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segunda-feira, 13 de julho de 2020

Planejar o intercâmbio no contexto atual: confira sete dicas essenciais


Momento de fronteiras fechadas pode ser usado para definir objetivos, escolher país, estudar para processos seletivos e organizar os recursos financeiros;


Destaque mundial no combate à pandemia, Nova Zelândia tem sistema de ensino de excelência, com todas suas universidades classificadas entre as melhores do mundo;


Informações sobre bolsas de estudo, processos seletivos e condições gerais para os estudantes internacionais na Nova Zelândia: https://www.studyinnewzealand.govt.nz/


Estudantes e profissionais que têm o objetivo de estudar fora do Brasil – seja para afinar o inglês, fazer graduação ou cursar uma especialização profissional, entre tantas possibilidades – podem fazer uso do momento de fronteiras fechadas dos países para caprichar na preparação do intercâmbio. A etapa é considerada por especialistas como fundamental para o sucesso do período no exterior. Confira a seguir dicas e orientações da Education New Zealand, órgão do governo da Nova Zelândia responsável pela educação internacional do país.

 “Planejamento e organização são fundamentais para uma experiência positiva de educação internacional”, afirma Ana Azevedo, gerente sênior da Education New Zealand. Segundo ela, é importante que os estudantes dediquem tempo para definir, com clareza, o objetivo acadêmico da viagem de estudos. “Além de pesquisar bastante sobre a qualidade do ensino que as instituições oferecem, é importante entender qual a estrutura de acolhimento e apoio que os países oferecem para estudantes internacionais, comenta Ana Azevedo.


Dica 1: defina seu objetivo

            Pode parecer trivial, mas ter um objetivo claro é parte fundamental de um intercâmbio bem-sucedido. Dessa forma, vale ter em mente que o primeiro passo é decidir o que se espera da temporada de estudo no exterior: aprender ou aperfeiçoar o domínio de uma língua estrangeira; fazer um semestre de um curso de graduação no exterior, ou mesmo todo o curso; fazer uma pós-graduação, que pode ser desde uma especialização até um mestrado ou doutorado, por exemplo. As possibilidades são muitas, mas o importante, nesta fase, é que o estudante saiba qual é seu objetivo. Este passo vai afetar todos os seguintes.


Dica 2: escolha o país

A escolha do país deve levar em consideração uma série de aspectos, desde a qualidade do ensino oferecido, características culturais, climáticas, entre outras questões que influenciam na experiência do intercâmbio. “Para o ensino superior também pode ser importante avaliar questões como a relevância da sua área de estudos na economia do país no qual você pretende estudar, os níveis de inovação das empresas de lá, além de benefícios e autorizações concedidos aos estudantes internacionais”, ressalta Ana Azevedo.

Por isso, o estudante deve fazer uma ampla pesquisa sobre diversos aspectos do dia a dia dos países que o interessam, desde receptividade da população local até qualidade de vida, custo de moradia, transporte e alimentação, por exemplo.


Dica 3: verifique a qualidade do ensino

            Não vale pensar apenas nas paisagens, clima e opções turísticas do país. Um período de estudo no exterior é fundamental para a evolução acadêmica e profissional dos estudantes, por isso recomenda-se atenção especial para a qualidade das instituições de ensino, reputação em determinadas áreas, validade do diploma em outros países, entre outros fatores.

            Neste ponto, Ana Azevedo lembra: “A Nova Zelândia é uma das nações que melhor educa para o futuro – o país ocupa a terceira posição (é primeiro entre os países de língua inglesa) do ranking mundial The Economist Intelligence Unit”. Também vale ressaltar que todas as universidades neozelandesas estão classificadas entre as melhores do mundo, de acordo com o conceituado índice internacional QS World University Rankings.


Dica 4: organização financeira desde já

            Uma coisa é certa: o país escolhido deve caber no orçamento. A organização financeira é imprescindível para conseguir tirar os planos do papel. Assim, é importante definir de onde sairão os recursos para o financiamento do intercâmbio: se serão recursos próprios, se é necessário economizar determinada quantia por mês. É importante estruturar as contas, abrir uma poupança e ter como base uma média de todos os gastos – além do curso, valores para moradia, alimentação, transporte, uma reserva consistente para emergências e, até mesmo, quantias para momentos de lazer.


Dica 5: escolha o curso certo para você

Outro ponto central para garantir a melhor experiência de educação internacional é a escolha do curso. Aproveitar o período atual para analisar detalhadamente os programas das escolas e universidades é muito importante para garantir uma boa experiência acadêmica. Estude os currículos, busque informações sobre as instituições de ensino, os docentes e tente descobrir a opinião de ex-alunos.


Dica 6: procure bolsas de estudo

            Muitas instituições internacionais têm programas de bolsas específicos para estudantes estrangeiros. Há diversos tipos de bolsas, desde aquelas que financiam apenas parte dos custos com a instituição de ensino até aquelas que cobrem tudo: estudo, moradia, até as passagens aéreas de ida e volta. O importante é pesquisar com calma e em sites oficiais. A Education New Zealand, por exemplo, concentra algumas das bolsas disponíveis para brasileiros aqui. No site é possível verificar os detalhes de cada bolsa: requisitos, datas de inscrição no processo seletivo, documentos exigidos, etc.


Dica 7: estude para os processos seletivos

O processo seletivo para intercâmbio exige uma série de requisitos, sobretudo acadêmicos. Usar o período atual para se preparar neste sentido é um caminho que pode garantir o melhor desempenho nas provas. Estruture uma rotina de estudos que faça sentido para você: se for fazer graduação ou pós no exterior, por exemplo, muito provavelmente será necessário passar por provas de proficiência em língua estrangeira. Independentemente do tipo de curso buscado, é importante ter clareza sobre todas as etapas do processo seletivo.






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Enem pela primeira vez: o que muda no preparo dos estudantes do Ensino Médio para o exame de 2020?


Coordenador pedagógico do Colégio Anglo 21, Lucas Seco, explica como enfrentar os desafios das aulas remotas e se preparar para a prova frente a um ano atípico


Com a data do Enem prevista para o fim de janeiro e início de fevereiro de 2021, a  ansiedade e o nervosismo aumentaram entre os estudantes que pretendem prestar a prova pela primeira vez. Após meses de constantes mudanças e adaptações do novo formato de ensino remoto para escolas, famílias e alunos por conta da pandemia da Covid-19, instruir os vestibulandos que estão no fim do Ensino Médio é uma tarefa desafiadora para os educadores e instituições de ensino.

Lucas Seco, coordenador pedagógico do Ensino Médio do Colégio Anglo 21, localizado na Zona Sul de São Paulo, afirma que, nesse processo, é fundamental a escola ser parceira do jovem, disponível a ajudar e compreender cada parte do processo de adaptação e aprendizagem. “É preciso ajudar o aluno a se organizar na nova realidade e manter a tranquilidade. Alguns alunos precisam de um acompanhamento mais periódico ou atendimentos individuais por conta de dificuldades na disciplina, na rotina ou no cronograma de estudos”, aponta.

Dessa forma, é necessário propor dinâmicas que diminuam a pressão e a carga de insegurança nos vestibulandos. Segundo o educador, uma das principais queixas dos alunos de Ensino Médio nesse momento de preparo para os vestibulares e também para o fim do ano letivo é o excesso de exposição às telas, com as vídeo-aulas, aplicativos e conferências que norteiam a nova rotina de ensino remoto. “Os professores são instruídos a, após um período de aula, dar ‘mini-intervalos’ e flexibilizar certas dinâmicas, para o aluno olhar outra coisa ou respirar um pouco, diminuindo o tempo de exposição ininterrupta em tela”.

E aqueles que ainda estão nos anos iniciais do Ensino Médio e pretendem prestar a prova como treineiros? “Fazer provas é como aprender a dirigir”, explica Seco. “Aprender a teoria é importante, mas quanto mais treinar a prática, melhor motorista você se torna. Eu incentivo enormemente os jovens a prestarem desde o 1º ano do Ensino Médio e, mesmo que este ano tenhamos uma prova atípica, não se deve perder a oportunidade”. O coordenador ainda ressalta que com a necessidade de realizar as aulas e simulados de forma online, os alunos ainda estão treinando para o novo modelo de prova: o Enem Digital.

Sendo inaugurado nesta edição, a versão do exame digital a ser implementada substituirá a prova impressa gradativamente, trazendo aos estudantes o novo cenário frente ao exame que ingressa milhares de candidatos em universidades públicas do país. “Ironicamente, a mudança para o ensino a distância já colocou o aluno em um treinamento ao Enem Digital. Com relação a preparação, o foco é o mesmo: organização e estudo”, conta o coordenador.

O Colégio também realiza plantões de dúvidas diariamente com os alunos que precisam de maior apoio nesse momento. Lucas Seco aponta que o educador tem um papel fundamental nesse processo para tranquilizar o estudante que está aflito com o cenário de incertezas. “O estudante, ao ser assistido em uma aula individual para tirar dúvida sobre a disciplina ou conversar sobre os vestibulares, se sente mais seguro ao ter o apoio do professor; é preciso ser flexível, conversar com os familiares e estar sempre à disposição para ajuda-los nessa trajetória”, conclui.




Anglo 21

Ensino à distância para crianças em debate durante a pandemia



A especialista em educação infantil e terapeuta familiar Evelyn Stam aponta os prós e contras do ensino à distância durante a pandemia da covid-19, que se tornou uma das principais questões familiares do momento.



Estamos vivendo em época de pandemia. Muitas incertezas, muitas mudanças e uma situação que não tem data de término. Uma das mudanças mais comentadas e questionadas por pais e educadores durante a pandemia é o ensino à distância, que se tornou necessário quando muitos países decidiram fechar as escolas e fornecer ensino online, forçando pais a assumirem muitas vezes o papel de educadores, na tentativa de ajudar seus filhos a acompanharem as aulas neste novo formato.

A especialista em educação infantil e terapeuta familiar Evelyn Stam, aponta que existem vantagens e desvantagens na adoção da telescola ou ensino à distância, e que ambas precisam ser consideradas antes de um veredicto final: “tivemos que nos adaptar a essa mudança quase que de um dia para o outro, quando a pandemia do novo coronavírus veio e surpreendeu a todos. Não estávamos totalmente preparados, sejam os pais ou os professores e a até mesmo os próprios alunos, para nada do que viria a acontecer depois e, naturalmente, foram necessários alguns ajustes de última hora para encontrar soluções minimamente viáveis e impedir que nossos filhos perdessem um ano escolar. Mas nem tudo tem sido mal e há também benefícios na educação à distância, que tende a ser algo ao qual nós vamos ter de nos adaptar, já que deve ser uma tendência.”



Desvantagens

Evelyn Stam ressalta as principais desvantagens do ensino à distância:



 Acesso à tecnologia

Nem toda família tem acesso à computadores de qualidade e internet estável. Famílias que não possuem um computador ou não dispõem de internet rápida simplesmente não têm como acompanhar as aulas online, fazer fotos de atividades realizadas ou enviar arquivos grandes.


 Disponibilidade

Famílias que possuem um computador e internet de boa qualidade nem sempre estão preparadas para lidar com o ensino online. Famílias com mais de um filho nem sempre tem um computador para cada membro da família. Além disso, a mesma internet que era suficiente para atender a todos os moradores agora está sobrecarregada, com pais e filhos utilizando a conexão ao mesmo tempo para cumprir com suas cargas horárias de trabalho e estudo.


Uso das ferramentas de software

Nem todas as pessoas estão acostumadas a sistemas de reunião online, como Zoom, Google Classroom, Microsoft Teams, etc… Há pessoas que estão experimentando um enorme sentimento de sobrecarga, tendo que lidar não só com a pandemia, mas com o aprendizado de novas tecnologias.


Sobrecarga

Muitas pessoas estão experimentando um aumento significativo da carga de trabalho. Trabalhar de casa não significa trabalhar menos. Além disso, todos estão em casa o tempo todo então o tempo de limpeza da casa e a frequência na limpeza aumentam. Somado a isso há ainda a carga de tarefas dos filhos que precisam ser supervisionadas pelos pais. Pais estão se sentindo professores, profissionais, mães e pais, tudo ao mesmo tempo.

Professores também estão sobrecarregados e têm que aprender a lidar com novas tecnologias, criar materiais que funcionem para o ensino online, tudo isso enquanto lidam com os próprios filhos e com o aprendizado dos próprios filhos em casa.


Vantagens

Da mesma forma, a especialista aponta diversas vantagens que o ensino à distância pode trazer


Possibilidade de revisar o conteúdo


 A aula online pode ser assistida quantas vezes o aluno precisar. O aluno pode pausar para fazer anotações, copiar diagramas da internet. O ensino se torna mais interativo e acessível para os alunos.


Estude no seu ritmo

O aluno pode estudar no seu próprio ritmo. Cada aluno prepara a suas tarefas na sua velocidade, sem a pressão de fazer as coisas na mesma velocidade e da mesma forma que os colegas.


Pais têm contato com o universo dos filhos

Agora sabemos exatamente o que os nossos filhos estão aprendendo na escola, o que eles gostam mais e o que têm mais dificuldade. Sabemos o quanto de tempo eles precisam para entender determinado conteúdo e entendemos melhor como a escola funciona.


As crianças estão aprendendo habilidades novas

Crianças aprendem rápido e se adaptam mais fácil que os adultos às novas tecnologias. As aulas online estão preparando os nossos filhos para o trabalho do futuro.


Estamos aprendendo novas formas de ensinar e aprender

 Sim, tem sido desafiador. Contudo já estamos a ver os primeiros sinais de coisas que tem funcionado muito bem no ensino online. Estamos criando soluções para lidar com o deslocamento, condições climáticas e ausências por motivos médicos. A pandemia nos forçou a ser criativos, a pensar em novas soluções e melhores maneiras de aprendizado.


Veredicto

Evelyn pondera o panorama geral da educação à distância: “Como podemos ver, o ensino à distância tem vantagens e desvantagens. Nos demanda muito tempo, mas aprendemos muito com a experiência. O verdadeiro desafio é não deixar o nosso papel de pais para assumir o papel de professores. Somos e continuaremos a ser pais sempre. Essa é a nossa relação mais importante. Aconteça o que acontecer o ensino nunca deve ser o preço da nossa relação com os nossos filhos.”



ECONOMIA PRATEADA


Pandemia coloca holofote nos 60+: temas como longevidade e finitude passam a ser debatidos


A pandemia está redesenhando nossas vidas: da percepção sobre a saúde ao modo como consumimos e vivemos. De todas as transformações em curso, um destaque é a alteração da percepção sobre o envelhecimento e sobre o próprio relacionamento com as pessoas maduras. Com esse holofote direcionado para temas como a longevidade e a finitude, temos que fazer algumas reflexões importantes sobre o futuro: tento individual, quanto coletivo.

A pesquisa Plano de Vida & Legado – conduzida pela agetech Janno em parceria com a MindMiners –, traz dados interessantes sobre a percepção dos brasileiros sobre a temática: sete em cada 10 entrevistados com mais de 60 anos afirmam que estão refletindo mais sobre a finitude durante a pandemia; quatro em cada 10 estão com medo de morrer; dois em cada 10 começaram o planejamento de fim de vida durante o distanciamento social. Mas, o que esses números revelam na essência?

Vamos por partes. Sobre a constatação da própria longevidade, viver mais – em uma perspectiva bastante prática – significa ter que poupar por mais tempo. Entretanto, os brasileiros começam a se planejar mais próximos da aposentadoria. Entre os entrevistados da pesquisa com mais de 45 anos, 19% já se planejaram; 27% entre os que têm entre 55 e 64 anos e 30% dos brasileiros 60+ se planejaram para o envelhecimento. Entre as mulheres, essa é uma pauta mais distante, em especial entre as com mais de 65 anos: somente 18% das entrevistadas – com idade entre 45 e 54 anos – começaram o processo de se planejar; 25% com idade entre 55 e 64 anos; e 24% somente aos 65 anos iniciaram o planejamento. Entre os homens, os índices são 20%, 33% e 45%, respectivamente. Entre 10 brasileiros, apenas dois já fizeram algum tipo de planejamento financeiro para a velhice. Mesmo sabendo que a longevidade exige um novo plano financeiro, pouco são os que realmente calcularam o valor que precisam poupar: 32% afirmam que nunca pensaram no tema; 23% já fizeram o cálculo.

Sobre a finitude, o momento é delicado. As inúmeras mortes de pessoas acometidas pela pandemia do novo coronavírus – sobretudo as prateadas – evidenciam a fragilidade humana e o ageismo. De invisíveis ao centro do debate sobre a pandemia da Covid-19, os maduros brasileiros passaram a ser vistos com um olhar de cuidado, proteção e preconceito. A gravidade da doença revelou uma mudança social que estava em curso, mas que tende a se acelerar pela consciência coletiva sobre o tamanho da população com mais de 60 anos. No país, esses brasileiros formam um exército de 30 milhões de pessoas que tiveram hábitos comportamentais e de consumo alterados.

Esse contexto aponta para uma reflexão e tomada de decisão essencial: o brasileiro precisa se planejar tanto para a longevidade, quanto para a finitude. Somos um dos piores países para se morrer: no ranking Qualidade da Morte, conduzido pela Economist Intelligence Unit, o país ocupa a 42ª posição entre 80 países. No cotidiano, 74% dos brasileiros não falam sobre a morte. Quando a ameaça à vida ganha proporções globais e palpáveis – como temos visto nesta pandemia – o assunto é ainda mais urgente. Mas, é importante lembrar que falar sobre finitude não se trata de abordar somente o luto, a perda, a saudade. Planejar a finitude é, acima de tudo, assegurar a liberdade de tomar as próprias decisões e honrar o legado. Planejar e organizar os documentos mais importantes da vida é essencial para auxiliar a família a lidar, com o mínimo de estresse, com questões como heranças, dívidas e outras pendências.  

No mundo tem surgido startups que têm trabalhado com a temática da finitude. No Brasil, cito a Janno – da qual sou cofundadora –; no Japão, a Next Japan, um serviço que organiza, limpa e separa as roupas e objetos na casa da pessoa falecida, em especial, no caso de quem morava sozinho. Entre as norte-americanas, destaco a Cake (aplicativo que ajuda os usuários a comunicarem seus últimos desejos a entes queridos, médicos e advogados) e o Endwell Project (movimento que está ressignificando a experiência da morte por meio de conteúdo qualificado).

Por último, gostaria de falar que temos que pensar sobre o que fazer com os anos a mais que ganhamos de presente. A longevidade traz uma gama de possibilidades, mas também de responsabilidades – e, talvez, a principal delas é a ressignificação da vida após os 60 anos. Essa nova geração de maduros, que tanto revolucionou os costumes e a forma de viver na sua juventude, é chamada mais uma vez para inovar: na forma de viver a maturidade e a finitude.





Layla Vallias - cofundadora do Hype50+, consultoria de marketing especializada no consumidor sênior e da Janno – startup agetech que tem como missão apoiar brasileiros 50+ em seu novo plano de vida. Foi coordenadora do Tsunami60+, maior estudo sobre Economia Prateada e Raio-X do público maduro no Brasil e diretora do Aging2.0 São Paulo, organização de apoio a empreendedores com soluções para o envelhecimento em mais de 20 países. Mercadóloga de formação, com especialização em marketing digital pela Universidade de Nova York, trabalhou com desenvolvimento de produto na Endeavor Brasil.


Estudo aponta que campanhas com uso do swipe up impacta 9 vezes mais


Pesquisa da Squid mostra que ações com gamificação aumentam a taxa de cliques em campanhas publicitárias


O swipe up, ou "arrasta para cima" que tantos criadores de conteúdo utilizam no story do Instagram é capaz de impactar uma mesma pessoa 9 vezes em campanha. É o que mostra o novo estudo da Squid, empresa especializada em marketing de influência, realizado de setembro de 2019 até junho de 2020. Além disso, a pesquisa apontou que campanhas feitas com gamificação trazem uma taxa de cliques 160% superior aos de ações que não utilizam essa metodologia.

"Esse levantamento buscou entender que o impacto nos links nos stories é positivo para as marcas, e mais ainda, nas campanhas gamificadas. Uma das hipóteses para esse comportamento é que com a gamificação, os influenciadores tem uma motivação maior em produzir conteúdos ainda melhores e em maior quantidade, porque os desafios costumam ser estimulantes", explica Isabela Ventura, CEO da Squid.

Ao observar a quantidade média de vezes que uma pessoa foi impactada por um conteúdo de campanhas gamificadas com desafios, games e propostas mais inovadoras, essa variação é cerca de 85% superior. Ou seja, tanto pelo cliques, quanto pelo conteúdo, campanhas que propõe a participação do público trazem mais engajamento e retorno para marcas e serviços.

O objetivo do estudo também é mostrar para as marcas que o público está mais receptivo ao link e que investir em campanhas com influenciadores que possuem o "arrasta para cima", é uma opção viável. "O medo de muitas empresas era de que os consumidores não quisessem sair da página do stories para acessar o site de uma marca, mas essa pesquisa veio para mostrar que as pessoas estão propensas conhecer mais do produto quando se interessam verdadeiramente", analisa Ventura.

O estudo também registrou que, por campanha, a média para termos um clique é de 24 pessoas alcançadas. Isso significa que, para cada clique gerado em uma campanha, ela teve que alcançar 24 pessoas diferentes. "Esse dado mostra que o alcance do swipe up, tem força para dialogar com públicos diversos e pode ser explorado pelas empresas, com segurança de retorno", finaliza Isabela




Squid
squidit.com.br

Técnicas para conciliar a vida profissional e a familiar durante a pandemia


Com a proliferação do coronavírus o mundo se viu obrigado a passar por transformações políticas sociais e emocionais.

O medo e a preocupação diária com o avanço da epidemia do Covid-19 transformou o ambiente em todos os aspectos comportamentais até então habituados a seguir um fluxo regido por um cronograma constituído de datas e horários para o desempenho de cada atividade.

O que se conhecia até então de mundo teve que ser repaginado e adaptado às exigências das mudanças comportamentais com base na recomendação da OMS de isolamento social.

Houve uma mobilização não somente de profissionais de medicina, mas filósofos, pensadores e formadores de opinião que buscam diariamente um novo olhar para poder interpretar a situação atual e a quebra de paradigmas.

O debate se tornou cada vez mais acirrado em torno de previsões de como e quando será a retomada normal da economia  que já havia sofrendo alterações e passado por diversos grandes ciclos.

Em pouco mais de quatro meses o mundo se tornou diferente, um pouco mais distante, frio e impessoal. Um simples abraço, a rotina de pegar um transporte público ou passar horas em frente a um computador em um escritório trabalhando, já não era tão mais comum, aconselhável e seguro.

A sociedade de um modo geral não estava preparada para a chegada dessa transformação que abrange a todos, sem escolher gênero, etnia ou credo.

O filósofo israelense Gad Adler,  afirma que muito mais do que alarmar a sociedade em torno de questões de saúde pública, temas sociais, economia e política, o vírus nos convidou forçosamente a fazer um debate interno e uma reflexão sobre questões essenciais do nosso emocional interno e a valorização de relacionamentos interpessoais que estão ligados diretamente a nossa qualidade de vida como o ambiente familiar e profissional.

Ainda no âmbito profissional, ele ainda destaca que ao longo dos anos as empresas investiram muito em benefícios, gincanas, eventos e tecnologia tudo para garantir o bem estar de seus funcionários e trazer para o ambiente de trabalho um conceito de novo lar.

“Era muito comum o colaborador em meio a seus afazeres e pequenos momentos de entretenimento, não se dar conta do tempo empregado na sua produtividade em sua jornada de trabalho”.

Em meio a tantas dúvidas, a inicial para ambas as partes afetadas pela pandemia era de como se manter o ritmo de produtividade em meio à reclusão.  Algumas empresas prevendo a extensão da quarentena, adotaram o sistema de trabalho remoto através do home office e desenvolverem protocolos com a criação de orientações básicas  e  metodologias próprias para manter o fluxo de  funcionamento de suas atividades.

Mas será que somente isso seria o necessário para dar continuidade a rotina diária de trabalho? E o lado humano como fica? Como trabalhar as inseguranças, incertezas e os medos internos gerados por essa epidemia?

Agora com esse novo cenário, um novo desafio foi lançado tanto para o empregador, quanto para os funcionários.Trabalhar em casa não deixa de ser desafiador, é ter que conciliar 24 horas o ambiente familiar com a vida profissional ao mesmo tempo e para que tudo ocorra bem conforme o programado é necessário manter-se equilibrado, produtivo e organizado.

E a dica dada pelo filósofo Gad Adler para que se possa obter bons resultados e manter a saúde mental em dia é através do desenvolvimento da inteligência emocional com práticas de meditação pelos menos 10 minutos por dia pela manhã antes de iniciar qualquer atividade, além de  realizar uma auto reflexão interna ao longo do dia para avaliar os pontos  fortes e fracos do seu desempenho e em que nível se encontra o seu estado motivacional para que sejam trabalhados os sentimentos negativos e as situações de estresse .

Esse gerenciamento diário ajuda a trabalhar as emoções de uma forma positiva, sendo ponta pé inicial para que haja uma melhora na qualidade de vida, além de ajudar a combater a ansiedade e o estresse, identificando os motivos e gatilhos pelo qual se iniciam situações de tensão.



Gad Adler  - Nascido em Jaffa, Israel, é filósofo, terapeuta motivacional e palestrante.Formado em Filosofia e História das Religiões pela Universidade de Tel Aviv, escreveu o livro “Você não pode tudo!Mas pode e merece ser feliz.“; é criador do método Melhor Maneira de aperfeiçoamento emocional para uma vida melhor, além de  administrar o site:www.melhormaneira.com.br com conteúdo motivacional e que leva o mesmo nome da técnica.


Homem, sonhos e o trabalho: reflexões sobre um futuro próximo



O homem, seja pela perspectiva do criacionismo ou do evolucionismo, sempre teve um relacionamento necessário e direto com o trabalho. Num primeiro momento, trabalhar tinha um significado mais latente em relação a própria necessidade de sobrevivência (homem enquanto caçador-coletor). Em momento posterior, após às primeiras conquistas territoriais de além mar, o humano percebeu que seu domínio poderia ultrapassar a barreira dos animais e plantas, ou seja, observando as abissais diferenças culturais e do próprio conhecimento entre os conquistadores e os conquistados (humanos nos continentes), passou a exercer o domínio sobre o próprio homem, momento em que vivenciamos a pior das relações “humanas”, a relação de fidalguia e escravidão. Aqui, o domínio do humano através do açoite, dos escambos enganosos criou a insaciável vontade da competição plena pelo ter mais.

Instalaram-se ainda, em diversas partes do mundo, regimes de viés político e até filosófico que também se apropriaram do humano e de sua força de trabalho – quando não da sua própria vida – como o regime comunista que se caracteriza pela obediência a um partido ou a um sindicato (representados por Marx, Stalin e Trótski), e ainda, o fascismo de Mussolini que se caracterizou pela valorização da raça e da nação em detrimento do humano e suas vontades individualmente avaliadas.

Ambos regimes, claramente fracassados, tinham na forma ditatorial de um a ideia do todo, buscando num único líder e ditador um suposto sentido para o desenvolvimento e a igualdade, o que evidentemente sempre foi uma aldrabice. Noutras palavras, tais movimentos criaram um “ideal imaginário” para seus respectivos povos, contudo as reais intenções eram do domínio do humano pelo domínio, inclusive no que se refere ao trabalho forçado para muitos, enquanto poucos se regozijavam no embuste criado.

Enquanto tais fatos ocorriam, em terras distantes nasce um movimento de natureza mais liberal, que diga-se de plano, também se alimenta – e não em raras vezes - de excessos, ao não reconhecer a dificuldade dos tons de igualdade e de vontade individual que prega, muitas vezes recebendo o substantivo “ultra” pelo extremismo em certos posicionamentos.

Dentro de todo esse contexto, países, ou melhor Estados, adotaram determinados caminhos de condução de sua própria manutenção e alteração do caminho a ser realizado. Uma dessas formas se denomina democracia, que nada mais é que a participação direta do povo como soberano de um governo e no sentido político, a possibilidade de um povo eleger seus dirigentes. Perceba-se que o regime democrático talvez seja o primeiro alento aparente quanto ao domínio até então existente da raça humana por outro da raça humana, não obstante não tenhamos ainda alcançado o limite mínimo de democracia sustentável no regime capitalista democrático, sobretudo nas relações de trabalho, tendo em vista que a dominação citada escapou de uma relação direta de percepção para todos – como na escravidão – trasmudando-se sob uma nova ótica em aparência – muitas vezes – de igualdade não existente, tendo em vista dois fatores, a saber: a busca desenfreada dos homens pelo poder e pelo ter, e de outro lado a dificuldade de acomodação da igualdade com a liberdade, que hoje são garantias constitucionais no nosso país.

Mas então de que forma se dá o domínio do humano pelo humano hoje?

Nos tempos ditos pós-modernos, como o que vivemos, globalmente acelerado pela tecnologia da informação, inteligência artificial e algoritmos caminhando a passos largos, os movimentos de domínio se direcionam com sutileza quase imperceptível, sobretudo nas relações de trabalho. Uma primeira visão se condensa na necessidade do homem se transformar num “tecno-homem”, sob pena de se designar para seu posto de trabalho uma máquina que fará o trabalho em menos tempo e com maior índice de assertividade.

Esse dito “tecno-homem” recebe todos os mecanismos necessários para o desenvolvimento de seu trabalho à distância, junto com uma pseudo liberdade. Noutras palavras, a agressividade aos músculos do humano enquanto corpo passa a dar lugar à agressividade da meta que esse deve atingir em seu trabalho em qualquer lugar que ele se encontre. O “ideal imaginário” plantado agora como verdade, não trata mais do seguir algum líder, do seguir o cosmos, do seguir um regime, e sim do autorregramento humano no seu trabalho, que possui como pano de fundo muitas vezes, a exigência além de suas forças, pregando que só assim ele terá seu emprego garantido e mais, seus sonhos realizados. Essa combinação se apresenta perigosa aos limites mentais do humano, o que se comprova facilmente pela enxurrada de afastamentos existentes hoje no Brasil em razão de doenças claramente ligadas ao excesso de trabalho.

O humano hoje acaba tendo a falsa sensação de que tudo que ele queira conseguir no trabalho depende só dele, e portanto, acaba muitas vezes tendo de dar a vida ou parte dela, apenas e exclusivamente à suas tarefas laborais, não havendo tempo destinado a qualquer outra atividade de convivência, lazer, religiosa, física, etc. Nesse cenário, na hipótese de ausência de percepção da sociedade ou pelo menos dos eleitos por ela nesse regime que engatinha ainda em relação a democracia, a fotografia do futuro é muito pior.

É possível uma fotografia pior? Qual será o próximo passo?

Após o domínio do humano enquanto “Ser” realizador de seus sonhos, quanto àquilo que o trabalho pode propiciar materialmente falando, nascerá um movimento extremamente perigoso, tal qual o relatado no livro “O círculo”.  Grandes empresas certamente montarão - e hoje isso já é um fato-, centros de trabalho em que tudo seja possível ao empregado, com festas, hotéis, restaurantes, ambiente elitizado, contudo algo será cobrado desse empregado. A cobrança será a sua vida de presente para a empresa.

E como isso poderá ocorrer? Bem, acreditamos que pelo que vive a sociedade moderna no que se refere a escândalo atrás de escândalo, principalmente no cenário político, tendo em vista a busca pelo “ter” e pelo “poder”, a única forma que o pós-modernismo apresentará como solução será a ausência de privacidade. A democracia se estenderá da soberania de eleger para a soberania de fiscalizar. Explique-se: Hoje, já sabemos que os instrumentos tecnológicos e produtos como a Alexa e nossos celulares são capazes de através de algoritmos que se retroalimentam saber tudo de nossas vidas desde que isso esteja no mundo da internet.

Em futuro bem próximo, sob a égide de evitar fraudes, proteção do patrimônio público, e conhecimento de quem é seu empregado realmente, todos, exatamente todos os movimentos nossos serão filmados e todos, exatamente todas nossas comunicações não serão mais privadas, sob o argumento de que “o segredo é mentira”, ou seja, em nome da transparência, teremos dificuldades em exercer nossas próprias vontades pelo avanço da completa ausência de privacidade. O pensamento será de que apenas a sociedade transparente será capaz de exercer a democracia de modo pleno.

Talvez esse seja até o próprio “slogan” do futuro. No aspecto das relações de trabalho, mas não só, esse futuro próximo é destrutivo, pois irá tirar de forma plena a individualidade, a vontade, ou melhor, arrancará o “eu” e o “ser” das pessoas, seus temores, seus segredos. Sua rede de amigos monitorada; quantas curtidas ou likes você deu naquele dia; o que efetivamente aprecia nas redes sociais; em quais projetos da empresa você está efetivamente envolvido e todas as discussões; se você tem ido aos eventos da empresa; se gosta do seu superior; se gosta do seu trabalho; sua relação real com os clientes etc. Sua avaliação será realizada com fundamento nessas informações. Seremos então empregados robôs, tecno-humanos exercendo nosso mister dentro do que os outros querem que sejamos, não sendo o que somos. Atores “on line” ou atores “na nuvem”. Tudo isso em troca da realização dos sonhos que o trabalho pode nos propiciar. Mas quem tem sonhos e não pode realizá-los sonha para que mesmo?     

Aguardemos as cenas do próximo capítulo.     




   

Ricardo Pereira de Freitas Guimarães - advogado, especialista, mestre e doutor pela PUC-SP, titular da cadeira 81 da Academia Brasileira de Direito do Trabalho e professor da especialização da PUC-SP (COGEAE) e dos programas de mestrado e doutorado da FADISP-SP.

A suspensão do cumprimento de acordos trabalhistas é inconstitucional



No último dia 17 de junho, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 927/2020, que dispõe sobre medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública e da emergência de saúde pública decorrentes da pandemia do Covid-19. O texto aprovado inclui emenda proposta pela deputada Soraya Santos (PL/RJ), que prevê a possibilidade de suspensão do cumprimento de acordos trabalhistas e de planos de demissão voluntária por empresas atingidas por determinação do poder público de paralisação total ou parcial de suas atividades. Essa suspensão vigerá durante o período de calamidade pública, que se estenderá, pelo menos, até 31 de dezembro de 2020 (Decreto Legislativo 6/2020, do Congresso Nacional).

O objetivo da emenda é reduzir o impacto da paralisação das atividades das empresas sobre sua saúde financeira. Embora essa deva ser uma preocupação do poder público, inclusive como forma de viabilizar a retomada da atividade econômica e do emprego após a fase mais aguda da pandemia, os ônus de tal medida não podem recair sobre os trabalhadores. Esses não são responsáveis pelos riscos inerentes aos negócios empresariais. Ao contrário, são a parte mais vulnerável da relação de trabalho, o que se torna mais evidente num cenário de calamidade pública, como o imposto pela pandemia do Covid-19.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre abril e maio, cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados no Brasil, elevando a taxa de desemprego no país para 12,9% da população economicamente ativa. Aproximadamente, 75% dos postos de trabalho fechados referem-se ao setor informal da economia, que vinha absorvendo o contingente de trabalhadores que perdiam seus empregos com carteira assinada. Isso significa que os trabalhadores estão perdendo o seu emprego e não estão obtendo nova colocação, nem mesmo no setor informal.

Entretanto, o trabalho é a principal fonte de renda das famílias brasileiras. É a remuneração proveniente do trabalho que assegura o acesso da população a direitos sociais fundamentais, previstos na Constituição de 1988, como saúde, educação, alimentação, moradia e transporte. Com o avanço da taxa de desemprego, a despeito do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, o gozo desses direitos e a subsistência das famílias encontram-se sob grave ameaça. Nesse contexto, a renda oriunda de acordos trabalhistas e de planos de demissão voluntária serviria de um amparo mínimo aos trabalhadores atingidos pelo desemprego. A postergação do pagamento desses valores para, no mínimo, o ano de 2021, como previsto na emenda proposta pela deputada Soraya Santos (PL/RJ) à Medida Provisória 927, coloca-os em situação de extrema vulnerabilidade social e econômica, sobretudo no contexto da pandemia do Covid-19.

A ordem econômica brasileira, tal como desenhada pela Constituição Federal, é fundada não apenas na livre iniciativa privada, mas também na valorização do trabalho e na função social da propriedade. Adicionalmente, a ordem econômica nacional tem como objetivo principal assegurar uma vida digna a todos. Isso significa que a sobrevivência das empresas ao custo da subsistência dos trabalhadores contraria os propósitos da ordem econômica brasileira. Assim, não há conciliação possível entre a suspensão do cumprimento de acordos trabalhistas e de planos de demissão voluntária e uma ordem econômica justa e solidária, como a prevista na Constituição de 1988.

Enfim, o acordo trabalhista constitui um ato jurídico perfeito e, uma vez homologado pela Justiça do Trabalho, equivale a uma sentença judicial irrecorrível. Da mesma forma, após a adesão dos trabalhadores às cláusulas do plano de demissão voluntária, estas integrarão seu patrimônio jurídico, convertendo-se em direito adquirido. Assim, ao autorizar a suspensão do cumprimento de acordos trabalhistas e de planos de demissão voluntária, a emenda da deputada Soraya Santos (PL/RJ) vai de encontro ao direito fundamental dos trabalhadores à preservação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.

Como toda norma jurídica produzida pelo Estado brasileiro, a conformidade das Medidas Provisórias ao texto da Constituição de 1988 é requisito essencial de sua validade. A MP 927/2020, na parte em que prevê a possibilidade de suspensão do cumprimento de acordos trabalhistas e de planos de demissão voluntária, viola, simultaneamente, o direitos dos trabalhadores a uma vida digna, ao gozo dos direitos sociais fundamentais e à preservação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, bem como viola os princípios da ordem econômica brasileira. Nesse sentido, é inafastável a conclusão pela invalidade dessa norma, por inconstitucional.




Pedro Mahin - advogado especialista em Direito do Trabalho e sócio do escritório Mauro Menezes & Advogados


Qual o papel do design na diferenciação das empresas no mercado e para inovação em períodos de crise?


De acordo com o dicionário de língua inglesa da Universidade de Cambridge design é projeto, é planejamento. O senso comum no Brasil entende o design como estética, estilo, forma para um determinado produto que cumpre uma função. Ele é isso também, mas é muito mais. Se design é projeto, então é intrínseco que, por meio dele, podemos chegar a um ponto desejado, à solução de um problema. 

O designer é um profissional formado para olhar o problema do ponto de vista do usuário, com empatia, buscando necessidades não atendidas que antecedem o dito problema. Ele imerge na questão, busca a contribuição de todos os envolvidos, analisa, prototipa e oferece soluções inovadoras, que podem ser em forma de um produto, um serviço, um novo modelo de negócio, uma estratégia ou até um novo conceito de comunicação, entre várias outras.

Essa forma de pensar do designer é aplicada hoje em dia em inúmeras empresas preocupadas em inovar como fator de sobrevivência, pois o design promove a busca por necessidades ainda não satisfeitas, por vezes inconscientes ao usuário e, assim, vai além das melhorias contínuas, importantes, mas pouco inovadoras. Como um simples exemplo, vemos hoje a importância de higienizar, lavar as compras quando voltamos do supermercado nestes tempos de Covid - 19, achamos isso normal, temos que lavar embalagens, que por vezes não são "laváveis". O Designer vê isso como oportunidade para não só projetar novas embalagens como também e até especular um futuro numa máquina de lavar compras. Isso é inovar!

Nesse sentido, o design, como projeto, tem em sua essência a função de projetar cenários possíveis de futuro, indo além das expectativas. Chamamos isso future thinking. Não se trata aqui de prever o futuro, mas de elaborar uma nova relação com a realidade para especular possibilidades ainda impensadas.

Portanto, se a inovação é imprescindível hoje para a sobrevivência das empresas, o design é o meio para esse sucesso ao criar novas soluções para as necessidades atuais e para aquelas ainda impensadas no presente ou no futuro. O papel do design é, assim, o de contribuir para melhorar nossas vidas diárias, os negócios e toda a sociedade.




Prof. Dr. José Carlos Carreira - Doutor em Ciências da Comunicação; Mestre em Comunicação com o Mercado. Na área acadêmica, é professor nas áreas de Marketing, Branding, Semiótica e Design de Negócios do Instituto Mauá de Tecnologia.

Brasil exporta 40 milhões de sacas de café no ano-safra 2019/20


·       Apesar da produção menor, país atingiu o segundo recorde histórico nas exportações no período

·       No ano-safra e no ano civil, exportações de café robusta registraram significativo crescimento, de 22,7% e 29%, respectivamente

·       Entre os principais destinos, México, a Federação Russa e a Espanha se destacaram no ano-safra e no ano civil com os maiores crescimentos de consumo


Ano-Safra 2019/20

No ano-safra 2019/20 (julho de 2019 a junho de 2020), o Brasil exportou um total de 40 milhões de sacas de café, considerando a soma das exportações de café verde, solúvel e torrado & moído, segundo balanço do Cecafé - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. O volume representa o segundo recorde histórico de exportações brasileiras de café para o mundo e foi i no período e teve como destaque o crescimento de 22,7% nas exportações de café robusta, na comparação com o ano-safra 2018/19.

A receita cambial na safra 2019/20 foi de US$ 5,1 bilhões, equivalente a R$ 22,8 bilhões, o que representa um aumento de 8,8% em reais em relação ao período anterior. Já o preço médio foi de US$ 128,04.

Entre as variedades embarcadas de julho de 2019 a junho de 2020, o café arábica representou 78,8% das exportações, com a exportação de 31,5 milhões de sacas; o robusta (conilon), 11,1% (4,4 milhões de sacas); e o solúvel, 10% (4 milhões de sacas).

"O desempenho das exportações do ano-safra 2019/2020 foi muito positivo e refletiu os grandes esforços de toda a cadeia do agronegócio para exportar o café brasileiro com eficiência, apesar dos desafios da pandemia nos últimos quatro meses e do ciclo baixo apresentado na safra 2018/2019. Todo o empenho da cadeia em adotar os cuidados necessários de prevenção, garantindo a saúde e proteção de todos os profissionais envolvidos, tem sido bem-sucedido e o Brasil exportou para 125 destinos e ainda registrou aumentou as vendas para países produtores. Estamos otimistas com as perspectivas de uma boa safra em curso, tanto para os cafés arábica quanto para os conilon que até o momento vem se apresentando de muito boa qualidade, e confiantes de que o mundo poderá saborear ainda mais o café brasileiro no próximo ano cafeeiro com qualidade, eficiência e sustentabilidade”, declara Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.


Junho/20

No mês de junho deste ano, o Brasil exportou 2,8 milhões de sacas de café, com receita cambial de US$ 327,5 milhões, equivalente a R$ 1,7 bilhão (aumento de 19,9% em reais em relação a junho de 2019) e preço médio de US$ 116,96.

Com relação às variedades embarcadas no mês, 66,2% das exportações foram de café arábica (1,8 milhão de sacas exportadas); 22,1% foram de café robusta (617,7 mil sacas) e 11,7% das exportações foram de café solúvel (327 mil sacas).


Ano civil

No acumulado do ano civil (janeiro a junho de 2020), o Brasil exportou 19,6 milhões de sacas de café, configurando, também nesse caso, o segundo recorde histórico para o período. A receita cambial gerada no período foi de US$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 12,6 bilhões (crescimento de 28,2% em reais em relação ao primeiro semestre de 2019). Já o preço médio foi de US$ 130,76, aumento de 4,1% na mesma base comparativa.

Entre às variedades embarcadas no semestre, 79% das exportações foram de café arábica, com 15,5 milhões de sacas embarcadas; 10,8% foram de café robusta (2,1 milhões de sacas) e 10,2% das exportações foram de café solúvel (2 milhões de sacas). Vale destacar também o aumento (de 29%) nas exportações de café robusta ante o primeiro semestre de 2019.


Principais destinos


Ano-Safra 2019/20

No Ano Safra 2019/20, os principais destinos do café brasileiro foram, na ordem: os Estados Unidos, com a exportação de 7,8 milhões de sacas (19,6% dos embarques totais no período); Alemanha, com a exportação de 6,8 milhões de sacas (17%); Itália, com 3,3 milhões de sacas (8,4%); Bélgica, com 2,7 milhões de sacas (6,8%); Japão, com 2 milhões de sacas (5%); Federação Russa, com 1,2 milhão de sacas (3,1%); Turquia, com 1,2 milhão de sacas (2,9%); México, com 1,1 milhão (2,8%); Espanha, com 901,8 mil sacas (2,3%) e Canadá, com 869,5 mil sacas (2,2%).

Entre os dez principais destinos, o México se destacou no período ao registrar aumento de 111,8% nas compras de café do Brasil. A Federação Russa também registrou crescimento na aquisição de café brasileiro, de 24,6%, comparado ao ano-safra 2018/19. Outros países que apresentaram aumento no consumo foram a Espanha (6,7%); EUA (3,5%) e Alemanha (1,7%).

Já entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 9% nas exportações para a América do Norte; 36,8% para a África; e 15,3% para o Leste Europeu, além do aumento de 28,6% nos embarques para os países do BRICS e de 24,8% para os países produtores de café.


Ano civil

Já no acumulado do ano civil (de janeiro a junho de 2020), os Estados Unidos se mantiveram no posto de principal consumidor do café brasileiro, com 3,7 milhões de sacas exportadas para o país, o que representa 19% das exportações do Brasil no período.

A Alemanha foi o segundo país que mais consumiu café brasileiro, com 3,4 milhões de sacas exportadas e 17,1% de participação nas exportações, seguido pela Itália, com 1,7 milhão de sacas e 8,6% de participação. Os demais principais destinos foram, respectivamente: Bélgica, com 1,4 milhão de sacas (7,3%); Japão, com 969,9 mil sacas (4,9%); Federação Russa, com 655,8 mil sacas (3,3%); Turquia, com 610,2 mil sacas (3,1%); Espanha, com 486,5 mil sacas (2,5%); México, com 427,8 mil sacas (2,2%); e Canadá, com 407,1 mil sacas (2,1%).

Os países que registraram maior crescimento no consumo de café brasileiro no ano civil até agora, comparado ao primeiro semestre de 2019, foram o México, com aumento de 63%; Federação Russa (30,1%); Bélgica (16,2%); e Espanha (10,9%).

Entre os continentes e blocos econômicos destacam-se o crescimento de 1,7% nas exportações para a América do Norte; 15,6% de crescimento dos embarques para a América do Sul; 38,8% para a África; 55,3% para a América Central; e 21,3% para o Leste Europeu. Destacam-se ainda o crescimento de 30,9% nos embarques para os países do BRICS e de 40,6% para os países produtores de café.


Cafés Diferenciados

Ano-Safra 2019/20

O Brasil exportou, no ano-safra 2019/20, 6,8 milhões de sacas de cafés diferenciados, que representaram 17% de participação no volume das exportações no período.

Os dez principais destinos de cafés diferenciados no período, que representam 78,7% dos embarques do tipo de café, foram: Estados Unidos (1,5 milhão de sacas), Alemanha (880,8 mil sacas), Bélgica (640,4 mil sacas), Itália (640 mil sacas), Japão (610,7 mil sacas), Reino Unido (241 mil sacas), Canadá (218,8 mil sacas), Espanha (201,7 mil sacas), Finlândia (188,3 mil sacas) e Suécia (186,5 mil sacas).


Ano civil

Já no acumulado do ano civil (de janeiro a junho 2020) foram exportadas 3,2 milhões de sacas de cafés diferenciados, que representaram 16% de participação no volume das exportações no período.

Nesse caso, os principais destinos, responsáveis por 78,5% dos embarques de cafés diferenciados no período, foram: Estados Unidos (565,9 mil sacas), Alemanha (456,6 mil sacas), Bélgica (388,5 mil sacas), Japão (294,9 mil sacas), Itália (238,4 mil sacas), Espanha (140,8 mil sacas), Reino Unido (128,7 mil sacas), Suécia (94,9 mil sacas), Canadá (85,4 mil sacas) e Coréia do Sul (81 mil sacas).


Portos de embarque

Ano-Safra 2019/20

No Ano Safra 2019/20, os portos de Santos concentraram a maior parte das exportações, com 79,2% do volume embarcado (equivalente a 31,6 milhões de sacas). Na sequência está o Rio de Janeiro, com 12,7% dos embarques (5,1 milhões de sacas) do período.


Ano civil

De janeiro a junho de 2020, os portos de Santos também seguiram na liderança como via de escoamento do café com 80,6% do volume embarcado a partir deles no período (equivalente a 15,8 milhões de sacas). Já o Rio de Janeiro ocupou a segunda posição, com 12,2% dos embarques (2,4 milhões de sacas).





Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil

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