Especialista esclarece que o uso de meias de compressão graduada pode ser uma ação eficaz para evitar o problema. Saiba quais pessoas estão mais predispostas à doença
Viajar de avião por longas distâncias pode aumentar
o risco de desenvolver Trombose Venosa Profunda (TVP), um problema sério,
causado pela formação de coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que pode
levar à morte. Durante voos prolongados, diversas condições dentro da aeronave
podem contribuir para esse quadro.
O cirurgião vascular e membro da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo
(SBACV-SP), Dr. Marcone Lima Sobreira, esclarece que a pressão atmosférica
dentro da cabine é mais baixa do que a normal, o que pode desencadear, segundo
alguns estudos, o aumento da chance de desenvolver a trombose. Além disso, a
desidratação, comum durante viagens longas, (baixa ingesta de água, somada ao
fato do consumo de bebidas alcoólicas, chá ou café), pode aumentar a
viscosidade sanguínea, potencializando ainda mais o risco da doença.
Outro fator relevante é a posição em que se viaja,
especialmente em assentos mais apertados, como os da classe econômica. O espaço
restrito e a pouca possibilidade de movimentação podem aumentar o risco, sendo
que evidências sugerem que os passageiros na poltrona da janela podem estar em
maior vulnerabilidade devido à menor chance de mobilização.
O cirurgião vascular explica que algumas pessoas
têm uma probabilidade maior de desenvolver Trombose Venosa Profunda durante
viagens, como aquelas com histórico prévio da doença, pacientes com câncer
recente, obesidade ou que fazem uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal.
Ele destaca que pacientes com cirurgia recente, especialmente nos primeiros 30
dias após o procedimento, apresentam uma chance de desenvolver trombose quase
20 vezes maior (link).
O especialista orienta que para diminuir os riscos
de TVP durante voos, é necessário que o passageiro adote algumas medidas de
prevenção como beber bastante líquido (diminuindo o consumo de bebidas
alcoólicas), evitar ficar na mesma posição por muito tempo e fazer alguns
exercícios simples, como esticar e flexionar os pés regularmente.
De acordo com informações de alguns estudos, como
um recente publicado pela Cochrane Library (link) que compilou dados
de quase três mil pacientes em voos de longa duração, que mostram que o uso de
meia elástica de compressão graduada pode reduzir significativamente o número
de casos de TVP sintomática. “Essa é uma medida que pode ser recomendada pelo
cirurgião vascular antes da viagem. O ideal é que a pessoa passe por uma
avaliação vascular para estipular a gravidade do seu risco”, afirma o
especialista.
Dr. Marcone reforça a importância da consulta com
um cirurgião vascular antes de qualquer viagem, para avaliar o risco individual
e receber orientações específicas de prevenção. Além disso, as medidas de
segurança durante viagens de ônibus ou carro são semelhantes, mas com a
vantagem de ser mais fácil parar e movimentar-se durante os trajetos.
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Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP,
www.sbacvsp.com.br
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