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terça-feira, 6 de agosto de 2024

Novas diretrizes para suplementação da vitamina D

Suplementação diária de vitamina D é apontada como a estratégia mais eficiente e benéfica para melhorar os níveis no organismo de crianças, adolescentes e idosos 

 

Neste mês, endocrinologistas de diversos países publicaram um novo guia sobre a suplementação da vitamina D. Publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e apresentado na reunião anual da Endocrine Society, em junho de 2024, o artigo estabelece novos parâmetros para esclarecer e orientar profissionais da saúde e sociedade civil sobre a importância e correta administração da vitamina D. 

As novas diretrizes destacam que a 25-hidroxivitamina D é o biomarcador mais aceito do status da vitamina D, principalmente, por refletir com maior fidelidade as reservas de vitamina D no organismo. Entretando, a publicação não recomenda a solicitação frequente de dosagem, assumindo uma suplementação empírica em crianças e adolescentes, de 01 a 18 anos, idosos acima dos 75 anos, gestantes, pré-diabéticos e para adultos de 18 a 74 anos, respeitando a Ingestão Diária Recomendada (IDR). 

“Estudos mais recentes já apontam os benefícios da suplementação diária de vitamina D, sobretudo em crianças e adolescentes, para prevenir raquitismo nutricional e até diminuir o risco de infecções respiratórias, com doses seguras entre 400 e 2.000 UI por dia”, esclarece a dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista, livre-docente; Profª Adj. de endocrinologia e chefe do setor de osteometabolismo da Escola Paulista de Medicina, UNIFESP. 

“Na população idosa, acima de 75 anos, também é possível observar o potencial da vitamina D de reduzir o risco de mortalidade, sendo mais estratégico sempre manter níveis da suplementação também com doses diárias de até 2.000 UI por dia”, afirma a médica, que integra grupo de autores que assinam o artigo em que o guideline foi publicada. 

As novas recomendações também sugerem a suplementação empírica durante a gestação, dado o potencial de diminuição do risco de pré-eclâmpsia, mortalidade intrauterina, parto prematuro, baixo peso para idade gestacional e mortalidade neonatal; e em pacientes com pré-diabetes, sempre associada a mudanças no estilo de vida. 

“Os efeitos clássicos da vitamina D são, sobretudo, no sistema musculoesquelético, mas muitos estudos demonstram seu efeito sobre o sistema imunológico.”, comenta dra. Marise. “Certamente, a abordagem terapêutica é adaptada individualmente para cada paciente. O guideline recomenda evitar doses em bolus, quando administramos a medicação de forma a aumentar rapidamente a sua concentração no sangue, em pessoas com 50 ou mais, dando preferência para doses diárias”, conclui.

 


Referências:
Marie B Demay, Anastassios G Pittas, Daniel D Bikle, Dima L Diab, Mairead E Kiely, Marise Lazaretti-Castro, Paul Lips, Deborah M Mitchell, M Hassan Murad, Shelley Powers, Sudhaker D Rao, Robert Scragg, John A Tayek, Amy M Valent, Judith M  E Walsh, Christopher R McCartney, Vitamin D for the Prevention of Disease: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 2024;, dgae290, Link. Acesso junho/2024.


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