19 de maio, Dia Nacional de Combate à
Cefaleia
Cefaleia: automedicação é risco
importante
Em nosso país, 95% das pessoas terão em suas vidas ao
menos um episódio de dor de cabeça, conforme a Sociedade Brasileira de Cefaleia
(SBC). Cerca de 70% das mulheres e 50% dos homens passam por isso uma vez ao
mês - no mínimo. Aproximadamente 13 milhões encaram a dor 15 ou mais dias por
mês. São os casos classificados como enxaqueca crônica, doença que chega a ser
incapacitante, impedindo ou prejudicando a realização de atividades de rotina.
Com vistas a alertar a população sobre as dores de
cabeça, orientar sobre os riscos e formas de prevenção, os especialistas em
Neurologia promovem anualmente o Dia e o Mês Nacional de Combate à Cefaleia. É
sempre em maio e a data é o 19.
A cefaleia, a propósito, é considerada a segunda condição
médica mais comum da humanidade. De acordo com Célia Roesler, membro da
Sociedade Brasileira e Internacional de Cefaleia e titular da Academia
Brasileira de Neurologia (ABN), a patologia causa um grande impacto
socioeconômico e é um dos principais motivos de falta ao trabalho, “Ela
interrompe, muitas vezes, bons e importantes momentos da vida”.
Por conta da quarentena, houve um aumento de queixas dos
pacientes que tiveram as crises agravadas nesse período. Célia conta que isso
acontece porque um indivíduo diagnosticado com cefaleia não pode sair muito da
rotina.
“A pandemia está aparentemente controlada, mas mudaram
hábitos de muita gente. Elas seguem comendo diferente, com o sono desregulado,
ingerindo alimentos mais calóricos e não estão fazendo atividades físicas. Além
disso, há também o estresse inerente a nossas correrias e problemas”, explica.
Quando um paciente apresenta três ou mais dores de cabeça
por mês, durante três meses seguidos, é indispensável a procura por ajuda
especializada. A campanha também alerta sobre a contraindicação da
automedicação, o uso constante e excessivo de analgésicos pode tornar crônica
aquela dor que aparecia esporadicamente.
Apesar de não ter cura, contar com acompanhamento médico
e cuidado adequado são ferramentas essenciais para melhorar a qualidade de vida
de quem sofre com a doença. O tratamento preventivo é feito por uma combinação
entre medicamentos e terapias não medicamentosas.
Os métodos alternativos podem auxiliar no alívio e na
diminuição da frequência das crises. Célia recomenda, principalmente durante a
quarentena, “Fazer meditação, alongamento, pegar quinze minutos de sol para
ajudar a sincronizar o sono, procurar dormir nos horários habituais,
alimentar-se de forma regrada, fazer atividade física regular e terapia
cognitiva comportamental. Tudo isso pode ajudar e evitar a piora do quadro”,
comenta Célia Roesler.
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