Pais devem ficar
atentos ao comportamento das crianças
A novela das 9 da Rede Globo, 'O Outro Lado do
Paraíso', começa a abordar um tema que ainda é difícil de ser tratado nos lares
brasileiros e na sociedade como um todo: O Assédio sexual infantil.
Após se casar, a personagem Laura (Bella Piero)
começará a reviver traumas vividos em sua infância. Orientada por Clara (Bianca
Bin), a jovem procurará ajuda e durante a terapia realizada por Adriana (Julia
Dalavia), Laura resgata a memória que havia sido bloqueada pelo trauma e
relembra toda a violência sofrida, denunciando os abusos sexuais feitos pelo
padrasto, o delegado Vinícius (Flávio Tolezani).
A abordagem do assunto na novela chama atenção de
pais e responsáveis que devem ficar atentos ao comportamento das crianças,
pois, a maioria das vítimas não entendem o que estão acontecendo de verdade.
Além disso, na maior parte dos casos são parentes ou amigos próximos que
realizam o abuso.
Segundo a psicóloga Dra. Adriana Guimarães,
proprietária do IMTP – Instituto de Medicina Tradicional e Psicologia, as
mudanças de comportamento podem ser inúmeras. 'Pode haver desde
agressividade e antissociabilidade, a queda no desempenho escolar, alterações
no sono ou alimentares, regressões, como urinar na cama à noite, entre outras
situações'.
A especialista alerta também que é preciso bastante
paciência e tato para falar sobre isso com as crianças. 'No geral,
eles só entendem o que realmente aconteceu já maiores, portanto, é de extrema
importãncia mostrar que o ocorrido não é culpa dela e ampará-la de todas as
formas para que possíveis sequelas sejam minimizadas ao máximo'.
De
acordo com a organização Children's Rights, estima-se que quase 2 milhões
de crianças ao redor do mundo sofrem com abuso e/ou com a violência doméstica
por ano. A situação explode geralmente quando a criança tem de 8 a 10 anos de
idade. Cerca de 80% apresentam problemas psicológicos graves, e 15% transtornos
mentais muito sérios.
Vale lembrar que o abuso sexual é qualquer ato que
exponha a criança, ou seja, não é necessário haver a relação sexual em si, a
'simples' tentativa do individuo de fazer com que a criança toque em partes do
seu corpo com o objetivo de obter prazer, entre outras coisas, é considerado
abuso sexual na infância e viola os direitos da criança, estando previstos no
código penal.
'Infelizmente o assunto ainda é um grande tabu na
maioria dos lares, é importante ter desde cedo um diálogo aberto e de fácil
compreensão com as crianças, orientá-los e mantê-los por perto é sempre a melhor
precaução, assim como, a união da família é extremamente necessária para vencer
e superar este trauma', enfatiza a psicóloga Dra. Adriana Guimarães.'
A recuperação do trauma sofrido depende de muitos
fatores, da mesma maneira que se faz necessário o acolhimento dos pais diante
da situação, é preciso também ajuda profissional. De acordo com a psicóoga, 'O apoio de
um especialista para apoiar a criança é imprescindível, muitas vezes é preciso
que os pais também realizem atendimento psicológico para lidar melhor com a
questão e superação do trauma da família toda'.
Aqui no Brasil, a data de 18 de Maio foi instituída
pela Lei Federal n° 9.970/2000, como dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e
Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, com objetivo de mobilizar toda a
sociedade brasileira indistintamente, para denunciar e punir todo e qualquer
crime contra as crianças ou adolescentes.
Fonte: Dra. Adriana Guimarães – Psicóloga. Graduação
em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Manaus (2005); Pós-graduação
em Psicologia do Trânsito (Unip); Mestrado em Educação pela Universidade
Federal do Amazonas (2009); Formação complementar em Psicologia pela
Universitat de les Illes Balears – Espanha; Proprietária do IMTP – Instituto de
Medicina Tradicional e Psicologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário