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terça-feira, 28 de outubro de 2025

Quatro formas de se desconectar das telas em benefício da saúde mental

Pesquisa aponta que 45% dos brasileiros percebem efeitos negativos das redes sociais. O Instituto Cactus compartilha dicas para desconectar-se das telas e fortalecer a saúde mental de forma consciente e coletiva

 

Em um mundo cada vez mais conectado, algumas pessoas estão redescobrindo o prazer de se desconectar. O movimento J.O.L.O. (Joy Of Logging Off), ou “prazer de se desconectar”, incentiva pausas conscientes das redes sociais e da vida digital, valorizando momentos offline para o bem-estar e a saúde mental. A prática não é apenas sobre evitar notificações, mas sobre resgatar experiências reais e significativas, promovendo equilíbrio entre o mundo virtual e o cotidiano.

A última edição do Panorama da Saúde Mental, estudo realizado pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel, revelou que 45% dos brasileiros percebem efeitos negativos das redes sociais em sua saúde mental. Entre os jovens de 16 a 24 anos, esse percentual atinge 15%. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2024, com mais de 4.300 participantes, mostrando que os impactos do ambiente digital são um dilema coletivo e relevante para toda a sociedade.

Diante desse cenário, o Instituto Cactus sugere algumas estratégias para promover a desconexão saudável, principalmente no período noturno, quando 58% dos participantes do estudo preferem usar redes sociais. 

 

4 Dicas para mitigar o impacto das redes sociais na saúde mental

 

  1. Pratique atividades físicas e de lazer:
    Esportes em grupo, passeios ao ar livre ou atividades de lazer promovem socialização saudável, fortalecem a autoestima e ajudam a contrabalançar o uso excessivo das redes sociais.

     
  2. Dedique-se a hobbies/atividades criativos:
    Leitura, projetos de artesanato ou voluntariado são formas de reduzir o tempo de tela. Além disso, promovem desenvolvimento pessoal e conexão social fora do ambiente digital, diminuindo a necessidade de validação online.

     
  3. Estabeleça limites saudáveis:
    Aplicativos de gerenciamento de tempo ou períodos pré-determinados de desconexão ajudam a reduzir os impactos negativos da vida digital, promovendo mais qualidade de vida e relações reais.

     
  4. Cuidado para não se isolar:
    O “detox digital” pode gerar sensação de isolamento. O Instituto Cactus recomenda distanciamento parcial, combinando horários de desconexão com outros métodos de contato com amigos e familiares, como encontros presenciais ou ligações. Como destaca Bianca Kann, especialista do Instituto:

     

Antes de tudo, vale um alerta: ao decidir fazer um detox digital, é fundamental comunicar amigos íntimos e familiares. Assim, os vínculos podem se manter e se fortalecer por meio de encontros presenciais ou conversas por telefone.

Além disso, é necessário reconhecer como o ambiente digital influencia o equilíbrio emocional, uma vez que as redes sociais são projetadas para capturar a atenção e gerar engajamento contínuo, o que pode amplificar sentimentos de ansiedade, inadequação ou sobrecarga. Para o Instituto Cactus, refletir sobre essas dinâmicas não é apenas uma questão de escolha individual, mas um chamado para repensar coletivamente como a sociedade lida com a saúde mental e os impactos emocionais do mundo digital.
 

Saúde mental como prioridade

Embora práticas individuais de desconexão digital, como o movimento J.O.L.O., sejam importantes para o equilíbrio emocional, o Instituto Cactus reforça que a saúde mental não pode ser tratada apenas como uma responsabilidade pessoal. Ela deve ser compreendida como uma pauta coletiva, transversal e contínua, integrando diferentes áreas da sociedade e estando no centro do debate público.

Nesse sentido, a desconexão digital representa apenas um dos aspectos de uma abordagem mais ampla e necessária: a saúde mental deve ser protegida e promovida por meio de políticas públicas que a coloquem no centro das decisões, reconhecendo sua importância para a qualidade de vida e o desenvolvimento humano. Isso exige ações estruturantes que promovam prevenção, cuidado e suporte acessível, com investimentos em educação emocional, acesso ampliado a serviços de qualidade e apoio comunitário que fortaleça vínculos e reduza o estresse cotidiano.

É nesse sentido que o Instituto Cactus contribui com projetos como o Tamo Junto, que mobiliza comunidades para a promoção da saúde mental; o Painel de Saúde Mental, que gera dados e evidências para orientar políticas públicas; e a proposta de fortalecimento do Programa Saúde na Escola (PSE), que tem abordado o cuidado em saúde mental dentro dos territórios.

“Cada pessoa pode ser multiplicadora de iniciativas semelhantes, reconhecendo em sua própria comunidade a importância de reivindicar ações que ampliem o acesso ao cuidado e criem espaços de acolhimento. Isso também significa assumir a responsabilidade de acompanhar e cobrar a efetiva implementação das políticas públicas em saúde mental para que sejam eficazes, abrangentes e inclusivas”, avalia Maria Fernanda Quartiero, diretora-presidente do Instituto Cactus.

 

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