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quarta-feira, 20 de maio de 2020

O iminente risco para a agropecuária (questões indígenas no STF)


O agronegócio brasileiro apresenta saltos de crescimento de causar inveja ao resto do mundo. Passamos de importadores de alimentos para grandes exportadores. Tais saltos se devem à implementação de novas tecnologias, aliadas ao trabalho incansável do homem do campo.

No começo, sem a disponibilidade de insumos básicos, foram ocupadas as áreas férteis próximas à costa para cultivo de cana-de-açúcar e café, dada a existência de mercado externo. Na época, o mercado consumidor brasileiro era muito pequeno. Depois, tivemos o ciclo da pecuária rumo ao interior, sempre em terras férteis.

Com a criação da Embrapa em 1973, começou-se a estudar mais a agricultura tropical e, com a utilização de calcário, novas variedades de soja, milho e capim, conjugados com o uso intensivo de fertilizantes e manejo sustentável, o agricultor dominou o cerrado. E o agricultor brasileiro soube se adaptar a esta evolução. Gaúchos, paranaenses, mineiros e paulistas ocuparam e transformaram o Centro-Oeste do Brasil. Nossa geração conviveu com as frases de nossos pais e avós. “Ah, se todo chinês tomasse um cafezinho!”, “ah, se todo chinês comesse um bifinho!” Não só a China, mas como toda a Ásia, tornaram-se um grande mercado consumidor do Brasil. E o agricultor brasileiro estava preparado para este momento.

Passamos por várias crises econômicas que envolveram diversos planos, como o cruzado, Bresser e Collor, com hiperinflação e muitas perdas à população. Nestes longos anos, o único setor que não podia ter insucesso econômico era o rural. Se não cumprisse os famosos índices de eficiência, estaria sujeito à desapropriação de terras para a reforma agrária. Vencemos esta fase, com perdas, é verdade, mas, a reforma agrária, como estava planejada, não vingou e saiu do discurso oficial dos ditos ‘progressistas’.

Temos a melhor lei ambiental do mundo, que culminou com a promulgação do código florestal de 2012. Mas, esta lei ainda patina na burocracia estatal e não foi implantada, fruto da sistemática oposição dos ditos ‘ambientalistas’, cujas matrizes localizadas nos países da América do Norte e Europa, tanto mal causam ao meio ambiente do planeta. A quarentena do Coronavírus está mostrando isso, enquanto a agricultura brasileira está produzindo alimentos, energia limpa e promovendo o sequestro de carbono.

Quando surge uma proposta de regularização fundiária, as mesmas vozes, agora associadas às classes de artistas e empresários do mercado financeiro, que opinam sobre assuntos que pouco conhecem, passam a rotulá-la como a ‘MP da grilagem’, fazendo um linchamento público de uma boa proposta. Se há alguma sugestão de melhoria, vamos lá. O setor está disposto a ouvir.

Será tudo isso fruto do choro rancoroso das viúvas da queda do muro de Berlim, depois que perderam o embate econômico em virtude do fracasso dos países da cortina de ferro? Precisam de novos dogmas para manter seus discursos e seus empregos? Não sabemos, ainda.

Mas, o pior está por vir. Temos um assunto extremamente grave que já perdura por mais de 30 anos no Brasil, que é a questão indígena. Após o julgamento do caso Raposa Serra do Sol pelo STF, pareceu ao público em geral que as coisas tinham se acertado, mas os últimos governos continuaram a tarefa de demarcações de terras indígenas ao arrepio da lei. Tal movimento só parou depois do parecer da AGU, publicado durante o governo Temer.

Agora essas mesmas vozes, aproveitando a quarentena e vigência do plenário virtual, estão orquestrando a suspensão do referido parecer da AGU e mudanças nas condicionantes do caso Raposa Serra do Sol, especialmente o marco temporal definido na Constituição de 1988.

Todas essas vozes repetem a teoria de João Mendes Junior, que, partindo do alvará de 1680, reafirmado pela lei de 6 de julho de 1755, desenvolveu a concepção do indigenato. Ocorre que, em parecer primoroso de 16 de maio de 2005, o professor Dr. José Carlos Moreira Alves contradisse a tese do indigenato, afirmando que, na construção dessa tese, houve uma ilação evidentemente forçada; citando as constituições de 1891, 1934, 1967 e 1988, afirmou em seu parecer que “[D]e qualquer sorte, como acentuei no início deste item, basta, em face da atual constituição, que não haja, no momento de sua promulgação, ocupação tradicional de índios sobre uma área para que ela não se considere terra indígena.

Para que agora se quer, a toque de caixa, rever toda a legislação brasileira de mais de um século? Para criar nações indígenas por todo o território nacional, com expropriações de milhões de hectares de brasileiros que construíram seus patrimônios nestes anos todos, seguindo toda a legislação brasileira?

A história da ocupação territorial do Brasil foi escrita desde 1500 até nossos dias por ações desbravadoras, militares, diplomáticas e jurídicas, resultando em um território delineado e uma única língua nacional. Voltar atrás, raciocinando ao extremo, se ria devolver o Rio de Janeiro aos franceses, o nordeste aos holandeses e o centro-oeste ao Paraguai e à Bolívia, desprezando o fruto da miscigenação entre brancos, negros e índios, que forma o povo brasileiro. Bolívia, desprezando o fruto da miscigenação entre brancos, negros e índios, que forma o povo brasileiro.

Todos somos a favor da proteção e apoio aos índios brasileiros, porém, respeitando os direitos de quem agiu dentro da ordem jurídica vigente, que constitui o estado democrático de direito.





Teresa Cristina Vendramini - presidente da Sociedade Rural Brasileira


Especialista em gestão oferece dicas para melhorar desempenho em home office


Consultor Éber Feltrim conta que, além de manter os rituais do trabalho aliado a disciplina, é preciso que haja comprometimento com a empresa


Aqueles que não estão acostumados com o home office ou mesmo nunca tiveram a oportunidade de fazê-lo em outras ocasiões, podem sentir uma grande diferença em relação a modalidade tradicional de trabalho. Além disso, há as inúmeras mudanças que a quarentena promove no ambiente profissional.
O consultor de marketing e especialista em gestão voltada para a área da saúde, Dr. Éber Feltrim, explica que o home office pode ser algo desafiador, com prós e contras, mas que deve ser levado com paciência. “O teletrabalho é algo novo para muitas pessoas devido ao cenário de quarentena, ainda assim, é preciso tirar o máximo de proveito desse tempo”, relata.

Em um primeiro momento, muitas pessoas podem ficar confusas até mesmo os gestores podem sentir algumas dificuldades envolvendo esse novo cenário. Isso porque estar em casa pode remeter ao lazer e o tempo com a família, o que resulta em pequenas interrupções ao longo do dia de trabalho.

No entanto, Dr. Éber revela que o teletrabalho pode ser extremamente favorável quando há disciplina e concentração no serviço que deve ser feito. Outro ponto importante é que há alguns benefícios, como a flexibilidade de horários, redução de custos e, com a mentalidade certa, maior produtividade. “Embora pareça complicado, é necessário desvencilhar o ambiente familiar do trabalho. É importante lembrar que todo local de trabalho requer harmonia para que flua mais facilmente. De certo, isso não envolve interrupções, sejam ruídos, pessoas passeando pela casa ou mesmo os pets correndo”, o consultor ressalta. 

Para que tudo ocorra da melhor forma, existem alguns detalhes que fazem toda a diferença. É essencial ter um local tranquilo, internet de qualidade para evitar imprevistos em momentos delicados e uma boa gestão de tempo, com ferramentas que ajudem a monitorar os afazeres. Manter os hábitos de quando o trabalho era feito no escritório também pode ajudar, como se vestir apropriadamente e tomar um bom café da manhã. “Não basta ter acesso a tecnologia de ponta, ou um ambiente apropriado, se não houver o engajamento para desempenhar as funções de forma plena, por isso o comprometimento é essencial”, finaliza.






Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde começou a sua carreira em Assis. Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.


As novas diretrizes para o consumo consciente e o planejamento financeiro


As incertezas econômicas impostas pela grave situação sanitária mundial devido a pandemia do coronavírus (Covid-19) vão gerar uma grande revolução na maneira em que o consumidor irá enxergar as empresas que sobreviverem. Não dá para prever quais serão os reais caminhos da economia no mundo, mas certamente teremos curvas crescentes de desigualdade social, fome e até de mudanças climáticas no período pós pandemia. Praticamente todas as famílias e empresas sofrerão algum impacto em 2020.

O comportamento do consumidor já começou a mudar ao ser afetado pela crise sanitária. Muitos deixaram de ser guiar pelo luxo e o superfulo e passaram a consumir o necessário para a sobrevivência. E também uma boa parte da sociedade passou a comprar das lojas e empresas locais, para impulsionar o comerciante e o empresário regional. E tem um filtro que também aumentou: os consumidores passaram a "cancelarem" as empresas que não têm um propósito social claro de integração com a comunidade. Ou seja, aquelas companhias que pensam só nos cifrões estão com os dias contados.

O consumidor está mais exigente, sem dúvidas. O produto ou serviço deve ter qualidade, mas também tem que ser ecologicamente correto e socialmente engajado. E essa transição da economia mundial gerada pela pandemia será capitaneada pelo novo consumidor que será mais conectado não só com a tecnologia e suas ferramentas, mas também com uma maior sensibilidade com os movimentos que sejam meramente oportunistas e extrativistas.

Em suma, para as atuais e futuras gerações de consumidores, as empresas e marcas deverão ter um papel não apenas como fornecedores de produtos e serviços, mas também como disseminadores das boas práticas no universo ambiental, social e virtual.

E neste cenário de futuro breve, os novos negócios focados em bem-estar e felicidade terão um grande impacto e serão vetores da nova economia. Serão também importantes na regeneração da economia mundial, com inovações e tecnologias utilizadas para melhorar o bem-estar e a saúde das pessoas e do planeta.

Nesse contexto ganha corpo a FIB - Felicidade Interna Bruta. Um indicador sistêmico baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual. O conceito foi desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia, em 1972, elaborado pelo rei Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.

As principais dimensões para a mensuração do FIB são o bem-estar psicológico e saúde, ou seja, são avaliados com grande peso o grau de satisfação e otimismo de cada pessoa em relação a sua vida, com a prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais.

Outras importantes mensurações são a governança e o padrão de vida. Na governança a população avalia o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos. Já o chamado padrão de vida leva em conta a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.


O FIB leva em consideração outros fatores como o uso do tempo, a vitalidade da comunidade, a educação, a cultura e os cuidados com o meio ambiente. Ou seja, é um medidor muito mais completo e complexo que o conhecido PIB- Produto Interno Bruto - que move as centenas de nações espalhadas pelo mundo, inclusive o Brasil. O PIB, um indicador meramente econômico tem um peso gigantesco em todos os passos da sociedade e que aumenta a cada ano a desigualdade e gera um desequilíbrio não só econômico, mais no bem-estar social e psicológico das pessoas.

E a educação financeira será uma peça fundamental para conscientizar os indivíduos sobre o planejamento como ferramenta de equilíbrio financeiro para melhora na tomada de decisões de investimentos e consumos de boa qualidade. Logo a melhora no desempenho para o indivíduo na sua vida financeira, contribui para um bem-estar coletivo, ou seja, as pessoas terão melhores condições teóricas para lidar com imprevisto e oscilações econômicas na vida.

O impacto já é visível, uma vez que as empresas estão sendo forçadas a tomar decisões que vão da redução de salário à demissões. E as famílias também estão tendo que exercitar sua cultura financeira para minimizar o impacto das reduções salariais e de recursos para a manutenção do padrão e da qualidade de vida neste momento de crise. A grande maioria da população está tendo que "apertar" o orçamento e as esposas e até filhos estão tendo que assumir uma maior responsabilidade com os gastos mensais.

E para auxiliar as famílias e empregados atravessarem esse oceano de novas e duras medidas financeiras, é interessante que as empresas adotem um programa interno de conscientização à educação financeira para seus colaboradores.

Uma vez que, como cada um de nós, dependendo de suas características humanas de pensar, sentir e se comportar, irá refletir e agir neste momento de maneiras diversas. E não há dúvidas de que precisa ter cautela, qualquer que seja o perfil humano. É imprescindível ter uma força pessoal para enfrentar a crise, com bravura, criatividade, curiosidade, esperança, amor em aprender, persistência, prudência, auto-regulação, entre outros. A soma destes fatores poderá ajudar a passar por esta crise repentina com as perdas e os riscos reduzidos, sejam eles financeiros ou emocionais.



Sheila David Oliveira - planejadora financeira membro TOP OF The TABLE da maior Associação de Planejadores Financeiro do Mundo - MDRT (Million Dollar Round Table) , sócia e diretora da GFAI Empresa de Planejamento Financeiro.

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