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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Pesquisa da SBOT expõe cenário alarmante de acidentes com motocicletas e impulsiona o lançamento de campanha nacional de conscientização

Jovens do sexo masculino são as principais vítimas. Longas esperas por cirurgia, altas taxas de reinternação, sequelas permanentes e o consumo de álcool antes de pilotar expõem uma crise de saúde pública que sobrecarrega o sistema hospitalar

 

A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), em parceria com o Instituto Informa, divulga no mês em que se celebra o Dia do Ortopedista, os resultados de uma pesquisa inédita sobre o atendimento a vítimas de traumas envolvendo motocicletas no Brasil. O levantamento, realizado em 100 hospitais de diferentes regiões do país nos últimos seis meses, mapeou o atendimento a traumas envolvendo veículos de duas rodas em hospitais públicos, privados e filantrópicos em todo o país e revela um panorama crítico que reforça a importância da campanha nacional “Na moto não mate, não morra”, lançada pela entidade para alertar a sociedade sobre os graves impactos sociais e de saúde pública causados pelos acidentes. 

Mais de 40% dos especialistas consultados apontaram campanhas educativas como prioridade para reduzir os acidentes, seguidas da necessidade de intensificar a fiscalização. 

“O cenário é grave: hospitais lotados, profissionais sobrecarregados e recursos escassos. Além da dor das vítimas e famílias, há um efeito cascata que compromete todo o sistema de saúde, por isso a importância de lançar essa campanha em âmbito nacional, para mobilizar a sociedade, educar condutores e cobrar políticas públicas mais eficazes para um trânsito mais seguro”, alerta o presidente da SBOT, Paulo Lobo. 

O estudo mostra que a grande maioria das vítimas é do sexo masculino, com destaque para a faixa etária de 20 a 29 anos (43,2%), seguida por jovens de 15 a 19 anos (26,3%) e de 30 a 49 anos, evidenciando o impacto dos acidentes sobre a população economicamente ativa do país.

 

As consequências para os sobreviventes são severas e de longa duração. Entre as sequelas mais frequentes estão: 

Dor crônica (82,1%)

Deformidades (69,5%)

Déficit motor/limitação funcional (67,4%)

Amputações (35,8%)

As regiões do corpo mais atingidas são membros inferiores, bacia e coluna vertebral, gerando limitações irreversíveis que afetam diretamente a qualidade de vida.

 

Impacto direto no sistema de saúde 

O volume de atendimentos sobrecarrega os hospitais brasileiros. Quase 70% das unidades relataram mais de 600 atendimentos a vítimas de trânsito em apenas seis meses, a maioria motociclistas.

 

Outros dados preocupantes incluem: 

Mais de 70% dos pacientes permanecem internados por mais de sete dias após cirurgia, ocupando leitos que poderiam ser destinados a outros tratamentos.

Metade dos cancelamentos de cirurgias eletivas ocorre por causa da ocupação de vagas por vítimas de acidentes de moto.

60% dos acidentados esperam até sete dias para uma cirurgia, enquanto 31,6% aguardam até 15 dias.

Quase 20% dos hospitais (18,3%) relatam taxas de reinternação entre 10% e 30%, por complicações ou necessidade de novos procedimentos.

 

Álcool e causas mais comuns 

O levantamento identificou que até 50% dos pacientes atendidos em alguns serviços haviam consumido álcool antes do acidente, agravando o quadro clínico e a gravidade das ocorrências. As principais causas de sinistros são colisões com outros veículos e quedas da própria moto.


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