Pesquisa da Maturi e da Noz Inteligência aponta necessidade de educação financeira para pessoas maduras no Brasil;
O estudo também indica que 66,7% dos participantes possuem algum
investimento: 43,3% renda fixa, 26,2% renda variável e 19,6% poupança
Uma pesquisa realizada pela Maturi, empresa nacional especializada em empregabilidade, desenvolvimento e capacitação de profissionais com mais de 50 anos, em parceria com a NOZ Inteligência, revela um dado preocupante sobre a maturidade financeira da população 50+: 71% dos participantes não possuem previdência privada, e 22,4% entre os aposentados e 32,4% entre os não aposentados afirmam nunca ter feito qualquer tipo de planejamento financeiro para a aposentadoria. O levantamento será apresentado durante a 8ª edição do MaturiFest, entre os dias 21 e 23 de agosto de 2025, na UNIP Paraíso, em São Paulo, em formato híbrido. O evento celebra os 10 anos da Maturi e conta com nomes como Ana Paula Padrão, Nany People e Caito Maia.
Intitulada “Educação e Gestão Financeira na Maturidade”,
a pesquisa ouviu pessoas de 45 a 86 anos e indica que, embora 66,7% dos
participantes tenham algum tipo de investimento — como renda fixa (43,3%),
renda variável (26,2%), poupança (19,6%) ou imóveis (16,5%) — a ausência de
previdência e de planejamento estruturado aponta para um desafio relevante: a
falta de educação financeira ao longo da vida.
“Muitos brasileiros chegam à maturidade sem preparo adequado para
a aposentadoria e enfrentam grandes incertezas financeiras. Portanto,
precisamos tornar a educação financeira uma prioridade desde cedo para garantir
autonomia e qualidade de vida a longo prazo”, afirma Mórris Litvak, fundador e
CEO da Maturi.
Sobre o perfil dos respondentes, a pesquisa reúne majoritariamente
pessoas com alta escolaridade (72,9% têm ensino superior completo ou mais),
sendo 54,8% residentes em capitais. Entre os participantes: 48,7% são mulheres,
34,8% homens e 16,5% não informaram; 41,1% estão sem ocupação profissional;
27,3% têm superior completo e 45,6,2% pós-graduação lato ou stricto sensu;
36,4% têm renda de até R$ 5 mil, e 14,9% estão sem renda atualmente.
Planejamento financeiro ainda é incipiente
A análise dos dados evidencia que, mesmo entre os aposentados, 56,3% admitem ter se planejado pouco e 22,4% não fizeram nenhum preparo financeiro prévio. Já entre os que ainda não se aposentaram, 43,8% dizem estar pouco preparados e 32,4% não se planejaram de forma alguma. A falta de previdência privada é fortemente associada à ausência de planejamento: entre os não aposentados que não se planejam, 93,8% também não têm previdência.
Além disso, apenas 20,4% dos entrevistados afirmam ter total
controle financeiro mensal, e somente 16,9% conseguem poupar todos os meses —
um cenário que demonstra a fragilidade na organização financeira. O nível
educacional mostra impacto significativo: entre pessoas com ensino superior
completo, 18,5% poupam mensalmente, contra apenas 5,5% com superior incompleto.
Conhecimento limitado em gestão
financeira
Quando questionados sobre o nível de conhecimento em finanças, apenas 12,9% se consideram avançados, 39,2% declara ter conhecimento intermediário, enquanto quase a metade (48,0%) afirmam ter pouco ou conhecimentos básicos As mulheres aparecem em desvantagem: apenas 8,1% afirmam ter conhecimento avançado, contra 21,2% dos homens — o que reforça disparidades estruturais no acesso à educação financeira.
O estudo conclui que a educação financeira é um pilar fundamental para garantir estabilidade e autonomia na maturidade. No entanto, 84,7% dos respondentes dizem enfrentar obstáculos para aprimorar seus conhecimentos financeiros. A falta de domínio em gestão orçamentária impacta diretamente a capacidade de poupar, investir e planejar o futuro.
“As desigualdades de gênero na educação financeira são profundas e estruturais. Como revela a pesquisa, essa disparidade não se deve à falta de interesse das mulheres, mas ao impacto de uma trajetória marcada por menor renda, menos acesso à informação e pouco protagonismo nas decisões financeiras. Garantir autonomia na maturidade exige enfrentar essas barreiras desde cedo e tornar o conhecimento financeiro mais acessível a todas”, Juliana Vanin, economista e fundadora da NOZ Inteligência.
“A pesquisa reforça que o conhecimento financeiro não deve ser
tratado como um desafio individual, mas como uma questão estrutural. Ações
coordenadas de empresas, instituições e governos são essenciais para preparar a
sociedade para o envelhecimento com mais dignidade e segurança”, analisa
Litvak.
Objetivos financeiros e preocupações para o futuro
Nos próximos cinco anos, os principais objetivos financeiros
declarados pelos entrevistados são: aumentar a renda atual (55%), aumentar a
reserva financeira ou patrimônio (35,2%), planejar uma aposentadoria segura
(30%), quitar dívidas (21,4%) e criar uma reserva de emergência (20,6%).
As prioridades mudam conforme gênero, idade, escolaridade e renda.
Mulheres, por exemplo, demonstram maior preocupação com segurança e reservas
emergenciais, enquanto homens focam mais em crescimento patrimonial. A
preocupação com custos de saúde aumenta com a idade estando presente em 53,6%
dos respondentes entre 55 e 64 anos e em 59,3% entre os acima de 65.
“Diante desse cenário, as ações voltadas à disseminação de
conhecimento financeiro tornam-se essenciais para garantir mais autonomia e
segurança econômica na maturidade. A educação financeira deve ser vista como um
fator estruturante para uma sociedade mais preparada para o futuro por meio de
mais qualidade de vida e maior independência econômica”, finaliza o
especialista.
NOZ Inteligência
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