Referência mundial
em nutrição, Dr. Shawn Talbott explica os efeitos negativos do estresse causado
por rotinas alimentares restritivas
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Você segue a dieta certinha, se priva de vários
alimentos, mas ainda assim não vê resultado na balança? A culpa pode não estar
nos alimentos em si, mas no que a dieta está causando no seu corpo,
especialmente no que diz respeito ao estresse.
Segundo o Dr. Shawn Talbott, referência
mundial em nutrição e fisiologia e autor do livro "Nação Cortisol", publicado pela Citadel Editora, o excesso de cortisol, conhecido
como o principal hormônio do estresse, pode interferir drasticamente na sua
capacidade de perder peso. Pior: pode até te fazer engordar.
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Segundo ele, fazer dieta não pode ser um castigo. Se a sua rotina alimentar está te deixando ansioso, faminto, esgotado e gerando mais tensão do que bem-estar, ela pode estar atuando contra seus objetivos. Abaixo, ele explica como isso acontece.
1. Dietas restritivas demais
colocam o corpo em estado de alerta
Quando você restringe severamente a ingestão de
calorias (como dietas com 700 kcal por dia), seu corpo interpreta isso como uma
ameaça à sobrevivência. Isso ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e eleva a
produção de cortisol.
O problema é que o cortisol, além de estimular o
apetite, especialmente por alimentos ricos em açúcar e carboidratos, também
desacelera o metabolismo. Resultado: você sente mais fome, queima menos
calorias e, muitas vezes, acaba ganhando peso, mesmo comendo menos.
2. O estresse da própria dieta
faz você comer mais, e não menos
Sim, é isso mesmo. Pesquisas mostraram que até
mesmo a ideia de estar fazendo dieta pode ser um fator estressante. Pessoas que
estão constantemente preocupadas com o que comem ou com o próprio peso vivem em
estado de tensão.
Esse estresse sutil, mas crônico, aumenta os níveis
de cortisol, que por sua vez eleva o desejo por comida e reduz a saciedade. Ou
seja, mesmo sem perceber, você pode estar comendo mais por causa da própria
ansiedade gerada pela dieta.
3. Cortisol elevado favorece o
acúmulo de gordura na barriga
Em níveis altos e persistentes, o cortisol envia
sinais potentes para o organismo armazenar gordura, principalmente na região
abdominal. Ele também reduz a liberação de gordura dos estoques já existentes,
dificultando o processo de emagrecimento.
Além disso, níveis elevados desse hormônio estão
associados à redução de hormônios anabólicos como testosterona, DHEA e hormônio
do crescimento, todos fundamentais para o ganho de massa magra e a manutenção
do metabolismo ativo.
4. O estresse afeta a forma
como o corpo lida com a energia
Durante períodos de estresse, o corpo prefere
armazenar energia em vez de utilizá-la. Isso significa que mesmo que você
esteja se exercitando e comendo pouco, os sinais hormonais predominantes podem
estar estimulando o ganho de peso em vez da perda.
Estudos apontam que mulheres submetidas a situações
de estresse consomem mais calorias e relatam mais fome do que em momentos
neutros, mesmo quando o cardápio permanece o mesmo.
5. A solução não está em
cortar, mas em equilibrar
Se você está tentando emagrecer, o foco não deve
estar apenas na redução de calorias. O controle do estresse é igualmente ou até
mais importante. Segundo o Dr. Talbott, a chave está em adotar uma abordagem
mais equilibrada, que inclua uma boa alimentação, sono de qualidade, atividade
física regular e técnicas para relaxamento mental.
Estudos mostraram que uma redução de apenas 13% nos
níveis de cortisol pode resultar em mais de 5 quilos perdidos. Portanto, cuidar
da mente pode ser tão transformador quanto cuidar do prato.
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