No agosto Dourado, mês de conscientização da amamentação, a ginecologista Gabriela Mattos, da rede Meu Doutor Novamed, dá dicas sobre o assunto
Quando o assunto é amamentação, a ginecologista Gabriela Mattos, da rede Meu Doutor Novamed, de Recife, é categórica: “O sucesso requer paciência”. Apesar de ser algo teoricamente natural, há uma série de fatores envolvidos para que essa prática ocorra de maneira adequada.
Entre as mulheres
que possuem leite para amamentar, algumas podem sentir dor nos primeiros dias.
Além disso, alguns bebês podem ter dificuldade de mamar, e a vida urbana, com
suas agitações e inúmeros afazeres, pode ser um fator de instabilidade. Há
variáveis internas e externas que influenciam na amamentação, mas a
especialista traz dicas de como superá-las.
- Que
práticas a mãe pode adotar no pré-natal para se preparar para o período de
amamentação?
Ler nunca é
demais, há muito conteúdo disponível sobre o assunto. Conversar com quem já amamentou
e ouvir seus relatos também pode ajudar. Além disso, aproveitar para tirar
dúvidas com um médico e pesquisar sobre consultoria de amamentação com
antecedência também são boas alternativas.
- Muitas
mães declaram desistir de amamentar porque inicialmente têm pouco leite. O
aumento da quantidade de leite é um processo gradativo? Varia de pessoa
para pessoa?
Sim, é gradativo e
varia de pessoa para pessoa. No início da mamada, ocorre a liberação da
ocitocina e a saída do colostro, que é um leite rico em nutrientes e
anticorpos. Além disso, quanto mais o bebê mama, mais sinais são enviados ao
cérebro da mãe para produção de mais leite. Alguns hábitos maternos também
podem favorecer a produção do leite, como ofertar ambas as mamas e manter uma
boa ingestão de água, entre outros.
- Que
práticas devem fazer parte da rotina da mãe para uma boa amamentação (como
beber muita água, por exemplo)?
É importante ler,
se informar e tirar suas dúvidas. Quanto mais informações se adquire, melhor é
o processo. Além disso, é essencial que essa mãe tenha uma alimentação
saudável, consumindo frutas, verduras e água. Não existem alimentos nessa fase
que sejam contraindicados, mas é importante manter uma rotina e hábitos
saudáveis para uma boa amamentação.
- É
preciso alimentação especial neste período?
Não
necessariamente, tudo depende de como a criança está evoluindo e das
necessidades ou sintomas. Essa decisão sempre deve ser tomada junto do
pediatra.
- O
que é comum e quase ninguém divulga em relação à amamentação?
Nem todo mundo tem
facilidade para amamentar. É normal ter dificuldade no início, principalmente
se for a primeira gestação. A forma como o parto ocorreu e o puerpério inicial
podem impactar positiva ou negativamente. O sucesso na amamentação requer
paciência.
- É
possível definir uma porcentagem de mulheres que têm problemas com a
amamentação? Quais os mais comuns?
Não é possível,
porque são inúmeros os problemas. Algumas pessoas têm partos prematuros ou com
algum problema de saúde que impedem os bebês de mamar. Outras tiveram gestações
de alto risco e um parto árduo e traumatizante. Há também quem não recebeu
orientações adequadas e não sabe como amamentar um bebê.
- Há
algumas mães que buscam a ajuda de enfermeiras para a orientação da
amamentação. Que profissionais estariam habilitados para este tipo de
orientação?
Qualquer
profissional que trabalhe com consultoria de amamentação. Sempre recomendo:
doulas, enfermeiras obstétricas ou pediátricas, médico obstetra ou pediatra.
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