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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Aumento da gordura corporal pode aumentar chancers de câncer gastrointestinal


Pesquisa americana indica que câncer colorretal é o mais afetado pela quantidade de gordura corporal


Todos sabem que a quantidade de gordura no organismo tem relação direta com problemas de saúde como infarto, AVC e hipertensão. Agora, um estudo divulgado na revista científica britânica Nature relaciona a quantidade de gordura corporal com diversos tipos de câncer no sistema gastrointestinal, como o adenocarcinoma esofágico, câncer colorretal, neoplasias pancreáticas, de vesícula biliar, estômago e fígado.

Marcos Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês alerta que o aumento da adiposidade no organismo está associado a fatores importantes para o desenvolvimento de células cancerígenas. "A quantidade de gordura corporal pode interferir na produção de insulina, no aumento de processos inflamatórios e na alteração dos níveis de hormônio sexual, o que pode acarretar no desenvolvimento de células anômalas", explica.

Os pesquisadores constataram também que os níveis crescentes de obesidade e gordura corporal no mundo todo podem levar ao aumento dos casos de neoplasias do sistema gastrointestinal.

Um dos pontos mais significativos do artigo indica a variação das taxas de gordura corporal para cada tipo de câncer já citado, bem como gênero e idade. O câncer colorretal – um dos tipos de maior risco em relação à adiposidade – tem mais chances de se desenvolver nessas condições em homens do que em mulheres. "Inclusive, se percebe que a terapia hormonal da menopausa tem um papel interessante na neutralização dos efeitos prejudiciais do excesso de gordura sobre o organismo", esclarece o médico.

Outro resultado analisa a relação entre a neoplasia de pâncreas e a quantidade de gordura corporal aumentada, que se mostrou frequente em homens e mulheres. "Estudos revelaram que o IMC alto estava associado ao câncer de pâncreas independentemente de outras comorbidades como tabagismo e diabetes", comenta o gastrocirurgião, que ressalta a necessidade de se analisar cuidadosamente os resultados da pesquisa. "O estudo é mais um avanço importante no que diz respeito a prevenção de diversos tipos de câncer. Fazer exames preventivos, acompanhamento para cálculo de IMC e de gordura corporal pode impedir que uma neoplasia gastrointestinal se manifeste", conclui Dr. Belotto.



Fumantes passivos possuem 30% a mais de chance de desenvolver câncer de pulmão


Dados indicam que mais de 14 milhões de brasileiros inalam involuntariamente a fumaça de cigarros; Efeitos nocivos das substâncias tóxicas aumentam risco de desenvolver tumores malignos

O Brasil conta com cerca de 21 milhões de fumantes, o que representa 12% da população, segundo dados do Ministério da Saúde. Na fumaça há de quatro a nove mil substâncias tóxicas das quais pelo menos 70 são altamente carcinogênicas. O câncer de pulmão costuma ser o mais associado ao indivíduo tabagista, mas ele também pode ser o responsável pelo aparecimento de cânceres na boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim e bexiga. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 31.270 novos casos de câncer no pulmão em 2018, sendo que a maioria deles é provocada pelo fumo. 

Os fumantes passivos, aqueles que involuntariamente inalam o fumo dos fumantes ativos próximos, também estão sujeitos a enfrentar os danos do tabagismo. Pesquisas apontam que a fumaça que sai do cigarro contém cerca de três vezes mais nicotina e monóxido de carbono. "Estar em contato, mesmo que indiretamente, com essa fumaça pode aumentar em 30% os riscos de desenvolver câncer de pulmão. E as crianças constantemente expostas têm mais predisposição a desenvolver leucemia, linfoma e tumores cerebrais", explica a Dra. Mariana Laloni, oncologista do Centro Paulista de Oncologia, unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), há aproximadamente dois bilhões de pessoas que estão no grupo de fumantes passivos no mundo. No Brasil, estima-se que o contingente de indivíduos expostos ao problema chega a ser de 14,5 milhões – número que representa mais de 7% da população nacional. Além do aumentado risco de câncer de pulmão, de colo de útero e de câncer de pâncreas, o grupo ainda pode sofrer derrame cerebral, colite ulcerativa, alergia alimentar, asma e pneumonia. A oncologista ressalta que o risco de câncer de colo de útero chega a ser 73% maior em mulheres fumantes passivas, em comparação as mulheres não tabagistas.

Recentemente especialistas conseguiram provar que não estar em contato com a fumaça já não é o bastante para não sofrer com os malefícios. Um estudo publicado na revista Pediatrics mostrou que ambientes defumados pelo tabaco também estão repletos de partículas cancerígenas, que podem permanecer por até dois meses. "O fumo de terceira mão, aquele cheiro forte que fica impregnado em almofadas, tapetes e cortinas, apenas para citar alguns exemplos, também representa riscos à saúde e evidencia o quanto o cigarro pode afetar o bem estar das pessoas que convivem em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos com a fumaça gerada pelos fumantes ativos", finaliza Laloni.





Grupo Oncoclínicas



Dores nas articulações: homens são os mais impactados por uma doença ainda pouco conhecida


Presente na humanidade desde a época dos faraós9, espondilite afeta jovens de 20 a 40 anos1-2


A espondilite anquilosante é uma doença inflamatória e crônica que afeta a coluna vertebral e outras articulações, como os quadris e ombros. Ela atinge 1 a cada 100 pessoas da população2, sendo a maioria homens de 20 a 40 anos1-2.

Se não tratada adequadamente, o quadro de inflamação pode evoluir até a perda parcial ou total dos movimentos2-3. Além de prejudicarem as articulações, as inflamações causam dores constantes e impactam a qualidade de vida do paciente2-3. Porém, algumas atitudes podem ajudar a melhorar a convivência com a doença.

"Os primeiros registros da espondilite anquilosante na humanidade foram identificados em esqueletos de faraós, que apresentavam sinais da doença e deformações. A enfermidade causa fortes dores nas costas e podem ser amplificadas quando a pessoa fica muito tempo em repouso. Assim, a principal recomendação é manter-se ativo e buscar o tratamento mais adequado para controlar e impedir a progressão da doença", explica o reumatologista e coordenador da área de espondilite anquilosante da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Dr. Marcelo Pinheiro.

Em janeiro de 2018, o SUS anunciou a incorporação de um novo tratamento para pacientes com espondilite anquilosante. Trata-se do biológico secuquinumabe, que deve chegar no sistema de saúde público em breve8. Esse tipo de medicamento comprovou que consegue parar o avanço da doença por 4 anos em quase 80% dos pacientes tratados7.

Confiram abaixo dicas de como minimizar as dores e melhorar a qualidade de vida

  • Movimente-se!
Pode parecer que é uma má ideia se movimentar quando as dores nas articulações estão incomodando, porém em doenças como as de espondilite anquilosante o exercício é a melhor recomendação4. Quanto mais tempo parado, mais as dores das inflamações vão aparecer. Evite ficar muito tempo em repouso4, seja no trabalho, lendo ou assistindo TV.

  • Alongue-se com cuidado
Com as articulações afetadas, é preciso um acompanhamento constante do reumatologista e aquecimento antes de exercícios e alongamentos. Uma caminhada leve antes de iniciar os exercícios pode ajudar.

  • Atividade física ideal deve ser avaliada com um especialista
Os exercícios de baixo impacto são os mais recomendados, como a natação5. Porém, somente o reumatologista poderá avaliar como estão as condições das articulações para realizar cada tipo de exercício.

  • Mantenha o peso adequado para a sua altura
O peso acima do adequado para a sua estrutura pode aumentar a pressão sobre as articulações de forma excessiva4.

  • Tenha uma alimentação adequada
Alimentos ricos em ômega-3 e cálcio podem ajudar a manter as articulações mais saudáveis6. Identifique alimentos como salmão, linhaça, vegetais e produtos lácteos para fazer parte da sua alimentação.








Referências
  1. Ministério da Saúde. Portaria Nº 640, de 24 de julho de 2014. Disponível em:http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2014/julho/25/pcdt-espondilite-anquilosante-2014.pdf. Acesso em: 18 de janeiro de 2018.
  2. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Espondilite Anquilosante. Disponível em: http://www.reumatologia.org.br/download/espondilite-anquilosante. Acesso em: março de 2018
  3. Dougados M, Baeten D. Spondyloarthritis. Lancet. 2011 Jun 18;377(9783):2127-37.
  4. Cartilha Espondilite Anquilosante. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Disponível em: http://www.reumatologia.org.br/download/espondilite-anquilosante. Acesso em: 25/7/2018
  5. WebMed. Disponível em:http://www.webmd.com/back-pain/guide/ankylosing-spondylitis#2Acesso em:17/7/2018
  6. Sundström B1, Stålnacke K, Hagfors L, Johansson G. Supplementation of omega-3 fatty acids in patients with ankylosing spondylitis. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17062435. Acesso em: 17/7/2018.
  7. Braun J et al. Secukinumab demonstrates low radiographic progression and sustained efficacy through 4 years in patients with active ankylosing spondylitis. Late breaking abstract presented at the 2017 ACR/ARHP Annual Meeting, San Diego, USA. 7th November 2017.
  8. Diário Oficial da União (DOU), de 17 de janeiro de 2018. Edição 12 - Seção 1, p137. Portaria Nº 65, de 15 de janeiro de 2018.
  9. Ebringer, A. (2012). History of the Origin of Ankylosing Spondylitis. In A. Ebringer, Ankylosing spondylitis and Klebsiella, (pp 7-13). London: Springer

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