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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Mesmo maduro no Brasil, 52% das empresas ainda oferecem cartilha de boas práticas no Home Office, diz estudo

Shuterstock
Os dados também mostram que 96% das corporações não usam ferramentas especificas para acompanhar o engajamento de seus colaboradores 

 

 

A pandemia causada pelo coronavírus mudou as relações trabalhistas e pessoais de muitos brasileiros, mesmo após anos da volta à “normalidade”, alguns modelos de trabalho ainda se mantêm ativos e um deles é o trabalho a distância. Apesar da maturidade já conquistada por muitas empresas e colaboradores deste regime on-line, a prática que segue acontecendo no mundo dos negócios não sofreu tantas alterações nos últimos anos em aspectos de monitoramento do colaborador, engajamento, apoio de softwares, diferenças salariais e outras questões ligadas à rotina do home office. 

 

O estudo “Tendências de RH” (análise de 2022, 2023 e projeção para 2024), elaborado pela consultoria global de gestão empresarial Korn Ferry, com dados de empresas brasileiras, expressa bem a ideia de que as companhias, mesmo após anos de implementação do sistema de trabalho à distância, ainda seguem se preocupando com a rotina de seus funcionários. São pouco mais da metade (52%) das companhias respondentes que utilizam “Cartilha de Boas Práticas para seus profissionais”, que envolve: comportamento produtivo, ergonomia e alongamento.  

 

Apesar de mais da metade dos indivíduos demonstrarem preocupação com o cumprimento das diretrizes da Cartilha de Boas Práticas do Home Office, conforme mencionado, há um dado adicional que revela que a gestão da produtividade dos colaboradores em regime de teletrabalho, por meio de ferramentas específicas, muitas vezes não é feita. São 96% das corporações que não usam, por exemplo, timesheet ou smartsheet, para acompanhar a eficácia de seus profissionais e apenas 4% que fazem o uso. 

 

 

*Estudo Tendências de RH 2023, elaborado pela consultoria global Korn Ferry*

 

 

 

O sócio e líder de Soluções Digitais da Korn Ferry Brasil, Rodrigo Accarini, faz uma análise do estudo. “Não há grandes mudanças com relação as companhias que permitem ou não o trabalho remoto parcialmente, nos anos comparados. Por outro lado, a pesquisa mostra que o monitoramento dos resultados produtivos de seus colaboradores pode significar evolução e maturidade do regime home office ou, por outro lado, uma possível despreocupação ou desconhecimento dos softwares que avaliam o engajamento”, explica.

 

Os dados do estudo também revelam que existem áreas nas quais se faz necessário ao menos um colaborador trabalhar presencialmente todos os dias, sendo 69% das companhias que adotam essa rotina e, apenas, 31% não. As áreas, em ordem de colocação a seguir são em primeiro para tecnologia, seguida pelos recursos humanos e, em terceiro, às atividades administrativas.

 

 Ainda neste tópico, revela-se o modelo de trabalho remoto para posições específicas, com comparativos entre 2022 vs 2023 que aborda a permissão de trabalhar a distância a todo tempo, parcialmente, ou, em alguns casos, totalmente presencial. Veja abaixo.

 

 

*Estudo Tendências de RH 2023, elaborado pela consultoria global Korn Ferry*


 

 

Os dias trabalhados remotamente

 

As empresas que ofereceram trabalho parcialmente remoto, em 2022, somam 47%- que optaram em dois dias por semana de trabalho a distância de seus profissionais. Já em 2023, o número aumentou para 61%. As adeptas às três diárias de home office semanais, em 2022, somaram 39% e se comparado a 2023, houve uma queda para 27%. Acompanhe, abaixo. 

 

 

*Estudo Tendências de RH 2023, elaborado pela consultoria global Korn Ferry*

  

 

Remuneração


O estudo Tendências de RH também aborda questões de remuneração dos colaboradores no regime home office, comprovando que não há expressiva disparidade de pagamento.

 

Os resultados mostram que a grande maioria das empresas, 98% delas, não oferecem salários diferentes para funcionários que trabalham exclusivamente em regime remoto, enquanto apenas 2% têm essa prática. Esse número é ligeiramente maior para aqueles que trabalham parcialmente em casa, com 99% das empresas mantendo a mesma política de remuneração e apenas 1% implementando diferenças salariais.

 

Outro dado curioso, ainda sobre pagamentos, é a comparação entre os honorários do modelo híbrido e totalmente remoto. São 94% das organizações que não praticam remuneração especial e apenas 6% empresas que sim - diferenciando os honorários dos funcionários que atuam totalmente e parcialmente no home office. 

 

 


*Estudo Tendências de RH 2023, elaborado pela consultoria global Korn Ferry*

 

 

 

“A prática de mercado é não fazer diferenciação salarial entre os dois regimes. As empresas que responderam de forma positiva se referiam ao auxílio de custo, como locomoção, se necessário, suporte técnico e outras necessidades que a empresa oferece entre os dois formatos comparados”, explica Accarini.

 

Os custos que as companhias sustentam nos regimes híbridos, por exemplo, também podem ser somados na receita mensal.

 

A atividade de gestores ao monitorarem os horários, tarefas e outras ações dos colaboradores, parece ser mais perceptível no regime presencial, já que ainda é pouco exercida por meio de ferramentas digitais voltadas ao home office. O estudo questionou sobre as organizações que utilizam software para controle e acompanhamento da jornada do colaborador, em resposta 65% dizem que não fazem uso; 35% afirmam que sim.

 

Veja os dados dos dois últimos parágrafos, abaixo.

 

 

 

*Estudo Tendências de RH 2023, elaborado pela consultoria global Korn Ferry*

 

 

 

 

“Nós notamos que não são prevalentes novas políticas salariais nesta forma de regime, com exceção apenas aos casos em cobertura de custos operacionais. Além disso, por meio do estudo, percebe-se que o monitoramento das tarefas dos colaboradores e, até mesmo de seu engajamento, aliado à tecnologia, não apresenta diferença expressiva nos anos comparados. E, por fim, aquelas empresas que permitem o home office, de maneira alternada, costumam ainda disponibilizar na agenda três ou dois dias semanais em atividades remotas”, conclui o líder de Soluções Digitais da Korn Ferry Brasil, Rodrigo Accarini.

 

Metodologia


O estudo tem como objetivo prover informações que auxiliem os participantes a tomar decisões estratégicas em relação a diferentes temas atuais da área de recursos humanos. A pesquisa foi realizada entre os meses de junho e julho e contou com a participação de 652 empresas de diversos setores dos seguintes países:

 

Argentina (125 participantes), Brasil (265 participantes), Chile (117 participantes), Colômbia (78 participantes) e Peru (67 participantes).

Este relatório apresenta os resultados do Brasil. A fim de se obter um entendimento mais amplo da realidade de recursos humanos na região, não deixe de consultar o resultado consolidado dos cinco países.

 

 

 

Korn Ferry



 

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