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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Vacinas não devem ficar de fora do esquema de proteção de crianças e adultos

Benefício gratuito disponibilizado pelo SUS nas Unidades Básicas de Saúde não deve ser ignorado para proteção individual e em massa

Preocupada com a queda da cobertura vacinal no território nacional, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta e reforça a importância das vacinas que previnem doenças, muitas delas, desconhecidas da população devido à erradicação e controle pela eficácia do procedimento. As vacinas são medicamentos que oferecem, em maior ou menor grau, proteção individual contra doenças, e a depender de sua eficácia, imunidade populacional, ao bloquear a circulação dos agentes causadores destas doenças. As campanhas de vacinação, que buscam essencialmente a proteção da população, fazem parte da história de vários países e especialmente do Brasil, que conta com um dos melhores programas de imunização do mundo.  O calendário básico de vacinação pode ser conferido em: https://goo.gl/F3PWCn.
As explicações para a diminuição nas taxas de vacinação englobam diversos fatores. "Um deles é o possível desabastecimento das vacinas em algumas cidades. Além disso, o Brasil está recebendo milhares de refugiados a cada mês. Independentemente do país de origem, essa população não recebe os cuidados adequados devido à falta de uma política pública que direcione um olhar sanitário maior, assim como os viajantes que entram e saem do país, sem nenhum controle vacinal. Ainda sobre política pública, como o crescimento de adeptos do movimento anti-vacina, não há um monitoramento do Ministério da Saúde ou Anvisa para entendimento, argumentação e até propostas de diálogo", argumenta  Denize Ornelas, médica de família e diretora da SBMFC.  
 
Uma solução é ação educativa individual nas Unidades Básicas de Saúde para conhecimento sobre quais são os medos e receios não só dos pais, mas de adultos que querem se vacinar, mas adiam o procedimento por falta de esclarecimentos e não terem um acolhimento necessário quanto as suas dúvidas. 

“Hoje há também uma dificuldade de vacinação e adesão de acordo com a proposta do Ministério da Saúde, principalmente pelo horário de atendimento da maioria das Unidades Básicas de Saúde ainda ser das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, muitas vezes incompatível com o horário de trabalho dos pais e cuidadores das crianças. Precisamos aproveitar melhor os dias de campanhas de fim de semana, em que há uma facilidade para atualização das vacinas para quem perdeu o prazo”, explica Denize . 


Vacinação de adultos
Algumas vacinas são necessárias novas doses na fase adulta, como a contra sarampo, caxumba e rubéola nas mulheres, na faixa etária entre 20 e 30 anos. Uma oportunidade de atualizar a imunização dos adultos é utilizar os dias de campanhas infantis, quando os pais levam os filhos para se vacinarem, porém é necessário checar a política desse tipo de evento de cada município e estado.

Importância de tomar todas as doses
Muitas vacinas têm mais de uma dose, e elas se complementam, não é um reforço como muitos pensam. Caso tenha até três doses, todas devem ser tomadas para que a imunização completa seja realmente efetivada, pois cada uma age de uma forma diferente e só completam a proteção, quando todas as doses forem realizadas. “O sistema imunológico precisa de todas as doses para que organismo tenha uma reação de proteção e possa gerar as células de defesa e memória imunológica produtoras de  imunoglobulinas, que são os anticorpos que vão combater o vírus ou a bactéria responsável pela doença”, comenta Denize.
Hoje, o Sistema Único de Saúde oferece um sistema vacinal efetivo e gratuito disponibilizado em Unidades Básicas de Saúde de todo o país. Além da proteção individual, também proporcionam a proteção em massa, principalmente sobre as doenças que são transmitidas por vírus como o sarampo ou caxumba, cuja transmissão é por via respiratória, em alguns ambientes fechados como ônibus e metrôs. E muito mais que proteger das doenças, as vacinas também protegem contra as consequências e sequelas.

Efeitos colaterais
Uma reação que pode acontecer, principalmente em crianças é a febre pelo menos 48 horas após o período da vacina. É uma reação do corpo que está produzindo os anticorpos contra aquela substância presente na vacina e esta tenha o efeito esperado no organismo. Algumas mães, até orientadas por médicos, dão antitérmicos antes da vacina para prevenir, mas o recomendado é esperar a febre se manifestar, pois cada criança vai reagir de um jeito e também muitas, mesmo com 38º graus continuam brincando normalmente, outras não, têm sintomas mais fortes e necessitam de cuidados dos pais e cuidadores. “A orientação é observar a reação da criança e caso a febre se manifeste de forma a deixar a criança sonolenta, enjoada, com falta de apetite, e outros sintomas, o ideal é consultar o médico de família ou pediatra que faz o acompanhamento para checar o melhor medicamento e dose”, ressalta Denize.

Dor na picada
Outro fator que afasta as mães e pais a não levarem os filhos para se vacinarem é a dor que a agulha da injeção proporciona. É possível também que o local fique dolorido por 24 horas depois da aplicação da vacina, o conselho é fazer compressa para aliviar a dor.
Uma dica importante que já é usada em alguns serviços públicos e privados para proporcionar que o momento da vacinação seja mais tranquilo é a amamentação simultânea. Está cientificamente provado que o leite materno tem substâncias analgésicas que diminuem a dor, além do conforto e aconchego que o bebê sentirá no contato com a mãe.
As vacinas que estão na cobertura do SUS utilizadas na infância para proteção em massa são para prevenção de caxumba, rubéola, sarampo (tríplice viral) e também contra varicela (tetra viral), meningite, coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e também a contra a poliomielite, doença erradicada do país há muito tempo devido à disponibilidade das campanhas e vacinas gratuitamente. E lembre-se, sempre que tiver alguma dúvida sobre o assunto, consulte sempre seu médico de família e comunidade na unidade de saúde mais próxima.



Hepatites Virais: quanto mais silenciosa é a doença, maior é o perigo à saúde

Pele e olhos amarelados, urina escura, dores acentuadas no fígado. Sintomas clássicos que, de longe, denunciam a hepatite. O problema é que nem todo tipo de hepatite se apresenta dessa forma, tão evidente, e o que é pior: as hepatites mais silenciosas, ou seja, as que acometem o fígado sem demonstrar sintomas, são as mais perigosas. Para alertar a população do mundo inteiro sobre o quanto as hepatites comprometem a saúde, a OMS instituiu 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.

Para explicar melhor o que é a hepatite, é importante primeiro entender como ela afeta o fígado, maior glândula do organismo, localizado na parte superior do abdome. “O fígado mantém as reservas de ferro, de vitaminas e de sais minerais necessárias para a saúde. Sem ele, não haveria força para seguirmos adiante. Ele também produz a bile, um líquido ácido que ajuda na digestão dos alimentos. Com isso, desintoxica todos os produtos químicos e prejudiciais que ingerimos, como bebidas alcoólicas e remédios, por exemplo”, explica a médica Graziela Medeiros, do Hapvida Saúde.

Quando o fígado é acometido por uma inflamação, ou seja, pela hepatite, todos esses benefícios podem ser destruídos. Existem vários tipos de hepatites, mas os mais comuns são causados por vírus dos tipos A, B e C. “A hepatite pode ser aguda ou crônica. A aguda dá sinais mais evidentes, como a cor amarelada na pele e nos olhos, dores acentuadas no fígado, entre outros sintomas. Já a crônica é totalmente silenciosa, com uma lesão que vai avançando sem causar dor e quase sem nenhum incômodo e, quando a pessoa se dá conta, já está com uma cirrose”, alerta a especialista.


Cirrose

Cirrose é o estágio em que o fígado perde as funções e isso pode levar a pessoa à morte. Entre as principais causas da cirrose estão o uso abusivo de bebidas alcoólicas; doenças autoimunes que provocam inflamações no fígado; enfermidades hereditárias; acúmulo de gordura no fígado; e remédios de uso clínico que podem causar hepatite. “Paracetamol é um remédio usado livremente, para qualquer dor de cabeça, mas é preciso ter cuidado com a associação desse medicamento ao uso do álcool. Misturados, podem ser altamente tóxicos e perigosos”, enfatiza Graziela.


Diagnóstico

Exames de sangue podem denunciar o problema. Outros testes mostram a fase e a gravidade da doença. “O melhor é prevenir desde a infância. Hoje, por exemplo, a maior preocupação realmente é com a faixa etária que está mais exposta, sexualmente ativa, e que não foi vacinada na infância”, explica a médica. A preocupação com a atividade sexual desprotegida é porque as hepatites mais comuns e perigosas, a B e a C, são transmitidas por contato sexual ou sanguíneo.


Tratamento e prevenção

Para as hepatites agudas, bastam repouso e medicamentos sintomáticos, além do combate às causas da inflamação – redução da ingestão de bebidas alcoólicas e comidas gordurosas, por exemplo. Para os outros casos, há tratamento e cura. Um lembrete importante: a vacina contra a hepatite B é disponibilizada na rede pública, no calendário nacional de imunização.

Estima-se que, no Brasil, 2,3 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite e cerca de 1,5 milhão são portadores do tipo C, o mais grave. Ainda não se tem uma vacina para este tipo de hepatite.

Pessoas que compõem o chamado grupo de risco são, trabalhadores da área de saúde, coletores de lixo, vítimas de abuso sexual, dentre outras. Elas podem e devem procurar as unidades de saúde para se vacinarem. Para esses, a vacinação é realizada independentemente da faixa etária e não é necessário revelar o motivo pelo qual se está buscando a vacina.

Meningite meningocócica: saiba como se prevenir


A meningite é uma doença grave que pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus.1,2 A meningite bacteriana costuma apresentar um quadro clínico mais grave.2 No Brasil, casos de meningite são esperados ao longo de todo o ano, sendo a ocorrência das bacterianas mais comum no inverno e, das virais, no verão.3

A meningite meningocócica é uma infecção bacteriana das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo causar sequelas e até mesmo levar a óbito.1 É causada pela bactéria Neisseria meningitidis que possui 12 sorogrupos identificados1,4, sendo que cinco deles são os mais comuns (A, B, C, W e Y).4

Por ser uma doença grave, é importante conhecer os diferentes tipos de meningite e saber como se prevenir. Confira abaixo algumas informações sobre a doença como transmissão, sintomas e formas de prevenção.


- Quais as diferenças entre meningite viral e meningite bacteriana?

As meningites bacterianas são, do ponto de vista clínico, as mais graves.2 A meningite meningocócica (causada pela Neisseria meningitidis) certamente está entre as doenças imunopreveníveis que causam maior preocupação4 e, pela magnitude, gravidade e potencial de ocasionar surtos e epidemias, apresenta maior importância para a saúde pública.2 Já as meningites virais podem se expressar por meio de surtos, porém com menor gravidade.2


- O que é doença meningocócica? Por que é uma doença grave?

A Doença Meningocócica (DM) é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e uma das formas de manifestação é a meningite meningocócica, que é uma infecção das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Uma outra forma mais grave é quando a bactéria atinge a corrente sanguínea, chamada de meningococcemia.1,4,5
 
Mesmo quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento adequado é iniciado, 8% a 15% dos pacientes vão a óbito, geralmente dentro de 24 a 48 horas após o início dos sintomas.1 Se não for tratada, a meningite meningocócica é fatal em 50% dos casos e pode resultar em dano cerebral, perda auditiva ou incapacidade em 10% a 20% dos sobreviventes.1


- Como a meningite meningocócica pode ser transmitida?

O meningococo, bactéria que causa a meningite meningocócica, pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio do contato direto com gotículas respiratórias através de tosse, espirro e beijo, por exemplo.1 Aproximadamente 10% dos adolescentes e adultos possuem a bactéria na orofaringe (“garganta”) e podem transmiti-la mesmo sem adoecer – são chamados de portadores assintomáticos.5


- Quais são os sintomas mais comuns?

Os sinais e sintomas iniciais da meningite meningocócica — incluindo febre, irritabilidade, dor de cabeça, perda de apetite, náusea e vômito6 — podem ser confundidos com outras doenças infecciosas.Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas violáceas (arroxeadas) na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz.5,6 Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, sepse e choque, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.5,6 Essa rápida evolução e início abrupto, pode levar a óbito em menos de 24 a 48 horas.5 Por isso, é tão importante a prevenção da doença.3


- Quais são as principais formas de prevenção?

A vacinação é considerada uma forma eficaz na prevenção da doença.3 A vacina para prevenção da doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y é indicada para crianças a partir dos 2 meses de idade, adolescentes e adultos.7 Já a vacina para a proteção contra a doença meningocócica causada pelo meningococo B é indicada para indivíduos dos dois meses aos 50 anos de idade.8 Nos postos de saúde, a vacina para proteção contra a doença causada pelo meningococo C é gratuita para crianças menores de 5 anos de idade e adolescentes de 11 a 14 anos.9

Outras formas de prevenção são evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.3


GSK 




Referências:
  1. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Meningococcal Meningitis. Disponível em: <www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/meningococcal-meningitis> Acesso em: 16 jul. 2018.
  2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Meningites. Disponível em: <https://www.infectologia.org.br/pg/962/meningites>. Acesso: em 16 jul. 2018.
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Meningites (Saúde de A a Z). Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/meningites>. Acesso em:  16 jul. 2018
  4. SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Doença meningocócica (DM). Disponível em: <https://familia.sbim.org.br/doencas/88-doenca-meningococica-dm> Acesso em: 16 jul. 2018.
  5. CASTIÑEIRAS, TMPP. et al. Doença meningocócica. In: CENTRO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA VIAJANTES. Disponível em: <http://www.cives.ufrj.br/informacao/dm/dm-iv.html>. Acesso em 16 jul. 2018.
  6. THOMPSON, MJ. et al. Clinical recognition of meningococcal disease in children and adolescents. Lancet, 367:397-403, 2006.
  7. MENVEO [vacina meningocócica ACWY (conjugada)]. Bula da vacina.
  8. BEXSERO [vacina adsorvida meningocócica B (recombinante)]. Bula da vacina.
  9. BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário nacional de vacinação 2018. Disponível em: <http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/11/Calendario-de-Vacinacao-2018.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018

*Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.




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