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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Dia Mundial do Meio Ambiente: data para refletir sobre os muitos desafios no saneamento e em outras frentes



A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os governos.”
(Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano - 1972)


Instituído pela ONU em 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente traz a necessidade de todos os habitantes de nosso planeta refletirem sobre os riscos a que estamos expostos pelo descuido e desprezo aos recursos naturais, que achávamos serem inesgotáveis.
 Avanços foram observados, não há dúvidas.
Vários países criaram leis e regulamentos, tratados internacionais abordam o tema de forma constante, as pessoas mais e mais se conscientizam da importância da preservação do meio ambiente.
A velocidade de implementação das necessárias medidas, no entanto, é muito baixa.
Interesses econômicos e políticos se sobrepõem, em muitos casos, ao interesse em salvar nosso planeta. O exemplo mais recente é a decisão do presidente norte-americano Donald Trump em abandonar o Acordo de Paris.
Em nosso país, foram criadas as Políticas Nacionais de Meio Ambiente, de Recursos Hídricos e. mais recentemente, a de Saneamento Básico, de Resíduos Sólidos e o Código Florestal, importantes instrumentos que estabeleceram mecanismos e metas para a melhoria das condições ambientais do Brasil. Diversos Estados e Municípios formularam também regras locais.
Num país tão grande como o Brasil e com tantas diversidades regionais, no entanto, era de se esperar que os resultados não viessem com a necessária rapidez.
Ainda mais porque o tema não tem sido tratado como prioritário, situação ainda mais prejudicada em função das crises política, moral e econômica que assolam nosso país já há bons anos.
Uma breve análise do quadro atual do saneamento básico reforça a afirmação.
Investimentos pífios, gestão absolutamente inadequada da maioria dos operadores e tantos e tantos Estados e Municípios mergulhados em impressionante crise fiscal fizeram com que avanços muito tímidos nos indicadores de atendimento em água e esgotamento sanitários fossem observados nas últimas décadas.
O Governo Federal lançou estudos que buscam encontrar saídas para alguns Estados que aderiram à ideia. Ao menos uma iniciativa.
Caso emblemático ocorre no Rio de Janeiro, em que se tenta vender a empresa estadual de saneamento para quitar dívidas daquele Estado e colocar salários de servidores em dia. Era o que faltava: tratar o saneamento como “moeda de troca”, após tantas irresponsabilidades de governantes locais, agora escancaradas.
Declarações de alguns políticos deixam claro a aposta na privatização do setor. A participação do setor privado é legalmente permitida, importante e vem crescendo. Mas não é a solução para todos os problemas.

Como encarar a falta de escala econômica típica do setor, como garantir mais recursos não onerosos e alocados de forma transparente e com critérios técnicos, como recuperar a capacidade de gestão de operadores estaduais, municipais e mesmo privados?
O saneamento foi aqui tratado como exemplo, mas boa parte do que ali temos observado se aplica a outras áreas do saneamento ambiental, que abarca outros tantos campos de aplicação.
A boa gestão passa por planejamento, inovações tecnológicas, pessoas motivadas e capacitadas.
Sim. Há bons exemplos no país, casos em que o tema foi tratado com seriedade e profissionalismo.
Tais iniciativas devem ser estudadas e, quando cabíveis, replicadas, pois significam melhorias do meio ambiente e, sobretudo, melhoria das condições de vida de milhares de pessoas.
Um ótimo Dia Mundial do Meio Ambiente a todos! Que não deixemos de comemorar data tão importante, mas que este dia seja também de reflexão sobre os muitos desafios que ainda temos pela frente. E que lutemos para que o assunto se transforme verdadeiramente em prioridade.



 Dante Ragazzi Pauli -  engenheiro, superintendente de Planejamento Integrado da Sabesp e coordenador da Câmara de Comunicação no Saneamento da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES (www.abes-dn.org.br).




Pequenas atitudes para um consumo mais consciente



Na Semana do Meio Ambiente, saiba como simplificar a vida, economizar dinheiro e contribuir com o ecossistema, sem deixar de consumir


Todo mundo tem roupa que não usa mais, livro que já leu, brinquedos antigos do filho. Às vezes, pode ter até uma casa vazia na praia ou carro encostado na garagem. Coisas que ocupam espaço e que podem ser reutilizadas. Com as mudanças climáticas, torna-se ainda mais importante encontrar formas de consumir produtos conscientemente, reduzindo o impacto no meio ambiente por meio do reaproveitamento de recursos.

No livro "A História das Coisas", a especialista em consumo Annie Leonard explica que só 1% dos materiais usados para produzir nossos objetos cotidianos continuam em uso após seis meses. A vida útil desses objetos costuma ser muito curta para o tanto que eles podem ser utilizados, por isso a compra e venda de usados pode ser uma boa opção para o reaproveitamento e redução do impacto ambiental.

Uma pesquisa do IBOPE Conecta, encomendada pela OLX*, mostra que 91% dos internautas brasileiros (68 milhões de pessoas) possuem itens sem uso em suas casas e 84% deles (62 milhões de pessoas) têm interesse em vender esses objetos. O ticket médio por pessoa na venda de produtos sem uso, desconsiderando Imóveis e Veículos, é de R$ 4.267, ou seja, as pessoas podem lucrar com o que têm parado em casa.

O reaproveitamento de objetos tem se tornado uma tendência cada vez mais forte no Brasil. Em 2016, foram movimentados mais de R$ 81 bilhões em compra e venda de objetos na OLX, valor equivalente a 1.4% do PIB brasileiro. “A OLX contribui com a mudança do comportamento de consumo dos brasileiros e incentiva hábitos mais sustentáveis, mostrando como é fácil e inteligente vender objetos usados”, explica Pupo Neto, diretor de Marketing da OLX Brasil.

Para incentivar um consumo mais consciente e compartilhado, a OLX separou algumas dicas que fazem a diferença no dia a dia. Confira abaixo:

- Ao produzir uma única cama nova, o CO2 liberado na atmosfera é equivalente ao emitido por duas plantas durante 10 anos**. Avalie em sua casa quais itens você não utiliza há mais de um ano e coloque-os à venda. Dá para vender móveis, objetos de decoração, eletrodomésticos, etc;

- Um estudo feito pela FGV mostra que se você roda menos de 33 Km por dia com o seu carro e só o usa nos finais de semana ou para viajar, você está desperdiçando recursos. Táxis, aluguel de carros e aplicativos de mobilidade urbana são melhores opções nesse caso. A emissão de CO2 para fabricar um automóvel gera uma quantidade suficiente de energia para manter uma casa por um ano**.

- Vai viajar para um local com clima diferente da sua cidade? Vai encarar o frio ou precisa de algo mais esportivo para uma caminhada? Você pode alugar ou comprar itens usados antes de gastar com roupas novas que nunca mais vão sair do seu guarda-roupas.

- Está fazendo um novo curso e os livros do novo semestre estão caros? Tem sempre alguém concluindo o curso ou período que você está começando. Procure em sites de usados se o material desejado está à venda por um preço mais acessível;

- Seu filho cresceu? Revenda roupas, brinquedos e itens infantis. Como normalmente são produtos caros, muita gente prefere comprá-los usados.

- Saiu um modelo novo do seu celular e você quer trocar? Então fique alerta com os lançamentos, pois é a hora certa de vender e comprar smartphones usados. Produzir um novo celular contribui com 56 kg de CO2 na atmosfera**;

- Seu imóvel na praia ou no interior fica parado a maior parte do ano? É possível alugá-lo para temporadas e ainda utilizá-lo quando tiver vontade. A renda do aluguel ajuda na manutenção do imóvel.

“A OLX é o motor da economia sustentável no Brasil. Nosso modelo de negócio é baseado no novo comportamento consciente do consumidor. Uma atitude mais inteligente, que simplifica a vida, gera dinheiro para quem vende, gera economia para quem compra, aproxima as comunidades e, acima de tudo, ajuda a preservar o planeta", finaliza o executivo.

*A pesquisa, realizada no primeiro semestre de 2016, atingiu 48% da população brasileira acima de 16 anos e teve uma representatividade de 75.274.287 internautas com acesso diário à internet, das classes ABCD de todas as regiões do país.

** Dados calculados por Jem Baldisimo, pesquisador da University of the Philippines.




Setor empresarial reforça apoio ao Acordo de Paris




A saída dos EUA do Acordo de Paris, anunciada nesta quinta-feira (1) pelo presidente Donald Trump, é uma péssima notícia para o mundo. Afeta a construção feita ao longo de décadas em prol da luta global contra as mudanças climáticas e do multilateralismo. Entretanto, essa decisão não muda os fatos, nem a posição histórica do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), de suas empresas associadas e de seus parceiros nacionais e internacionais.

A ciência é clara em afirmar que limitar o aquecimento global a 2ºC é o único caminho para preservar as condições de vida no planeta.

O mundo apoia o Acordo de Paris e 146 países já ratificaram suas metas de redução de emissões de médio e longo prazo.

As empresas já estão engajadas na transição para uma economia de baixo carbono. Mais de 1 mil empresas de vanguarda já estão tomando medidas sobre as mudanças climáticas, inclusive nos EUA, e reafirmaram seu profundo compromisso com o Acordo. As grandes companhias já entenderam que este é um caminho sem volta e que aquelas que largarem na frente estarão melhor posicionadas no mercado global.

A redução das emissões de gases de efeito estufa é um bom negócio. A implementação do Acordo de Paris pode desbloquear ao menos US$ 13,5 trilhões em investimentos nos próximos 15 anos. Apenas as soluções do projeto Low Carbon Technologies Partnership Initiative (LCTPi) podem gerar de 25 a 45 milhões de empregos por ano, respondendo por 65% das reduções de emissões necessárias em todo o mundo.

A agenda climática tem forte peso na geopolítica atual. Enquanto os EUA se isolam, países da União Europeia e China, por exemplo, se pronunciaram rapidamente repudiando a posição norte americana e afirmando que irão acelerar a implantação do Acordo de Paris e a transição global para as energias limpas. O Brasil também demonstrou seu descontentamento com a posição do governo Trump e, dadas as grandes vantagens competitivas que possui em uma economia de baixo carbono, pode ocupar uma posição de liderança.

As redes globais articuladas pelo World Business Council For Sustainable Development e pelo We Mean Business, das quais o CEBDS é representante no Brasil, buscaram demover o governo Trump desta posição equivocada. Seguiremos dispostos ao diálogo.

No plano nacional, já entregamos ao governo federal um estudo onde apontamos as oportunidades que devemos aproveitar e os desafios que devemos superar para implementar as metas que o país assumiu. Continuaremos ativos e propositivos em todos os espaços por um mundo sustentável e próspero para todos.






Marina Grossi
Presidente do CEBDS





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