Doenças
cardíacas em mulheres são subestimadas, diz cardiologista
No
próximo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, muito além das merecidas
comemorações, é preciso ficar atento aos alerta com a saúde feminina. São
inúmeros os cuidados necessários e, entre os principais, as doenças
cardiovasculares, principal causa de morte entre as mulheres. “A prevalência de
infarto do miocárdio em mulheres aumentou na meia-idade, na faixa entre 35 a 54
anos. Um dos fatores de doenças cardiovasculares no sexo feminino é o
tabagismo, muito prejudicial às mulheres”, explica o cardiologista Bruno
Valdigem.
Estudo
do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES)/EUA[1] demonstraram que,
ao longo das últimas duas décadas, a prevalência de infarto do miocárdio em
mulheres aumentou na meia-idade (35 a 54 anos). Um dos motivos está relacionado
ao fato do público feminino subestimar os perigos das doenças cardiovasculares.
Além
disso, o estudo supõe que a exposição a estrogênio endógeno durante o período
fértil de vida atrasa a manifestação da doença aterosclerótica em mulheres.
Antes da menopausa, a taxa de eventos de doenças coronarianas é baixa. “No
entanto, mulheres com uma menopausa precoce (aproximadamente aos 40 anos) têm
uma expectativa de vida de dois anos mais baixa em comparação a mulheres com
uma menopausa tardia”, diz o doutor em cardiologia pela Universidade Federal de
São Paulo/Escola Paulista de Medicina.
O
especialista alerta também que, embora as mulheres e homens compartilhem
fatores de risco mais clássicos, o significado e a ponderação relativa desses
fatores são diferentes. “Nas mais jovens, com menos que 50 anos, o tabagismo é
muito prejudicial às mulheres, com um maior impacto negativo do número total de
cigarros fumados por dia”. Fumar aumenta, relativamente mais, o risco de um
primeiro infarto agudo do miocárdio em mulheres do que em homens. “Mas,
independente de qualquer comparação, o tabagismo é ruim para ambos os sexos”,
ressalta Valdigem.
Outros
fatores também considerados de risco para a saúde cardiovascular, com um
impacto maior para o público feminino, é o sedentarismo, a obesidade, a pressão
alta e o diabetes.
Arritmias X Anticoncepcionais:
Algumas
mulheres que já têm predisposição a alguma doença cardiovascular congênita
também podem ter a frequência cardíaca com alteração se expostas ao uso de pílulas
anticoncepcionais. A frequência cardíaca de repouso da mulher, que é a taxa de
batimentos do coração por minuto, é maior que a do homem. Isso pode explicar,
em parte, as diferenças na tolerância física e no exercício.. Há também
diferentes variações da frequência cardíaca durante o ciclo menstrual, tendendo
a menor frequência durante a fase folicular ou lútea do ciclo.
Para
o cardiologista, o uso destes métodos contraceptivos, quando combinados ao tabagismo,
pode elevar em até 30 vezes o risco de complicações mais graves no coração.
“São complicações serias, tais como infarto, AVC e trombose. Por isso é
importante que a mulher converse com o seu ginecologista para que decidam
juntos o melhor método a ser utilizado”.
É
preciso conscientizar o público feminino, e os homens que fazem parte de sua
vida, para os perigos das doenças cardiovasculares. “Mais que repassar
informações de conscientização, reforçar a importância para a prevenção,
através de hábitos saudáveis, prática de atividades físicas e da realização de
exames periódicos com um cardiologista”, conclui o cardiologista.
Dr. Bruno Valdigem - doutor em cardiologia pela
Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, tem título de
especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e
pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Habilitado pelo departamento de
estimulação cardíaca artificial da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Cardiovascular (SBCCV) e membro atuante na Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas (SOBRAC). http://brunovaldigem.com.br
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