Em casa que tem pet, a decoração de Natal deve ser
planejada com muita cautela para evitar acidentes e imprevistos nada
agradáveis. Árvores repletas de bolas coloridas, luzes piscando, estrelas
cheias de pontas, velas, guirlandas e enfeites pendurados ou com movimento
chamam muito a atenção de cães e gatos, por isso, na hora de decorar a casa é
preciso alguns cuidados para o bem-estar do animal e, principalmente, para que
a festa não acabe em uma emergência veterinária.
Curiosos, os animais de companhia adoram brincar
com tudo que veem pela frente, por isso, a família precisa estar atenta. “Os
acidentes mais comuns são os traumas; a ingestão acidental de corpo estranho; e
choques elétricos devido a mordedura”, explica o médico-veterinário Eduardo
Nelson da Silva Pacheco, membro da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos
Animais (CTCPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São
Paulo (CRMV-SP).
Pacheco ressalta que os felinos, por sua natureza
de caçadores, são os que mais sofrem por serem atraídos pelo brilho da
decoração e pelas luzes do pisca-pisca.
A médica-veterinária Cristiane Schilbach Pizzutto,
presidente da Comissão Técnica do Bem-estar Animal (CTBEA) do CRMV-SP, concorda
e acrescenta que o risco de incêndio e de choques elétricos causados pela
curiosidade é grande e as consequências podem ser realmente graves.
“É inevitável que o gato tente escalar, porque
gosta de diferentes alturas e a árvore é um atrativo”, afirma Cristiane,
destacando ainda que se o animal ingerir algum item natalino pode sofrer
perfuração, cortes e até obstrução intestinal.
Atenção além da árvore de
Natal
E não é só a árvore de Natal que pode ser alvo da
travessura dos pets. Arranjos com velas e fitas, espalhados por aparadores e
mesas pela casa, e festões pendurados por toda parte podem se tornar
armadilhas.
De acordo com a presidente da CTBEA, principalmente
no caso do gato, a curiosidade é que vai dizer se a vela é perigosa ou não,
dependendo do quanto o animal é ativo. “Conhecendo o perfil do pet, a família
vai saber o que é ou não perigoso e caso ele interaja de forma muito intensa às
novidades, certamente, vai precisar de mais atenção ou mesmo será necessário
excluir o item da decoração”, enfatiza.
Cristiane alerta para se evitar fitas e festões
pendurados em casa com felinos ou filhotes de cães, pois atraem a atenção e
podem causar sufocando ou enforcamentos, devido a tendência dos animais a
fazerem movimentos circulares.
Os presentes deixados embaixo da árvore, tão
cobiçados pelas crianças, também podem gerar incidentes. Eduardo Nelson da
Silva Pacheco recomenda evitar colocar especialmente alimentos, pois isso pode
despertar a curiosidade pelo olfato levando o pet a destruir o pacote e, sendo
chocolate, sofrer intoxicação.
Cristiane Schilbach Pizzutto vai além e recomenda
não colocar nenhum embrulho embaixo da área. “Presentes são muito atrativos, o
animal vai cheirar, pegar, rasgar, vai revirar tudo e pode até mesmo sufocar
com as embalagens.”
Festa tranquila
Diante de tantos riscos que podem se esconder por
trás de luzes piscantes, enfeites e pacotes coloridos, como decorar a casa para
o Natal sem colocar os pets em perigo e, ao mesmo tempo, tornar o ambiente
agradável para todos os membros da família?
“É possível transformar o ambiente natalino em algo
enriquecedor para seu animal”, garante a médica-veterinária Cristiane Schilbach
Pizzutto, presidente da CTBEA do CRMV-SP, esclarecendo que existem alguns tipos
de enfeites que devem ser deixados de lado.
Em primeiro lugar, a árvore deve ser fixada em uma
base forte para que não tombe quando o gato resolver escalá-la. Nada de luzes,
nem bolas de vidro, estrelas e enfeites de metal pontiagudos. “O animal não vai
diferenciar o que é uma árvore para ele de uma árvore para a família. As
pessoas têm de entrar em um acordo, se quiserem colocar luzinhas, pode, mas só
na varanda ou do lado de fora da janela, protegidas do acesso do animal”,
esclarece Cristiane.
A médica-veterinária lembra, ainda, que os tutores
de felinos costumam manter várias prateleiras e plataformas pela casa. Elas
podem até estar decoradas com festão, desde que não pendurados, mas bem presos
para o gato se esfregar, se coçar, “eles gostam bastante desse tipo de contato,
de demarcar o território. Aliás, as pessoas têm de entender que, às vezes, o
gato vai demarcar a árvore de Natal, isso é natural”.
Interação total
Agora, se a ideia do tutor é que seu pet realmente
interaja com a árvore de Natal, ele pode criar vários atrativos como, por
exemplo, esconder brinquedos ou alimentos. No caso dos cães, as bolas
penduradas podem ser do tipo dispenser de ração, de modo que o
animal possa tirás-la da árvore, rolar e brincar.
“É necessário que as bolas sejam seguras, rígidas,
feitas de material especial. O que não pode é fazer adaptação com bolas
natalinas comuns de plástico, porque uma simples mordida podem quebrá-las e
causar danos ao pet”, ressalta Cristiane, lembrando que é preciso fornecer
brinquedos adequados ao tamanho e à espécie do animal.
E na hora de montar a árvore, nada mais justo que
os cães e gatos da casa estejam presentes e participem do momento com os
tutores. “Se a família está disposta a fazer da árvore um item de
enriquecimento ambiental, tudo é diversão, só tem que tomar cuidado com a forma
com que o animal vai interagir para não ter acidentes”, conclui a presidente da
CTBEA.
Natal com segurança
- Não
use bolas de vidro ou enfeites de metal pontiagudos;
- Não
enfeite a árvore de Natal com pisca-pisca, prefira colocar as luzes em
varandas ou do lado de fora das janelas, onde os pets não tenham acesso;
- Não
deixe festões e fitas penduradas ao alcance de gatos e cães filhotes;
- Evite
enfeites muito pequenos, que possam ser engolidos pelos animais;
- Certifique-se
de que a árvore está bem fixada no chão e não há perigo de tombar quando o
gato tentar subir;
- Deixe
o pet acompanhar a montagem da árvore, isso evita a surpresa de conhecê-la
só depois de pronta, o que potencializa a curiosidade de cães e gatos.
CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 38 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com mais de 38 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.