3 é demais: conheça a Campanha Nacional
de Combate às Cefaleias
Sentir a cabeça doer é uma experiência
comum a quase todos nós. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia
(SBC), 95% das pessoas terão ao menos um episódio de dor ao longo de suas
vidas. Em torno de 70% das mulheres e 50% dos homens passam por isso uma vez ao
mês, no mínimo. São os casos classificados como enxaqueca crônica, doença que
chega a ser incapacitante, prejudicando ou até mesmo impedindo a realização de
atividades rotineiras.
Os especialistas em neurologia, com o intuito de alertar a população quanto às dores de cabeça, orientar sobre os riscos e as formas de prevenção, promovem anualmente o Mês e o Dia Nacional de Combate à Cefaleia – sempre em maio, sempre no dia 19. Nessa data, a propósito, foi fundada a SBC.
Para amplificar as falas dos médicos, em 2023 a Sociedade vem promovendo a campanha “3 é demais”. “Se alguém enfrenta mais de três crises por mês, por mais de três meses, deve procurar um especialista imediatamente e começar a tratar a dor de cabeça”, adverte o dr. Marcelo Ciciarelli, que integra a Sociedade Brasileira de Cefaleia e coordena o Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
“Queremos destacar que a enxaqueca, apesar
de não ter cura, tem tratamento. E é fundamental buscá-lo no momento certo:
quando as crises passam de três vezes ao mês, não quando há dor todos os dias.
Nesse caso, já existe a indicação do tratamento profilático, ou tratamento
preventivo, que objetiva reduzir a frequência e a intensidade das crises, e
previne a progressão da doença”, explica Marcelo.
A ação também enfatiza que a automedicação
é contraindicada, uma vez que o uso constante e excessivo de analgésicos pode
tornar crônica a dor que se manifestava apenas esporadicamente.
Além da campanha, acontecerá ainda uma
série de palestras online voltadas para o público leigo. De 19 a 26 de maio, a
partir das 19h, neurologistas se reunirão em webinars para abordar diversas
ramificações do tema, como definição, epidemiologia e diagnóstico da enxaqueca,
cefaleia do tipo tensão, cefaleia e sono, cefaleia e atividade física, cefaleia
na emergência, mudança do estilo de vida e outras. “A população ficará bem
informada”, garante Marcelo. A programação, que é imperdível, tem o apoio da
ABN.
Mudança
de hábitos
O
isolamento durante a pandemia de Covid-19 transformou hábitos e fez crescerem
as queixas de inúmeros pacientes – afinal, um indivíduo com cefaleia não pode
sair muito da rotina. É o que conta Célia Roesler, também membro da Sociedade
Brasileira de Cefaleia e titular da Academia Brasileira de Neurologia. “As
pessoas seguem comendo diferente, com o sono desregulado, ingerindo alimentos
mais calóricos e não estão se exercitando. Além disso, há o estresse inerente a
nossas correrias e problemas.”
Célia
recomenda “Fazer meditação, alongamento, pegar quinze minutos de sol para
ajudar a sincronizar o sono, procurar dormir nos horários de costume,
alimentar-se de forma regrada, fazer atividade física regular e terapia
cognitiva comportamental. Tudo isso pode evitar a piora do quadro”.
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