Veja quais micronutrientes essenciais devem
ser incluídos na dieta para garantir um sistema imunológico fortalecido e o metabolismo
em dia
Que
precisamos de um cardápio equilibrado e rico em nutrientes para manter a saúde
em alta, todos sabemos. Também não é novidade que a correria do dia a dia acaba
afetando a qualidade da alimentação e, muitas vezes, não conseguimos nos dedicar
ao preparo das refeições como deveríamos. Diante das más escolhas e,
consequentemente, da falta de nutrientes essenciais, o corpo dá os sinais de
algo não vai bem: fadiga, indisposição, inflamações e infecções recorrentes,
sem contar o stress elevado. Porém, como saber o que precisamos ingerir para
evitar estes transtornos e ainda fortalecer a saúde? Embora todos os nutrientes
sejam importantes na alimentação, existem alguns que precisam estar presentes
diariamente no cardápio, tanto para garantir o bom funcionamento do organismo,
quanto para afastar doenças. Quer saber quais? Então conheça as vitaminas e
minerais que não podem faltar no seu prato e as melhores formas de suprir essa
necessidade:
Macro x Micro
É
a partir da transformação química dos alimentos que ingerimos que nosso corpo é
capaz de produzir a maioria das substâncias que necessita. No entanto, existem
elementos que o organismo não consegue sintetizar de forma autônoma, por isso,
é necessário obter esses nutrientes por meio da dieta. Alguns deles precisamos
em maior proporção, os chamados macronutrientes. Esse grupo, formado pelos
carboidratos, proteínas e gorduras (boas), é o responsável por manter a função
energética, construtora e reguladora sob controle.
Porém,
quando se trata de saúde, um grupo merece atenção especial: os micronutrientes.
Embora a palavra “micro” signifique pequeno, sua importância não deve ser
subestimada: é justamente nessa categoria que estão boa parte das substâncias
que o corpo não consegue produzir sozinho – as vitaminas e minerais. E de
acordo com a nutricionista Joanna Carollo “Ainda que precisemos deles numa
menor proporção, sua função no organismo é substancial: são indispensáveis, por
exemplo, na produção de enzimas e hormônios. Sua carência deixa o organismo
mais vulnerável, pois essas substâncias agem como antioxidantes, ou seja,
protetores das células”.
De olho no aporte
Conforme
explica a profissional da Nova
Nutrii, apesar de ser abundante nos alimentos, o aporte de vitaminas e sais
minerais merece cuidado redobrado por dois motivos: sua fragilidade e
disponibilidade. “Mesmo que um alimento seja rico em determinado
micronutriente, a forma de manipulação, preparo e até mesmo cozimento pode
influenciar na concentração de determinada vitamina ou mineral. Um exemplo é o
trigo, que apesar de ser rico tiamina e riboflavina (vitaminas B1 e B2), perde
essas propriedades após o refinamento.” Carollo complementa dizendo que outro
ponto a considerar é a própria capacidade do organismo em “armazenar” esses
nutrientes. “Alguns deles são excretados e devem, portanto, ser obtidos
diariamente por meio da dieta”.
Além
disso, existem os maus hábitos: boa parte da alimentação atual é baseada em
alimentos que, além de pobres em nutrientes, são ricos em aditivos químicos que
aumentam o estado de inflamação do organismo e dificultam a absorção das
vitaminas e minerais. Esse é o caso das refeições congeladas, fast foods e
produtos altamente processados / refinados.
Check list diário
Obviamente,
para afastar o risco de carências
nutricionais, todas as vitaminas e sais minerais devem estar presentes em
quantidades adequadas no cardápio. Porém, levando em consideração o estilo de
vida corrido, alguns merecem destaque, justamente porque os hábitos modernos
podem acabar prejudicando a obtenção desses nutrientes. Portanto, para garantir
vigor, disposição e, principalmente saúde, é preciso checar se os seguintes
elementos estão presentes na alimentação diária:
- Vitaminas do Complexo B: este grupo formado pelas vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B3 (niacina), B5 (ácido pantotênico), B6 (piridoxina), B7 (biotina), B9 (ácido fólico) e B12 (cobalamina) desempenha dezenas de funções primordiais no organismo. Dentre as mais importantes estão: a transformação de energia, metabolismo celular (principalmente do sistema digestivo e sanguíneo), manutenção do sistema nervoso, saúde da pele e, até mesmo, formação do DNA. Seu aporte diário é indispensável, pois (com exceção da B12) não podem ser armazenadas pelo organismo. Por serem hidrossolúveis, são excretadas na urina e precisam ser repostas por meio da alimentação.
Onde
encontrar:
proteínas animais como carnes, leite e ovos, sobretudo em cortes bovinos como
fígados e rins. Também existe grande variedade de fontes vegetais: gérmen de
trigo, levedo de cerveja, feijão e leguminosas em geral, amendoim e batata são
alguns exemplos;
- Vitamina C: assim como as vitaminas do complexo B, também é solúvel em água e, consequentemente, eliminada na urina. Dessa forma, é importante suprir a necessidade de vitamina C diariamente por meio dos alimentos ricos nesse nutriente. Além do seu famoso poder de fortalecer o sistema imunológico, auxiliando na prevenção de doenças e inflamações, o ácido ascórbico (nome químico dessa vitamina) também participa da síntese do colágeno, da cicatrização da pele e facilita a absorção de ferro no organismo.
Onde
encontrar: frutas
cítricas (laranja, acerola, mexerica), caju, pimentões amarelo e vermelho,
brócolis, couve de Bruxelas, repolho, etc.;
- Vitamina D: Embora o organismo possa produzir esse nutriente, a exposição diária ao sol é imprescindível para que o corpo consiga concluir essa tarefa. Por auxiliar na absorção de minerais como potássio e cálcio, o aporte adequado de vitamina D melhora a saúde óssea e dos dentes. Fundamental para o humor e bem estar, também está relacionada à prevenção ao envelhecimento precoce e as doenças degenerativas.
Onde
encontrar:
Embora tomar sol seja fundamental, também é preciso consumir alimentos que
sirvam como “matéria prima” para esse nutriente. Alguns exemplos: fígado de
boi, peixes de águas profundas como o atum e a sardinha, óleo de fígado de
bacalhau, frutos do mar, leite e derivados (porém, em menor quantidade);
- Tríade de minerais – Cálcio, Magnésio e Potássio: Já famoso por sua atuação na formação e manutenção ossos, o cálcio é um dos três minerais que não podem faltar no cardápio do dia a dia. Isso porque seu consumo em todas as fases da vida é fundamental para garantir o fortalecimento ósseo, prevenindo doenças como a osteoporose e osteopenia. Esse mineral também participa da oxigenação das células e da coagulação do sangue. Já o Magnésio atua em centenas de reações biológicas, sendo indispensável na produção de enzimas. Sua carência pode prejudicar seriamente o funcionamento muscular e nervoso, causando desequilíbrio e perda de força. Da mesma forma, a falta de Potássio pode comprometer a contração muscular e a atividade nervosa, provocando, inclusive, um descompasso no ritmo cardíaco. Isso porque este nutriente tem o papel de regular essas funções, além de equilibrar a retenção liquida no organismo.
Onde
encontrar: Estes
minerais estão presentes em uma ampla variedade de legumes, frutas e verduras
(arroz integral, couve, uvas, tomate, nabo, lentilhas, feijões, figo, espinafre
e banana), porém também podem ser encontrados nas proteínas como ovos
(especialmente a gema), iogurtes, queijos, carnes brancas e bovinas.
Regra de ouro
Certamente
você já ouviu falar que “prato colorido” é sinônimo de uma refeição saudável
graças a grande variedade de alimentos. Essa “regra de ouro” facilita a vida
dos mais leigos em nutrição, pois a intenção dos profissionais da área ao
recomendar tal prática é fazer com que tenhamos uma diversidade de nutrientes
no prato, uma vez que elementos presentes em certos alimentos podem não estar
em outros. Dessa forma, estamos assegurando que não falte nada no prato.
E quando o cardápio não dá conta?
Porém,
nem sempre uma alimentação variada é o suficiente para garantir o aporte deste
e de outros nutrientes importantes. Isso porque, além da dificuldade em
recorrer diariamente a uma refeição equilibrada, existem também
particularidades que podem influenciar na absorção desses elementos. Além de situações
de saúde específicas, o processo natural de envelhecimento também pode afetar a
obtenção de vitaminas e minerais, mesmo que eles estejam presentes diariamente
na dieta. Nesses casos, vale recorrer à suplementação?
De
acordo com Joanna, nada substitui uma refeição completa, porém, é preciso
considerar que suplementos
alimentares podem ter um papel importante no tratamento e recuperação de
determinados quadros. Mesmo para pessoas saudáveis, que em virtude da vida
corrida, são muito ativas ou possuem pouco tempo para seguir uma alimentação
balanceada cotidianamente, os vitamínicos podem auxiliar na manutenção da
saúde. Porém, nesses casos também existe uma regra “Assim como tudo em nossa
vida, o consumo de nutrientes também requer equilíbrio, pois podemos pecar
tanto pela falta quanto pelo excesso. Portanto, se o indivíduo suspeita que sua
alimentação é insuficiente, é fundamental procurar um profissional de saúde
antes de fazer uso de qualquer suplemento. Somente ele será capaz de analisar
as necessidades individuais e indicar a melhor opção. No mais, o caminho mais
seguro é sempre um cardápio equilibrado”.
Fonte: Nova Nutrii