Especialista
explica que um número maior de casos pode estar ligado ao envelhecimento da
população, sedentarismo e obesidade; diagnóstico precoce pode ser a chave para
a cura Freepik
O câncer é um dos grandes males do século XXI e,
apesar de conhecido, ainda há necessidade de mais descobertas científicas e
disseminação de informação. Segundo uma pesquisa deste ano da Umane,
associação civil de apoio às iniciativas da saúde pública, em 22 anos, a taxa
de mortalidade de câncer de mama aumentou 86,2%.
Para o médico clínico Dr. Marcelo
Bechara, há diversos fatores ligados ao aumento da mortalidade,
que permeiam questões sociais e até financeiras. “Isso acontece devido ao envelhecimento
da população e obesidade também. Sobre o câncer de mama, por exemplo, as mais
afetadas são as mais idosas e as que têm menor poder aquisitivo, inclusive.
Mulheres mais instruídas costumam realizar exames com mais frequência, tornando
a chance de cura maior. Diagnóstico tardio aumenta o insucesso no tratamento”,
revela Marcelo.
Assim como o especialista explica, o estudo da Umane evidencia
essa mudança na pirâmide-etária da população brasileira, mostrando que a taxa
de mortalidade em decorrência da doença ocorreu em todas as faixas etárias
acima de 35 anos, com destaque para as mulheres com mais de 65 anos, que
representaram 179% dos registros clínicos.
A saída para diminuir os casos continua sendo o
diagnóstico precoce e o tratamento. “Convencionalmente, tratamos com cirurgia,
quimioterapia e radioterapia. Mas contamos com os avanços significativos no
tratamento de todos os tipos de câncer", exclama o especialista.
Futuro
Outro levantamento, desta vez da Sociedade
Americana do Câncer, revela que até 2050, o câncer em geral
deve aumentar 77% no mundo inteiro. “Sempre
pontuo isso. Crescimento populacional, maior envelhecimento das pessoas, piora
no estilo de vida com dietas pobres e sedentarismo, grandes infecções como
H.Pilory, Hepatites B e C, HPV que podem levar ao surgimento da enfermidade.
Fora o aumento do acesso a exames diagnósticos, com mais notificações da doença
estão envolvidos nesse acréscimo”, afirma Bechara.
Porém, o futuro não reserva apenas más notícias. A
oncologia caminha para tratamentos mais eficientes. Atualmente, a medicina já
conta com a imunoterapia, terapia-alvo e quimioembolização.
Além disso, de acordo com o especialista, as técnicas cirúrgicas vão melhorar e
haverá mais avanços nos estudos de vacinas contra a doença.
“Mesmo com os desafios, estamos vivendo uma era
promissora na oncologia. O mais relevante ainda é se cuidar para evitar
e, caso tenha, conseguir o diagnóstico preciso e rápido para um tratamento com
eficácia. Precisamos seguir acreditando na ciência”, comenta o Dr. Marcelo
Bechara.
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