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terça-feira, 2 de maio de 2023

No Dia da Matemática entenda o que é a discalculia

 

Quem nunca teve dificuldade para entender conceitos matemáticos, lógica, realizar operações mentais e decifrar símbolos matemáticos? 

A habilidade de operacionalizar a matemática – seja nos primeiros anos de vida ou na fase adulta, nem sempre é uma apitidão natural, mas sua ausência ou não familiaridade completa pode significar um diagnóstico mais complexo ou até mesmo o que os especialistas entendem como discalculia. 

 

O que é discalculia? 

A discalculia é uma dificuldade de aprendizado numérico resultante de uma má formação neurológica, que não tem relação com o QI, deficiência mental, problemas de audição ou visão ou falta de instrução adequada. Crianças com discalculia têm dificuldade em identificar símbolos matemáticos, fazer cálculos, classificar números, compreender conceitos matemáticos, entender princípios de medida, seguir sequências e relacionar o valor das moedas, entre outras habilidades matemáticas. O tratamento da discalculia envolve terapia específica e estratégias de ensino adaptadas às necessidades individuais da criança. 

Os sinais e manifestações da discalculia variam em cada indivíduo, como também ocorre na dislexia. Além disso, a discalculia pode afetar uma pessoa de diversas maneiras durante toda a sua vida. É crucial destacar que as dificuldades enfrentadas por pessoas com discalculia não estão limitadas somente à disciplina de matemática na escola, mas podem afetar suas atividades diárias também. 

 

Existem três tipos principais de discalculia:

·        A discalculia gráfica, que se refere à dificuldade em escrever símbolos matemáticos;

·        A discalculia ideognóstica, que se refere à dificuldade em realizar operações mentais e compreender conceitos matemáticos;

·        A discalculia operacional, que se refere à dificuldade em utilizar números e símbolos matemáticos no processo de cálculo.

 

Sintomas gerais associados a discalculia:

Identificar a discalculia em uma pessoa pode ser difícil, já que ela pode se manifestar de várias formas. Algumas das dificuldades mais comuns incluem:

·        O senso numérico fraco e a dificuldade para estimar quantidades;

·        Além disso, muitas pessoas com discalculia têm dificuldade para contar de trás para a frente, lembrar fatos matemáticos básicos, entender o valor posicional de algarismos e compreender a função do número zero no sistema numérico hindu-arábico.

·        Outros sintomas da discalculia incluem esquecimento de estratégias matemáticas, lentidão para fazer cálculos e habilidade de aritmética mental fraca em relação à idade ou nível de escolaridade.

·        Algumas pessoas com discalculia também têm dificuldade para guardar números na memória de trabalho enquanto resolvem problemas matemáticos e podem sentir ansiedade relacionada à matemática e outras atividades que envolvam números.

·        A discalculia pode ter um impacto significativo no dia a dia, como dificuldades para aprender a ler as horas ou calcular o tempo. À medida que as habilidades matemáticas se desenvolvem ao longo dos anos, é importante identificar a discalculia precocemente e tomar medidas para lidar com ela antes que as dificuldades se tornem mais graves.

 

Discalculia em crianças: 

Na educação infantil, é comum observar sinais de discalculia que podem ser indicativos de uma dificuldade mais séria no aprendizado matemático. Alguns desses sinais incluem a dificuldade para aprender a contar, reconhecer padrões simples e entender o significado dos numerais, como associar o numeral 3 a um conjunto de três objetos ou à palavra oral três. Outro sinal comum é a dificuldade para entender o conceito de enumeração, ou seja, associar um número a uma quantidade de objetos. Identificar esses sinais precocemente é essencial para que se possa agir com intervenções adequadas e minimizar os efeitos negativos da discalculia no desenvolvimento da criança. 

“Estamos falando de uma condição neurológica, ou seja, a pessoa com esta condição não tem controle sobre ela. No entanto, uma vez que que há a identificação de forma precoce – e por isso estar atento a estes sinais é tão importante, os pais podem intervir com práticas como o treino cerebral ou ginástica para o cérebro que certamente vão oferecer ganhos e médio e longo prazo”, concluiu a neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci.


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