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Nefrologista pediátrica do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explica sintomas, causas e tratamento
Lara, filha do cantor campineiro Júnior Lima com a
modelo Mônica Benini, foi recentemente diagnosticada com síndrome nefrótica,
uma doença rara que compromete o funcionamento dos rins e que, sem tratamento
rápido, pode evoluir para complicações graves, como infecções, trombose venosa,
desnutrição, insuficiência renal e até necessidade de hemodiálise. A condição
pode afetar pessoas de todas as idades e exige atenção imediata aos sinais para
garantir diagnóstico precoce e reduzir riscos à saúde.
No Brasil, não há levantamento preciso sobre a incidência, mas estima-se de dois a sete casos por 100 mil crianças ao ano, com predominância no sexo masculino e predisposição genética. Segundo o Orphanet, portal europeu de doenças raras, a forma idiopática, sem causa conhecida, afeta cerca de uma a cada 34 mil crianças anualmente.
Daniela Gandolphi de Carvalho Nucci, coordenadora da enfermaria de pediatria do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), e nefrologista pediátrica explica que a síndrome está entre as doenças renais mais comuns em crianças de dois a seis anos, especialmente nesta cepa. “É uma condição em que os rins perdem grandes quantidades de proteína pela urina, prejudicando o equilíbrio de líquidos no organismo e causando inchaço, alterações no sangue e maior risco de infecções e tromboses. Isso ocorre quando a filtragem feita pelos glomérulos está alterada”.
A médica orienta pais e responsáveis a buscarem atendimento médico rápido diante de sinais como: inchaço repentino no rosto, pernas ou abdome; urina espumosa persistente; ganho rápido de peso sem aumento na alimentação; febre e dor abdominal em pacientes já diagnosticados. “Com atenção aos sintomas e tratamento adequado, a maioria das crianças pode levar uma vida normal. O desafio é reconhecer os sinais cedo e agir rápido”, pontua. Ela reforça que o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações e apresenta quatro pontos da doença que merecem atenção:
- Causas: podem ser primárias, quando o problema está
restrito aos rins (como na doença por lesões mínimas), geralmente ligadas
ao sistema imunológico, ou secundárias, decorrentes de outras doenças como
lúpus, diabetes, hepatite B, HIV ou alterações genéticas;
- Diagnóstico: envolve avaliação clínica e exames
laboratoriais. É comum encontrar proteinúria intensa, queda acentuada da
albumina e aumento do colesterol. Em alguns casos, pode ser necessária
biópsia renal. O inchaço nas pálpebras, típico da doença, pode ser confundido
com alergia, mas, diferentemente desta, não há coceira ou vermelhidão;
- Tratamento: varia conforme a causa. Na maioria das
crianças, utiliza-se corticoide, associado a diuréticos e, em alguns
casos, reposição de albumina, proteína que ajuda a manter o equilíbrio de
líquidos no organismo. Dieta com baixo teor de sal também é recomendada.
Muitas crianças entram em remissão, mas podem ocorrer recaídas, exigindo
acompanhamento prolongado;
- Prevenção: a forma idiopática não pode ser evitada,
mas é possível reduzir riscos nas formas secundárias com controle da
doença de base e tratamento rápido de infecções. Manter vacinação em dia,
inclusive contra pneumococo e influenza, também é fundamental.

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