● CFM
recomenda que lipoaspiração seja feita em área total de até 40% do corpo
● Especialista
alerta que cirurgias demoradas podem levar à trombose venosa profunda
Algumas combinações cirúrgicas são obrigatórias, outras apenas uma recomendação médica. Mas é sempre fundamental que o paciente saiba o que é possível fazer e, o mais importante, sem colocar a saúde em risco.
Segundo o cirurgião plástico Dr. Fernando Amato esse é um tipo de dúvida constante no consultório, se a paciente pode ou não fazer mais de um procedimento no mesmo dia.
O cirurgião plástico explica que quando o paciente apresenta hérnia umbilical, hérnia epigástrica ou diástase abdominal (separação parcial ou completa dos músculos retos abdominais) e vai fazer a abdominoplastia, é possível fazer as duas cirurgias combinadas, ou seja, a cirurgia de correção da hérnia e a abdominoplastia.
“No caso de paciente com cicatriz no
abdômen, durante a cirurgia de abdominoplastia, é preciso que o cirurgião
plástico se esforce para conseguir corrigir essa cicatriz. São combinações que
considero obrigatórias nestes casos e, por isso, ressalto a importância de
fazer um pré-operatório adequado”, comenta o especialista que é membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Combinações que podem ser realizadas – A abdominoplastia parece ser a mais versátil das cirurgias, ou seja, ela pode ser combinada com diversas outras, como é o caso da colecistectomia (procedimento cirúrgico para a retirada da vesícula biliar) com a abdominoplastia, e a histerectomia (cirurgia para a retirada do útero), em conjunto a abdominoplastia. Nestes casos, é fundamental a interação entre as equipes que realizarão o procedimento: cirurgia geral, ginecológica e cirurgia plástica. Caso não exista algum relacionamento entre as equipes, o paciente pode sair prejudicado.
A lipoaspiração feita juntamente com
abdominoplastia é bem-vinda para melhorar o resultado, proporcionando mais
contorno corporal. A colocação de prótese mamária também é possível junto com a
abdominoplastia.
Outras combinações cirúrgicas que podem ser realizadas – Na cirurgia de lipedema é possível associar com a de varizes, uma combinação interessante quando a equipe cirúrgica é mista, com a presença do cirurgião plástico e vascular.
Para mulheres com nódulo mamário suspeito, é recomendado que ele seja retirado no momento da mamoplastia, procedimento que visa modificar o formato das mamas, deixando-as mais harmoniosas.
“Na ritidoplastia (cirurgia de rejuvenescimento da face) pode
ser associada a blefaroplastia (retirada de excesso de pele das pálpebras)
para alcançar um melhor resultado. Já a rinoplastia (remodela a estrutura nasal) pode ser combinada
com a otoplastia (correção das orelhas de “abano”), uma
associação comum, já que é possível utilizar a cartilagem da orelha na
rinoplastia. A mentoplastia (correção da parte
inferior da face, que compreende o pescoço, a mandíbula e um terço do rosto) é outro procedimento que pode ser associado à rinoplastia”,
detalha Dr. Fernando.
Segurança na
cirurgia - Vale ressaltar que em todas as vezes
que combinamos procedimentos aumentamos o tempo da cirurgia e,
consequentemente, o risco de complicações, sendo a principal delas a trombose venosa profunda (TVP).
“A demora da cirurgia pode formar o
trombo no vaso da perna, esse se descolar e ir para o pulmão, causando um
tromboembolismo pulmonar, que pode entupir uma artéria do pulmão impedindo que
o sangue oxigene. Há também outros riscos como sangramento, infecção e úlcera
de decúbito nas preeminências ósseas, sendo a principal a sacral”, detalha o cirurgião plástico.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) recomenda que a lipoaspiração seja realizada em uma área total de até 40% do corpo. Desta forma, pacientes que optam em fazer a lipo no corpo inteiro e o médico aceita é o mesmo que assumir um risco maior para complicações.
A anestesia é outro ponto muito importante e o tipo do anestésico usado difere dependendo do tempo de duração da cirurgia. “Um procedimento que podia ser feito com sedação e anestesia local, por exemplo, uma prótese de mama, se for combinada com outra cirurgia, já será preciso fazer uma anestesia geral”, explica Dr. Amato.
O planejamento adequado entre paciente,
cirurgião e anestesista é fundamental para o pós-operatório imediato seguro.
Dr. Fernando C. M.
Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela
Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira
de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica
Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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