Câncer de pulmão cresce entre
não fumantes e exige novo olhar sobre fatores de risco 
Freekpik
Poluição do ar é uma das principais causas do
aumento da incidência da doença
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de traqueia, brônquios e pulmão é o quarto tipo mais incidente no Brasil, com estimativa de 32.560 novos casos anuais no triênio 2023–2025. Embora o tabagismo ainda seja o principal fator de risco, pesquisas recentes revelam um crescimento significativo da doença em pessoas que nunca fumaram, o que exige um novo olhar sobre as causas e estratégias de prevenção.
Um estudo1 publicado pela revista científica Nature aponta que cerca de 25% dos casos de câncer de pulmão no mundo estão relacionados à exposição à poluição do ar e à fumaça indireta do tabaco. Isso significa que fatores ambientais têm um peso crescente no desenvolvimento da doença, especialmente nas grandes cidades, onde os níveis de poluição ultrapassam, com frequência, os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
“Esse é um impacto silencioso, mas profundo, especialmente nas grandes cidades, onde respirar o ar puro realmente se tornou um desafio cotidiano. Vemos isso de perto em pessoas que nunca fumaram e que desenvolveram a doença por estarem expostos ao ar que elas respiram todos os dias. O adenocarcinoma, que é o tipo de tumor mais comum nesses casos de câncer de pulmão não relacionados ao tabagismo, tem conexão direta com a exposição ambiental”, explica Mariana Cunha, médica oncologista do Hospital Orizonti.
De acordo com pesquisa2 publicada recentemente pelo The Lancet Respiratory Medicine, cerca de 200 mil casos de adenocarcinoma, subtipo mais comum do câncer de pulmão em não fumantes, foram associados à exposição à poluição do ar em 2022 - reforçando a necessidade de ações mais eficazes no controle da qualidade do ar.
Para
reduzir os casos de câncer de pulmão associados à poluição atmosférica, é
essencial investir em políticas públicas que promovam o uso de transportes
limpos, controlem emissões industriais, ampliem áreas verdes e fortaleçam o
monitoramento da qualidade do ar. “Falar sobre câncer de pulmão hoje é também
falar sobre planejamento urbano, transportes mais limpos, qualidade do ar que a
gente respira e políticas públicas que coloquem a saúde no centro das
decisões”, complementa a oncologista.
Nova fronteira contra o câncer de pulmão
Os
biomedicamentos têm desempenhado um papel crucial no avanço do tratamento do
câncer de pulmão, oferecendo terapias mais específicas e eficazes para
pacientes em diferentes estágios da doença. Ao agir de forma direcionada sobre
mecanismos biológicos que sustentam o crescimento tumoral, esses tratamentos
contribuem para controlar a progressão do câncer com menor toxicidade e impacto
positivo na qualidade de vida.
“Os
biomedicamentos têm grande importância na transformação do tratamento
oncológico no Brasil por oferecerem terapias mais eficazes, seguras e
direcionadas. Ampliar o acesso a essas inovações é essencial para promover mais
saúde, bem-estar e contribuir para a sustentabilidade dos sistemas de saúde”,
afirma Heraldo Marchezini, CEO da Biomm.
Com
o avanço da biotecnologia, os biomedicamentos vêm se consolidando como
ferramentas estratégicas no enfrentamento do câncer, permitindo melhora dos
desfechos clínicos e representando um passo importante rumo a um modelo de
cuidado mais eficiente e centrado no paciente.
Biomm
Referências
¹ The mutagenic forces shaping the genomes of lung cancer
in never smokers. Nature, 2025. Disponível em https://www.nature.com/articles/s41586-025-09219-0
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