A diabetes gestacional é uma condição que afeta mulheres durante a gravidez, elevando os níveis de açúcar no sangue e trazendo riscos tanto para a mãe quanto para o bebê. Apesar de ser uma considerada comum, ela pode ser prevenida e controlada com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
A gestação é um momento delicado em que o corpo passa por diversas mudanças hormonais e fisiológicas, o que pode afetar o metabolismo da glicose e levar ao desenvolvimento da diabetes gestacional. Quando não tratada, essa condição pode causar problemas como o crescimento excessivo do feto, complicações na gestação e no parto, e até mesmo a ocorrência de diabetes tipo 2 no futuro.
Por isso, é fundamental que as mulheres grávidas realizem exames regulares para identificar precocemente a diabetes gestacional e iniciar o tratamento adequado. Mudanças na alimentação, prática de exercícios físicos e, em alguns casos, medicamentos são algumas das opções de tratamentos disponíveis para garantir a saúde da mãe e do bebê. Para saber mais sobre, consultamos o especialista da Allure Presses (@allurepresses), confira:
Francisco Tostes (@doutortostes), médico endocrinologista e sócio do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), diz que o diagnóstico precoce da diabetes gestacional para a saúde da mãe e do bebê é importante pois o diabetes gestacional está associado a várias complicações como pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial da mãe), parto prematuro, macrossomia fetal com traumas e lesões no bebê na hora do parto, além de hipoglicemia fetal. O acompanhamento adequado reduz o risco de morte da mãe e do bebê.
De acordo com ele, o acompanhamento da
glicemia durante a gestação é recomendado por meio de um screening
universal com curva glicêmica entre 24-28 semanas de gestação, período a partir
do qual o controle da glicose é crítico para a saúde da gestante e do feto.
· Fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes gestacional
- Mulheres a
partir dos 40 anos;
- Portadoras da
Síndrome de Ovário Policístico;
- História de
diabetes gestacional ou macrossomia fetal em gravidez anterior;
- Sobrepeso ou
obesidade;
- Parente de 1
grau com diabetes.
· Tratamento e controle da glicemia
Francisco
aponta que ao receber o diagnóstico de
diabetes gestacional, a mulher é aconselhada a realizar uma monitorização
frequente (algumas vezes ao dia) da sua glicose através daqueles testes de
ponta de dedo (glicemia capilar). Inicialmente, orientações na alimentação e
inclusão/intensificação dos exercícios físicos são oferecidas e, caso não seja
suficiente, inicia-se o tratamento farmacológico, usualmente com
insulina.
· Riscos para o bebê
Além das
consequências já mencionadas que ocorrem na gravidez e no parto, essas crianças
possuem maior risco de desenvolver obesidade, diabetes e síndrome metabólica no
futuro. Por isso, é importante manter a glicose materna controlada durante a
gestação. Sobre o acompanhamento do bebê após o nascimento em casos de mães que
tiveram diabetes gestacional, o médico aponta que não é necessário nenhum teste
ou exame adicional ao calendário já preconizado.
· Prevenção
Para reduzir o
risco de diabetes gestacional, é aconselhável evitar a gestação tardia, o
sedentarismo e o excesso de peso.
· Relação com diabetes tipo 2
Tostes diz que
aumentam os riscos para a mãe e para o bebê e, para minimizar esse risco, é
fundamental realizar o controle rigoroso da glicose durante a
gravidez. Além disso, a partir de um diagnóstico de diabetes gestacional,
é aconselhável que hábitos saudáveis, como a prática de atividade física e
alimentação saudável, estejam presentes nas vidas de ambos.
· Alimentação como modo de prevenção
É importante evitar o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, que possuem alta densidade calórica e alto teor de sódio como enlatados, biscoitos e salgadinhos, sorvetes, balas, bolos, sucos e bebidas açucaradas, pizzas, nuggets, entre outros.
·
Cuidados que as mulheres que tiveram
diabetes gestacional devem ter em relação à sua saúde a longo prazo
Essa mulher tem um
maior risco de apresentar resistência à insulina ou diabetes no futuro.
Portanto, embora se recomende a suspensão imediata da medicação que tenha sido
eventualmente utilizada para o tratamento do diabetes gestacional, a mãe é
orientada a fazer novo teste de tolerância à glicose em 6 semanas após o parto
e, caso normal, anualmente a partir de então. O aleitamento materno deve ser
estimulado pois ajuda a reduzir a glicose materna e o risco de diabetes. Ao
passo que anticoncepcionais com altas doses de progestágenos são
desaconselhados por aumentarem esse risco.
Francisco Tostes (@doutortostes) - médico endocrinologista e sócio do
Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)
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