Suplementação diária de vitamina D é apontada como
a estratégia mais eficiente e benéfica para melhorar os níveis no organismo de
crianças, adolescentes e idosos
Neste
mês, endocrinologistas de diversos países publicaram um novo guia sobre a
suplementação da vitamina D. Publicado no Journal of Clinical Endocrinology
& Metabolism, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e apresentado na
reunião anual da Endocrine Society, em junho de 2024, o artigo estabelece novos
parâmetros para esclarecer e orientar profissionais da saúde e sociedade civil
sobre a importância e correta administração da vitamina D.
As
novas diretrizes destacam que a 25-hidroxivitamina D é o biomarcador mais
aceito do status da vitamina D, principalmente, por refletir com maior
fidelidade as reservas de vitamina D no organismo. Entretando, a publicação não
recomenda a solicitação frequente de dosagem, assumindo uma suplementação
empírica em crianças e adolescentes, de 01 a 18 anos, idosos acima dos 75 anos,
gestantes, pré-diabéticos e para adultos de 18 a 74 anos, respeitando a
Ingestão Diária Recomendada (IDR).
“Estudos
mais recentes já apontam os benefícios da suplementação diária de vitamina D,
sobretudo em crianças e adolescentes, para prevenir raquitismo nutricional e
até diminuir o risco de infecções respiratórias, com doses seguras entre 400 e
2.000 UI por dia”, esclarece a dra. Marise Lazaretti Castro, endocrinologista,
livre-docente; Profª Adj. de endocrinologia e chefe do setor de
osteometabolismo da Escola Paulista de Medicina, UNIFESP.
“Na
população idosa, acima de 75 anos, também é possível observar o potencial da vitamina
D de reduzir o risco de mortalidade, sendo mais estratégico sempre manter
níveis da suplementação também com doses diárias de até 2.000 UI por dia”,
afirma a médica, que integra grupo de autores que assinam o artigo em que o
guideline foi publicada.
As
novas recomendações também sugerem a suplementação empírica durante a gestação,
dado o potencial de diminuição do risco de pré-eclâmpsia, mortalidade
intrauterina, parto prematuro, baixo peso para idade gestacional e mortalidade
neonatal; e em pacientes com pré-diabetes, sempre associada a mudanças no
estilo de vida.
“Os
efeitos clássicos da vitamina D são, sobretudo, no sistema musculoesquelético,
mas muitos estudos demonstram seu efeito sobre o sistema imunológico.”, comenta
dra. Marise. “Certamente, a abordagem terapêutica é adaptada individualmente
para cada paciente. O guideline recomenda evitar doses em bolus, quando
administramos a medicação de forma a aumentar rapidamente a sua concentração no
sangue, em pessoas com 50 ou mais, dando preferência para doses diárias”,
conclui.
Referências:
Marie B Demay, Anastassios G Pittas, Daniel D Bikle, Dima L Diab, Mairead E Kiely, Marise Lazaretti-Castro, Paul Lips, Deborah M Mitchell, M Hassan Murad, Shelley Powers, Sudhaker D Rao, Robert Scragg, John A Tayek, Amy M Valent, Judith M E Walsh, Christopher R McCartney, Vitamin D for the Prevention of Disease: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline, The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 2024;, dgae290, Link. Acesso junho/2024.
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