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O Brasil passa por um “boom” de procedimentos
estéticos que prometem tornar os traços simétricos e harmônicos, por meio da
aplicação de preenchedores para criar uma aparência mais equilibrada. Contudo,
essas intervenções têm sido objeto de muitos debates na comunidade médica e
entre os pacientes.
De acordo com o relatório Aesthetic
Medicine Market Size & Growth, elaborado pela empresa americana
Grand
View Research, o mercado global de medicina estética alcançou US$
99,1 bilhões em 2021. O estudo prevê que o setor terá uma expansão de 14,5% no
faturamento entre 2022 e 2030.
Os procedimentos minimamente invasivos tiveram uma
participação superior a 50% no mercado mundial no ano passado, segundo o mesmo
estudo. O Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos países que mais
realizam procedimentos estéticos, cirúrgicos e não cirúrgicos, com 1,9 milhão
de intervenções registradas em 2020, o que equivale a 7,9% do mercado global,
de acordo com a Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética).
Para especialistas, os números são alarmantes
porque, apesar da estética oferecer a possibilidade de correção ou melhoria da
autoestima, é notório que o excesso tem se tornado cada vez mais evidente e nem
sempre proporciona o resultado desejado pelo paciente.
De acordo com a biomédica, esteticista e professora
do IBMR, Roberta Boyd, nos últimos eventos da área da Estética, nacionais e
internacionais, a tendência a naturalização está em alta. O ano de 2023 está
sendo marcado pela ideia do cuidado com a imagem sem perder a identidade.
“Todas as pessoas possuem medidas e características físicas e faciais que
correspondem ao seu biotipo e genética. A pressão midiática sobre ter um corpo
perfeito ou um rosto bem marcado evidencia que muitas pessoas associam esses
procedimentos a uma boa aceitação como forma de pertencimento a essa sociedade.
E é justamente a ideia de ser você mesmo que faz com cada pessoa tenha o seu
espaço”, explica.
Segundo a especialista, a reversão é um processo
complexo que pode variar dependendo do tipo de procedimento realizado e das
circunstâncias individuais de cada paciente. No Brasil, por exemplo, muitos
artistas que aderiram a esse novo momento, recorreram a procedimentos de
reversão, devolvendo a naturalidade e melhorando a mobilidade corporal ou expressões
faciais, tornando o ato de se olhar no espelho mais leve. Foi o caso da GKay,
Lucas Lucco, Flávia Pavanelli, Carol Narizinho, Gabi Martins, dentre outros.
Ela aponta, ainda, que alguns casos estão mais
relacionados à saúde do que à estética como os explantes de próteses de
silicone, que estão associados a sintomas desconhecidos pela maioria das
pessoas. “Nossa dica para quem quer ficar com a autoestima lá no alto é, em
primeiro lugar se aceitar! Em segundo, procurar profissionais realmente capacitados
e que respeitem as suas formas, valorizando a beleza que já existe em você”,
pontua Roberta.
Fonte: Roberta Boyd - esteticista, biomédica e professora do Centro
Universitário IBMR
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