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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Abuso na infância



Pais devem ficar atentos ao comportamento das crianças


A novela das 9 da Rede Globo, 'O Outro Lado do Paraíso', começa a abordar um tema que ainda é difícil de ser tratado nos lares brasileiros e na sociedade como um todo: O Assédio sexual infantil.

Após se casar, a personagem Laura (Bella Piero) começará a reviver traumas vividos em sua infância. Orientada por Clara (Bianca Bin), a jovem procurará ajuda e durante a terapia realizada por Adriana (Julia Dalavia), Laura resgata a memória que havia sido bloqueada pelo trauma e relembra toda a violência sofrida, denunciando os abusos sexuais feitos pelo padrasto, o delegado Vinícius (Flávio Tolezani).

A abordagem do assunto na novela chama atenção de pais e responsáveis que devem ficar atentos ao comportamento das crianças, pois, a maioria das vítimas não entendem o que estão acontecendo de verdade. Além disso, na maior parte dos casos são parentes ou amigos próximos que realizam o abuso.

Segundo a psicóloga Dra. Adriana Guimarães, proprietária do IMTP – Instituto de Medicina Tradicional e Psicologia, as mudanças de comportamento podem ser inúmeras. 'Pode haver desde agressividade e antissociabilidade, a queda no desempenho escolar, alterações no sono ou alimentares, regressões, como urinar na cama à noite, entre outras situações'.

A especialista alerta também que é preciso bastante paciência e tato para falar sobre isso com as crianças. 'No geral, eles só entendem o que realmente aconteceu já maiores, portanto, é de extrema importãncia mostrar que o ocorrido não é culpa dela e ampará-la de todas as formas para que possíveis sequelas sejam minimizadas ao máximo'.

De acordo com a organização Children's Rights, estima-se que quase 2 milhões de crianças ao redor do mundo sofrem com abuso e/ou com a violência doméstica por ano. A situação explode geralmente quando a criança tem de 8 a 10 anos de idade. Cerca de 80% apresentam problemas psicológicos graves, e 15% transtornos mentais muito sérios.

Vale lembrar que o abuso sexual é qualquer ato que exponha a criança, ou seja, não é necessário haver a relação sexual em si, a 'simples' tentativa do individuo de fazer com que a criança toque em partes do seu corpo com o objetivo de obter prazer, entre outras coisas, é considerado abuso sexual na infância e viola os direitos da criança, estando previstos no código penal.

'Infelizmente o assunto ainda é um grande tabu na maioria dos lares, é importante ter desde cedo um diálogo aberto e de fácil compreensão com as crianças, orientá-los e mantê-los por perto é sempre a melhor precaução, assim como, a união da família é extremamente necessária para vencer e superar este trauma', enfatiza a psicóloga Dra. Adriana Guimarães.'

A recuperação do trauma sofrido depende de muitos fatores, da mesma maneira que se faz necessário o acolhimento dos pais diante da situação, é preciso também ajuda profissional. De acordo com a psicóoga, 'O apoio de um especialista para apoiar a criança é imprescindível, muitas vezes é preciso que os pais também realizem atendimento psicológico para lidar melhor com a questão e superação do trauma da família toda'.

Aqui no Brasil, a data de 18 de Maio foi instituída pela Lei Federal n° 9.970/2000, como dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual e Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, com objetivo de mobilizar toda a sociedade brasileira indistintamente, para denunciar e punir todo e qualquer crime contra as crianças ou adolescentes.






Fonte: Dra. Adriana Guimarães – Psicóloga. Graduação em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Manaus (2005); Pós-graduação em Psicologia do Trânsito (Unip); Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Amazonas (2009); Formação complementar em Psicologia pela Universitat de les Illes Balears – Espanha; Proprietária do IMTP – Instituto de Medicina Tradicional e Psicologia.


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