Pesquisar no Blog

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Sintomas de depressão podem ser sinal de hipotireoidismo



Médico orienta: alimentação adequada pode reverter sinais da doença, como fadiga, constipação e sonolência


Que a depressão é o mal do século, todos já sabem. No entanto, alguns casos podem, na verdade, aparecerem como sintomas do hipotireoidismo, disfunção na qual se caracteriza pela queda na produção dos hormônios pela tireoide. Segundo o médico Theo Webert, que atua em nutrologia, esse talvez seja um dos sinais mais preocupantes no paciente, mas que também pode servir como alerta sobre o real problema.

“Quando você possui alguma disfunção na tireoide, os sintomas podem incluir fadiga, depressão, constipação e outros problemas mais sérios de saúde. Na verdade, o hipotireoidismo faz com que se reduza consideravelmente a produção dos hormônios T3(triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam, por exemplo, o humor, o metabolismo e até os níveis de energia. Toda essa mistura de sintomas pode se confundir com uma depressão”, diz.

No entanto, segundo o médico, uma dieta equilibrada e o consumo de alguns alimentos específicos podem servir para combater a doença. “A ingestão de determinados alimentos podem ajudar a aumentar a eficácia da tireoide, como por exemplo aqueles ricos em iodo”, adianta o especialista.

Apesar de reconhecer a necessidade de uma nutrição natural e bem balanceada, Theo Webert lembra que apenas a melhora na alimentação não dispensa a necessidade de um acompanhamento médico especializado. “Cada organismo é um universo individual e precisa ser analisado e cuidado de forma única”, diz.

O médico decidiu listar alguns alimentos que são excelentes aliados para a regulação da tireoide:


Nozes e castanhas

Nozes: ricas em selênio

Nozes são também excelentes fontes de selênio, segundo o especialista. “É um lanche prático, que você pode comer em qualquer lugar”, sugere. Para ele, a castanha do Pará, a macadâmia e avelãs são as mais ricas em selênio, o que ajuda a regular a tireoide. “Só precisamos observar com cuidado o seu consumo, já que necessitamos de bom senso para evitar os excessos’’, ressalta.


Grãos Integrais
Um dos sintomas mais comuns do hipotireoidismo é a constipação, aquela perda de vontade de ir ao banheiro. "O aumento do consumo de grãos integrais, como aveia, sementes, tais como linhaça e chia, auxiliam no processo digestivo e facilitam a formação do bolo fecal. Mas vale ressaltar que essa irregularidade intestinal pode ser exarcebada se o aumento do consumo desses grãos não for de forma balanceada e acompanhada de bastante água ao longo do dia", diz.


Peixes
Salmão, trutas, atum e sardinha são ricos em ácido graxo ômega-3, que fazem do peixe uma excelente escolha como substituto de carnes vermelhas. “O Ômega-3 é excelente para reduzir a inflamação, aumentar a imunidade e ainda diminuir o risco de doenças cardíacas diversas. Além disso, peixes são excelente fonte de selênio, que também ajuda a diminuir a inflamação e consequentemente estimula o funcionamento adequado da tireoide”, diz.


Frutas e legumes frescos
 
Frutas, verduras e legumes frescos contribuem para a regulação da tireoide

Uma das maiores bandeiras do médico Theo Webert é a troca da alimentação industrial por alimentos frescos de verdade, como frutas, legumes e verduras da feira. “Além da saúde e de nutrientes benéficos, o consumo dos alimentos frescos colabora na redução do consumo de calorias, o que contribui para o emagrecimento. Vale ressaltar que todo excesso de peso, sobrepeso ou mesmo obesidade são resultados de doença inflamatória crônica, onde existe desregulação hormonal devido ao processo disfuncionante gerado por essa inflamação", explica. O médico sugere, principalmente, alimentos específicos como amoras, cerejas, batatas-doces e pimentas verdes, que são ricas em antioxidantes, nutrientes que são conhecidos por reduzir o risco de doença cardíaca e diminuir essa inflamação.

Feijões
Verdadeira paixão dos brasileiros, além de ser comida barata e versátil, o feijão é uma grande fonte de energia sustentada. “Ele é muito útil se o hipotireoidismo deixar você sem energia, já que contém proteínas, antioxidantes, carboidratos complexos e grande quantidade de vitaminas e minerais”, sustenta ele.
Segundo o médico, o feijão é rico também em fibras, o que pode ser benéfico se você sofre com a prisão de ventre, um efeito colateral comum de hipotireoidismo. "Uma dica importante, já que normalmente associa-se o consumo de feijões ao gases, deixa-los de molho em agua por no mínimo 24h e trocar essa agua pelo menos quatro vezes nesse período pode diminuir os antinutrientes e consequente melhora asua digestão".

Algas
Alga tem uma alta concentração de iodo, segundo o médico, um nutriente essencial para a função da tiroide. “O iodo é o precursor para a produção de hormônio da tireoide. Algas marinhas podem ser usada em sushi, sopas e saladas. Elas oferecem benefícios nutricionais em fibra, cálcio e vitaminas A, B, C, E e K”, explica.

O médico orienta a tomar cuidado no consumo excessivo de iodo, já que pode agravar doenças da tireoide. “É bom consultar seu médico antes de, por si só, aumentar em excesso a ingestão de iodo. O bom-senso é sempre o melhor remédio”.




Nódulo de tireoide e disfunções tireoidianas: O que são e o que você precisa saber?



Responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4), que regulam o crescimento e o metabolismo do corpo, a glândula tireoide controla funções como os batimentos cardíacos, estados de humor, funcionamento do intestino e temperatura corporal. Portanto, todo cuidado com ela é pouco mesmo porque, estima-se que 50% da população adulta têm nódulos tireoideanos. Para nossa sorte, entretanto, somente 5% dos nódulos tireoidianos são malignos. Embora seja três vezes mais frequente em mulheres, principalmente entre 25 e 65 anos, o câncer de tireoide ainda não tem causa definida e, muitas vezes não apresenta sintomas. Por isso, a endocrinologista Dra. Rosália Padovani alerta que é muito importante ficar atenta aos fatores de risco como: história familiar de câncer de tireoide, idade superior a 40 anos, tratamentos com radiação para a cabeça, pescoço ou tórax, especialmente na infância ou adolescência e, o aparecimento de um nódulo que esteja em rápido crescimento. Mas, apresentar um fator de risco, não significa necessariamente que você terá câncer de tireoide. Ainda assim, ter um nódulo de tireoide com qualquer um desses fatores de risco requer avaliação.


Prevenção acima de tudo
Para o auto exame da tireoide, Dra. Rosália orienta que é preciso ficar em frente ao espelho, inclinar a cabeça para trás, beber um pouco de água e observar se, ao engolir, a tireoide (localizada logo abaixo do pomo de adão) sobe e desce e se há aumento de saliência ou irregularidade nesta região.  E, se houver dúvida, recomenda-se imediatamente procurar um endocrinologista.


Tratamentos disponíveis
O tratamento depende do tipo de câncer e o quanto ele se espalhou, mas entre os principais estão:

* Cirurgia: nela é retirada toda ou parte da glândula e, em alguns casos até os linfonodos próximos. Caso seja realizada tireoidectomia total, como não haverá mais a produção de hormônios endógena, será preciso tomar hormônio tireoideano para o resto de vida. Nos casos de tireoidectomia parcial ou lobectomia, algumas vezes o lobo tireoidiano que permaneceu, consegue suprir a necessidade hormonal sem que o paciente precise repor.

* Terapia com iodo radioativo: Este tratamento é complementar a cirurgia. Nesse procedimento o paciente recebe determinada quantidade de iodo radioativo que visa destruir o tecido tireoidiano remanescente e tratar focos metastáticos que possam existir.

* Radiação externa: utilizada quando o tumor não pode ser totalmente ressecado ou com objetivo paliativo, para alívio da dor, em casos de metástase óssea.

* Quimioterapia: nela são administradas drogas para eliminar as células cancerosas. Especificamente para o tratamento do câncer de tireoide, é muito pouco utilizada por não apresentar resultados satisfatórios.

*Inibidores de tirosina quinase: uma nova linha de medicação. Utilizada para casos de câncer de tireoide em progressão e não mais responsivo ao iodo radioativo.


Hipotireodismo e hipertireoidismo
Chamamos de hipotireoidismo quando a glândula não produz quantidade suficiente dos dois hormônios e há como principais sintomas o cansaço, o ganho de peso, inchaço, queda de cabelo e unhas fracas. O hipertireoidismo, ao contrário, acontece quando os hormônios são produzidos em excesso. Entre os principais sintomas estão insônia, nervosismo, alteração de humor, irritabilidade, perda de peso e em alguns casos a exoftalmopatia (olhos saltados) e o bócio difuso (o aumento de volume da glândula tireoidiana). Neste caso, o tratamento pode ser a base de medicamento, terapia com iodo radioativo ou cirurgia.





Dra. Rosália Padovani - graduada pela Faculdade de Medicina da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Possui pós-graduação em endocrinologia pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCM-SP) e título de especialista em Endocrinologia e Metabologia reconhecido pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Atualmente é especialista em tireoide e atua na área de câncer de tireoide, desenvolvendo pesquisas com ênfase no diagnóstico, tratamento e seguimento dos pacientes com esta neoplasia.



Reflexo visual infantil: precisão pode melhorar com a idade



 Desde o nascimento, os bebês movem seus olhos para explorar seu ambiente, interagir com ele e desenvolver progressivamente uma infinidade de habilidades motoras e cognitivas. As características e o desenvolvimento do controle oculomotor na primeira infância ainda permanecem pouco compreendidos hoje


Um estudo, publicado no Journal of Vision, recente mostra que os bebês e as crianças de até três anos demoram mais para observar novos estímulos visuais e são menos exatos em seu olhar do que os adultos, mas melhoram lentamente enquanto envelhecem. “Os resultados reforçam a importância de criar ambientes estimulantes para as crianças e de estabelecer uma linha de base importante, uma vez que a detecção de distúrbios do desenvolvimento depende cada vez mais do rastreamento dos movimentos oculares”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

A literatura que se debruça sobre os movimentos oculares dos bebês é muito escassa. Baseia-se em estudos dos anos 70 e 80 com base em algumas observações coletadas de algumas crianças, o que torna as conclusões frágeis.

Para se aprofundarem no tema, os pesquisadores desenvolveram um teste simples envolvendo um personagem de desenho animado que aparece aleatoriamente em uma tela de computador para avaliar o tempo de resposta visual e a precisão visual de crianças em creches em Paris, na França. Os dados dos adultos foram comparados com os das crianças. Duas diferenças principais entre crianças pequenas e adultos foram encontradas além de uma observação inesperada.

“Primeiro, leva mais tempo para que os bebês estejam cientes de que algo apareceu na tela e mais tempo para olhar para esse ‘algo novo’. Em segundo lugar, os movimentos oculares infantis são um pouco menos precisos que os dos adultos. Esses resultados eram esperados, uma vez que as regiões cerebrais que produzem esses movimentos oculares não estão totalmente maduras na faixa etária estudada", afirma o oftalmopediatra do IMO, Lucas Brandolt Farias.

Segundo Lucas Farias, “surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que os movimentos oculares em bebês e crianças pequenas ficaram mais precisos ao longo do teste. Este resultado reforça a ideia de que os bebês podem aprender e melhorar seu comportamento, e que as experiências e ambientes novos são importantes para o desenvolvimento da criança”. Os autores do trabalho sugerem que "simplesmente sair" já é uma boa maneira de desenvolver a curiosidade de uma criança.

Uma pesquisa futura examinará durante quanto tempo os bebês e as crianças podem lembrar-se do que aprenderam com o teste, bem como em que idade adquirem a precisão necessária para ler e escrever. Finalmente, a equipe de pesquisadores irá estudar também como as crianças aprendem a concentrar sua atenção em certos estímulos (como os pais) enquanto ignoram as distrações (como a TV).




IMO, Instituto de Moléstias Oculares




Posts mais acessados