Em um mundo onde as redes sociais são o palco principal da vida moderna, uma nova febre parece ter tomado conta dos holofotes digitais: a mentoria online. Todos querem ser mentores, todos buscam mentores, num frenesi de sabedoria compartilhada que, paradoxalmente, parece gerar mais estagnação do que progresso.
Vivemos na era do conhecimento livre e compartilhado, onde um
oceano de saberes se abre diante de nossos olhos com um simples clique.
Proliferam-se infinitas lives, webinars e workshops prometendo desbloquear o
potencial criativo e profissional que, supostamente, jaz adormecido em cada um
de nós. Entretanto, será que tanta mentoria tem, de fato, levado a ações
concretas e transformações palpáveis? Ou será apenas mais uma cortina de fumaça
na grande ilusão digital?
Mestres do nada, aprendizes de tudo
Ao analisarmos mais de perto o fenômeno das mentorias online,
percebemos uma profusão de “gurus” oferecendo conselhos, dicas, truques e
segredos para o sucesso. No entanto, muitos destes autoproclamados mestres
nunca pisaram fora do cálido conforto do teórico, do hipotético, do ideal. São
profetas do saber, mas não do fazer, mestres da retórica, mas não da prática.
É claro, a transmissão de conhecimento é vital e necessária, mas
quando se torna um fim em si mesma, corre-se o risco de criar uma geração de
sonhadores improdutivos, de criativos sem criação, de profissionais sem
profissão. A ação, a experiência prática, o “aprender fazendo” são deixados em
segundo plano, sufocados por uma avalanche de teorias, conceitos e palavras
bonitas.
A Inércia digital
O excesso de informação e de mentoria parece criar, paradoxalmente,
uma paralisia, um estado de inércia digital. É como se, inundados por tantas
possibilidades, tantos caminhos e tantas vozes, nos perdêssemos em um mar de
indecisão e inação. O potencial criativo e profissional, ao invés de ser
liberado, parece ficar ainda mais enclausurado, prisioneiro de um ciclo
interminável de aprendizado teórico sem aplicação prática.
A chama da ação
A crítica aqui não é à mentoria em si, mas ao desequilíbrio entre o
aprender e o fazer, entre o saber e o agir. Precisamos reacender a chama da
ação, equilibrar a balança entre a teoria e a prática, entre a mentoria e a
experiência. É tempo de colocar a mão na massa, de transformar palavras em atos,
de fazer com que o potencial adormecido desperte e se manifeste no mundo real.
É fundamental questionarmos: os conselhos, as dicas, as orientações
que recebemos estão sendo convertidos em ações concretas? Estão, realmente, nos
levando a um crescimento real e a uma transformação efetiva? Ou estão apenas
alimentando nosso ego e nosso intelecto, enquanto nossa capacidade de agir e
criar permanece adormecida?
Conclusão: equilíbrio e transformação
A mentoria online tem seu valor e seu lugar, mas não pode
substituir ou obscurecer a importância da ação e da experiência prática. É
preciso equilibrar o saber e o fazer, transformar o potencial em poder, a
teoria em prática, a mentoria em ação. Só assim poderemos, verdadeiramente,
deslanchar nossos potenciais criativos e profissionais e construir um futuro
mais rico, mais diverso e mais autêntico.
É o momento de sermos não apenas aprendizes e
mestres do saber, mas também agentes e arquitetos da transformação. É o tempo
de transcendermos a mentoria virtual e abraçarmos a ação real. É a hora de
transformarmos não apenas nossas mentes, mas também nosso mundo
Francisco Carlos - CEO Mundo RH
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