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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Menos de 20% dos imóveis vão à venda nos leilões — mas o que isso revela sobre o mercado

“O leilão ainda é um mar de oportunidades, mas o setor precisa avançar em cultura, segurança e comunicação para atingir seu verdadeiro potencial” afirma André CEO do Leilão Eletrônico


O mercado de leilões de imóveis tem evoluído nos últimos anos com a digitalização dos processos, o surgimento de plataformas especializadas e a entrada de um público mais diversificado, que vê no modelo uma alternativa para aquisição com desconto e maior agilidade. Ainda assim, o índice de arrematação — ou seja, vendidos ao maior lance após a conclusão do leilão — no Brasil segue abaixo do esperado. Um levantamento da Comissão de Leilões do Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário - IBRADIM mostra que apenas 17% dos leilões judiciais de imóveis urbanos resultam em venda efetiva, percentual que cai para 12% no caso de imóveis rurais. Nos leilões extrajudiciais realizados em cartório, os números são ainda menores: 15% para imóveis urbanos e apenas 5% para rurais. 

Para André Zalcman, CEO da plataforma Leilão Eletrônico e especialista no setor há quase duas décadas, os números são um reflexo claro de duas realidades: “O primeiro ponto é que o leilão ainda é um mar de oportunidades, porque nem sempre um imóvel que não foi arrematado tem preço ou condição ruim. Muitas vezes falta apenas visibilidade ou confiança. Por outro lado, os dados também mostram que o mercado ainda precisa evoluir na cultura de leilão — há um receio por parte do público, especialmente nos leilões judiciais, e isso freia o potencial de arremates”. 

Outro dado relevante é o índice de suspensões de leilões, que também impacta negativamente a confiança dos interessados. Nos processos judiciais, 6% dos leilões de imóveis urbanos e 9% dos rurais são suspensos. Já nos extrajudiciais realizados em cartórios, esse número é apenas 1% e 2%, respectivamente — o que reforça a percepção de maior estabilidade e segurança jurídica no ambiente extrajudicial. Além disso, o perfil dos leilões também varia conforme o ambiente. No Judiciário, 26% dos imóveis levados a leilão são rurais, enquanto nos cartórios, esse percentual é de apenas 3%, mostrando uma predominância clara de ativos urbanos na esfera extrajudicial. 

Para Zalcman, o momento é de aprendizado e ação conjunta: “Esses dados confirmam percepções de quem está no mercado, mas também apontam caminhos concretos para evolução. É preciso investir em informação, cultura e estrutura, tanto por parte dos operadores do mercado quanto do próprio Poder Judiciário, que tem papel essencial em construir entendimentos mais estáveis e confiáveis. À medida que isso avança, o leilão se fortalece como uma opção segura, ágil e vantajosa para todas as partes envolvidas”. A plataforma Leilão Eletrônico atua em todo o Brasil, com foco em imóveis judiciais e extrajudiciais, oferecendo uma experiência segura, transparente e 100% online para compradores e vendedores.


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