Tipo mais comum entre a população feminina pode ter um
bom prognóstico se diagnosticado com antecedência e tratado com atenção
No Dia
Internacional da Mulher, a FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de
apoio à Saúde da Mama – responde as 10 principais dúvidas sobre câncer de mama.
Segundo
dados do Ministério da Saúde, até o fim deste ano, cerca de 57 mil mulheres
serão diagnosticadas com a doença. “Embora as chances de cura sejam animadoras,
o câncer de mama ainda mata. São, em média, 12,1 mortes para cada 100 mil
habitantes, vítimas, especialmente, de diagnósticos tardios, quando o câncer já
está em estágio avançado e em fase metastática”, afirma a presidente voluntária
da FEMAMA e mastologista, Dra. Maira Caleffi.
Tutorial
sobre o câncer de mama
O
câncer de mama surge silencioso e ainda causa muitas dúvidas nas mulheres. Para
esclarecê-las, a FEMAMA respondeu as 10 perguntas mais
recorrentes sobre o tema para que todas possam
entender um pouco mais e lidar melhor com o assunto.
10 - Silicone pode
causar câncer de mama?
Não.
A prótese de silicone não provoca o câncer de mama. A recomendação é que a
mulher que têm implantes faça acompanhamento com um mastologista (médico
especialista em mama), já que a prótese pode dificultar o diagnóstico da doença
por meio da mamografia, pois pode dificultar a visualização de tumores. Mesmo
assim, mulheres com próteses também devem fazer a mamografia a partir dos 40
anos.
9 – Descobri que
tenho câncer de mama, mas não tenho plano de saúde. Meu tratamento recebe a
mesma atenção que o da rede particular?
Além
de ter direito a um tratamento adequado e de qualidade na rede pública, a
paciente deve exigir que seja iniciado rapidamente.
No
Brasil, uma conquista importante foi a Lei nº 12.732/13, que garante ao
paciente com câncer começar o tratamento no SUS em, no máximo, 60 dias após o
diagnóstico da doença. Apesar deste avanço, ainda existem tratamentos
disponíveis apenas para quem tem planos de saúde. A situação mais grave é a de
pacientes com câncer de mama avançado, que não têm acesso na rede pública a
nenhum dos tratamentos mais modernos, que oferecem menos efeitos colaterais,
maior qualidade de vida e mais tempo sem que a doença progrida. Estes
medicamentos estão disponíveis apenas para quem tem planos de saúde. Uma das lutas
da FEMAMA é pela igualdade de direitos para todas as brasileiras, sejam elas
usuárias de planos de saúde ou do sistema público.
8 – Se eu não tiver
plano de saúde e precisar retirar a mama em função do câncer, é possível
reconstruí-la?
Sim.
A Lei nº 12.802/13 determina a reconstrução mamária imediata na rede pública
após realização da mastectomia, sempre que houver condições técnicas e vontade
da paciente.
7 - Antes dos 40
anos, quais exames são aconselhados?
A partir desta idade, a realização anual da mamografia é
fundamental para que a doença seja diagnosticada precocemente. Antes, as
mulheres devem solicitar ao ginecologista ou ao mastologista a realização do
exame clínico das mamas, que é um exame de toque, e fazer exames
complementares caso o médico os solicite.
6 - Caroços na
mama significam que tenho câncer?
Um
caroço na mama não necessariamente significa câncer. Grande parte dos nódulos
mamários encontrados são cistos e adenomas benignos e não estão relacionados
com a doença. De qualquer forma, uma alteração no seio é motivo suficiente para
que a mulher procure seu médico rapidamente, pois, se o diagnóstico mostrar que
existe um tumor maligno, quanto mais cedo ele for descoberto, menos agressivo e
dispendioso será o tratamento e maiores serão as chances de cura.
5 - O autoexame
ainda é válido? Ele substitui a mamografia?
O
autoexame não substitui a mamografia ou o exame clínico (de toque) realizado
pelo médico. Ele serve apenas para o
autoconhecimento, para que a mulher procure rapidamente um especialista, caso
identifique alterações suspeitas em suas mamas. Trata-se de uma ação
complementar. Independente da realização do autoexame, as mulheres devem fazer
a mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Antes disso, devem realizar o
exame clínico das mamas pelo ginecologista ou mastologista e, caso necessário,
outros exames que o profissional solicite. A mamografia ainda é a principal
forma de diagnóstico precoce, o que permite maiores chances de cura.
4 - O que causa o
câncer de mama? Ele tem cura?
O câncer de mama é resultado de
mutação genética que pode ser herdada - o que costuma ocorrer em famílias com
muitos casos da doença, quando o portador da mutação a transfere para a geração
seguinte - ou espontânea, que pode acontecer em uma célula do corpo ao longo da
vida e ocasionar a doença.
No caso de mutações espontâneas,
muito mais frequentes, não se sabe com precisão se elas ocorrem devido ao estilo
de vida, alterações químicas no corpo da mulher ou à exposição a toxinas no
ambiente, por exemplo.
Nenhuma mulher está imune ao câncer
de mama, mas a doença tem 95% de chances de cura quando diagnosticada
precocemente.
3 - O que eu faço
para me prevenir do câncer de mama?
O
mais importante é manter hábitos saudáveis para eliminar os fatores que
aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama e realizar o diagnóstico
precoce, realizando os exames periodicamente. Esta é uma forma válida de
praticar o autocuidado.
Quanto
mais peso e idade, mais chances a paciente tem de desenvolver câncer nas mamas.
A cada aumento de cinco pontos no IMC (Índice de Massa Corporal), por exemplo,
aumenta em 33% o risco da doença. Outro aspecto muito importante é que o consumo
exagerado de bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo, são fatores que podem
aumentar a possibilidade da ocorrência da doença.
É
fundamental criar hábitos saudáveis no dia a dia para que se possa evitar um
grande problema no futuro. São atitudes simples, como inserir na alimentação
mais verduras, legumes e frutas. Esses três grupos de alimentos, por exemplo,
contém substâncias que combatem os radicais livres, moléculas que são formadas
naturalmente pelo organismo e que podem agredir o DNA das células.
É
importante salientar que mesmo assim as mulheres ainda estão sujeitas a
desenvolver a doença, por isso, a realização regular de exames deve estar entre
as boas práticas para se reduzir o risco de mortalidade.
2 – Existem
sintomas que indiquem que estou com câncer de mama?
O câncer da mama inicial geralmente é assintomático, ou seja,
a mulher não percebe nenhum sintoma ou sinal. Este tipo de câncer é normalmente
descoberto em exames (mamografia, ultrassom ou ressonância
magnética). Quando o câncer de mama apresenta sintomas é porque já existe
um tumor normalmente com mais de um centímetro. Algumas alterações físicas nas
mamas podem ser indícios, como a presença de nódulos, retração de
pele, mudança no formato, na textura ou no tamanho do seio, vermelhidão e calor
na região, inversão do mamilo ou saída de secreção.
1 –
Caso
alguém da minha família tenha tido câncer de mama, qual a probabilidade de eu
também ter? Existe um exame que detecte esse risco?
Cerca
de 90% das mulheres que desenvolvem esse tumor não têm parentes próximos com o
mesmo problema. Somente em 10% dos casos o câncer de mama é hereditário, mas
considera-se alto o risco de câncer de mama quando um ou mais parentes em
primeiro grau tiveram a doença, em especial se aparecer antes da menopausa.
Nesse caso, a indicação é iniciar a avaliação dez anos antes da idade em que o
câncer de mama surgiu no familiar. Pode, inclusive, ser indicado o teste
genético, em busca de mutações que predisponham ao câncer.
O
exame para avaliar a disposição genética da mulher em desenvolver o câncer de
mama é o que busca a existência de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam muito as chances de se
desenvolver o câncer de mama e de ovário. A Femama é proponente de
projetos de Lei para incluir o exame no SUS, hoje disponível para pacientes com
plano de saúde.
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