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quarta-feira, 17 de maio de 2017

No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes saiba identificar sinais de abuso


Projeto Aprendendo a Dizer NÃO!, do Instituto Edificando, orienta crianças a diferenciar toque de amor e um toque abusivo

Dia 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Segundo dados apurados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania, no Brasil, 500 mil crianças são vítimas de exploração sexual, a maioria delas entre 7 e 14 anos. A maior parte das agressões contra a criança ocorre em suas próprias casas, quase sempre cometidas por um familiar da vítima.

Para combater e prevenir essa triste realidade, o Instituto Edificando, em São Paulo, desenvolveu o projeto Aprendendo a Dizer NÃO!” com o objetivo de ensinar as crianças de 5 a 11 anos a diferença de um toque de amor e um toque abusivo.

O projeto usa histórias em quadrinhos para abordar o assunto de maneira didática com crianças de escolas. A linguagem é adaptada para a faixa etária estipulada, as ilustrações e atividades fazem parte do universo infantil, com princípios e ensinos sobre o corpo, emoções e situações que envolvem abusos e como elas podem prevenir o ato.

“Este é um assunto complexo que deve ser abordado com amor junto às crianças”, explica a diretora do projeto e psicóloga, Sônia Carvalho. “Graças a este trabalho, crianças nos procuraram para relatar abusos sofridos.”

Além disso, também foi elaborada uma cartilha para os pais, com orientações de como observar os sinais, por meio do comportamento da criança, que caracterizam um, possível abuso sofrido.

Em 2016 mais de 1.200 crianças e 250 pais foram orientados pelo projeto Aprendendo a Dizer NÃO! em escolas, igrejas e organizações não-governamentais da capital paulista. “A meta em 2017 é atingir 2.500 crianças e 1.250 pais no Brasil e também em Moçambique, na África, e Camboja, na Ásia”, explica a coordenadora do projeto e psicóloga, Vivian Esteves.

No Brasil, a melhor maneira de denúncia é por meio do Disque 100, que funciona 24 horas por dia. A denúncia, que pode ser feita anonimamente, é analisada, tratada e encaminhada aos órgãos responsáveis, como revela o Ministério da Justiça e Cidadania.

Sinais e comportamentos que demonstram que a criança pode estar sofrendo abuso
 

Indicadores físicos
 
Problemas de saúde sem causa aparente;

Dor, inchaço, lesão nas áreas genital ou anal, podendo causar dificuldades de andar ou sentar;

Roupas íntimas rasgadas ou manchadas de sangue;

Lesões corporais.
 

Indicadores comportamentais
 
Medo do escuro e de lugares fechados;

Mudanças súbitas e inexplicáveis no comportamento;

Abatimento profundo;

Mudança de hábito alimentar;

Fugas frequentes de casa, resistência a voltar para casa após a aula;

Dificuldade de concentração e aprendizagem;

Interesse ou conhecimento súbito e não usual sobre questões sexuais.


 
Números sobre Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
 
- No Brasil, 500 mil crianças são vítimas de exploração sexual anualmente;

- A maioria delas tem entre 7 e 14 anos. Mais 30% das vítimas têm idades entre 0-11 anos;

- Estima-se que a cada 24 horas, 320 crianças são exploradas no país;

- Só 7 em cada 100 casos são denunciados;

- Nas rodovias federais existem cerca de 2 mil pontos de exploração sexual de meninos e meninas;

- Em 2015, segundo dados do Disque 100, foram registradas 17.588 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes - equivalente a duas denúncias por hora. Foram 22.851 vítimas, 70% delas meninas;

- Em 68,96% dos casos, o agressor é do sexo masculino;

- Em 71% dos casos o abuso sexual é intrafamiliar.




Origem da data
Neste dia, em 1973, uma menina de 8 anos, de Vitória (ES), foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo apareceu seis dias depois, carbonizado e os seus agressores nunca foram punidos.

Com a repercussão do caso, e forte mobilização do movimento em defesa dos direitos das crianças e adolescentes, 18 de maio foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
 

Sobre o Instituto Edificando
O Instituto Edificando nasceu em 1994 e atua em três macro-áreas: cultura, esportes e cidadania. São oferecidas aulas de ballet profissionalizante, apoio escolar, musicalização, futebol, boxe, palestras na área de saúde, higiene bucal, oficinas temáticas e noções de cidadania. Além disso, atua com o programa voltado à proteção da criança/adolescentes, entre eles o projeto Aprendendo a Dizer NÃO! onde são desenvolvidas ações preventivas contra a violência, abuso e maus tratos infanto-juvenil.





Childhood Brasil.

 Fonte: Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Cidadania






Suporte da família reforça tratamento de pacientes com doenças de diagnóstico difícil



 Algumas doenças, como a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), podem levar a uma vida mais restritiva, tornando fundamental o apoio de familiares e amigos para garantir autonomia do paciente


O papel da família é muito importante para acompanhar o diagnóstico e tratamento de pacientes portadores de doenças de diagnóstico difícil , seja por não terem cura, apresentarem um prognóstico ruim ou imporem limitações à vida cotidiana. Esse cenário pode provocar queda de autoestima, estresse e tristeza, principalmente em pacientes idosos[i].

Dentre as doenças com esse perfil está a Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI), uma doença rara, progressiva e sem cura, que acomete principalmente idosos[ii] e tem seus sintomas frequentemente negligenciados. Estima-se que a doença atinja entre 14 e 43 pessoas a cada 100.000 no mundo[iii] e, embora ainda não haja dados de prevalência no Brasil, a estimativa é de que haja entre 13 e 18.000 casos no paísii. A FPI leva ao enrijecimento dos pulmões, que perdem gradativamente a capacidade de expansão e, consequentemente, a capacidade de oxigenação do corpo, provocando sintomas como tosse, falta de ar, fadiga constante e limitações ao realizar atividades físicas de rotina.

Esse quadro de limitações ressalta a importância da família e de amigos no suporte ao tratamento de pacientes de FPI, que precisam ter sua autonomia garantida. Conforme afirma Luciana Benedetto, neuropsicóloga da Casa Hunter, ONG voltada a garantir uma vida melhor para pacientes com doenças raras, “Receber o diagnóstico de uma doença, em especial se tratando de uma doença rara, nunca é fácil. O prognóstico e o cenário podem provocar angústia e irritação no paciente e seus cuidadores, sentimentos que podem prejudicar o enfrentamento da própria doença”.

É de grande importância, portanto, que familiares conheçam melhor a doença e os caminhos a se buscar para dar apoio aos pacientes com FPI, sobretudo quando são idosos, uma vez que se estima que até 30% e 50% dos pacientes com essa doença apresentem sintomas de depressão e ansiedade, respectivamente[iv], que podem levar a mais limitações. Em relação ao papel das famílias no tratamento, a especialista acrescenta: “A família e os amigos são a base que sustentará todo o tratamento e se essa base estiver enfraquecida é provável que esse processo todo seja prejudicado”.

Familiares de pacientes com FPI reforçam a importância de se adaptar o ritmo da casa ao dos pacientes. É o caso de Neide Lebani, esposa de Michele Lebani, de 79 anos e portador de FPI. O diagnóstico do Sr. Michele demorou três anos para ser feito com precisão e quando ele finalmente recebeu o diagnóstico definitivo da doença, já estava com 50% da capacidade pulmonar perdida. Dona Neide afirma: “Vivemos uma vida inteira juntos e é claro que há momentos desafiadores. É nessas horas que precisamos ter mais carinho e paciência. O Michele passa por situações difíceis, como crises de cansaço e mau humor, mas precisamos ter empatia. Eu ajudo ele com a organização e os horários dos medicamentos”.

Hoje, no entanto, a doença está estabilizada, e, segundo dona Neide, “ele tem autonomia para fazer praticamente todas as tarefas de rotina, inclusive dirigir e trabalhar. Tivemos que adaptar algumas coisas na rotina, mas no geral está tudo bem”. Sobre a doença, especificamente, ela acrescenta: “Quase ninguém tem informações sobre fibrose pulmonar idiopática e é muito importante que se divulgue conhecimento sobre a doença para que pacientes e cuidadores saibam melhor que caminhos tomar”.

A FPI não tem cura, mas já estão disponíveis no Brasil tratamentos antifibróticos que podem garantir sua estabilização, dentre os quais o pioneiro foi o nintedanibe, droga que desacelera a perda de função pulmonar. É muito importante que se faça um diagnóstico rápido da doença para que pacientes e cuidadores possam pensar na melhor forma de garantir cuidado aos seus portadores.





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[i] da Silva, Alexandra Cardoso, and Emiliana Cardoso da Silva. "O grupo como fator de inclusão socioafetiva na terceira idade." Extensio: Revista Eletrônica de Extensão 10.15 (2013): 44-49.
[ii] Baddini-Martinez, José, and Carlos Alberto Pereira. "Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil?." Jornal Brasileiro de Pneumologia 41.6 (2015): 560-561.
[iii] Raghu G, Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 - 816 (2006)
[iv] Fulton BG, Ryerson CJ. Managing comorbidities in idiopathic pulmonary fibrosis. Int J Gen Med. 2015;8:309-18




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