Pesquisa americana indica que câncer colorretal é o
mais afetado pela quantidade de gordura corporal
Todos sabem que a
quantidade de gordura no organismo tem relação direta com problemas de saúde
como infarto, AVC e hipertensão. Agora, um estudo divulgado na revista
científica britânica Nature relaciona a quantidade de
gordura corporal com diversos tipos de câncer no sistema gastrointestinal, como
o adenocarcinoma esofágico, câncer colorretal, neoplasias pancreáticas, de
vesícula biliar, estômago e fígado.
Marcos Belotto,
gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês alerta que o aumento da adiposidade
no organismo está associado a fatores importantes para o desenvolvimento de
células cancerígenas. "A quantidade de gordura corporal pode
interferir na produção de insulina, no aumento de processos inflamatórios e na
alteração dos níveis de hormônio sexual, o que pode acarretar no
desenvolvimento de células anômalas", explica.
Os pesquisadores
constataram também que os níveis crescentes de obesidade e gordura corporal no
mundo todo podem levar ao aumento dos casos de neoplasias do sistema
gastrointestinal.
Um dos pontos mais
significativos do artigo indica a variação das taxas de gordura corporal para
cada tipo de câncer já citado, bem como gênero e idade. O câncer colorretal –
um dos tipos de maior risco em relação à adiposidade – tem mais chances de se
desenvolver nessas condições em homens do que em mulheres.
"Inclusive, se percebe que a terapia hormonal da menopausa tem um papel
interessante na neutralização dos efeitos prejudiciais do excesso de gordura
sobre o organismo", esclarece o médico.
Outro resultado analisa a relação entre a neoplasia
de pâncreas e a quantidade de gordura corporal aumentada, que se mostrou
frequente em homens e mulheres. "Estudos revelaram que o IMC alto estava
associado ao câncer de pâncreas independentemente de outras comorbidades como
tabagismo e diabetes", comenta o gastrocirurgião, que ressalta
a necessidade de se analisar cuidadosamente os resultados da pesquisa. "O
estudo é mais um avanço importante no que diz respeito a prevenção de diversos
tipos de câncer. Fazer exames preventivos, acompanhamento para cálculo de IMC e
de gordura corporal pode impedir que uma neoplasia gastrointestinal se
manifeste", conclui Dr. Belotto.