Acidente
vascular cerebral é a segunda maior causa de morte no país, perdendo somente
para doenças cardiovasculares. Estudos destacam aumento de casos em pessoas com
menos de 40 anos.
O dia 29 de outubro foi estabelecido
como o Dia Mundial do AVC, voltado para conscientização da doença que tem
afetado cada vez mais a população mundial. A Global Stroke Action Coalition
alerta que poderemos sofrer quase 10 milhões de mortes anuais por AVC até 2050.
No Brasil, a preocupação já é recente.
Dados da consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares
Planisa mostra que a cada 6,5 minutos uma pessoa morre em razão do AVC no país.
Segundo o neurologista vascular do Grupo São Lucas em Ribeirão Preto, Dr. Fábio
Silveira dos Santos Filho (CRMSP: 194654/ RQE: 123788), existem dois fatores
que aumentam o número de casos. São eles o envelhecimento populacional e maior
número de diagnósticos.
Existem dois tipos principais da
doença, sendo eles o AVC isquêmico, que de acordo com informações do Hospital
Albert Einstein é responsável aproximadamente por 85% dos casos e ocorre pelo
bloqueio de um coágulo a uma artéria cerebral, impedindo o fluxo sanguíneo
adequado, e o AVC hemorrágico, resultante do rompimento de um vaso sanguíneo no
cérebro, levando a um sangramento intracraniano. Embora seja menos frequente,
tende a ser mais grave e está frequentemente relacionado à hipertensão arterial
descontrolada e ao uso excessivo de álcool.
“A prevenção primária é a estratégia
mais efetiva contra o AVC. As medidas com melhor evidência incluem controle
rigoroso da pressão arterial, que pode reduzir em até 40% o risco de AVC,
cessação do tabagismo, redução do consumo de álcool, alimentação balanceada,
prática regular de atividade física, detecção precoce e tratamento de doenças
cardiovasculares e endocrinológicas. No Brasil, há espaço para expandir
programas de rastreamento de hipertensão e diabetes, estímulo ao estilo de vida
saudável, bem como fortalecer campanhas permanentes de conscientização sobre os
sinais do AVC e a importância de procurar atendimento imediato”, explica.
Apesar da incidência ser maior em
pessoas idosas, um estudo publicado na revista The Lancet Neurology em 2024
mostra que casos de AVC aumentaram 15% em pessoas jovens, na maioria com menos
de 40 anos. Entre as hipóteses, destacam-se o crescimento de fatores de risco
modificáveis em idades mais precoces e a rotina do dia a dia.
“Hipertensão, dislipidemia, tabagismo,
obesidade e uso de drogas ilícitas são alguns dos fatores de risco entre os
jovens. Bem como doenças autoimunes e trombofilias que, embora menos comuns,
têm maior peso nesse grupo etário. Impactos indiretos da COVID-19, incluindo
maior incidência de eventos trombóticos também está entre as hipóteses. Outra
causa é o estilo de vida urbano e estresse crônico, associados a distúrbios
metabólicos e de sono. Esses fatores combinados ajudam a explicar o aumento de
eventos cerebrovasculares precoces, ressaltando a importância da prevenção
primária e seguimento médico regular já na vida adulta jovem”, ressalta o
médico.
Estar atento aos sinais de alerta é
primordial para um rápido atendimento e reversão de possíveis sequelas. O
neurologista indica reconhecimento de sintomas através do acrônimo SAMU: S –
Sorriso (atentar à desvios); A – Abraço (fraqueza em um dos lados do corpo); M
– Mensagem ou Música (fala arrastada ou incompreensível); U – Urgência: ligue
192.
“O reconhecimento precoce e o
transporte imediato a um hospital com protocolo de AVC são determinantes para
reduzir sequelas e salvar vidas. Para prevenção, recomenda-se manter hábitos
saudáveis, controlar pressão arterial, glicemia e colesterol, evitar tabaco e
álcool em excesso, e consultar regularmente um médico para acompanhamento dos
fatores de risco”, enfatiza.
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