Crédito: Gustavo Figuerôa |
Desafios para 2024 incluem diminuição de verbas destinadas ao IBAMA PrevFogo, que se contrapõe a instauração de situação de emergência ambiental decretada pelo governo do MS
As questões ambientais entraram
definitivamente na agenda de urgência de toda a população mundial. No país, é
necessário que o olhar esteja atento aos biomas, principalmente àqueles mais
suscetíveis às mudanças climáticas, como é o caso do Pantanal. No ano que
promete ser o mais seco da história na região, enquanto o SOS Pantanal começa a
preparação das brigadas para uma temporada desafiadora de incêndios, através de
seu programa de brigadas, outras movimentações chamam a atenção: foi anunciado
pelo governo federal um corte de R$ 12,3 milhões à atuação do IBAMA, e esses
cortes atingem o PrevFogo, braço da instituição que tem papel fundamental na
defesa contra incêndios prioritariamente em Terras Indígenas, Assentamentos e
Unidades de Conservação. Por outro lado, o governo do Mato Grosso do Sul
decretou situação de emergência ambiental e a liberação de R$ 25 milhões para
reforçar ações preventivas do Corpo de Bombeiros.
A conservação e o desenvolvimento
sustentável do Pantanal dependem da convergência de ações do poder público com
a sociedade civil, e focar esforços na prevenção é o melhor caminho. Neste
aspecto, vale frisar que durante a realização do 1º Workshop Presencial de
Prevenção aos Incêndios Florestais, promovido pelo Governo do Estado do Mato
Grosso do Sul em 9/04, foram discutidas ações contidas no decreto de situação
de emergência ambiental, inclusive quanto às queimas prescritas – que se baseia
no o bom uso do fogo para redução do material combustível e fragmentação da
vegetação - unindo organizações como Famasul, Reflore, SOS Pantanal, Instituto
Homem Pantaneiro, Bombeiros do MS e ICMBio. Segundo
Leonardo Gomes, Diretor Executivo do SOS Pantanal “é importante investirmos
mais recursos e energia nas ferramentas do manejo integrado do fogo,
especialmente nas etapas de prevenção e preparação. Precisamos, com urgência,
implementar medidas como abertura de aceiros, queimas prescritas e
fortalecimento das brigadas voluntárias e privadas. A iniciativa anunciada de
queimas prescritas em 22 fazendas no Pantanal Sul deve ser expandida o quanto
antes para outras localidades com vulnerabilidades
ambientais e sociais”.
Paralelamente às decisões do poder
público nas atividades de prevenção e combate ao fogo, o SOS Pantanal segue a
preparação e capacitação para uma rede de brigadas que hoje, em parceria com o
ECOA, ICAS e a WWF, soma 66 unidades atuantes, sendo 24 estruturadas e
apoiadas diretamente pelo instituto. De acordo com os últimos dados
oficial consolidados de dezembro de 2022, as brigadas colaboraram para a
diminuição em 89% de área queimada em suas áreas de atuação, com redução de 76%
dos focos de calor das mesmas, protegendo um território de mais de 650 mil
hectares.
Além de ações contra incêndios
florestais, o instituto segue atuante em várias frentes, incluindo o projeto
‘Águas do Pantanal’, que atua no estudo de qualidade das águas que abastecem a
maior planície alagável do planeta.
Sobre o SOS Pantanal
Fundado em 2009, o SOS Pantanal é uma instituição de advocacy, sem fins lucrativos, que promove a conservação e o desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio da gestão do conhecimento e a disseminação de informações do bioma para governantes, formadores de opinião, grandes empreendedores, fazendeiros e pequenos proprietários de terras da região, assim como para a população em geral. Ao longo das últimas duas décadas, o Instituto SOS Pantanal também impacta diretamente o ecoturismo ao promover iniciativas de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável. Por meio de incentivos à profissionalização, aliado a uma fiscalização mais efetiva e o consenso de boas práticas conjuntas entre os setores privado, público e terceiro setor, o SOS Pantanal tem contribuído para que o ecoturismo cada vez mais se apresente como um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Pantanal.
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