- Além
de não serem necessários devido à tecnologia empregada no tratamento
térmico UHT, envase asséptico e proteção das camadas do material de
embalagem, a legislação brasileira proíbe a adição de conservantes e
quaisquer outras substâncias utilizadas com essa finalidade.
- A
fiscalização, rigorosa e constante, é realizada pelo MAPA (Ministério da
Agricultura e Pecuária) e pela Anvisa.
- Leite
longa vida não apresenta diferenças de propriedades nutricionais quando
comparado ao leite cru, pasteurizado (refrigerado) ou leite em pó.
- Essa
informação é atestada por relatório conjunto da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da
Saúde (OMS).
- Casos
de fraudes criminosas que aconteceram há mais de 10 anos são usados por influenciadores
que difundem fake news na internet como sendo representativo da produção
diária de leite.
- Em
consenso publicado pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e
Sociedade Brasileira de alimentação e Nutrição (SBAN), especialistas em
nutrição confirmam benefícios e como o leite tem papel fundamental em uma
dieta equilibrada e saudável.
- Intolerância
à lactose não impede o consumo de leite. Apenas alérgicos à proteína do
leite (APLV) devem restringir o consumo com o suporte de médico especializado.
Alguns vídeos publicados em redes sociais afirmam
que o leite longa vida tem adição de conservantes, formol e outras substâncias
químicas nocivas à saúde humana. Isso não é verdade. O leite não tem
formol, nem conservantes.
“Não podemos deixar que leigos difundam inverdades
sobre um dos alimentos mais importantes da nossa dieta. Há uma série de
especialistas e cientistas envolvidos tanto na análise, fiscalização, produção
e, finalmente, controle de qualidade do leite que consumimos diariamente”, diz
Nilson Muniz, Diretor-Executivo da Associação brasileira da Indústria de
Lácteos Longa Vida (ABLV. “Mitos e fakes news deixam as pessoas inseguras
para consumir alimentos que são de grande importância para uma nutrição
saudável e equilibrada. O leite, um alimento acessível e com tantos benefícios,
só deveria ser restrito a quem tem alergia. Até intolerantes podem se beneficiar
das suas propriedades, já que, de acordo com a literatura científica, a maioria
dos intolerantes costuma tolerar até 12 g de lactose por dia”, pondera Sueli
Longo, Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).
A literatura cientifica indica que os benefícios
associados ao seu consumo em diferentes faixas etárias são relacionados à sua
alta densidade nutricional, oferta de proteínas, cálcio e componentes com
propriedades funcionais. Também auxilia no
crescimento e formação da estrutura óssea na
infância e adolescência, diminui o risco de osteopenia e osteoporose -
condições caracterizadas pela diminuição da densidade óssea, com osteopenia
sendo menos severa que osteoporose - reduz o risco de doenças crônicas (como
diabetes e obesidade), cardiovasculares, hipertensão e ajuda na prevenção de
quadros de sarcopenia, termo usado para a perda progressiva de massa e força
muscular, comum em idosos.
Conservantes
Antes da abertura da embalagem, o leite de caixinha
longa vida pode ser mantido em temperatura ambiente - fora da geladeira -
durante o prazo de validade de 4 a 6 meses, dispensando o uso de conservantes.
O leite UHT possui as mesmas propriedades nutricionais, cor e sabor do leite
pasteurizado, que tem validade de até 7 dias antes de sua abertura, sendo
mantido sempre sob refrigeração.
“Muitos leigos acham isso impossível, mas a
tecnologia é o que garante essas condições”, introduz Dra. Carolina Pimentel,
nutricionista Phd e Diretora Científica. “A combinação do tratamento térmico aplicado
ao leite UHT, somado ao envase asséptico (realizado sem contato com o ambiente
externo ou manipulação) e as camadas de proteção da embalagem da Tetra Pak,
permite que o leite dispense o uso de conservante e de refrigeração até o
momento de abertura da embalagem", explica.
Além disso, a legislação brasileira proíbe a adição
de qualquer tipo de conservante ao leite, e a ocorrência de tal prática é
considerada fraude no produto. As únicas substâncias permitidas são os chamados
estabilizantes. Eles, que são constituintes naturais do leite, têm o objetivo
de prevenir a separação de fases, garantindo um produto homogêneo, e assegurar
a estabilidade das proteínas durante o processamento. O uso de estabilizantes
também é verificado em diversos produtos pasteurizados – os que são
refrigerados – e é regulamentado pelo MAPA (Ministério da Agricultura e
Pecuária). Todos os estabilizantes permitidos por lei são seguros para o
consumo.
Processamento e propriedades
nutricionais
Conforme atesta relatório conjunto da FAO e a OMS,
o processo de ultrapasteurização (UHT) preserva as qualidades nutritivas do
leite. Comparado ao leite pasteurizado, o leite de caixinha iguala-se em valor
nutritivo, cor e sabor.
“Há boatos de que o leite UHT, por ser aquecido a
altas temperaturas, se torna um produto sem valor nutricional. Isso é um grande
mito. A literatura científica indica que qualquer alteração que possa ocorrer
em função do tratamento térmico UHT ou pasteurização não tem impacto no valor
nutricional”, reforça Sueli Longo, Presidente da Sociedade Brasileira de
Alimentação e Nutrição (SBAN).
Qual a diferença entre leite pasteurizado
refrigerado e leite UHT de caixinha?
O leite pasteurizado passa por tratamento que
utiliza o binômio 75°C por 15 segundos. Após esse tratamento térmico, o leite é
refrigerado e envasado automaticamente em circuito fechado.
O leite UHT (Ultra High Temperature) é submetido,
durante 2 a 4 segundos, a uma temperatura entre 130°C e 150°C, mediante um
processo térmico de fluxo contínuo, imediatamente resfriado a uma temperatura
ambiente e envasado sob condições assépticas em embalagens estéreis e
hermeticamente fechadas.
“O tratamento térmico empregado no leite
pasteurizado tem como objetivo eliminar os microrganismos patogênicos, ou seja,
aqueles que fazem mal a saúde dos consumidores, enquanto o tratamento térmico
empregado no UHT, a ultrapasteurizarão, elimina não apenas os microrganismos
patogênicos como também os indesejáveis, ou seja, microrganismos que teriam
condição de se desenvolver durante o período de validade do produto, o que
somado à embalagem cartonada de seis camadas, confere a durabilidade de até 6
meses, dispensando o uso de conservantes ou qualquer outra substância usada
para esse fim”, descreve Dra. Carolina Pimentel, nutricionista Phd e Diretora
Científica.
Ao contrário dos saquinhos e garrafas plásticas, as
embalagens cartonadas, conhecidas como “longa vida”, são formadas por seis
camadas. De dentro para fora, duas camadas de polietileno evitam qualquer
contato do leite com as demais camadas protetoras da embalagem. Em seguida, há
um revestimento de alumínio, cuja função é evitar a passagem de oxigênio e luz
e micro-organismos, além de manter as caracteristicas sensoriais. A quarta
camada de polietileno é uma camada de aderência entre o aluminio e o papel. A
quinta camada, uma cobertura de papel, confere estabilidade e resistência à
estrutura da embalagem. E, por fim, uma sexta camada de polietileno dá o
acabamento final. A junção das 6 camadas da embalagem somadas ao envase
asséptico promove a segurança do produto, impedindo a entrada de luz, oxigênio,
umidade e microrganismos, mantendo suas características nutricionais e
sensoriais.”, conta.
“O método UHT é aprovado por órgãos de saúde
internacionais e nacionais e regulamentado pela Portaria Nº 370 de 04 de
setembro de 1997 do MAPA, por meio do RTIQ – Regulamento Técnico de Identidade
e Qualidade do leite UHT. “Não há motivos para ter receio de consumir leite de
caixinha. Ele é seguro, tem as mesmas propriedades nutricionais que outros
tipos de leite e, graças à tecnologia empregada, sem necessidade de
refrigeração antes do consumo, podendo durar até 6 meses”, finaliza Dra.
Carolina Pimentel, nutricionista Phd e Diretora Científica.
Anexo: Consenso
Movimento “A Vida Pede Leite”
A Vida Pede Leite é um movimento que tem o objetivo
de empoderar os consumidores com informação sobre o leite de vaca, seus
benefícios nutricionais, composição, funcionalidades, para que todos possam
fazer suas escolhas. O leite longa vida está presente em 91,5% dos lares
brasileiros, sendo fonte de importantes nutrientes como a proteína de alto
valor biológico e o cálcio. Ele está presente em diversos momentos de consumo,
seja para acompanhar o pão do café da manhã, seja como ingrediente de uma
receita de bolo para a tarde.
Porém, muitas informações que circulam sobre o
leite, especialmente nas redes sociais, não são verdadeiras e deixam os
consumidores confusos. Dessa forma, pensando na importância e relevância que o
leite tem em nossas vidas, o movimento foi criado com o objetivo de empoderar
os consumidores com informações sobre os benefícios do leite para uma
alimentação balanceada, trazendo dados relevantes e confiáveis sobre esse
alimento.
Recentemente o movimento idealizou o
minidocumentário “Dia Mundial do Leite” e uniu a Associação Brasileira de
Nutrologia (ABRAN), a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) e a
Associação Médica Brasileira (AMB) para juntas esclarecerem mitos e verdades
sobre o leite com informações validadas pelo que há de mais atual na ciência.
Este curta está disponível gratuitamente no canal do YouTube do movimento e nos
sites e redes sociais das três sociedades médicas: https://www.youtube.com/watch?v=PmtFRZsTaeY
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