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segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Agosto Branco: Oncologista relata principais tratamentos e cuidados no caso de câncer de pulmão

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Segundo o INCA, cerca de 30 mil pacientes sofrem com essa doença no Brasil a cada ano 

 

O mês de agosto é marcado pela campanha Agosto Branco, dedicada à conscientização e prevenção do câncer de pulmão, uma das neoplasias mais letais e prevalentes no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2023, essa doença foi responsável por cerca de 1,8 milhão de mortes, sendo a principal causa de óbito por câncer no planeta. Além disso, foi a segunda neoplasia mais frequente, com mais de 2 milhões de casos novos registrados globalmente. 

No Brasil, as estatísticas são igualmente alarmantes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 30 mil novos casos de câncer de pulmão por ano, sendo o terceiro tumor mais incidente entre os homens, com 18 mil casos, e o quarto mais frequente entre as mulheres, com 12 mil casos.
 

Fatores de risco: O tabagismo e a exposição ocupacional 

O tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, sendo responsável por aproximadamente 85% dos casos diagnosticados. Mesmo a exposição passiva ao tabaco aumenta consideravelmente o risco de desenvolver a doença. Além disso, a exposição ocupacional a agentes carcinogênicos, como asbesto, arsênico, e cádmio, também contribui para o surgimento do câncer. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que entre 17% e 29% dos casos estejam relacionados a exposições ocupacionais, especialmente em setores como a fabricação de borracha, pavimentação e pintura. 

"O cigarro continua sendo o maior vilão no desenvolvimento do câncer de pulmão, mas é essencial que também consideremos os riscos associados à exposição ocupacional. A prevenção deve ser uma prioridade, e isso inclui programas de cessação ao tabagismo e a redução da exposição a agentes carcinogênicos no ambiente de trabalho," afirma o Dr. Fábio Feio, oncologista do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).
 

A importância do diagnóstico precoce e rastreamento 

A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para pacientes que sofrem dessa condição é de apenas 18%, sendo que apenas 16% dos casos são diagnosticados em estágio inicial, quando a taxa de sobrevida pode alcançar 56%. Isso ressalta a importância do diagnóstico precoce e do rastreamento, especialmente entre os grupos de maior risco. 

O rastreamento do câncer de pulmão, por meio da tomografia de baixa dose de radiação, é uma estratégia crucial para a detecção precoce da doença em grandes fumantes. Recentes orientações brasileiras recomendam a realização anual desse exame para pacientes com idade entre 50 e 80 anos, que tenham fumado 20 cigarros ou mais por dia durante pelo menos 20 anos, ou que tenham parado de fumar há menos de 15 anos. "O rastreamento é uma ferramenta poderosa na luta contra esse problema. Diagnosticar a doença em seus estágios iniciais aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento e reduz a morbidade associada," explica o oncologista.
 

Avanços no tratamento e perspectivas futuras 

Os últimos anos trouxeram avanços significativos no tratamento desse câncer. Em casos de doença localizada, a cirurgia, especialmente a lobectomia robótica, e as novas técnicas de radioterapia têm proporcionado melhores resultados para os pacientes. Já em cenários de doença avançada ou metastática, a medicina de precisão, que envolve a análise molecular e genética dos tumores, tem permitido tratamentos mais personalizados e eficazes. 

"Estamos vivendo uma nova era no tratamento do câncer de pulmão. A combinação de quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo, ajustadas de acordo com o perfil genético de cada paciente, tem proporcionado melhor qualidade de vida e maior sobrevida. É fundamental que continuemos a investir em pesquisa e inovação para que possamos oferecer as melhores opções de tratamento a todos os pacientes," conclui o Dr. Fábio.


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