O setor de alimentação continua sendo um dos mais
procurados por quem deseja empreender no Brasil. As franquias de restaurantes
aparecem como uma alternativa atrativa, oferecendo uma combinação de marca
consolidada, processos testados e suporte da franqueadora. Porém, apesar da
estrutura oferecida é preciso cuidado, já que o sucesso de uma unidade
franqueada vai muito além do nome na fachada.
Para Marcelo Politi, especialista em negócios
gastronômicos e mentor de donos de restaurantes, o modelo de franquia pode ser
um ótimo ponto de partida, mas exige preparo. "Entrar em uma franquia não
significa que o jogo está ganho. É um modelo que entrega ferramentas, mas quem
transforma essas ferramentas em resultado é o franqueado. Sem gestão, não há
marca que salve”, afirma.
Onde está o potencial e os riscos?
As franquias oferecem vantagens importantes como
acesso a fornecedores homologados, cardápio validado, campanhas de marketing
estruturadas e treinamentos contínuos, mas junto com esses benefícios, vem a
exigência de seguir padrões rígidos, o que pode limitar a autonomia do
operador.
Segundo Politi, muitos problemas enfrentados por
franqueados nascem dentro da operação. "A maior parte dos insucessos não
vem do modelo da franquia, mas da má gestão. Controle de CMV (custo das
mercadorias vendidas) mal feito, liderança fraca e falta de processos claros
impactam diretamente no lucro e na qualidade de vida do dono”, explica.
Aspectos fundamentais antes de
investir
1. Perfil do investidor
Cada franquia exige um nível diferente de dedicação
e habilidade. Há modelos mais operacionais e outros mais gerenciais e, para
isso, entender o próprio perfil é essencial. "Se você não gosta de rotina
pesada e lidar com equipe, pense duas vezes antes de entrar em uma franquia de
alimentação”, recomenda Politi.
- Escolha
da marca
Nem sempre a marca mais famosa é a mais rentável ou
adequada. Avaliar a reputação da franqueadora, ler a Circular de Oferta de
Franquia (COF) com atenção e conversar com franqueados da rede são passos
fundamentais. "Não se deixe levar só pelo apelo comercial. Faça uma
análise fria: quanto custa entrar, quanto custa operar e quanto sobra no fim do
mês”, orienta o especialista.
- Compreensão
Financeira
Ter domínio dos números é obrigatório. Entender
CMV, ticket médio, ponto de equilíbrio e lucratividade por operação são
conhecimentos que fazem a diferença. "Você não precisa ser contador, mas
precisa saber ler os números e tomar decisões com base nos mesmos. Franquia não
é um emprego com salário fixo, e sim um negócio, e precisa ser tratado como
tal”, reforça.
- Gestão
de Pessoas e Processos
O dia a dia da operação exige equipe treinada, supervisão constante e padrão de atendimento. Processos bem definidos evitam erros, perdas e retrabalho. “Não existe mágica, existe método que vem da gestão. A operação precisa funcionar mesmo quando o dono não está presente”, conclui Politi.
Marcelo Politi - formado em hotelaria e gastronomia pela Ecole des Roches (Association Suisse d’Hôtellerie), na Suiça e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Aos 29 anos, foi o primeiro executivo contratado como diretor de Marketing pela rede de hotéis francesa Sofitel no Brasil. Foi responsável pela implantação e gestão das operações do Hard Rock Café no Brasil e gerenciou mais de 500 funcionários. O empresário é fundador da Politi Academy, uma empresa focada em trazer lucro, controle e crescimento para donos de negócios de alimentação, por meio de cursos de gestão, administração, marketing, planejamento, treinamento de equipe, entre outros que envolvam um negócio que tenha comida como serviço.
Politi Academy
https://politiacademy.com.br/
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