 mil prematuros, número que coloca o país na 10º posição
no ranking mundial de prematuridade, que é a maior causa de mortalidade
infantil até os cinco anos de idade em todo o mundo. Aqui no Brasil, a cada 30
segundos, morre um bebê ou uma criança por complicações relacionadas ao parto
prematuro.
Por isso, o mês de
Novembro é o mês de conscientização para a prematuridade, e, especialmente, no
dia 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade. A Dra. Thais Bustamante,
pediatra e neonatologista (especialista em prematuros) da Sociedade Brasileira
de Pediatria, explica que a prematuridade constitui um maior risco para
adoecimento, tanto na vida neonatal quanto na infância e vida adulta. "Os
prejuízos que a prematuridade traz extrapolam as questões cognitivas e
comportamentais. É, de fato, um problema de saúde pública. Entre os prematuros,
temos 59% de casos de prematuridade espontânea - os casos que não conseguimos
prevenir. E o restante (41%) é de prematuros provocados", diz Thais.
Segundo a
neonatologista, entre os principais desafios estão os de identificar a
sobrevida do bebê, minimizar as complicações de curto prazo e evitar as
complicações de longo prazo, para permitir que recém-nascido e família tenham
uma boa qualidade de vida.
Apesar de algumas
causas da prematuridade ainda serem desconhecidas, cuidados simples podem fazer
a diferença na sua prevenção. Dra. Thais Bustamante cita algumas medidas que
colaboram para evitar que o bebê nasça antes do tempo:
- "Se quer
engravidar, programe-se", diz, "é importante conversar com o obstetra
sobre a intenção para poder iniciar o uso de vitaminas e exames antes mesmo da
concepção".
- Inicie o pré-natal o
quanto antes: é melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.
- Relate ao seu
obstetra o seu histórico de saúde como doenças crônicas e reações alérgicas que
você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai
do bebê.
- Siga as consultas e
exames do pré-natal rigorosamente!
- Atenção com a sua
pressão arterial e com o peso.
- Evite bebidas
alcoólicas: "o álcool durante a gestação, mesmo em doses muito pequenas,
pode ter efeitos bastante nocivos para o bebê, como a Síndrome Alcoólica Fetal
(SAF) incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face
e problemas de desenvolvimento."
- Não fume:
"o tabagismo aumenta chances de parto prematuro, do baixo peso do bebê e
da morbimortalidade dos recém-nascidos", diz a médica.
- Pratique exercícios
de forma correta, sob supervisão e sem exageros.
- Mantenha o calendário
de vacinação atualizado.
- Tome ácido fólico e
vitamina B12, que vão garantir que o bebê não desenvolva malformações e danos
no sistema nervoso.
- Esteja alerta para
sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.
A pediatra lista ainda
algumas das causas da prematuridade:
◦ bolsa rota/ruptura
prematura de membrana;
◦ hipertensão crônica
e/ou pré-eclâmpsia;
◦ síndrome de Hellp;
◦ insuficiência
istmo-cervical;
◦ descolamento
prematuro da placenta;
◦ placenta prévia;
◦ malformações uterinas
e fetais;
◦ infecções uterinas;
◦ gestação múltipla;
◦ fertilização in
vitro.
"O obstetra deve
sempre fazer o acompanhamento de perto da gestante para ajudar a prevenir o
parto prematuro. Além disso, há mulheres que estão fora do risco e podem passar
por isso. Com o acompanhamento médico do pré-natal, é possível minimizar os
perigos da chegada antecipada do bebê", conclui Dra. Thais.
Dra. Thais Bustamante - Pediatra e Neonatologista pela UNESP. Mestre em Cirurgia Pediátrica UNESP. Pós
Graduada em Nutrição Pediatrica pela Boston Medicine University