Sob o lema A Vida Deve Fluir, a SBTH chama atenção para a importância dos quadros de trombose no Brasil. (créditos: divulgação) |
Trombose: muitos casos podem ser evitados
Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia chama atenção para o cenário de casos de trombose no Brasil, que passa a contar com registros oficiais.
De acordo com Sociedade
Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH, a cada ano quase
300 mil brasileiros são acometidos por algum fenômeno trombótico e muitos
desses eventos poderiam ser evitados (com ações como prática frequente de
exercícios, ingestão regular de água, controle de peso, não fumar, entre
outras, e, quando necessário, o uso de anticoagulantes recomendados pelo
médico). A embolia pulmonar é uma complicação grave e fatal em 30% dos casos.
Entre maio de 2021 e abril de 2022, estima-se que houve quase 78 mil
internações de pacientes nos serviços públicos em decorrência da trombose ou
embolia pulmonar.
O Dia Mundial
da Trombose – 13 de outubro - foi criado em 2014
como uma iniciativa da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH)
com o objetivo de chamar atenção para a educação e a prevenção, por meio de
ações, eventos, campanhas de mídia e fóruns educacionais. Muitos monumentos no
mundo inteiro, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, recebem iluminação
especial nas cores azul e vermelho (simbolizando o sangue arterial e o venoso).
Sob o lema “A Vida Deve Fluir”, ressaltando a importância dos
quadros de trombose no Brasil, a SBTH realizará seu segundo
jantar beneficente, em novembro de 2023, no hotel
Rosewood, em São Paulo, com a participação de importantes instituições,
especialistas e artistas.
Um importante
marco no trabalho da SBTH foi a inauguração do Centro de Doenças
Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Unicamp, em Campinas
(SP). A iniciativa, aprovada pelo Programa de Centros de Desenvolvimento da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vai contar
com recursos da ordem de R$ 2 milhões, decorrente de uma emenda parlamentar ao
orçamento estadual, de iniciativa do deputado Edmir Chedid.
A verba será destinada à aquisição de equipamentos, na logística de transporte
das amostras e no desenvolvimento de um programa educacional na área de trombose
e hemostasia para profissionais da área da saúde e a população geral. “Contar com
esses recursos tem uma extrema importância para o conhecimento na área, voltado
especificamente para a realidade brasileira, para que nossa população cada vez
mais possa ser beneficiada e ter mais acesso à informação, item indispensável
para o tratamento efetivo dos casos de trombose”, afirma a médica
hematologista Joyce M. Annichino, professora, coordenadora da área
clínica e laboratorial de Doenças Tromboembólicas do Hemocentro da Unicamp e
presidente da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH.
A trombose venosa
é uma doença caracterizada pela formação de trombos (coágulos) nas veias de
qualquer parte do corpo, mas principalmente nas veias das pernas, e que pode
evoluir para uma embolia pulmonar caso o trombo se movimente pela corrente
sanguínea. É a terceira causa de óbito entre as enfermidades cardiovasculares e
pode ser evitada na grande maioria dos casos. No Brasil, ainda não existem
dados robustos sobre a sua ocorrência na população. Como consequência, as
estratégias públicas para mitigação da doença são baseadas em estudos
divulgados por outros países, que possuem perfis étnicos e socioeconômicos
diferentes do brasileiro.
O trabalho da
equipe do Centro de Doenças Tromboembólicas em estabelecer registros oficiais
de trombose venosa, inicialmente em centros do estado de São Paulo, é
fundamental para a mais correta implementação de soluções para o diagnóstico e
os tratamentos efetivos e mais modernos para os casos de trombose. A análise
científica dos dados coletados é feita em parceria com a Faculdade de
Engenharia Química da Unicamp, utilizando recursos de inteligência artificial
de modo a produzir escores de predição e aplicativos para melhorar o atendimento
no SUS. Entre as inúmeras variáveis mapeadas, incluem-se tratamentos, causas e
consequências da trombose, inclusive em pacientes com câncer e crianças.
O CDT conta com uma rede de 13 centros hospitalares de seis municípios do Estado de São Paulo: o Hospital de Clínicas, o Hemocentro e o CAISM – todos da Unicamp; o Hospital da PUC e o Hospital Dr. Domingos Boldrini, em Campinas; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu; o Hospital de Base da Fundação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; o Hospital do Amor de Barretos; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto; e, na capital paulista, o Hospital Municipal M’Boi Mirim, o Hospital Municipal Vila Santa Catarina e o Hospital Santa Marcelina de Itaquera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário