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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Professora da FGV alerta para a banalização do coaching



Vivemos em uma sociedade que busca fórmulas mágicas, que vão desde o emagrecimento a qualquer outro objetivo como, por exemplo, desenvolver a competência de liderança, em quem não tem minimamente o perfil para tal. Nesse cenário, a figura do coach aparece como mágico, e estes são especialistas em diversas áreas. Mas como distinguir um profissional preparado de um despreparado?

Para a professora dos MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), executive coach, mentora de carreira e coordenadora acadêmica do curso de Analista e Capacitação em RH em nível Brasil, Anna Cherubina Scofano, alguns coaches sem a devida formação e um quantitativo mínimo de clientes e horas de atendimentos, simplesmente se aproveitam de uma onda de modismo do termo coaching, de forma insipiente e por vezes até irresponsável. Segundo ela, isto representa um risco para os desavisados na contratação deste tipo de serviço.

"Alguns, ditos coaches se utilizam de conhecimentos terapêuticos, outros do marketing pessoal, de retórica, holístico e, principalmente, das fragilidades e necessidades humanas. No mercado qualquer pessoa pode se dizer e se diz coach", alerta Anna Cherubina Scofano.

A professora esclarece, no entanto, que o coaching é um processo voltado, especificamente, ao desenvolvimento de competências. Que não se trata de um processo de aconselhamento, tampouco de autoajuda. Muitas pessoas confundem chegando a chamá-lo até de consultoria, quando esta é voltada a processos organizacionais ou de negócios. "Ambos são completamente distintos em sua aplicação, objetivos, meios e fins", explica Anna Cherubina.

A professora da FGV ressalta que um coach despreparado pode prejudicar pessoas ludibriando-as, ou mesmo, prometendo aquilo que não está apto a entregar. De acordo com ela, atendendo como coaches, esses profissionais lesam seus clientes, quando na verdade eles, em grande parte, precisam de outro tipo de apoio, seja de um psicólogo, psiquiatra, mentor, enfim, algo que não esteja contido no processo do coaching.




Caso “O outro lado do paraíso”: para que serve o coaching afinal?



Polêmica envolvendo a novela da TV Globo “O outro lado do paraíso”. Para aqueles que não acompanham a novela, a polemica ganhou força nas redes sociais e notícias do país todo. Na trama ficcional de Walcyr Carrasco, a personagem Laura, interpretada pela atriz Bella Piero, foi abusada durante a infância pelo padrasto, o que gerou na um trauma profundo que a afeta, sobretudo, em momentos íntimos.

Buscando melhorar, ela foi indicada a se consultar com uma advogada especializada em hipnose e coaching, e foi aí que a polêmica começou. O Conselho Federal de Psicologia se pronunciou através de uma nota informando que “uma abordagem equivocada de traumas pode gerar consequências graves”. Para eles, tratamentos desse tipo não estão na alçada de um coach, o que está correto, eu como coach posso corroborar isso.

O CFP afirmou que esse tipo de trauma, um problema de saúde, demanda tratamento de profissionais de psicologia, e em outros casos de psiquiatria. A confusão vem porque muitos não sabem o que é o processo de coaching e para que ele serve, gerando ideias enganadas que muitas vezes são reiteradas por maus profissionais.

O coaching é o processo pelo qual o cliente (chamado de coachee) é apoiado por um coach no seu desenvolvimento comportamental, de suas competências e habilidades para extrair seu máximo potencial e alcançar seus objetivos pessoais e profissionais. O processo de coaching tem como foco principal o atingimento de metas, um trabalho que envolve o esforço de uma mente saudável, e não debilitada por um problema de saúde.

O processo de coaching é variado em suas aplicações, mas nesse tipo de caso um coach pode, no máximo, apoiar as atividades que envolvem o tratamento. Por exemplo, um cliente em tratamento precisa buscar e manter uma terapia em grupo para tratar determinado transtorno. O coach pode apoiá-lo e mantê-lo focado nessa tarefa, mas nunca indicará nem fornecerá o tratamento. A linha guia é o psicólogo.

A diferença entre o coach e o psicólogo é muito grande. O coach está mais focado em apoiar o cliente a atingir metas, como, por exemplo, alcançar determinado cargo dentro da sua carreira, melhorar o seu tempo, alcançar um nível alto de vendas, liderar melhor uma equipe, atingir uma meta pessoal. Não sou psicólogo, mas entendo que eles estão direcionados a tratar outro tipo de problema, os ligados à saúde.

A situação da novela teve muita repercussão. A emissora se pronunciou afirmando que a novela é “uma obra de ficção”, o que é verdade, há certa liberdade criativa, mas em casos como esse, principalmente considerando o histórico de produções semelhantes, mesmo a ficção ganha um peso de responsabilidade sobre o que dá a entender.

As novelas chegam ao brasileiro mais distante, porém muitas notícias e esclarecimentos não têm esse mesmo alcance, então é preciso tomar cuidado com o ruído gerado. Apesar disso, meu papel aqui é de esclarecer a minha profissão e sua aplicabilidade, buscando fazer a minha parte em instruir e direcionar. O processo de coaching é um serviço relativamente novo, e é preciso que fiquem claros os seus objetivos.

Ele é indicado para quem precisa de apoio para alcançar objetivos que exigem níveis mais elevados de disciplina, envolvimento e foco. É importante que quem procure um coach verifique que tipos de resultados seus clientes têm obtido com o seu apoio. Também deve-se checar se o coach está habilitado para prestar coaching no nível que o cliente precisa.

Hoje há uma quantidade enorme de pessoas oferecendo este serviço devido à sua popularização. Há que se ter cautela na contratação deste profissional, pois há muitos que não estão preparados para entregar aquilo que estão prometendo. Desconfie, sobretudo quando se promete algo que não é a proposta da profissão.







Marcos Guglielmi - empresário e sócio fundador da ActionCOACH São Paulo.



Abuso na infância



Pais devem ficar atentos ao comportamento das crianças


A novela das 9 da Rede Globo, 'O Outro Lado do Paraíso', começa a abordar um tema que ainda é difícil de ser tratado nos lares brasileiros e na sociedade como um todo: O Assédio sexual infantil.

Após se casar, a personagem Laura (Bella Piero) começará a reviver traumas vividos em sua infância. Orientada por Clara (Bianca Bin), a jovem procurará ajuda e durante a terapia realizada por Adriana (Julia Dalavia), Laura resgata a memória que havia sido bloqueada pelo trauma e relembra toda a violência sofrida, denunciando os abusos sexuais feitos pelo padrasto, o delegado Vinícius (Flávio Tolezani).

A abordagem do assunto na novela chama atenção de pais e responsáveis que devem ficar atentos ao comportamento das crianças, pois, a maioria das vítimas não entendem o que estão acontecendo de verdade. Além disso, na maior parte dos casos são parentes ou amigos próximos que realizam o abuso.

Segundo a psicóloga Dra. Adriana Guimarães, proprietária do IMTP – Instituto de Medicina Tradicional e Psicologia, as mudanças de comportamento podem ser inúmeras. 'Pode haver desde agressividade e antissociabilidade, a queda no desempenho escolar, alterações no sono ou alimentares, regressões, como urinar na cama à noite, entre outras situações'.

A especialista alerta também que é preciso bastante paciência e tato para falar sobre isso com as crianças. 'No geral, eles só entendem o que realmente aconteceu já maiores, portanto, é de extrema importãncia mostrar que o ocorrido não é culpa dela e ampará-la de todas as formas para que possíveis sequelas sejam minimizadas ao máximo'.

De acordo com a organização Children's Rights, estima-se que quase 2 milhões de crianças ao redor do mundo sofrem com abuso e/ou com a violência doméstica por ano. A situação explode geralmente quando a criança tem de 8 a 10 anos de idade. Cerca de 80% apresentam problemas psicológicos graves, e 15% transtornos mentais muito sérios.

Vale lembrar que o abuso sexual é qualquer ato que exponha a criança, ou seja, não é necessário haver a relação sexual em si, a 'simples' tentativa do individuo de fazer com que a criança toque em partes do seu corpo com o objetivo de obter prazer, entre outras coisas, é considerado abuso sexual na infância e viola os direitos da criança, estando previstos no código penal.

'Infelizmente o assunto ainda é um grande tabu na maioria dos lares, é importante ter desde cedo um diálogo aberto e de fácil compreensão com as crianças, orientá-los e mantê-los por perto é sempre a melhor precaução, assim como, a união da família é extremamente necessária para vencer e superar este trauma', enfatiza a psicóloga Dra. Adriana Guimarães.'

A recuperação do trauma sofrido depende de muitos fatores, da mesma maneira que se faz necessário o acolhimento dos pais diante da situação, é preciso também ajuda profissional. De acordo com a psicóoga, 'O apoio de um especialista para apoiar a criança é imprescindível, muitas vezes é preciso que os pais também realizem atendimento psicológico para lidar melhor com a questão e superação do trauma da família toda'.

Aqui no Brasil, a data de 18 de Maio foi instituída pela Lei Federal n° 9.970/2000, como dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, com objetivo de mobilizar toda a sociedade brasileira indistintamente, para denunciar e punir todo e qualquer crime contra as crianças ou adolescentes.






Fonte: Dra. Adriana Guimarães – Psicóloga. Graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Manaus (2005); Pós-graduação em Psicologia do Trânsito (Unip); Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Amazonas (2009); Formação complementar em Psicologia pela Universitat de les Illes Balears – Espanha; Proprietária do IMTP – Instituto de Medicina Tradicional e Psicologia.


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