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quarta-feira, 20 de março de 2024

Nove em cada dez mulheres se preocupam com o estigma e a falta da conscientização sobre sua saúde mental

 Levantamento da H2R Insight & Trends mostra que mulheres sofrem com pressões externas que afetam sua saúde mental. Estudo ratifica pontos que órgãos internacionais consideram essenciais com relação ao bem-estar das mulheres

 


Celebrar a mulher em todas as suas lutas e conquistas. Esse seria o principal objetivo do Dia Internacional da Mulher (8 de março) e do Mês da Mulher (março), mas nem tudo são flores. A data é uma lembrança das muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero que persistem em todo o mundo. Nesse sentido, também é um momento para se olhar para elas com maior atenção e entender todas as suas preocupações e problemas. Esse foi o objetivo da H2R Insights & Trends com a realização da pesquisa Flash H2R do Comportamento – Bem-estar e Saúde Mental da Mulher.

De acordo com os dados apurados no estudo que contou com a participação de mais de mil brasileiros, sendo metade mulheres, conclui-se que a mulher é mais afetada por preocupações com a saúde mental do que os homens. Analisando especialmente as mulheres, nove em cada dez se preocupam com o estigma e a falta da conscientização sobre sua saúde mental, o que está alinhado com a pauta global a respeito da importância da saúde mental feminina para o mundo.

Segundo o estudo, para 52% das mulheres os problemas financeiros e estresse no trabalho são os principais aspectos que afetam sua saúde mental. Ainda, a autopercepção de bem-estar emocional entre as mulheres é menor do que entre os homens, 44% contra 51%.

Vale destacar que a Aliança Global para a Saúde da Mulher, organizada pelo Fórum Econômico Mundial, defende que investir na saúde mental das mulheres é o melhor caminho para as sociedades e economias. A plataforma multissetorial que molda o futuro da saúde da mulher afirma que mulheres mentalmente saudáveis ajudam todos a crescer. Segundo a Aliança, as condições de saúde mental afetam as mulheres de forma única e desproporcional, fazendo com que passem mais tempo com problemas de saúde mental.

O estudo vem ao encontro dessa percepção/preocupação, pois constatou-se que 25% das entrevistadas se preocupam com as diversas pressões culturais e sociais, além delas também terem que se preocupar com o fato de serem alvo de preconceito. “Esse estudo mostra, que a mulher que é mãe, profissional, esposa, filha e cuida de todo mundo também é alvo de preconceito a respeito da própria saúde mental”, afirma Alessandra Frisso, diretora da H2R.

Além disso, as mulheres percebem que estão mais próximas de pessoas com a saúde mental prejudicada. Dados da pesquisa revelam que 70% das mulheres conhecem alguém que já foi diagnosticado com alguma condição de saúde mental. Como diz Alessandra, “elas são, em casa, as que mais cuidam de pessoas com esse tipo de problema”.

Os dados ainda mostram que as mulheres frequentemente enfrentam pressões sociais, expectativas culturais e desafios específicos relacionados ao seu gênero, o que pode afetar sua saúde mental. “Como prova de que o tema deve ser visto com mais calma, durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Amina J. Mohammed, secretária-geral adjunta do organismo, declarou que a saúde mental se tornou uma pandemia silenciosa na vida de muitas das mulheres. Olhando especificamente para os números da pesquisa, mesmo não sendo especialistas no tema, é possível reconhecer a importância de abordar as questões de saúde mental das mulheres com sensibilidade, compreensão e apoio, garantindo o acesso a recursos e serviços que atendam às suas necessidades específicas”, conclui Alessandra.


Metodologia – Para essa pesquisa foi utilizada a metodologia quantitativa via painel online. Foram 1.023 entrevistas coletadas entre consumidores brasileiros classes ABC, sendo 510 mulheres, com o perfil e região dos entrevistados como um espelhamento do perfil brasileiro real. A margem de erro foi de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, no intervalo de confiança de 95%.


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