No Dia do Cardiologista, especialistas e autoridades debatem proposta de Política Nacional, o programa "Agora Tem Especialistas" e ações em torno do cuidado ao coração
A Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) vai reunir cardiologistas, representantes do
Governo Federal e de entidades da saúde de todo o país para debater os
principais desafios relacionados às doenças cardiovasculares, que seguem como a
principal causa de morte no Brasil: elas são responsáveis por cerca de 400 mil
mortes por ano – o equivalente a uma morte a cada 90 segundos.
O evento ocorre no
Dia do Cardiologista e marca os 82 anos da entidade na quinta-feira, dia 14, e
será palco de importantes debates sobre políticas públicas relacionadas às
doenças cardíacas. Entre elas, a proposta do Projeto de Lei 5475/2023, que
institui a Política Nacional de Prevenção e Controle das Doenças
Cardiovasculares, e o programa “Agora tem Especialistas”, do Governo Federal.
O Fórum também
abordará acesso ao cardiologista e a procedimentos e medicamentos, fila única
do SUS, ampliação da Farmácia Popular, judicialização em saúde e formação do
cardiologista, com participação do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação
Médica Brasileira (AMB) e Ministério da Saúde (MS), entre outras entidades do
setor.
Política
nacional para o cuidado do coração e especialidades
Apresentado pelo
Deputado Zacharias Calil (União/GO), o Projeto de Lei 5475/2023, que institui a
Política Nacional de Prevenção e Controle das Doenças Cardiovasculares, propõe
sistematizar diretrizes para enfrentamento das DCVs no país, desde ações
preventivas até o acesso a tratamentos de alta complexidade.
A SBC defende o
PLl para que a consolidação legal da responsabilidade dos gestores públicos no
cuidado com a saúde do coração dos brasileiros e para a ampliação do acesso da
população a tecnologias e tratamentos de ponta, a exemplo do Implante
Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI) e novos medicamentos para colesterol e
obesidade.
Segundo Ribeiro
Jr., conselheiro da SBC, o PL beneficiará os médicos — que poderão atuar com
mais recursos, maior produtividade e melhores resultados — e também os
pacientes, que terão acesso a diagnósticos precisos, exames obrigatórios e
terapias modernas: “É urgente elevar o patamar de atendimento da população
brasileira. Precisamos envolver todos os envolvidos na cadeia de cuidados para
garantir diálogo, controle dos conflitos de interesse e melhoria real na qualidade
do atendimento”, ressalta.
Ele destaca que, embora o SUS já contemple uma série de serviços previstos nessa proposta legislativa, a formalização por meio da lei permitirá cobrar responsabilidade dos gestores e garantir desde a prevenção até o tratamento cardiovascular mais sofisticado.
Outro tema em pauta será o programa Agora Tem Especialistas, lançado pelo governo para ampliar o acesso a especialistas no SUS. A SBC alerta para o número crescente de vagas ociosas na residência médica, os baixos valores das bolsas de estudo e a criação de novas áreas dentro da cardiologia, que, segundo a entidade, podem fragmentar uma especialidade essencial ao sistema público de saúde.
Estima-se que 14 milhões de brasileiros convivam com alguma doença cardiovascular, com impactos expressivos na produtividade e nos custos do sistema de saúde: apenas com infartos, o custo direto anual é estimado em R$ 22,4 bilhões, seguido por R$ 22,1 bilhões com insuficiência cardíaca (ICC), R$ 8 bilhões com hipertensão e R$ 3,9 bilhões com fibrilação atrial.
Sociedade Brasileira de Cardiologia -SBC
Serviço:
III Fórum Coração em Foco
Data: 14 de agosto de 2025
Local: Associação Médica de Brasília – Brasília (DF)
Horário: das 9h às 12h
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