Pesquisar no Blog

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

PESQUISA REVELA MAZELAS DA SAÚDE NO BRASIL


40% DAS BRASILEIRAS COM 16 ANOS OU MAIS TÊM PROBLEMAS DE ACESSO A GINECOLOGISTAS-OBSTETRAS

Questões da maior importância para a saúde e a sexualidade da mulher brasileira são trazidas à tona pela pesquisa inédita “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: AS RELAÇÕES DOS GINECOLOGISTAS E OBSTETRAS COM SUAS PACIENTES” realizada pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), em trabalho conjunto com o Datafolha. Evidencia-se, por exemplo, que dezenas de milhões de brasileiras não priorizam e, consequentemente, não tratam de sua saúde sexual e reprodutiva.

Só para ficar bem transparente o tamanho do problema, é alarmante o número de mulheres que não costumam ir ao ginecologista-obstetra (GO) (6,5 milhões), que nunca foram ao GO (4 milhões) e também daquelas que não fazem uma consulta com esse especialista há mais de um ano (16,2 milhões), incluindo o grupo de mulheres que não costumam ir. isso significa que cerca de 20% com 16 anos ou mais correm o risco de ter algum problema sem ao menos imaginar.


AMOSTRA

O estudo, FEBRASGO/Datafolha, tem como base 1.089 entrevistas de todo País, distribuídas em 129 municípios de forma a representar as diversas regiões geográficas. Representa 80.980 milhões de mulheres.

Foram ouvidas mulheres de 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas. O campo ocorreu entre 05 e 12 de novembro de 2018, sendo que a margem de erro máxima para esta amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.
              
Quando se fala em nível de confiança de 95% significa que, se fossem realizados 100 levantamentos simultâneos com a mesma metodologia, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.

 
 
PERFIL

Construída para representar as mulheres brasileiras de 16 anos ou mais, a amostra revela que a média de idade é de 42 anos e a maior parte cursou ensino Fundamental ou Médio. Cerca de metade das entrevistadas são casadas ou possuem companheiro(a) e aproximadamente sete em cada dez têm filhos à média de 2,7 filhos.

A incidência maior de filhos se dá entre aquelas na faixa do Ensino Fundamental, classes D/E e do interior. Entre as que não tem filhos (26%), há incidência maior em Ensino superior, classes A/B, Região Metropolitana e População Economicamente Ativa.

É mais significativa a presença de filhos entre as mulheres residentes no interior, entre as com idade igual ou superior a 25 anos, entre as menos privilegiadas quanto à escolaridade e classificação econômica.

Entre as mulheres que já foram ao ginecologista, a maioria, ou seja, aproximadamente seis de cada dez são atendidas por meio de serviços públicos gratuitos de saúde/ SUS, enquanto 20% recorrem a atendimento particular e outras 20% têm plano ou seguro saúde.





HÁBITOS

Quando questionadas sobre qual especialidade médica é a mais importante para saúde da mulher, cerca de oito a cada dez citam Ginecologia-Obstetrícia, de forma mais marcante por mulheres que usam atendimento particular ou convênio.

A especialidade é considerada a mais importante para a saúde da mulher em particular à medida em que aumentam o grau de escolaridade e a classificação econômica.

Dois porcento não têm frequência definida de consultas com o ginecologista, 5% nunca foram e 8% não costumam ir.

O hábito de ir ao ginecologista é mais comum entre as moradoras de Regiões Metropolitanas, da região Sudeste e cresce conforme aumentam a escolaridade e a posição na pirâmide econômica.

Por outro lado, as mulheres que nunca recorreram a esse especialista encontram-se mais entre as residentes em cidades do interior, entre as mais jovens e entre as integrantes das classes D/E.
Os atendimentos, particular e o via plano de saúde, são mais comuns conforme aumenta o grau de escolaridade e a classificação econômica, ao passo que o atendimento público está mais presente à medida que diminuem a escolaridade e classificação econômica.


 
ACESSO

A média de idade da primeira consulta, entre as mulheres que já foram ao ginecologista, é de 20 anos e a necessidade de esclarecer um problema ginecológico, a gravidez ou suspeita dela e prevenção são algumas das razões de procura do especialista.

Já quando se toma o todo da amostra, somente 54% apontam prevenção como motivadora da primeira consulta.

A média etária da primeira consulta é maior entre as mulheres com baixa escolaridade (24 anos no Fundamental versus 18 anos no Médio e Superior), entre as mulheres mais velhas (ou seja, a média de idade vem caindo: de 26 anos entre as pessoas com 60 anos ou mais para 16 anos entre as com 16 a 24 anos) e entre as situadas na base da pirâmide econômica (classes D/E).  

A ocorrência de um problema ginecológico é motivo de ida ao ginecologista especialmente entre as mulheres da região Nordeste, entre as moradoras em cidades do interior, entre as com escolaridade Fundamental e entre as integrantes das classes D/E. A suspeita de gravidez é motivo para a procura de um ginecologista principalmente entre as mulheres com baixa escolaridade (Fundamental).

Cerca de metade das mulheres vão ao ginecologista pela primeira vez por razões preventivas (primeira menstruação, check up, início da vida sexual, busca por acompanhamento contínuo, etc). Além disso, a menarca/início da puberdade é razão especialmente entre as meninas com escolaridade Médio e Superior e entre as integrantes das classes A/B e C.

Somente duas de cada dez brasileiras vão ao ginecologista-obstetra por iniciativa própria. Sete porcento (5,6 milhões) das brasileiras não vão a um ginecologista há cerca de 4 anos. Duas a cada dez foram há mais de um ano.

As brasileiras que foram a um ginecologista há mais de 4 anos atrás estão especialmente entre as menos escolarizadas e entre as residentes em cidades do interior. Em sentido oposto as que procuraram um especialista há mais de 1 a 6 meses encontram-se entre as mulheres mais escolarizadas, entre as integrantes da População Economicamente Ativa e entre as componentes das classes A/B.

Entre as mulheres que não costumam ir ou nunca foram ao ginecologista, as razões alegadas são todas muito preocupantes: quase um terço argumenta que não precisa ir, pois está saudável (31%) e outra parcela (22%) diz que não considera importante ou necessário ir ao ginecologista.  Além de alegarem que têm vergonha, têm medo de detectar problemas, que não têm dinheiro para pagar consulta, que não gostam e que a mãe nunca levou.

Perguntadas se há médicos ginecologistas de fácil acesso na região onde moram, aproximadamente quatro de cada dez sinalizam que o acesso ao especialista é restrito.
As mulheres que residem no interior declaram ter maior facilidade de acesso a médicos ginecologistas, quando comparado às mulheres que residem nas Regiões Metropolitanas. A facilidade no acesso também aumenta de acordo com a melhor posição na classificação econômica e renda familiar. 



 
MÉDICO-PACIENTE

De modo geral, praticamente todas as brasileiras acham importante o ginecologista: dar acolhimento, realizar exames clínicos, dar atenção, aconselhar, passar confiança e fornecer informações clara e suficientes. Ou seja, são itens primordiais num relacionamento médico-paciente.

E aproximadamente nove de cada dez declaram-se satisfeitas com estes atributos no atendimento recebido pelo atual ou último ginecologista. A satisfação é tendencialmente mais significativa entre as mulheres que utilizam atendimento particular ou convênio.

Atualmente 62% das brasileiras têm parceiro(a) sexual, 74% tiveram filhos, 22% estão na menopausa e 2% estão grávidas. Nessas situações o acompanhamento médico está presente principalmente na gravidez atual (100%), e na parceria sexual (81%). Porém, na menopausa apenas 64% declaram ter acompanhamento médico.

O acompanhamento durante a atividade sexual está mais presente entre as mulheres com melhores grau de escolaridade, renda familiar e classificação econômica. Por outro lado, não ir ao ginecologista durante a menopausa é mais forte entre as mulheres com menor escolaridade e entre as integrantes das classes D/E.

É mais significativa a presença de filhos entre as mulheres residentes no interior, entre as com idade igual ou superior a 25 anos, entre as menos privilegiadas quanto à escolaridade e classificação econômica.

Nove de cada dez brasileiras declaram que, numa situação hipotética de parto, se sentiriam seguras com a assistência de seu ginecologista/obstetra. Essa proporção de segurança cairia para cinco em cada dez caso o acompanhamento fosse realizado por um ginecologista plantonista ou por uma doula, e para quatro em cada dez caso fosse efetuado por uma enfermeira ou parteira.

A segurança dada pelo próprio médico ginecologista seria maior entre as mulheres com escolaridade e classificação econômica mais elevadas.  Por outro lado, a segurança oferecida via parteira, enfermeira ou doula seria mais expressiva entre as mulheres com escolaridade e classificação econômica mais baixas.

Aproximadamente sete de cada dez brasileiras afirmam que a decisão sobre a interrupção da gravidez é uma questão pessoal que cabe somente à mulher decidir, enquanto 25% defendem que é uma questão a ser decidida pelas leis da sociedade.

Entre as mulheres que já foram ao ginecologista, oito de cada dez declaram-se satisfeitas com o relacionamento com seu atual ou último ginecologista, principalmente as que utilizam atendimento particular ou convênio médico.   A média geral de satisfação é igual a 4,2, em uma escala que vai de 1 a 5.
 

 

Os perigos dos remédios para emagrecer


Qual a melhor indicação?


 O sonho de ter um corpo perfeito e a busca por tratamentos milagrosos está levando ao uso indiscriminado de medicações para emagrecer. Nesse contexto, a dieta e a atividade física, que seriam as protagonistas dessa história, vão sempre sendo deixadas para depois. O que as pessoas não sabem é que esses medicamentos podem ocasionar efeitos colaterais e, se não forem associados a uma mudança de estilo de vida e atividade física, podem levar a resultados limitados e temporários.

São várias as opções de medicamentos no mercado, com diferentes tipos de ação, assim, a escolha do tratamento a ser prescrito deve ser moldada para as necessidades e características de cada paciente.  Lembrando sempre que os riscos associados ao uso das medicações devem ser considerados em relação aos riscos da persistência da obesidade, de maneira que o tratamento deve ser mantido somente enquanto for considerado seguro e efetivo para o paciente.

O tratamento farmacológico da obesidade está indicado para pacientes com IMC maior que 30Kg/m²; para  indivíduos com IMC maior que 25kg/m² que apresentem doenças associadas ao excesso de peso, como dislipidemia e hipertensão, por exemplo; e em situações nas quais o tratamento com dieta, exercício ou aumento de atividade física e modificações comportamentais se comprovaram  insuficientes. Os agentes farmacológicos também podem ser utilizados como armas para aumentar a aderência dos pacientes às mudanças comportamentais, alterações de dieta e de estilo de vida.  Além disso, se bem indicados, podem ajudar na melhora de outros problemas de saúde associados, como diabetes e dislipidemia, por exemplo.  

Vale ressaltar, entretanto, que essas medicações podem levar ao ganho de peso quando descontinuadas se o paciente não mudar seus hábitos e alimentação.  Além disso, o uso abusivo e inadequado de determinados medicamentos pode causar efeitos colaterais como enjoos, vômitos, diarreia, gastrite, má digestão, boca seca, flatulência, fraqueza, cansaço, mudança no paladar, tontura, problemas cardíacos, arritmia, hipertensão, irritação, ansiedade, insônia e até mesmo crises de agressividade.

Alguns exemplos de medicações utilizadas para o tratamento da obesidade são: 

- Inibidor seletivo da recaptação de serotonina e adrenalina (ex: Sibutramina) – apresenta efeito antidepressivo, reduz a ansiedade e tem leve efeito termogênico.

- Inibidor específico da lípase pancreática (ex: Orlistate) – atua inibindo a enzima  responsável pela degradação da gordura no intestino, impedindo assim  a absorção de 30 % da gordura ingerida. 

- Análogo GLP-1 - Liraglutida (ex: Saxenda) – melhora a função das células beta pancreáticas, inibe o apetite e retarda o esvaziamento gástrico.

- Topiramato – droga anticonvulsivante que apresenta como efeito colateral a diminuição do apetite e da compulsão. 

Dessa forma, o ideal é que as medicações antiobesidade sejam utilizadas somente sob supervisão médica. O cerne do tratamento da obesidade deve incluir terapias comportamentais dirigidas no sentido de modificação do estilo de vida e reeducação alimentar para redução do consumo de calorias, além da prática de exercícios para aumentar o gasto calórico. Os tratamentos com agentes farmacológicos devem ser considerados como adjunto à terapêutica básica e, desde que usados de forma racional e supervisionados, podem auxiliar no tratamento da perda de peso.






Dra. Rosália Padovani - doutora em endocrinologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), médica assistente da disciplina de endocrinologia e metabologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCM-SP), professora da cadeira de endocrinologia e metabologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, médica assistente do serviço de medicina nuclear da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Instagram: dra.rosaliapadovani.endocrino


Problemas de saúde não devem impedir idosos de viajar


Doenças respiratórias podem ser controladas para permitir curtir a terceira idade

Para quem é aposentado, viajar sem prazo para voltar para casa pode ser uma realidade. Segundo dados do IBGE, idosos representam 13% da população brasileira em 2018 e a expectativa é que até 2060 a população com mais de 60 represente 32% do total de brasileirosi. O avanço da medicina e a crescente preocupação da população com um envelhecimento saudável e qualidade de vida contribuem para o aumento da expectativa de vida, que no Brasil é de 75 anos. Para o setor de turismo, estamos falando de um nicho de mercado muito promissor, já que é a única camada da população que cresce.

Na área da saúde, essa geração escolhe alternativas mais saudáveis, exercícios físicos e uma alimentação balanceada. É o que aponta a pesquisa "Silver Seekers: The New Age of Boomer Wellness"ii, da autoridade mundial em previsão de tendências WGSN. Com alguns cuidados e o tratamento correto, é possível viajar sem que doenças respiratórias, como a asma ou a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), impacte a rotina e o lazer dos idosos.

A DPOC é uma sigla que indica, geralmente, a combinação de doenças que reduzem o fluxo de ar nos pulmões, provocando sintomas como falta de ar, tosse seca e pouca disposição para fazer as atividades do cotidiano. Geralmente, os nomes bronquite crônica e enfisemaiii são os mais usados para se referir a condição.

O diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Mauro Gomes, alerta que "os pacientes, muitas vezes, não sabem reconhecer e explicar para o médico exatamente o que estão sentindo. A falta de ar, por exemplo, costuma ser relatada como um cansaço constante. Muitas vezes eles atribuem isso ao sedentarismo, excesso de peso ou à própria idade e não imaginam que já exista uma doença pulmonar. Outras pessoas evitam ir ao consultório também porque sentem culpa pelo hábito de fumar – e não sabem como parar".

Sua principal causa é o tabagismo, mas isso não significa que pessoas que nunca fumaram não devem estar atentas aos sintomas. Poluentes ambientais e gases emitidos pela queima de combustível, também afetam a função pulmonariv e são fatores de risco para desenvolver a doença. Como os sintomas da DPOC são parecidos com os de outras doenças pulmonares, as pessoas que desenvolvem a doença não costumam dar atenção aos sinais no começo da doença e acabam procurando o especialista quando a condição está avançada.

Com a mudança do perfil populacional, o Dr. Mauro Gomes defende uma mudança também na forma como cuidamos da saúde para que um envelhecimento ativo vire realidade para um número cada vez maior de idosos. 

"O normal em qualquer idade é se sentir bem, poder passar tempo de qualidade com a família, viajar para lugares novos e praticar atividades físicas que contribuam para uma vida mais saudável", comenta. Para isso, o diagnóstico precoce é fundamental. "Um dos exames mais simples e acessíveis para o diagnóstico da DPOC é a espirometriav (teste do sopro). A partir dessa primeira triagem, o paciente deve fazer outros exames para avaliar a função pulmonar e ter um diagnóstico mais preciso", completa.

Além do acompanhamento médico, o especialista indica o tratamento regular com medicamentos para evitar restrições no dia a dia do paciente. "O uso contínuo da medicação reduz complicações pela doença e evita limitações na rotina do paciente. O tiotrópio, uma das opções de tratamento, reduz em 16% o risco de morte nos pacientes com DPOC", explica. Medidas além do tratamento convencional também são fundamentais, como a prática de atividade física regular com acompanhamento médico, vacinação contra gripe e pneumonia e não fumar.




Boehringer Ingelheim


Posts mais acessados