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sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Fato ou fake? Especialista do PROADI-SUS esclarece mitos e verdades sobre doação e transplante de órgãos

A autodeclaração ainda é a forma mais eficaz de garantir que a doação de órgãos aconteça


A negativa familiar é um dos principais entraves para que um órgão não seja doado no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos anos, mais de 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada. Por isso, a autodeclaração é tão importante no ambiente familiar para que uma pessoa possa salvar até 8 vidas.

Mas, além de todas as dificuldades naturais do processo, a desinformação é outro fator que prejudica a efetivação da doação. Para esclarecer o assunto, confira o que é fato ou fake segundo Amanda Angrisani, enfermeira do projeto TransPlantar - a iniciativa é conduzida pelo Hospital Sírio-Libanês por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).


• Basta colocar no RG para me declarar doador. FAKE!

Apesar do indivíduo manifestar interesse em vida sobre doação de órgãos, quem autoriza a doação após o falecimento do indivíduo é a família. Caso, após sua morte, a sua família recuse a doação, os seus órgãos não serão doados para transplante. Entretanto, em geral, quando a família tem conhecimento desse desejo, frequentemente autoriza a doação.


• Doador que faleceu de Covid-19 não pode doar órgãos. FATO!

As vítimas da infecção pelo coronavírus, geralmente, não estão aptas para a doação de órgãos, pois se o vírus estiver ativo no organismo do doador, a pessoa que recebe o órgão pode ser potencialmente contaminada. Em nota técnica, o Ministério informa que há contraindicação absoluta para doação de órgãos e tecidos nos casos de doadores com COVID-19 ativa, com teste para SARS-CoV-2 positivo, e com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) sem etiologia definida e teste laboratorial não disponível.


• Independente do estado de saúde, qualquer pessoa pode doar órgãos. FAKE!

A doação de órgãos e tecidos não é permitida para pessoas que vieram à óbito devido a doenças infectocontagiosas ou que danificaram gravemente o organismo, pois a função do órgão pode estar comprometida ou a infecção pode ser transferida para a pessoa que irá receber o órgão. Pessoas soropositivos ao HIV, hepatites B e C, Doença de Chagas; pacientes com doenças degenerativas crônicas ou tumores malignos; indivíduos em coma ou que tenham sepse ou insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas (IMOS) não poderão ser doadores.


• Quase todos os órgãos e tecidos do corpo podem ser doados? FATO!

É possível obter vários órgãos e tecidos para realização do transplante apenas de um doador. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões. Com isso, inúmeras pessoas podem ser beneficiadas com os órgãos e tecidos provenientes de um mesmo doador. O único órgão que não pode ser doado é o cérebro.


• Idosos não podem se tornar doadores. FAKE!

O que determina o uso de partes do corpo para transplante é o seu estado de saúde. Em geral, aceita-se os seguintes limites, em anos: rim (75), fígado (70), coração e pulmão (55), pâncreas (50), válvulas cardíacas (65), córneas (sem limite), pele e ossos (65).


• Mesmo vivo, posso ser um doador de órgãos sem prejudicar minha saúde. FATO!

A doação entre vivos também pode acontecer no caso de órgãos duplos, como por exemplo o rim. No caso do fígado e do pulmão, também é possível o transplante entre vivos, sendo que apenas uma parte do órgão do doador poderá ser transplantada no receptor. Os órgãos e tecidos que podem ser obtidos de um doador vivo são:

• Rim: por ser um órgão duplo, pode ser doado em vida. Doa-se um dos rins e tanto o doador quanto o transplantado podem levar uma vida perfeitamente normal;

• Medula óssea: pode ser obtida por meio da aspiração óssea direta ou pela coleta de sangue;

• Fígado ou pulmão: poderão ser doadas partes destes órgãos.


• Todos os órgãos têm o mesmo prazo de validade e devem ser transplantados em até 24h. FAKE!

Cada órgão tem um prazo máximo para ser transplantado. O coração, por exemplo, deve ser colocado em outro corpo no prazo de até 4 horas. Já o tempo de isquemia do rim é de 48 horas. Os órgãos doados vão para pacientes que aguardam em uma fila única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (STN).


• Após a cirurgia, devo agradecer meu doador. FAKE!

Por questões éticas, não é possível que a família do doador saiba para quem o órgão foi doado. Tanto o paciente transplantado como o doador devem permanecer no anonimato.


Quero ser doador! O que fazer?

Se você deseja ser doador de órgãos e tecidos, a primeira coisa a fazer é avisar a sua família para que após a sua morte possam autorizar, por escrito, a doação. Caso queira doar órgãos ainda em vida, também é possível! Para mais informações, acesse o link .


Sobre o PROADI-SUS

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, PROADI-SUS, foi criado em 2009 com o propósito de apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde. Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês. Os recursos do PROADI-SUS advém da imunidade fiscal dos hospitais participantes. Os projetos levam à população a expertise dos hospitais em iniciativas que atendem necessidades do SUS. Entre os principais benefícios do PROADI-SUS, destacam-se a redução de filas de espera; qualificação de profissionais; pesquisas do interesse da saúde pública para necessidades atuais da população brasileira; gestão do cuidado apoiada por inteligência artificial e melhoria da gestão de hospitais públicos e filantrópicos em todo o Brasil. Para mais informações sobre o Programa e projetos vigentes no atual triênio, acesse: https://hospitais.proadi-sus.org.br


Dia do Ortopedista: Quando é hora de procurar um médico especialista em coluna?

Foto ilustrativa │ Divulgação
Os problemas nas costas lideram mais uma vez o ranking de principais causas que afastam trabalhadores dos seus postos no último ano. Foram mais de 49 mil casos em 2020. A Síndrome do manguito rotador (dor nos ombros) e a COVID-19 aparecem na sequência com 37 mil afastamentos cada.


Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Antônio Krieger, além das dores nas costas, as doenças da coluna podem se manifestar através de outros sintomas, inclusive em outras partes do corpo, e alerta sobre quando um especialista deve ser procurado.

"Dores nas costas persistentes em pessoas com menos de 20 anos e acima dos 55 anos, redução da capacidade de se movimentar, alteração da força de braços e pernas, alteração da sensibilidade e dores que irradiam para os membros devem ser investigadas", diz o cirurgião.

É estimado que entre 65% e 90% da população mundial sofrerá pelo menos um episódio dessa dor que gera impactos pessoais, ocupacionais, sociais e econômicos. As dores nas costas podem estar relacionadas a diversos fatores, entre eles o envelhecimento natural, estresse, sobrepeso e sedentarismo e ser agravada devido ao uso excessivo de computadores e trabalhos que envolvam carregamento de carga, por exemplo.

"Quem fuma, tem histórico de tumores, faz uso de corticoides por longos períodos ou apresenta um comprometimento da imunidade também devem redobrar os cuidados e ficar atento à saúde da coluna", alerta Krieger.

PREVENÇÃO - A prevenção de problemas na coluna envolve alguns pilares, como a prática regular de atividade física e o fortalecimento do core (grupo com 29 pares de músculos na região lombar, abdominal, quadril e pelve); parar de fumar e manter-se dentro do peso ideal.

"Sem exercícios, seus músculos podem ficar fracos, sobrecarregando as articulações, levando a dor e acelerando o processo natural de degeneração. O hábito de fumar compromete e acelera o processo de degeneração dos discos intervertebrais, responsáveis por amortecer impactos e dar flexibilidade para a coluna, além de reduzir a capacidade de absorção de cálcio, fundamental para a saúde óssea. O sobrepeso e principalmente a obesidade podem alterar o centro de gravidade do corpo, forçando a postura e gerando uma tensão na coluna", explica Antônio Krieger.

Ainda segundo o especialista, cuidar da postura e reduzir os níveis de estresse colaboram para uma vida sem dores nas costas.

"Crie o hábito de vigiar sua postura ao estar em pé ou sentado; no trabalho busque a ergonomia na estação de trabalho, faça intervalos e alongue-se; ao levantar objetos pesados, faça da forma correta e com segurança. Com relação ao estresse, o nosso corpo reage criando tensão muscular que pode afetar suas costas e levar até mesmo a quadros de dor. Relaxar, desligar o celular, praticar exercícios podem te ajudar a gerenciar o estresse e prevenir a dor", garante o médico.

 

Dr. Antônio Krieger - Médico ortopedista especialista em Cirurgia da Coluna pela AOSpine, Mestre em Cirurgia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e membro fundador da LESSS (Latin American Endoscopic Spine Surgery Society).
Atuac
̧ão focada em tratamentos da coluna, incluindo cirurgia minimamente invasiva, medicina esportiva e reabilitação de atletas.

 

Fonte: Instituto Nacional de Seguro Social (INSS)

Especialista alerta para aumento de crises alérgicas com o tempo seco

Fatores ambientais são os mais determinantes para manifestação das doenças alérgicas


Com o frio e a escassez de chuvas, a baixa umidade do ar prejudica o nosso sistema respiratório, deixando o organismo mais suscetível a desenvolver e agravar quadros de alergia. Segundo estudo do ISAAC¹ (Internacional Study of Asthma and Allergies), a rinite compromete cerca de 26% crianças e 30% dos adolescentes, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo.

Ácaros da poeira, pelos de animais domésticos e pólen das flores são alguns dos agentes que causam alergias. Os poluentes que ficam mais concentradas no ar seco também são irritantes da mucosa nasal e podem agravar os sintomas respiratórios.

A Dra. Priscila Moraes (CRM 145127) explica que nas grandes cidades o problema fica mais grave, por conta da dificuldade da dispersão de gases poluentes. E os ambientes mais fechados por causa do frio, em que o ar não circula de forma adequada, também favorecem a reprodução de vírus e bactérias. "Os sintomas de alergia mais comuns são coceira, tosse seca, falta de ar, ressecamento da pele, dor de cabeça, incômodo na região abaixo dos olhos e coriza", alerta a médica.

Diferentes tipos e causas de alergia podem desencadear os mesmos sintomas, então é importante consultar um médico para ter o diagnóstico correto. O tratamento para aliviar os sintomas pode iniciar antes mesmo da identificação da causa, com anti-histamínicos que bloqueiam a crise e possuem poucos efeitos colaterais, exceto a sonolência, no caso dos antialérgicos de primeira geração, mas que, de certa forma, podem ajudar a criança a descansar.

Já existem medicamentos genéricos e similares com os mesmos princípios ativos dos medicamentos de referência, que se tornam opções mais acessíveis ao bolso do paciente.

Além do tratamento correto, algumas medidas podem ser eficazes na prevenção:

Fique de olho na ventilação: No inverno, a tendência é fechar todas as janelas, mas os ambientes fechados impedem a circulação adequada do ar e facilitam o depósito de partículas alérgicas nas superfícies.

Use umidificadores: Esses aparelhos ajudam a equilibrar a umidade do ar no ambiente, mas devem ser utilizados corretamente para que o excesso de umidade não favoreça a proliferação de fungos. Outra solução é espalhar baldes e bacias com água pelo ambiente ou toalhas úmidas.

Evite acúmulo de poeira: O ideal é retirar todos os objetos que podem acumular poeira dentro de casa, como cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, etc.

Dê preferência ao aspirador de pó com filtro de água ou filtro HEPA: A vassoura tende a levantar e espalhar a poeira. Se não for possível utilizar o aspirador de pó, prefira o pano úmido.

 

Fonte: Neo Química - Histamin

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO. Agosto/2021.

 

Referência:

• Rinite começa na infância e atinge cerca de 26% das crianças - ASBAI

• Referências Bibliográficas: 1. IQVIA PMB MAT ago/2021

 


DERMATITE ATÓPICA

Dermatologistas alertam pais sobre doença que afeta a pele, tira o sono e pode comprometer o processo de aprendizagem das crianças

 

Milhares de crianças brasileiras manifestam sinais e sintomas de dermatite atópica, um problema de saúde que causa desconforto dos pequenos e tira o sono de pais e responsáveis. Diante da alta incidência de dermatite atópica (DA) na população infantil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta os adultos sobre a importância de ficarem atentos às queixas e ao surgimento de manifestações na pele que possam ser indícios do aparecimento deste problema, que pode ter origem genética, não é contagioso e pode ser atenuado ou controlado com a ajuda de medicamentos e mudança de hábitos.

Este é um dos temas abordados pela campanha "Dermatite atópica: atenção e cuidado com a sua pele", que a SBD promove até o fim do mês de setembro. A iniciativa tem o apoio institucional da Sanofi, Lilly, Abbvie e Pfizer. Para esclarecer dúvidas sobre os quadros que afetam o público infantil, a SBD realizará uma live voltada para a população em 23 de setembro, data em que será celebrado o Dia Nacional de Conscientização sobre Dermatite Atópica.


Fatores desencadeantes - A DA pode aparecer em qualquer idade, geralmente na primeira infância, em bebês a partir dos três meses. A doença costuma desaparecer em aproximadamente 70% dos pacientes na adolescência. Alguns casos podem ter início na adolescência ou já na idade adulta. Silvia Soutto Mayor, coordenadora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da SBD e responsável pelo Setor de Dermatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, indica fatores que merecem atenção: "em geral, os sinais mais precoces de dermatite atópica são uma pele muito seca e a presença de coceira. Como o bebê ainda não tem coordenação motora desenvolvida, fica agitado, inquieto e chora".

Como se trata de uma doença com várias causas, o surgimento de quadros em crianças pode decorrer de alterações genéticas, de disfunções da barreira cutânea, resposta imunológica alterada, disbiose ou alteração do microbioma da pele. Também entram nesta lista alterações emocionais e ambientais, que funcionam como "gatilhos" para as crises.

De acordo com a coordenadora do Departamento da SBD, banhos quentes e demorados, sabonetes que "desengorduram" muito a pele, uso de buchas ou esponjas no banho, roupas de lã ou sintéticas e alimentos alergênicos, como castanhas em geral, ovo e leite, podem agir como fatores que desencadeiam ou agravam as crises da DA. Além disso, o estresse emocional pode complicar o quadro e até mesmo ser gatilho para as crises.

"Os pais devem se manter atentos e conversar com os filhos, principalmente quando há uma piora repentina da dermatite. Ao identificar a causa do estresse emocional fica mais fácil combatê-lo e, se necessário, lançar mão da ajuda de psicólogos ou até psiquiatras", avalia.


Impactos psicológicos - Outro ponto levantado por Silvia Soutto Mayor são os impactos psicológicos que as crianças sofrem após serem diagnosticadas com dermatite atópica. Uma das consequências é o comprometimento da autoimagem do paciente por conta das lesões que aparecem no rosto e nas extremidades do corpo, como mãos, pés, orelhas, pescoço e nas dobras dos braços e joelhos.

"Por conta disso, muitos jovens se tornam vítimas de bullying. É preciso orientar seu filho sobre o fato de que a dermatite não é contagiosa, não impede o convívio escolar e nem que ele brinque e socialize com outras crianças", enfatiza. Essa doença também afeta o processo de aprendizagem, pois a coceira impede a concentração e leva a distúrbios do sono. "O aluno acorda várias vezes à noite, o que o faz se sentir cansado nas aulas. Além disso, ele pode sofrer com sonolência indesejada pelo uso de medicamentos para tratar a dermatite, como antialérgicos (anti-histamínicos).

Para prevenir o agravamento de quadros ou o surgimento de crises, a especialista da SBD recomenda a aplicação constante de hidratantes, entre outros itens. "Os pais devem evitar o ressecamento excessivo da pele das crianças, dando banhos rápidos e mornos, hidratando a pele logo após o banho e evitando a transpiração excessiva, optando por tecidos leves, preferencialmente, de algodão", aconselha.


Campanha em setembro - O lançamento desse alerta e a realização de várias ações durante o mês de setembro fazem parte da campanha que a SBD desenvolve sobre o tema da dermatite atópica. Para os dermatologistas membros da SBD será feita outra live, no dia 21 de setembro, que será transmitida no site do Conexão SBD.

A campanha contará ainda com vídeos - voltados para o público leigo - em que médicos responderão as dúvidas sobre a dermatite. Também serão distribuídas peças em redes sociais, esclarecimentos sobre causas, sintomas e tratamentos serão publicados no site e redes sociais da SBD. A SBD também criou um site dedicado a sanar dúvidas sobre a doença.

 


360° Comunicação Integrada


Estudo indica que COVID-19 afeta transplantados de forma desigual e aponta possível abordagem terapêutica


Pesquisadores da USP relatam que pacientes submetidos a transplante de fígado que contraíram o SARS-CoV-2 tiveram recuperação mais rápida e processo inflamatório menor do que transplantados de coração ou rim. O segredo pode estar na diferente quantidade e no tipo de medicamento imunossupressor utilizado para evitar a rejeição do órgão (foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF)

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Pessoas que passaram por um transplante de fígado e depois contraíram a COVID-19 tiveram recuperação mais rápida e processo inflamatório muito menor do que os transplantados de coração ou rim. Por vezes, esses pacientes evoluíram até melhor do que indivíduos não transplantados. A constatação é de um estudo conduzido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM-USP), publicado na revista Transplantology.

Os pesquisadores analisaram a evolução da COVID-19 em 39 receptores de órgãos. Desse total, 25 receberam transplante de rim, sete de coração e sete de fígado. Os dados foram comparados com outros 25 pacientes com COVID-19 não transplantados (grupo controle), pareados por idade e sem comorbidades. Todos os participantes do estudo foram monitorados diariamente quanto a biomarcadores de infecção pelo SARS-CoV-2 para que a evolução da doença fosse acompanhada. Os voluntários foram divididos por órgão recebido, idade e tempo de transplante.

“Uma hipótese para essa evolução desigual da doença entre transplantados pode estar na diferente quantidade de imunossupressores utilizados para que o órgão não seja rejeitado”, diz à Agência FAPESP Ricardo Wesley Albercabolsista de pós-doutorado e autor do artigo.

O pesquisador explica que transplantes de coração e rim exigem um uso maior de medicamentos imunossupressores que os transplantes de fígado, por exemplo. “Com isso, além de constatar que nem todo paciente transplantado reage de maneira igual à COVID -19, nosso estudo aponta para a possibilidade de testar determinados imunossupressores no tratamento da COVID-19, não necessariamente em paciente transplantado”, diz o pesquisador.

Alberca ressalta, no entanto, que a provável relação entre a quantidade de imunossupressores e a evolução da COVID-19 entre transplantados se trata apenas de uma hipótese, que ainda precisa ser investigada com maior profundidade.

“Esses pacientes recebem tratamentos de imunossupressão diferentes. Os transplantados de rim e de coração recebem uma imunossupressão muito maior que os transplantados de fígado. Inclusive, está sendo realizado um ensaio clínico, por um grupo de pesquisadores de fora do Brasil, com uma imunossupressão muito conhecida que é utilizada nos pacientes de fígado”, conta.

A hipótese dos pesquisadores da FM-USP é que uma leve imunossupressão durante a infecção pelo SARS-CoV-2 poderia, eventualmente, trazer bons resultados para o paciente. “Isso ainda precisa ser investigado, mas em tese essa imunossupressão poderia ser benéfica para casos de hiperativação do sistema imunológico, como ocorre na chamada tempestade de citocina típica da COVID-19 grave. Nesses casos, o organismo responde de maneira exagerada à infecção e isso acaba eventualmente sendo letal para os pacientes”, diz.


Grupo de risco

Desde o início da pandemia, pacientes com comorbidades, idosos e transplantados foram identificados como grupos de risco para a forma grave da COVID-19. No entanto, pelo fato de os transplantados formarem um grupo muito específico na população em geral, foram realizados poucos estudos com eles e, geralmente, sem investigar o efeito da doença entre transplantados de diferentes órgãos.

O estudo da FM-USP faz parte de um inquérito epidemiológico maior, que analisou mais de 500 pacientes com COVID-19 internados no Hospital das Clínicas no primeiro semestre de 2020. O trabalho é apoiado pela FAPESP e conta também com um auxílio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os pesquisadores também vão avaliar a infecção pelo SARS-CoV-2 em indivíduos que estão sob tratamento com imunossupressores ou imunomoduladores, como é o caso de pacientes com psoríase, dermatite atópica ou que fazem uso de antirretrovirais (portadores de HIV).

“Estamos avaliando o impacto de diferentes comorbidades na resposta imunológica contra a COVID-19 e esperamos, com o estudo, obter uma maior compreensão da imunopatogênese da COVID-19 em associação a doenças ou condições que necessitam do tratamento com imunossupressores, como no caso de transplantes de órgãos”, diz Maria Notomi Sato, professora da FM-USP.

O estudo, que envolve pesquisadores do Laboratório de Investigações Médicas 56 (LIM-56) da FM-USP e de outras instituições, como Instituto Adolf Lutz, Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), busca ainda avaliar possíveis tratamentos para a síndrome inflamatória provocada pelo novo coronavírus.

O artigo COVID-19 Severity and Mortality in Solid Organ Transplantation: Differences between Liver, Heart, and Kidney Recipients (doi: 10.3390/transplantology2030030), de Ricardo Wesley Alberca, Gabriela Gama Freire Alberca, Lucas Chaves Netto, Raquel Leão Orfali, Sarah Cristina Gozzi-Silva, Alberto José da Silva Duarte, Valeria Aoki, Maria Notomi Sato e Gil Benard, pode ser lido em www.mdpi.com/2673-3943/2/3/30.
 

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/estudo-indica-que-covid-19-afeta-transplantados-de-forma-desigual-e-aponta-possivel-abordagem-terapeutica/36851/


Doação de medula óssea transforma a vida de crianças com doenças raras

Crédito da foto: Thiana Perusso

Referência nacional na realização de transplantes no público infantojuvenil, Pequeno Príncipe ressalta a importância desse gesto para salvar vidas


Às vésperas do Dia Mundial do Doador de Medula Óssea, celebrado no próximo sábado, dia 18, o maior hospital exclusivamente pediátrico do país, o Pequeno Príncipe, reforça a importância do gesto de doar para salvar vidas. De acordo com dados do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o Brasil tem pouco mais de 5,4 milhões de cidadãos cadastrados e é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, ficando atrás somente dos EUA e da Alemanha. Segundo as informações deste registro, a chance de identificar um doador compatível ao final do processo fica em torno de 64%, mas para os pacientes das minorias étnicas, esta chance é muito menor.

Para ajudar neste processo, o Pequeno Príncipe conta com uma pessoa exclusivamente dedicada a buscar e identificar rapidamente as chances que um determinado paciente tem para encontrar um doador nos bancos nacionais ou internacionais. Com campanhas e o alerta sobre a importância de integrar esse grupo, é possível melhorar esses dados.

Foi o que fez a mãe de Bryan Aleksander Fudal Silva, de 5 anos. Com família na cidade de Paulo Frontin, interior do Paraná, Eliane Fudal criou uma campanha em uma rede social com a ajuda de parentes e amigos para mobilizar toda uma região. “As cidades dali são pequenas. Então aquelas pessoas jamais fariam um cadastro de doador de medula se não fosse uma campanha dessa”, afirma. Um mês depois de diagnosticado, pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, com doença granulomatosa crônica (DGC), a equipe do Hospital ligou para a família avisando que um doador de medula havia sido encontrado. “Uma das médicas até falou que o Bryan ganhou na loteria, porque é difícil quem entra para fila conseguir um doador compatível tão rapidamente", lembra a mãe.

A doença de Bryan é uma imunodeficiência primária que ocasiona deficiência genética no funcionamento dos glóbulos brancos, que são os responsáveis por combater os invasores do organismo. Nos pacientes da DGC, os glóbulos brancos não produzem peróxido de hidrogênio e outras substâncias que destroem bactérias e fungos. Por se tratar de uma doença genética, a mãe do menino não pôde doar sua medula, e o pai só tinha 50% de compatibilidade.

O transplante de medula óssea (TMO) é fundamental para o tratamento de diversas doenças, entre elas alguns tipos de neoplasias (como leucemias e vários tumores), doenças do sangue e da imunidade. “Algumas doenças têm como única opção de cura a realização do TMO e, portanto, a doação da medula por um doador saudável é essencial para garantir o tratamento do paciente. Para as crianças com erros inatos da imunidade ou do metabolismo, os doadores voluntários são ainda mais fundamentais. Como estas doenças estão ligadas a fatores genéticos, só podemos usar um irmão se ele não for afetado pela mesma doença”, explica a médica-chefe do Serviço TMO do Pequeno Príncipe, Carmem Bonfim.

A medula de Bryan pegou 17 dias após o transplante, e a mãe, antes acostumada à rotina de internamentos e constantes idas a hospitais, comemorou a rápida recuperação do filho, que aconteceu em um mês. O menino agora segue a rotina de controle pós-operatório. “Ainda não sabemos quem foi o doador do Bryan, mas estou muito feliz porque, mesmo sabendo que com a campanha talvez a gente não encontrasse um doador pra ele, estaríamos ajudando outras crianças. Há umas três semanas descobri que meu primo foi chamado para fazer uma doação, e se não fosse a campanha ele jamais teria se cadastrado”, conclui Eliane.


Referência

Com uma década de atuação, o Serviço de TMO do Pequeno Príncipe tornou-se uma das principais referências na América Latina, principalmente na área de transplantes alogênicos, quando as células transplantadas vêm de outro doador. Durante esse período foram mais de 300 vidas transformadas, e atualmente 30% dos procedimentos realizados são em pacientes com doenças raras.

Em dez anos de atuação, 26% dos transplantes realizados foram em crianças com idade abaixo de 3 anos. O atendimento de pacientes de pouca idade e/ou com doenças raras é uma das especificidades que fizeram com que o Serviço de TMO do Pequeno Príncipe recebesse pessoas de todo o país – 61% dos atendimentos são de fora de Curitiba.

O reconhecimento nacional e internacional também se deve aos procedimentos realizados com doadores haploidênticos – quando a compatibilidade não é de 100%, uma vez que encontrar um doador compatível é um dos grandes desafios para realizar um TMO. Mesmo dentro da família, a chance de conseguir um doador 100% compatível é de apenas 25%.


Histórico

O Serviço de TMO do Pequeno Príncipe iniciou sua história no Setor de Oncologia e foi implantado em abril de 2011, inicialmente com três leitos. Um sonho realizado em parceria com o médico Eurípides Ferreira, hematologista pioneiro na realização de TMO no Brasil, nos anos 1970.

Em 2016, o Serviço foi ampliado, passando a ter dez leitos e proporcionando a um número maior de crianças e adolescentes um tratamento humanizado e de qualidade. O fato de ser um hospital que oferece 32 especialidades e dispõe de equipes multidisciplinares também é determinante para o sucesso do TMO do Pequeno Príncipe, além de sua capacidade de atendimento ser quase que exclusivamente voltada ao SUS (em torno de 80%).

Mesmo diante do cenário de pandemia pelo coronavírus, o Hospital realizou 61 transplantes em 2020, apenas um procedimento a menos que no ano anterior. Neste ano, só no primeiro semestre, 43 crianças e adolescentes foram transplantados.


Como tornar-se um doador

O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea foi criado em 2015 pela World Marrow Donor Association (WMDA), associação mundial que reúne os registros de doadores de medula óssea, totalizando mais de 38 milhões de doadores em todo o mundo. De acordo com o Redome, para fazer parte desse grupo é necessário: 

  • ter entre 18 e 35 anos de idade;
  • estar em bom estado geral de saúde;
  • não ter doença infecciosa ou incapacitante;
  • não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso. E vVale lembrar ainda que para se tornar um doador de medula óssea basta fazer um cadastro no Hemocentro, que vai efetuar uma breve entrevista e passar as orientações necessárias. Após, será realizada a coleta de amostra de sangue, e os dados obtidos na análise vão para um cadastro nacional. Quando houver necessidade, os dados serão acessados e, caso se confirme a compatibilidade, o doador será consultado para confirmar a doação.


Cannabis: Uma visão biológica pouco conhecida da sociedade é tema de artigo científico

Em artigo científico, pesquisador mostra como a maconha pode ser usada para benefício das funções cerebrais.

 

Quando se fala na planta chamada “Cannabis”, popularmente conhecida como Maconha, é preciso desconstruir o seu conceito já comum de entorpecente e observar que ela pode ser um instrumento terapêutico de qualidade. Foi com essa visão que o pesquisador e médico psiquiatra Francis Moreira da Silveira publicou um artigo científico pela Logos University International (Unilogos) destacando um ponto de vista biológico pouco conhecido da maioria das pessoas. 

De início, é fundamental compreender que a utilização da planta para estes fins é algo ainda repleto de polêmicas e controvérsias entre a sociedade civil e os médicos. “considerando que ela é considerada uma droga ilícita, mas que é amplamente consumida em todo o mundo”, destaca o pesquisador. Em sua publicação, Francis analisou os aspectos moleculares da transmissão sináptica considerando a neurobiologia da Cannabis. Para isso, ele estudou os receptores canabinoides e dissertou sobre a relação entre o Sistema endocanabinoide e neuroplasticidade.

Não é segredo para ninguém que o sistema nervoso é responsável pelas funções do corpo humano. Com bilhões de neurônios reunidos para realizar tarefas, principalmente transmitindo informações para processamento e armazenamento das informações, eles também regulam a contração muscular e secreção glandular. O cérebro, através destes elementos, forma conexões chamadas sinapses. A relação disso com a planta, explica o médico psiquiatra, é que a “a Cannabis apresenta efeitos adversos que podem ser divididos entre o hábito de fumar e aqueles causados pelos canabinoides. O fumo habitual da maconha provoca alterações nas células que constituem o trato respiratório e aumentam a probabilidade de câncer de pulmão entre os usuários”, destaca. 

Quanto aos canabinoides, o seu uso contínuo leva a uma dependência dos efeitos psicoativos. Com a cessação do uso, o resultado é que a pessoa se torna vulnerável e passam a ser observados sinais como agitação, insônia, irritabilidade, náusea e câimbras. O uso desta substância leva a um impacto no sistema nervoso central, causando na pessoa sensações como euforia e alucinações. 

No entanto, não é de hoje que este tema recebe atenção da comunidade científica internacional, revela Francis. “Em 1964, o principal psicoativo da maconha, o Δ9-tetrahidrocanabinol foi isolado, levantando a hipótese de que seu mecanismo de ação era semelhante aos anestésicos gerais. Já em 1988, descobriu-se os receptores canabinoides. Na década de 1990, houve a descoberta do primeiro mediador endógeno, denominado anandamida e o lançamento do primeiro medicamento atuante no sistema de endocanabinoides, denominado rimonabanto, que tinha como finalidade reduzir o apetite e tratar a obesidade”.  

Recentemente, em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamentou os requisitos para medicamentos feitos a base de Cannabis através da Resolução RDC nº 327/19. Ela define, aponta o pesquisador, que “a aplicação clínica do sistema de canabinoides possui maior conhecimento, atuando na redução dos sintomas motores da Doença de Parkinson, na dor neuropática ou inflamatória, entre outras aplicações. O potencial medicinal da Cannabis está relacionado ao grande número de substâncias químicas encontradas em suas amostras. Os canabinóides abrangem um grupo de compostos com 21 átomos de carbono presentes na Cannabis sativa e os respectivos ácidos carboxílicos, análogos e possíveis alteradores. Os compostos canabinoides podem ser classificados como terpenofenóis”, constata. 

Depois de estudar os prós e os contras dos efeitos da planta no organismo, o pesquisador concluiu que “a neuroplasticidade e sua relação com o Sistema endocanabinoide afeta a percepção emocional e sensorial. Ele atua na modulação global e contribui com a definição de diversos pontos chave nas vias neurais. Esses pontos chave se tornam mais complacentes com a utilização de substâncias psicotrópicas, como é o caso da Cannabis”. Ele acrescenta: “A ampla compreensão e modulação do sistema endocanabinóide poderá contribuir para futuros estudos sobre o uso terapêutico de Cannabis, reduzindo os efeitos colaterais ou a possibilidade de dependência. Tal fato representaria um grande avanço no debate sobre o uso desta substância como fins medicinais”, completa o pesquisador. 

A maconha, como é mais popularmente conhecida, mostra-se como uma das plantas mais antigas conhecidas pelo homem, com relatos de uso na Ásia Central com mais de 12.000 anos. Também há menção na farmacopeia chinesa em 2.700 a.C. Posteriormente, ela se espalhou pelo Oeste da Ásia, Egito e Europa Ocidental. “Interessante observar que na época dos assírios, a mais de 300 anos, essa planta era considerada o principal medicamento de sua farmacopeia”, acrescenta o pesquisador. Já no continente americano, a planta foi trazida pelos colonizadores espanhóis e atualmente, pode ser encontrada em todos os continentes do mundo.


Histerectomia: treinamento respiratório ajuda mulheres antes e depois da cirurgia de remoção do útero

O Low Pressure Fitness, conhecido popularmente como LPF, tonifica a musculatura do assoalho pélvico e normaliza as fáscias que envolvem as vísceras pélvicas , auxiliando no pré e pós-operatório

 

Bastante invasiva e delicada, a histerectomia é uma cirurgia ginecológica de retirada do útero, recomendada em casos mais graves de miomas, hemorragias, entre outras patologias. Assim como todo procedimento cirúrgico, é necessário ter atenção nas práticas antes e depois da operação e, nesta condição, o Low Pressure Fitness ( LPF ) entra como um grande aliado das pacientes. A técnica é indicada para o fortalecimento abdominal e do períneo , trazendo diversos benefícios às mulheres histerectomizadas. 

 

A embaixadora do método no Brasil, Carol Lemes, explica que o treinamento postural e respiratório é fundamental para evitar complicações. Regular o tônus e restabelecer a função dos músculos das regiões afetadas é importante no pré-operatório da retirada do útero . Além disso, o LPF é utilizado para proporcionar um reparo tecidual eficaz, já que os exercícios normalizam as tensões dos tecidos e facilitam a reorganização das fibras de colágeno, restabelecendo a integridade tensional dos revestimentos das vísceras favorecendo o reparo tecidual ideal ", aponta.  

 

Segundo a especialista, os exercícios já são essenciais para o fortalecimento das musculaturas abdominal e perineal das mulheres de modo geral, mas, para aquelas que vão passar ou já passaram pela histerectomia, é ainda mais importante. “Existem evidências que um grande número de pacientes que passam pela cirurgia relatam incontinência urinária. Porém, com uma boa competência da musculatura pélvica , ou seja , tônus regulado e um períneo funcional , as chances minimizam, já que os órgãos pélvicos não “caem” durante tosse, espirro ou atividade física de alto impacto”, explica. 

 

Com a autorização do médico, Carol recomenda que a prática do LPF seja iniciada com ao menos três meses de antecedência do procedimento, no mínimo uma vez por semana e sempre direcionada por um profissional certificado , para que o corpo tenha tempo suficiente para responder aos estímulos. Para os cuidados depois da cirurgia, a profissional ressalta a importância do acompanhamento de um fisioterapeuta osteopata além do método. “Nessa fase é indicado que a paciente comece com os exercícios posturais e respiratórias a partir de 45 dias pós-cirurgia, sendo que o vácuo abdominal só introduzimos após 90 dias, pois não recomendamos carga mecânica intensa nesse período de regeneração tecidual . E, claro, depois da recuperação completa, o LPF pode ser utilizado como uma manutenção constante dos músculos abdominais e perineais, completa.

 

Carol Lemes - Formada em Educação Física pela UNICAMP, Carol Lemes é embaixadora no Brasil do método Low Pressure Fitness, mais conhecido como a técnica da barriga negativa. Carol foi a primeira brasileira a ter a certificação da escola Internacional Hypopressive & Physical Therapy Institute e, em 2015, trouxe a LPF para o país. Desde então, já formou mais de 5 mil fisioterapeutas e profissionais da área aptos a aplicarem a técnica em mais de 50 cidades.

Instagram: @carollemeslpf

www.lpfbrasil.com.br


Governo de SP e FIDI levam carreta da mamografia a Franco da Rocha

Mulheres de 50 a 69 anos podem fazer o exame sem necessidade de pedido médico; serviço estadual estará na cidade até 2 de outubro

Após pausa de itinerário durante a pandemia, iniciativa volta respeitando os protocolos de segurança

 

A carreta-móvel do programa "Mulheres de Peito" estará na cidade de 21 de setembro até o dia 2 de outubro, realizando mamografias grátis e sem necessidade de pedido médico para mulheres acima de 50 anos. O serviço é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por fornecer equipamentos para auxílio de diagnóstico a diversos hospitais estaduais.

Instalado no Parque Municipal Benedito Bueno de Morais, onde a entrada será pelo portão da Avenida dos Coqueiros, as carretas funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h à 17h, e aos sábados, das 8h às 12h (exceto feriados), a partir da distribuição de senhas no período da manhã. Ao total, serão realizados 50 exames diariamente e, aos sábados, 25.

As imagens capturadas nos mamógrafos são encaminhadas para o Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem (Sedi), serviço da Secretaria que emite laudos à distância, na capital paulista. O resultado sai em até 2 dias após a realização do exame.

Para as mulheres acima de 50 anos, não há necessidade de pedido médico para fazer a mamografia. Basta levar RG e cartão SUS. Pacientes fora dessa faixa etária também podem realizar os exames, desde que tenham em mãos um pedido médico emitido pela rede pública ou particular, cartão SUS e RG.

A iniciativa tem como objetivo ampliar o acesso e incentivar as mulheres a realizarem exames de mamografia pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o Estado. Para isso, as carretas percorrem os municípios paulistas ininterruptamente.

As unidades móveis contam com equipe multidisciplinar composta por técnicos em radiologia e profissionais de enfermagem. E para contribuir com a agilidade do diagnóstico, cada veículo é equipado com aparelho ultrassom, conversor de imagens analógicas em digitais, impressoras, computadores e mobiliários.


Protocolos de segurança

Após itinerários preventivamente suspensos no início da pandemia, o programa "Mulheres de Peito" retorna seguindo protocolos rígidos de combate à Covid-19, sempre exigindo o uso de máscara, distanciamento e higienização das mãos - medidas válidas tanto para a equipe, quanto às pacientes.

O projeto existe desde 2014 e as carretas já percorreram mais de 300 locais. No total, já foram realizadas cerca de 230 mil mamografias, 7 mil ultrassons, 700 biópsias e mais de 2 mil mulheres encaminhadas para exames complementares e/ou início do tratamento oncológico em unidades estaduais especializadas.


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