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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Recomendação do MPT não é lei, mas norteia novo normal

Especialistas avaliam nota técnica do Ministério Público do Trabalho para o home office


Após sete meses de pandemia e com o movimento do home office, o Ministério Público do Trabalho (MPT) publicou uma nota técnica com 17 diretrizes sobre trabalho remoto direcionadas a empresas, sindicatos e órgãos da administração pública. No texto, há orientações sobre a necessidade de se firmar aditivos nos contratos de trabalho, a observância de parâmetros de ergonomia e ainda a especificação de horários que assegurem repousos legais e o direito à desconexão.

Na opinião de Decio Sebastião Daidone Jr., mestre em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e sócio do Barcellos Tucunduva Advogados, a empresa que já se mostrava preocupada com o seu empregado não terá dificuldade em atender às recomendações do MPT. "Cabe às empresas voltarem seu olhar para uma condição de trabalho que está crescendo com raízes fortes em sua sistemática operacional e implementar condições seguras e balizadas”, destaca.
 
Apesar de existir um temor quanto ao excesso de imposições e ao desestímulo do home office, algumas recomendações são importantes. "Ultimamente tem havido muitas reclamações de empregados com sintomas de estresse por se sentirem sobrecarregados, por ficarem o tempo inteiro ligados ao trabalho com a sensação de não terem o ponto final da jornada. Acho válido que seja debatido e aplicado pelas empresas, não de forma impositiva, mas, sim, negociada entre as partes, de não enviar mensagens altas horas da noite ou fazer reuniões em horários absurdos, por exemplo", salienta Karolen Gualda Beber, coordenadora da área trabalhista do Natal & Manssur Advogados.

Ainda é preciso ficar claro que o MPT não tem o poder de criar leis, mas de fiscalizar a sua aplicação. "O papel do MPT é de fiscalizar. Se a empresa está cumprindo a lei, ela não pode sofrer sanção com relação ao não cumprimento de uma nota técnica ou recomendação. As recomendações são importantes, mas não podem ser impostas", afirma Karolen Gualda.

Na opinião de Daidone Jr, faltou à nota técnica algum detalhamento sobre os deveres dos empregados nesse regime. "O empregado está longe dos olhares de seu empregador e, da porta pra dentro de sua residência, quem manda é ele, ou seja, ainda que o empregador siga rigorosamente todas as cautelas discriminadas, ao empregado caberá cumpri-las como obrigação ética, moral e contratual, em um ambiente em que o empregador pouco poderá fazer para fiscalizar esse cumprimento", destaca.
 
Daidone Jr ainda lembra que a atuação do MPT em relação ao home office não será diferente daquilo que já é feito com o trabalho presencial. "Visando assegurar a ordem pública, o MPT exigirá dos empregadores o cumprimento da lei. Aos empregadores, caberá agir como fiscalizadores do cumprimento das atividades por seus empregados, tarefa árdua para quem estará longe de seu olhar. Os mecanismos de aferição das atividades deverão ser pensados e implementados sem configurar assédio, ou desvirtuar a benesse da liberdade em se trabalhar de casa, ou, ainda, sem extrapolar a privacidade e intimidade do empregado regida pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)".

 



Karolen Gualda Beber - advogada especialista na área do Direito do Trabalho com experiência em contencioso trabalhista, gerência de equipes, coordenação de pessoal, redação de peças processuais, realizações de audiências e sustentações orais. Formada pela Universidade  Metodista de Piracicaba e pós-graduada em Direito e Processo do Trabalho pela UNIRP (Universidade de São José do Rio Preto). É coordenadora da área trabalhista do escritório Natal & Manssur.

 



Decio Sebastião Daidone Jr. - Mestre em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica - PUC/SP. Possui especialização em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica - PUC/SP e especialização em Direito Processual Civil pela Faculdade de Direito da UniFMU. É professor universitário desde 2001 para alunos de graduação e pós-graduação, sócio do Barcellos Tucunduva Advogados e membro do Comitê Jurídico Trabalhista da ABIPLA (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional). Coautor do livro "Reforma Trabalhista Brasileira em Debate: Grupo de Estudos de Direito do Trabalho" - Editora Ltr, 2018.



Novo consumidor aprova novas práticas on-line mas mantêm-se fiel as lojas físicas

 Divulgação / Internet
Pesquisa digital é realidade para 73% dos shoppers e esse número tende a aumentar pós pandemia


O novo consumidor, principalmente este novo perfil (durante a pandemia) apresenta nível de exigência elevado e total adaptação ao digital, visto que possui fácil acesso à informação. Toda esta informação faz com que ele necessite se sentir envolvido com o produto ou serviço antes de consumí-lo, afinal os valores da marca precisam estar alinhados com os seus. 

Segundo o estudo High Tech Retail segunda edição, do Grupo Croma, mesmo declarando que pretende migrar boa parte das suas compras para o canal on-line, o shopper ainda vai se manter fiel à loja física em determinadas categorias. Isso porque, em alguns segmentos, a experiência com o produto ainda será fundamental para uma boa compra. As lojas físicas têm maior participação entre os produtos destinados ao consumo imediato ou perecíveis, como alimentos (88%), limpeza (83%) e medicamentos (81%) ou quando as experiências sensoriais e a experimentação são mais importantes, como cosméticos (70%), moda (66%) e casa e móveis (60%).

A tendência é que a oferta de produtos seja unificada entre os canais e que o sistema de entrega consiga atender a agilidade e a praticidade das demandas tanto de quem compra on-line quanto de quem compra na loja, mas prefere receber em casa, segundo o estudo.

As compras on-line ganham incremento principalmente nas categorias nas quais já se tem ideia do funcionamento do produto, como itens de lazer (67%), eletrônicos (63%), informática (62%), celular (61%), eletrodomésticos (53%) e livros (53%). Estas categorias proporcionam produtos similares, oferecidos em várias lojas, que podem ser detalhadamente comparados com facilidade no mundo virtual, aponta o estudo. Os aplicativos de compra pelo celular vão evoluir e oferecer cada vez mais opções de interação e entregas. Hoje eles já permitem a compra do que se quer e onde se quer, com entregas onde o consumidor estiver. Assim, os ambientes físicos deverão se adaptar a esse tipo de tecnologia para atender demandas de compra, mesmo que o cliente não tenha entrado na loja física.

“Segundo o estudo, a tendência é aumentar cada vez mais a pesquisa e a compra on-line. Hoje a pesquisa on-line de produtos já é uma realidade para 73% dos shoppers e nos próximos 3 anos esse número tende a aumentar para 77%. Já a compra on-line faz parte do hábito de 43% dos shoppers e em 3 anos deverá chegar a 58%. Porém, ainda há quem vai preferir pesquisar e comprar na loja física (11%) e quem vai pesquisar on-line, mas comprar em loja física (31%)”, declara Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma.
Para conquistar o novo consumidor, as marcas precisam acompanhar cada passo de seus clientes para estar com a expectativa e as entregas sempre alinhadas. Ter o consumidor no centro das decisões, atentando-se às suas necessidades e hábitos, trará cada vez mais valor à marca e maior consideração do shopper no momento da compra.

 


Edmar Bulla - CEO e fundador do Grupo Croma de design de inovação. Graduado pela ESPM, possui mestrado em Neurociência e Comportamento pela PUCRS e especialização em Marketing Digital por Harvard, além de ser formado em Música, Filosofia e Conselheiro de Administração pelo IBGC. Atuou em empresas como Nokia, PepsiCo e Grupo WPP, ocupando posições de liderança regionais e globais. Bulla é idealizador do aplicativo Rainbow para o público LGBT+, que oferece mais de 30 serviços integrados. É coautor do livro Líderes de Marketing, colunista da IstoÉ Dinheiro, autor do podcast sobre inovação Ouça Bulla, além de professor convidado e palestrante em eventos no Brasil e exterior. Também é apaixonado por cultura, cognição e comportamento.

https://cromasolutions.com.br/

 

Profissionais da saúde e professores com mais de um vínculo têm direito a restituição de IR

Um direito que poucos trabalhadores conhecem e exercem é o de não recolherem a contribuição previdenciária (INSS) sobre suas remunerações no valor que ultrapassar o teto dos benefícios, hoje de R$ 6.101,06. 

Quando possui apenas um vínculo (empregatício ou de prestação de serviços) essa garantia geralmente é respeitada, porém, o problema ocorre quando o trabalhador mantém mais de um. É muito comum, por exemplo, entre profissionais da saúde e da educação, que acabam trabalhando em dois ou mais estabelecimentos e contribuindo em cada um deles. 

Nos casos em que o segurado exerce mais de uma atividade remunerada, o controle dos valores a serem recolhidos deve ser feito por ele próprio, pois, a Autarquia Previdenciária e a Receita Federal não realizam uma fiscalização para averiguar se há recolhimento acima do teto previdenciário e, por esse motivo, o trabalhador sofre prejuízos financeiros ao pagar valor superior ao que é devido. 

A Instrução Normativa nº. 971/09 da Receita Federal do Brasil esclarece em seu art. 87, § 2º, inciso I, alínea “b”, que quando a remuneração global do segurado for superior ao limite máximo do salário de contribuição, ele poderá eleger qual a fonte pagadora que primeiro efetuará o desconto, cabendo às que sucederem efetuar o desconto sobre a parcela do salário de contribuição complementar até o limite máximo do salário de contribuição. 

Assim, deverá eleger uma fonte pagadora principal sobre a qual incidirá a contribuição previdenciária e, sendo esta inferior ao teto máximo do salário de contribuição, a fonte secundária/subsidiária será responsável por complementar o montante a ser recolhido até o limite imposto. O salário de contribuição será obtido a partir da soma das remunerações recebidas pelo segurado, podendo ser consultada através de sua folha de pagamento.

Por exemplo, um professor que exerce docência, de modo concomitante, em duas universidades e que em cada um recebe uma remuneração de R$ 3.500,00, como a soma dos salários de contribuição ultrapassa o teto estabelecido pela autarquia previdenciária, este professor poderá informar a uma das empregadoras que os descontos a título de contribuição previdenciária deverão recair sobre valor inferior ao total da remuneração mensal, uma vez que possui fonte pagadora principal, ao passo que a secundária deve apenas complementar o valor até atingir o teto da contribuição.

Na prática são comuns os descontos sobre o valor total das remunerações mensais, ultrapassando o limite de contribuição. Nestes casos, é possível a restituição dos valores pagos a maior, com a devida correção monetária. Para tanto, o segurado poderá requere-la através d da Receita Federal e, havendo embaraços pelo órgão quanto ao dever de restituir, será possível o ajuizamento de ação judicial a fim de reaver os valores pagos acima do teto de contribuição. 

Portanto, o segurado que exerce ou exerceu atividades concomitantes e efetivou o recolhimento de contribuições previdenciárias sobre valor superior ao teto estabelecido pelo Regime Geral da Previdência Social à época de cada competência recolhida poderá reaver tais valores, observado o prazo prescricional de cinco anos.

 


Rita Riff - advogada especializada em Direito Previdenciário. Diretora do Brazilian Prev Consultoria em Previdência no Brasil e exterior


E-COMMERCE: COMO OBTER SUCESSO COM SUA LOJA DIGITAL

Ainda que não seja preciso investir muito para começar no comércio eletrônico, é necessário desenvolver planejamento e estratégia para se destacar no mar de lojas virtuais.

 

Observando 2020, os empreendedores podem perceber que não apenas vivemos em um mundo diferente que tornou-se amplamente digital, mas também que possuir uma presença de negócio online é crucial para o sucesso no universo do e-commerce.  Em outras palavras, se os produtos e serviços não são facilmente acessíveis online hoje, as chances de vender menos são gigantes.

Isso é o que confirma a mestre em comportamento de consumo digital, implantação de e-commerce e negócios digitais, Fátima Bana. Para a especialista, a proximidade física com os clientes já foi o sucesso dos varejistas, mas não é necessariamente o caso de hoje em dia. “Obviamente a era digital mudou o cenário como as empresas vendem e se comunicam com seus clientes. Empreendedores experientes precisam não apenas focar em seus produtos e serviços, mas também em como comercializar a sua marca por meio de um conteúdo forte e relevante que fala com seus clientes atuais e potenciais” – explica. 

De acordo com Fátima para obter sucesso na loja virtual, antes é preciso construir uma estratégia digital. “ Um método de marketing eficaz é a abordagem de vendas omnicanal, ou seja, ter uma comunicação que atua de forma linear em todos os canais. A experiência do cliente com uma empresa, quer ele esteja usando um computador, celular, tablet ou mesmo comprando em uma loja física, deve ser perfeita, é preciso fornecer ao cliente uma experiência integrada” – Pontua a especialista que também possui formação internacional em Marketing. 

Em uma época em que fazer compras online parece mais conveniente do que entrar em uma loja física, a profissional aponta que ter inovação é sinônimo de sobrevivência. “ Investir na transformação digital pode ser uma das melhores decisões que uma empresa pode tomar, porém o sucesso da implementação depende dos seus processos de planejamento e execução”. 

E para ajudar aqueles que ainda não sabem como obter sucesso com a loja online, a especialista citou quatro dicas para ajudar a sua empresa a desenvolver uma estratégia que o ajudará a obter sucesso na transformação digital. Confira:

 

  1. Priorize soluções que valorizem a privacidade do cliente:

De acordo com a especialista, mesmo que o empreendedor já tenha experiência com o mercado tradicional, é importante entender as técnicas de venda no universo online. “Assim como existem necessidades especificas nas vendas presenciais, no comércio digital é necessário tomar medidas para garantir que o negócio funcione adequadamente. Escolher a melhor plataforma de hospedagem de sites é uma delas” – aconselha. 

Para ter sucesso, a plataforma de e-commerce precisa garantir uma navegação intuitiva e uma experiência de compra segura. Ainda segundo Fátima, é importante buscar um software de e-commerce que possua uma boa politica de privacidade, esteja em conformidade com as leis de proteção de dados e seja fácil de manter e atualizar.

 

  1. Conheça o seu consumidor:

Vender no mercado digital elimina a necessidade de reservar um espaço físico para o seu cliente, mas é fundamental estabelecer contato com os consumidores. “Para acompanhar os clientes nos canais de vendas, é necessário escolher uma plataforma de CRM que permita acompanhar todas as vendas, preferências, visualizações de páginas e cliques no site. Existem várias plataformas no mercado que atendem a diversos públicos, com diferentes preços e complexidades. Encontre a plataforma que melhor de adeque ao seu orçamento e ao tipo de negócio que você está prestes a iniciar” – Diz Bana.

 

  1. Esteja sempre presente:

O sucesso do empreendedor sempre dependerá de atrair consumidores. Portanto, segundo Fátima, investir em marketing é fundamental. “Ao iniciar no e-commerce, é importante entender as estratégias de marketing digital para atrair o maior número de clientes e fortalecer a marca. SEO, Inbound Marketing, Google Ads e redes sociais são as estratégias básicas.” 

A maioria dos clientes estão na internet, portanto, a especialista aconselha a estudar o perfil do consumidor e descobrir quais redes sociais ele usa com mais frequência, o tipo de conteúdo que ele acessa e suas preferências. “A  partir disso, você poderá começar a procurar plataformas que auxiliem na postagem, criação de conteúdo e gerenciamento de mídias. Algumas plataformas permitem que a empresa responda comentários, mensagens diretas e agendem postagem em um só lugar, facilitando o contato”.

 

  1. Organize suas operações:

Embora não seja necessária a contratação de uma equipe especializada em tecnologia  para a condução dos negócios a especialista em marketing sinaliza que é importante utilizar ferramentas que possam facilitar a implantação e gestão de negócios online. De acordo com Fátima, utilizar ferramentas de planejamento e organização é essencial para rastrear estoque, entrega de produtos, pagamentos necessários e processos de venda. “É muito importante escolher um fornecedor de software que tenha funções integradas e concentre todo o conteúdo em um programa para simplificar e promover o gerenciamento de negócios”. 

Migrando do mercado presencial ou não, é importante analisar os detalhes do mercado digital. Para Fátima, analisar tendências nos concorrentes e na sua área de atuação é uma parte importante da adoção de uma estratégia de e-commerce. “Fornecer bons produtos ou serviços, investindo no marketing, com uma estrutura logística e operacional podem ser o diferencial para que o seu negócio prospere no mercado digital” – Finaliza.




Fatima Bana,- mestre em comportamento de consumo digital e especialista em liderança de equipes, planejamento, implantação de e-commerce, gestão empresarial e negócios digitais. A especialista possui formação internacional na área de marketing pela University of Califórnia (UCLA / USA) e atualmente, é graduanda em Neuropsicologia o que garante análises com base nos processos cognitivos. Fatima já atuou como líder em grandes empresas: foi diretora executiva em companhias como Gafisa, Accenture e Tivit, e ocupou o cargo de Head de Marketing na LATAM e CMO da Buser.

 

Ciência: legado inexorável da Pandemia

 

Nem a mais pessimista das previsões poderia sugerir um ano tão atípico. Embora seja possível argumentar a favor de alertas como o de Bill Gates, feito há 5 anos, e análises como a de Nassin Taleb, contestando o rótulo de imponderável, a verdade é que ninguém imaginaria a profundidade das mudanças impostas pela COVID-19.

Neste contexto, o assombroso número de mais de 1 milhão de óbitos atesta resultado amplamente negativo. Ainda que a escalada diária dos números, por vezes, pareça tentar relativizar o impacto de uma vida, esta será a principal e mais dolorosa lembrança da pandemia. 

Além disso e à medida que se inicia período de flexibilização do fluxo de pessoas, é inevitável lembrar dos longos períodos em quarentena. O isolamento social imposto na tentativa de diminuir a velocidade de propagação do vírus teve pico de 63% da população e nos manteve afastados de pessoas queridas e de hábitos outrora inquestionáveis. Economicamente, o impacto era inevitável: no Brasil, mais de 700 mil empresas fecharam as portas e o último trimestre apresentou tombo histórico de 9,7% no PIB. Podemos enumerar, também, as crianças tanto tempo longe da escola, o aumento do desemprego...enfim, a lista é extensa. 

Entretanto, sem a menor intenção de mostrar um copo meio cheio – quando se perdem vidas, o vazio impera – apresenta-se a oportunidade de observarmos o legado colateral otimista exposto pela pandemia: a valorização da ciência. Desde o primeiro caso, ela foi crucial para elucidar o agente causador da COVID-19. Somente por meio do sequenciamento genético nos foi permitido identificar o coronavírus, posteriormente chamado de Sars-CoV-2. Em seguida, talvez ofuscada pela disseminação das dúvidas ante o desconhecido, pouco crédito foi dado à ciência quando abordagens diagnósticas, como os testes moleculares e os sorológicos, começaram a ser apresentadas. Neste sentido, a pesquisa e desenvolvimento em diversas empresas e instituições possibilitaram a sadia diversidade de soluções disponíveis. 

Se a prática da ciência, de maneira contínua, tem permitido o vital aumento de possibilidades diagnósticas, o conhecimento por trás das vacinas segue o mesmo curso. Se nem as mais estudiosas e experientes autoridades no assunto concordam entre si sobre quando uma vacina estará disponível (e acessível) no país, existem apenas duas certezas sobre o tema: ela chegará e será graças à ciência. 

Esta tem sido mais uma dentre as incontáveis mudanças em nosso cotidiano: estamos todos mais conectados e próximos à ciência, tentando entender, por meio dela, o que acontece. De acordo com pesquisa recente do Ibope, 58% dos brasileiros acreditam que a ciência será mais valorizada após a pandemia. Já o Google mostra que buscas pelo termo “artigo científico” tiveram salto de 67% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Instituições de pesquisa, empresas de diagnóstico e produtores de vacina tiveram relevância ampliada para a sociedade. 

Em meio a uma conjuntura predominantemente negativa, nasceu o que podemos chamar de Momento Pró-Ciência. Um período potencialmente transformador de seu protagonismo, cujos impactos podem moldar o futuro. A importância dada à ciência e a velocidade de resposta a futuros novos surtos serão diretamente proporcionais. O momento vai passar, mas tais reflexões talvez concentrem a herança mais importante deixada pela COVID-19.

No Brasil, é preciso entender incentivos à saúde e pesquisa básica como investimentos imprescindíveis ao bem-estar da população. Recorrer à ciência com surtos já em curso custa mais dinheiro e mais vidas. Torna-se igualmente crítico repensar os modelos atuais das universidades, questionando (a falta de) alinhamento à agilidade e necessidades do mundo “lá fora” e à postura relativamente contemplativa ao fomento do estado. Soma-se ainda a necessidade de maior participação da iniciativa privada em meio a esta dinâmica, expandindo presença local e ampliando parcerias com entidades públicas.

Acima de tudo, esse ecossistema demanda atuação sinérgica, não permitindo se tomar partido (sem o perdão da palavra). Nenhuma esfera deve se preservar da responsabilidade e nenhum de nós esquecer da protagonista do momento: é verdade que ainda não temos resposta para tudo, mas certamente sem a ciência, não teríamos para nada.

 



Nicolas Marchon - executivo sênior de marketing para a América Latina da Thermo Fisher Scientific.

 

Entrevista virtual: Como chamar atenção das empresas?

Analista de Recursos Humanos Ana Chauvet dá dicas valiosas sobre seleção de candidatos nas redes sociais e como se sair bem em uma entrevista online


Muito além do homeoffice, a pandemia de covid-19 diversificou o modo como as empresas se relacionam com candidatos a vagas de emprego. Apesar da avaliação do perfil online dos candidatos ser uma prática comum mesmo antes da pandemia, a nova condição fez com que as empresas adaptassem também os processos seletivos para as plataformas digitais. Candidatos antes preocupados com o deslocamento até o local da entrevista, agora devem se atentar ao teste de conexão de internet e buscar um cenário neutro e tranquilo para realizar a entrevista dentro de suas casas. A analista de Recursos Humanos Ana Cláudia Chauvet dá dicas valiosas sobre como se mostrar aos recrutadores de forma assertiva e obter resultados na busca pela recolocação profissional em cada uma das redes sociais.

Com onze anos de atuação na área de recrutamento e seleção, a analista encontrou forças para abrir o próprio negócio após uma decepção profissional. Com isso, surgia em 2019 o Instituto Ana Chauvet: “Estava incomodada com o regime de RH corporativo e robotizado, pois tem uma vida ali por trás de cada currículo. Após uma decepção profissional, realizei uma postagem no Instagram sobre humanização dos processos e as pessoas começaram a me procurar para consultoria. Passei a compartilhar conteúdo e decidi que era o momento de abrir o meu próprio negócio. O Instituto Ana Chauvet é uma empresa de recrutamento e seleção humanizados, atuando em recolocação profissional, treinamento in company, palestras e recrutamento e seleção”, conta.

Mesmo buscando sempre se capacitar, Ana também mantém o Emprega Rio Solidário, um projeto social que leva os serviços de elaboração de currículos, testes comportamentais e consultoria para moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro.

Ainda que o momento seja incerto em relação ao mercado de trabalho, a analista aposta em um regime de trabalho híbrido no pós pandemia, no qual seja mantida a rotina de teletrabalho e praticando encontros presenciais de forma pontual: “Ainda é cedo para fazer projeções sobre o comportamento das empresas após a pandemia, mas é inegável que o homeoffice trouxe vários benefícios para empresas e funcionários: as empresas não necessitam de uma estrutura física para funcionar, além de aumentar a qualidade de vida dos funcionários, que poupam o tempo do deslocamento, impactando positivamente na produtividade. Em um modelo híbrido, as duas partes aproveitariam as vantagens do homeoffice e manteriam as relações sociais que o ambiente de trabalho proporciona”, ressalta.

Confira a entrevista com Ana Chauvet sobre comportamento nas redes sociais e recolocação no mercado de trabalho durante a pandemia:

 

1-   O que os recrutadores esperam dos candidatos nas redes sociais?

Independente da rede, espera-se que o candidato mostre o seu caráter, como ele é de verdade. O ideal é manter a postura profissional, mas o foco vai variar de acordo com a rede.

 

2-   Postagens em uma rede com perfil pessoal influenciam na avaliação do recrutador?

O processo seletivo é restringido à vida profissional. Porém não se pode negar que algumas empresas verificam e podem levar em consideração a postura pessoal do candidato durante o processo seletivo, por isso é importante ter cautela com a exposição.

 

3-   Como o candidato pode se conectar com as empresas de forma assertiva pelo LinkedIn, TikTok e Instagram?

O LinkedIn, por exemplo, é uma plataforma exclusivamente profissional. Contar cases reais, experiências que você teve no trabalho e compartilhar conteúdos técnicos da área que você pretende alcançar são posturas que aumentam o seu engajamento e chamam atenção dos recrutadores.

O TikTok é uma rede mais rápida, onde os conteúdos são mais curtos e com perfil voltado para a brincadeira. Dependendo da área, seria uma rede que não se aplica ao mercado, é necessário ter feeling para identificar o que cabe ou não para a sua área.

Já o Instagram hoje é mais flexível e a plataforma é utilizada para diversas finalidades, tanto para expor um perfil pessoal, quanto profissional. No meu próprio Instagram, por exemplo, eu compartilho conteúdos da minha vida pessoal, mas também da minha vida profissional. Mas é preciso encontrar um equilíbrio: se a pessoa só posta foto com bebidas alcoólicas tendo trabalho no dia seguinte, por exemplo, isso causa uma impressão muito negativa.

 

4-   De que forma as empresas enxergam a questão da privacidade dos candidatos quando ele restringe informações pessoais somente para as suas conexões?

Vai depender da rede. O Instagram, por exemplo, tem mudado sua personalidade, pois hoje existem pessoas que ganham dinheiro através dele. Mas se a sua finalidade for de uso exclusivamente particular, não há problema em configurar a visualização das publicações somente para amigos. Já no caso do LinkedIn, que é uma plataforma voltada para as conexões profissionais e por ser uma rede de networking, isso influencia na visibilidade do perfil. No LinkedIn, quanto mais exposição e engajamento, mais oportunidades o candidato terá.

 

5-   Como o candidato deve se portar em uma entrevista online após passar por esse filtro?

Os processos digitais hoje se dão através de diferentes plataformas, como Zoom, Skype e Hangout. É importante estar em um ambiente tranquilo, livre de ruídos ou interferências, e de preferência que tenha um fundo neutro, livre de muitos objetos; testar a conexão com a internet antes da reunião; deixar um roteiro de entrevista próximo ao computador com os valores da empresa, informações da vaga e o seu currículo para consulta; um copo de água também ajuda; caso o candidato tenha um familiar doente, por exemplo, ou qualquer outro fato que possa interferir na reunião, é interessante avisar o recrutador no início da entrevista.

É preciso se atentar à aparência e se portar como se estivesse em uma entrevista pessoal: vestimenta adequada ao ambiente de trabalho e se atentar à leitura corporal.

 

6-   No caso do candidato estar com os filhos em casa e esteja passível de interrupções, ele deve avisar ao recrutador?

Caso tenham crianças no ambiente, é preciso tomar cuidado: existem recrutadores que irão entender que naquele determinado momento o candidato era o responsável pela tutela da criança, mas tem recrutadores que podem interpretar de forma negativa, como se o candidato não tivesse disponibilidade para trabalhar por não ter com quem deixar a criança. É bom que essas informações sejam bem alinhadas.

 

7-   Qual a sua dica de ouro para o candidato que busca a recolocação profissional através das redes?

Minha dica é você se perguntar: Qual é a marca que você quer passar para o mundo? Toda pessoa tem um adjetivo, por exemplo, a Ana é uma pessoa comprometida e organizada. Quando essa imagem do candidato é bem definida, acaba influenciando independente da rede que ele utiliza. Para isso, é importante compartilhar atitudes que demonstrem essas características.

 


Instituto Ana Chauvet – Consultoria de Carreira

Instagram: @ana_chauvet
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/ana-chauvet/

 

42% acreditam em piora na saúde de mental a longo prazo após a pandemia, mostra pesquisa

Quadros de ansiedade vão subir permanentemente para 35% dos entrevistados, segundo dados da Getty Images divulgados para chamar atenção para o Dia da Saúde Mental


A pandemia do COVID-19 causou diversas mudanças no cotidiano da população mundial, mas os efeitos a longo prazo ainda são incertos. No entanto, para boa parte dos entrevistados de uma nova pesquisa da Getty Images, líder global em comunicação visual, uma das decorrências será relacionada à saúde mental. 

Para 42%, os diagnósticos de depressão irão sofrer um aumento como resultado dos efeitos a longo prazo da pandemia. Já 35% acreditam que os quadros de ansiedade vão subir permanentemente.

Dados mais animadores do estudo mostram que 89% buscam cuidar de sua saúde mental, enquanto 92% concordam que é importante discutir o assunto. Este número aumenta para 94% na América Latina.

Essas descobertas foram divulgadas para chamar atenção para o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro. A pesquisa, denominada Visual GPS, foi realizada pela Getty Images com mais de 10 mil pessoas em 26 países em parceria com a YouGov, empresa de pesquisa de mercado global, para ajudar profissionais a selecionar conteúdo visual.

De acordo com a Diretora de Insights Criativos da América, Tristen Norman, deve-se usar imagens autênticas, realistas e com diversidade para retratar o tema. “Romper com os estereótipos visuais que envolvem a saúde mental é crucial para que as discussões sobre o assunto, que muitas vezes é tratado como um tabu, sejam mais abertas e construtivas”.


Buscas de conteúdo visual

A Getty Images também notou diferenças nas pesquisas realizadas em sua extensa base de conteúdo visual que inclui mais de 375 milhões de itens de janeiro a junho de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado.

Termos como “felicidade” (-26%), “família feliz” (-3%) e bem-estar (-11%) foram menos buscados na plataforma da líder global em comunicação visual, assim como atividades que envolvem contato com outras pessoas, como “academia” (-17%), “crossfit” (-50%) e massagem (-43%).

Já buscas por conteúdo visual sobre “saúde mental” (+234%), “ansiedade” (+101%) e “inteligência emocional” (+34%) registraram alta, assim como “exercício em casa”, com impressionantes 5.825% de pesquisas a mais.

“Yoga” (+33%), “meditação” (+67%), doação (+116), “alongamento” (+49%), “mindfulness” (+89%) e “esperança” (+118%) foram outros termos com mais buscas de janeiro a junho de 2020 do que o primeiro semestre do ano passado.

A pesquisa Visual GPS está disponível para download gratuito em https://creativeinsights.gettyimages.com/en/visual-gps.

 



Visual

www.VisualGPS.com.

 

 

Getty Images

www.gettyimages.com e www.istock.com

gettyimages.creativeinsights.com


Reconhecimento facial - uma tendência para condomínios e empresas

A pandemia alavancou muitas tecnologias que auxiliam no distanciamento social e para prédios e condomínios uma que vem se destacando é a de reconhecimento facial, uma tendência que vem para ficar, aumentando a segurança das pessoas. A tecnologia muitas vezes lembra os filmes de ficção científica, entretanto, o futuro distante virou o hoje. Essas tecnologias já são utilizadas por empresas em quase todo o mundo e também no Brasil.

"Reconhecimento facial é uma das principais tendências de segurança para o futuro e presente. Para muitas pessoas essa tecnologia remete a filmes futuristas, mas ela é mais real do que se imagina. Esse sistema controla o acesso de um determinado local por meio de leitores faciais, logo na entrada do estabelecimento, tudo gerenciado por um software que reconhece o indivíduo e libera e controla a sua entrada", explica Gabriel Borba da GB Serviços, que fornece esse serviço no país.

Um destaque é que esse sistema de acesso é mais eficiente e moderno do que a biometria, reconhecendo as medidas do nosso rosto, que são como uma impressão digital. Com isso também é possível criar limitações no acesso, podendo ser essa de local ou horário.

O sistema de reconhecimento facial, porém não funciona de forma isolada. "É preciso que esses sistemas estejam alinhados juntamente com as barreiras físicas disponibilizadas no local, com isso controla todo o acesso a um local, permitindo 100% de controle de quem acessou o ambiente, com data, hora, tempo de permanência e local acessado", explica Gabriel Borba.

Não há invasão de privacidade, é apenas um cadastro comum, uma foto, como já é feito quando se visita prédios comerciais. Mas com muito mais facilidade e agilidade para todos. Isso mostra como o mundo está mudando e é preciso se adequar a essa nova realidade, com uma maior proteção que possibilita a segurança que os negócios e as famílias merecem, para o desenvolvimento e crescimento em harmonia.


Para empresas

Se essa tecnologia funciona para segurança de espaços físicos, o resultado também é muito positivo para marcação de ponto dos trabalhadores, principalmente em um mundo com forte experiência de home office pós coronavírus

Exemplo é a parceria fechada entre o Confirp Digital e a Let´s Work, que traz uma tecnologia com Reconhecimento Facial e Geolocalização com interação automática com o Confirp Digital. O objetivo é trazer uma solução de marcação de ponto aos nossos clientes, mas com um objetivo ainda maior de eliminar trabalhos repetitivos e duplicados da área de Recursos Humanos

As vantagens são diversas, como por exemplo:

• Através de dispositivo móvel ou tablet a marcação é realizada por reconhecimento facial e geolocalização;

• No relógio atual você precisa fazer a troca de bobina de papel, nessa ferramenta o comprovante é enviado para e-mail do colaborador;

• As marcações são atualizadas em tempo real e tanto RH como o gestor de equipe podem realizar as consultas de marcações pela internet;

• O gestor pode receber notificações diárias e semanais em relação a faltas, atrasos, horas extras e inconsistências;

• Através de app o funcionário tem o controle das suas batidas, solicitações de correção, abono e horas extras. Além de ter todos os espelhos fechados e assinados via reconhecimento facial na palma de sua mão.

Como pode ver o reconhecimento facial é um sistema desenvolvido para identificar uma pessoa por meio de imagem ou vídeo. Essa tecnologia já existia, mas seu uso se tornou mais perceptível e acessível nos últimos anos, pois agora ela é usada em soluções inovadoras, como aplicativos pessoais de foto e autenticação secundária para dispositivos móveis. Isso tudo proporciona grande segurança para todos, sociedade, empresas e trabalhadores. 


Mês das Crianças: 24% da carteira de previdência privada individual da Porto Seguro já é voltada para o público infantil

 A preocupação com o planejamento financeiro dos pequenos acontece cada vez mais cedo. Reflexo disso é que 24% da carteira de previdência privada individual da Porto Seguro já é voltada para o público infantil, e 45% dos planos contratados para crianças em 2019 foi para crianças de até três anos de idade. 

A previdência privada para crianças funciona da mesma maneira que um plano de previdência complementar individual, com a diferença de que as contribuições são iniciadas bem antes pelos pais, pelos responsáveis legais ou por qualquer pessoa – como tios e avós, por exemplo – que queira presentear os pequenos. Apesar de ser adquirido pelo responsável financeiro, o plano fica em nome da criança, desde que ela tenha um CPF.  

“O propósito de contratar um plano de previdência para os filhos é garantir que no futuro eles possam fazer uma faculdade, um intercâmbio, comprar o primeiro carro ou até mesmo empreender. Trata-se de um investimento, pois é na vida adulta que os sonhos deles pesam mais no bolso das famílias”, pontua Fernanda Pasquarelli, diretora de Vida e Previdência da Porto Seguro.  

É possível iniciar um plano de previdência para uma criança com contribuições de R$ 200 mensais, o que não impede o contratante de aumentar esse valor de acordo com sua renda e planejamento. Além disso, há possibilidade de fazer aportes adicionais sempre que desejar. Na tributação Regressiva, por exemplo, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado no plano, menor o imposto a pagar sobre cada contribuição feita na hora de retirar os recursos. É importante avaliar sua tolerância a risco, já que o dinheiro é aplicado em fundos de investimentos conservadores, moderados ou arrojados. Um Corretor de seguros pode auxiliar na contratação e na análise do plano ideal para cada perfil de cliente e cada objetivo. 



Porto Seguro

www.portoseguro.com.br/previdencia-privada

 

O registro de software e a transferência de tecnologia como ferramentas de proteção contra a pirataria no mundo globalizado

 Para o presidente do Grupo Marpa, Valdomiro Soares, a transferência de tecnologia é parte fundamental do desenvolvimento nacional e o registro de software é uma das ferramentas à disposição de seus criadores para combater a pirataria


A transferência de tecnologia é parte fundamental do desenvolvimento de uma nação no mundo globalizado, que permite maior fluxo de informações e demanda extremos cuidados para evitar que investimentos e pesquisas sejam pirateados. Nossa legislação traz mecanismos de proteção aos inovadores, como o registro de software e a averbação de contratos de transferência de tecnologia junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Para o presidente do Grupo Marpa – Marcas, patentes e Gestão Tributária, Valdomiro Soares, o registro de software é uma das ferramentas à disposição de seus criadores para combater a pirataria.

“Imagine o seguinte cenário: uma empresa passa anos desenvolvendo um novo software, com investimentos e dedicação, mas não se preocupa em registrá-lo, levando à circulação no mercado sem gerar os devidos retornos para a desenvolvedora, quem à míngua de registro ou averbação de um contrato de transferência de tecnologia deixará de dar a devida publicidade à autoria da tecnologia, dando brechas para seu uso indevido e longas discussões judiciais quanto à autoria para poder colher os frutos do seu trabalho inovador”, explicou Valdomiro. 

“O registro de software é protegido pela Lei de proteção da propriedade intelectual de programa de computador (Lei 9.609/1998), com validade de 50 anos, a partir de 1º de janeiro do ano subsequente ao da sua publicação ou da sua criação, mostrando-se como a melhor forma de se proteger da pirataria, e, para isso, o desenvolvedor deve valer-se da assessoria de empresas com expertise no ramo”, afirmou o presidente do Grupo Marpa, Valdomiro Soares.

 

Propaganda eleitoral nas redes sociais: limites, abusos e desafios da Justiça

As campanhas eleitorais já estão nas ruas e a Justiça Eleitoral enfrenta o desafio de julgar as impugnações ao registro de candidatura e os abusos do direito de campanha. Para os candidatos a dificuldade é acompanhar as mudanças legislativas e saber o que podem e o que não podem fazer durante as campanhas. 

Como sabemos o objetivo central de toda campanha é a captação, conquista ou atração dos votos. Porém, como salienta José Jairo Gomes, as buscas pelos votos deve ser “pautar pela licitude, cumprindo ao candidato e seus apoiadores se curvar às diretrizes ético-jurídicas”. 

A propaganda é instrumento fundamental em qualquer campanha eleitoral, sem ela é quase impossível atingir os eleitores e obter êxito no certame, na medida em que através dela os candidatos tornam público seus projetos, suas ideias e propostas. 

As legislações eleitorais trazem o regramento das propagandas durante o período de campanha, ou seja, o que pode ou não pode ser feito durante as eleições. O Código Eleitoral regula a matéria nos artigos 240 a 256 e a Lei das Eleições traz a matéria nos artigos 36 a 58. 

Nas eleições desse ano, tal como ocorreu em 2018, a utilização dos meios eletrônicos na campanha está a pleno vapor. As novas tecnologias alteraram substancialmente as relações em uma sociedade conectada globalmente, estabelecendo formas diferentes de interação entre as pessoas. As equipes de campanha dos candidatos percebendo a mudança se apropriaram desses processos de comunicação em massa e retiram as propagandas das ruas e concentraram nas redes sociais.

Mas uma questão tem que ser enfrentada: há plena liberdade no mundo virtual? 

Os que defendem a liberdade plena sustentam que no mundo virtual não há barreiras, é aberto a todos indistintamente, além disso, afirmam que seria impossível submeter a internet a rígido controle, uma vez que a sua gestão é descentralizada, não respeitando limites territoriais, já que muitos provedores se encontram estabelecidos no exterior. Destacam ainda, os defensores da internet livre, que as restrições privam os eleitores de terem acesso as informações para a formação de suas opiniões sobre o melhor candidato e prejudica os candidatos, que ficam limitados à propaganda feita em suas próprias páginas. 

Por outro lado, os que defendem a necessidade de regulamentação destacam ser a internet um espaço público, controlado por poucas sociedades empresárias e a ausência de regramentos deixa sem solução o problema de atribuição de responsabilidade jurídica pela prática de ilícitos, o que contribui, substancialmente, para a ocorrência de graves abusos, manipulação da opinião pública e a proliferação da famigeradas fake news (notícias falsas) nas redes sociais. Ressaltam que isso gera um desequilíbrio nas campanhas eleitorais, retirando a lisura das eleições, prejudicando, portanto, o normal funcionamento do regime democrático.

José Jairo Gomes, examinando a questão em sua obra “Direito Eleitoral”, editora Saraiva, 2020, salienta que por “variadas razões deve haver regulamentação estatal (e não apenas das próprias empresas que controlam plataformas) do uso da Internet e redes sociais nas eleições. Há a necessidade de se garantir a integridade, a normalidade e a legitimidade do pleito eleitoral, sendo mister evitar a manipulação do debate público, a disseminação de discursos de violência, preconceito, discriminação e ódio, a difusão de notícias falsas (fake news), de páginas e perfis espúrios. Isso para que as eleições sejam realmente democráticas, legítimas e sinceras.” 

Nas eleições de 2018, as redes sociais foram palco de disseminação de notícias mentirosas, impulsionados em grande escala por organizações bem estruturadas e orientadas para esse fim específico, por pessoas que objetivavam o êxito no certame a qualquer custo. 

O impulsionamento de conteúdo é um serviço pago oferecido pelas plataformas como facebook, instagram e whattsapp, bem como por sites de buscas como o google, com o objetivo de aumentar o alcance e visibilidade da mensagem, aumentando, assim, o impacto do conteúdo. 

Nos termos do artigo 57-C da Lei das Eleições (Lei 9504) a licitude do impulsionamento requer: “É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdos, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes”. Além disso, nos termos do parágrafo terceiro do mesmo artigo, destaca que o impulsionamento “deverá ser contratado diretamente com provedor da aplicação de internet com sede e foro no País, ou de sua filial, sucursal, escritório, estabelecimento ou representante legalmente estabelecido no País e apenas com o fim de promover ou beneficiar candidatos ou suas agremiações”. 

Essas restrições têm por objetivo prevenir os abusos de poder econômico e dos meios de comunicação social no processo eleitoral, preservando-se o princípio democrático e a igualdade entre os candidatos. Sem essas limitações legais, em especial a necessidade de a contratação ser realizada exclusivamente por partidos, coligações e candidatos e seus representantes, as redes sociais seriam palco de impulsionamento por apoiadores ocultos (robôs), o que impediria o controle dos gastos de campanha, bem como a imposição de responsabilidade pelos ilícitos praticados. 

No entanto, se aplicada a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nas campanhas eleitorais deste ano, os candidatos só poderão enviar material de campanha após prévia autorização por escrito do eleitor que receberá a propaganda em sua casa, por SMS de celular ou aplicativos de mensagens, pelas redes sociais ou em qualquer outro meio. Assim, como ficarão os impulsionamentos de mensagens eletrônicas? Teremos os robôs nas campanhas eleitorais como ocorreu em 2018? Havendo a disparada em massa sem o cumprimento da nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) incidirão os faltosos em abuso de poder econômico ou dos meios de comunicação social? Desafios que a Justiça Eleitoral terá, inequivocamente, de enfrentar em 2020!

 



Marcelo Aith - advogado especialista em Direito Público e professor convidado da Escola Paulista de Direito

 

Reitor de universidade americana diz no que a educação brasileira tem que mudar muito para chegar ao nível dos Estados Unidos

Brasileiro e reitor de universidade nos Estados Unidos, Dr. Italu Colares faz comparação entre o sistema educacional brasileiro e o norte-americano. No entanto, é preciso entender que antes de chegar no padrão deles, é necessário compreender a história de como surgiram o formato das escolas como são conhecidas.

 

Voltando à Grécia antiga, é bom lembrar que havia escolas, mas não no modelo formal de universidades como é conhecido atualmente. No período das comunidades eclesiásticas, já existia um prenúncio da Educação à distância com a leitura das cartas apostólicas para essas comunidades. No período do poder da igreja nasceram as primeiras universidades na Europa. Sem as igrejas não teríamos o conceito de universidade que se conhece atualmente. Já na época do escolasticismo, muito foi debatido acerca de teologia e filosofia nas escolas escolásticas.

Nos Estados Unidos a Primeira universidade criada foi a Universidade de Harvard que nasceu em 1636 com o nome de New College. Posteriormente esse nome foi mudado inspirado no Teólogo John Harvard.  Enquanto isso, o Brasil foi colonizado pelos portugueses a educação dos índios se deu com a companhia de Jesus liderada por Inácio de Loyola para a catequese dos mesmos. Os padres ensinavam os índios com ressalvas.

Segundo o professor Dr. Italu Colares, apenas os filhos dos senhores feudais tinham condições de estudar em Portugal, pois no Brasil não existiam universidades: “Por isso, quem desejasse ir para a universidade tinha que ir para Portugal e ter dinheiro para isso”. Até o início do século XIX, não existiam cursos superiores no Brasil. “O país era colônia portuguesa e as graduações eram proibidas nas terras brasileiras. Quem tinha oportunidade financeira ia estudar nas já tradicionais universidades de Portugal, principalmente para a Universidade de Coimbra, a mais antiga portuguesa, fundada em 1290”, detalha.

 

Chegada dos portugueses ao brasil gera criação de escolas 

A chegada da família real portuguesa ao Brasil é um marco importante para que o país começasse a escrever sua história no Ensino Superior. A corte desembarcou no Brasil no dia 22 de janeiro de 1808. Nesse mesmo ano, surgiram as duas primeiras escolas brasileiras de Medicina. Conforme detalha Dr. Italu, “nem um mês após a chegada de Dom João VI,  ele assinou o documento para a criação da Escola de Cirurgia da Bahia, em 18 de fevereiro, em Salvador. Pouco depois, em 2 de abril, outro decreto criou a Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, que era abrigada no Hospital da Misericórdia”.

Vale lembrar que, apesar do preconceito contra a educação a distância, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional no Brasil. Dr. Italu destaca que “o registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência. Posteriormente com a criação do rádio e da TV foram implementados nessa modalidade novos recursos que seriam o início da educação eletrônica. Deve-se ter em mente que o EAD nasceu na Europa. Foi aos Estados Unidos até chegar em 1904 ao Brasil. Ambos tinham uma educação mais avançada do que a educação brasileira”, explica.

 

Mudanças após a criação do MEC 

Uma curiosidade, conta Dr. Italu: “O MEC somente nasceu em 14 de novembro de 1930. Isso quer dizer que não havia o tal para regulamentar o ensino brasileiro”. Depois da criação deste, aconteceram os Acordos entre o MEC e a USAID que foram implementados no Brasil com a lei 5.540/68. “Foram negociados secretamente e só se tornaram públicos em Novembro de 1966 após intensa pressão política e popular. Foram estabelecidos entre o Ministério da Educação (MEC) do Brasil e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) para reformar o ensino brasileiro de acordo com padrões impostos pelos EUA. Apesar da ampla discussão anterior sobre a educação, iniciada ainda em 1961, essas reformas foram implantadas pelos militares no período do regime militar em 1964”, sintetiza o professor.

A reforma mais visível ocorreu na re-nomeação dos cursos. Os antigos cursos primário (5 anos) e ginasial (4 anos) foram fundidos e renomeados como primeiro grau, com oito anos de duração. Já o antigo curso científico foi fundido com o clássico e passou a ser denominado segundo grau, com três anos de duração. O curso universitário passou a ser denominado terceiro grau. Essa reforma eliminou um ano de estudos, fazendo com que o Brasil tivesse apenas 11 níveis até chegar ao fim do segundo grau enquanto países europeus e o Canadá possuem um mínimo de 12 níveis. O professor recorda que “a repressão então gerou assim uma violenta oposição liderada por diversos setores contra os acordos MEC-USAID, o que chamou a atenção da opinião pública mundial. Pressionado, o governo militar acabou criando em 1968 um grupo de estudos encarregado de trabalhar na reforma com uma proposta abrasileirada”. Logo, “Infelizmente o acordo foi rompido”, lamenta.

Dr. Italu enfatiza que com essa ruptura é importante analisar os três principais sistemas de ensino: Francês, americano e alemão. “Analisando a risca, por mais que os Estados Unidos tenham influenciado a educação brasileiro, o modelo predominante no Brasil é o sistema francês de ensino. Esse sistema para ser claro possui 3 pilares: submissão ao estado, qualificação de mão de obra para trabalhar para esse mesmo estado e o ensino é principal sendo executado desatrelado da pesquisa. Mesmo as universidades que alegaram um enamoramento com o sistema alemão de ensino (ensino e pesquisa caminham juntos indiferente aos interesses estatais) hoje a realidade não se mostra o intento inicial”, completa.  Na América a ênfase se dá na criação de conhecimento onde todos os alunos participam e podem expor suas ideias. “Nos Estados Unidos, o aluno deverá vencer sua timidez e se expressar”, conta Dr. Italu.

 

Diferenças entre os sistemas brasileiro e norte-americano 

Nos seminários presenciais não há tanta participação do aluno, porém nos grupos de discussão a participação deste é uma constante. “Enquanto os alunos são mais passivos no Brasil, os estudantes devem ser bastante ativos na educação americana. As aulas presenciais são mais curtas, porém existem mais trabalhos e exigência de produção técnica por parte da universidade para com o aluno. Durante o programa inteiro cursado, o estudante deverá escrever textos acadêmicos, resenhas e resumos de cada uma das disciplinas cursadas para que possa concluir seu programa de estudos”, compara.

Além disso, Dr. Italu pondera que “no Brasil a maior parte das disciplinas é obrigatória. Nos Estados Unidos existem as obrigatórias e as eletivas. A grade na América é aberta e flexível. Você pode fazer uma mesma aula onde acadêmicos de cursos diferentes estão presentes”.

Outro detalhe importante é que “nos Estados Unidos, as universidades funcionam com uma grande autonomia estando submetida unicamente as normas estatutárias. As mesmas se vinculam aos órgãos reguladores de educação (departamentos de educação de cada estado) não por imposição, mas por vontade própria além de fazer o mesmo com agências acreditadoras. Essas nasceram muito posterior ao nascimento das primeiras universidades”.

A modalidade de educação a Distância já em tempos remotos era utilizada nos Estados Unidos e na Europa. Logo, Dr. Italu lembra que “então é bastante comum a metodologia da auto aprendizagem. Isso evolui mais ainda com a disseminação da internet arrobando as portas de vez para a educação eletrônica.  Os Estados Unidos hoje ocupam a quinta melhor educação do planeta enquanto o Brasil está muito aquém do ideal”.

 

Uma análise do que poderia ter sido feito 

Diante de tantas diferenças entre a educação brasileira e americana, Dr. Italu Colares pensa que o Brasil rompeu o acordo com a USAID cedo demais: “o Brasil deveria aprender com a América. Somente dois séculos depois dos Estados Unidos o Brasil teve sua primeira escola. Além disso, o Brasil deu muita ênfase a formar trabalhadores para o estado e por causa disso se tem poucos pesquisadores, muitos trabalhadores e poucos trabalhando gerando assim um alto grau de desemprego no país tropical. Gera pessoas cada vez menos competentes e isso faz com que estejamos de mal a pior na educação. Uma parceria novamente com os Estados Unidos cairia muito bem para avançarmos na educação. Também uma maior autonomia das universidades brasileiras, além de uma reforma completa na legislação educacional brasileira”, finaliza.

 

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