Para FecomercioSP, vendas do setor podem alcançar o patamar de R$ 66,7 bilhões no Estado de São Paulo
O comércio eletrônico paulista deve fechar o ano de
2022 com alta de 26% e alcançar o patamar de R$ 66,7 bilhões. O montante
representa R$ 13,7 bilhões a mais que o registrado no ano passado (R$ 53
bilhões). A projeção é da Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE)
elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP) em parceria com a Ebit/Nielsen.
A participação do e-commerce nas vendas do varejo físico (lojas que
comercializam das duas formas) deve alcançar 6%. Este bom desempenho ao longo
do ano reforça as expectativas da FecomercioSP para o movimento cada vez mais
consolidado nas vendas online, principalmente quando há integração entre os
canais físico e digital.
Entre janeiro e setembro deste ano, as vendas do comércio eletrônico no Estado
de São Paulo registraram alta de 21% em relação ao mesmo período do ano
passado, alcançando o montante de R$ 15 bilhões.
Assim como no comércio físico, o bom resultado nas vendas online é influenciado
pela queda no desemprego e pelo saldo maior de trabalhadores com carteira
assinada, além da normalização do cenário de pandemia. O restabelecimento da
confiança do consumidor e o crescimento da oferta de crédito também
contribuíram para os números.
Tíquete médio menor
Apesar da alta nas vendas online, no terceiro trimestre de 2022, o tíquete
médio registrou queda de 16% na comparação com igual período do ano anterior
(R$ 362). Cenário que pode ser justificado pelo aumento de compras de não
duráveis como alimentos, bebidas, itens de higiene pessoal e produtos de baixo
custo e alto giro.
A pesquisa aponta crescimento de 126% no número de pedidos destes produtos. O faturamento
real dos não duráveis registrou alta de 24% no terceiro trimestre deste ano em
comparação ao mesmo período de 2021.
Black Friday e Natal impulsionam comércio eletrônico
De acordo com a pesquisa da FecomercioSP, ao considerar um cenário sem
turbulências econômicas e políticas até o fim de 2022, a expectativa é de que o
quarto trimestre registre alta de 33% em relação ao mesmo período do ano
passado, registrando montante de R$ 18,4 bilhões.
Desempenho impulsionado pela Black Friday e pelo Natal. Além disso, a injeção
do décimo terceiro salário em montante superior ao dos anos anteriores, em
razão do aumento dos empregados formais com direito ao benefício, pode
contribuir para o resultado positivo das vendas.
A expectativa para o próximo ano, ao considerar o cenário de incertezas e a forte
base de comparação, é que e-commerce no Estado de São Paulo registre
crescimento de 6% em comparação a 2022. O faturamento deve ser de R$ 70,5
bilhões.
Tendências de negócios
A transformação digital dos negócios é um caminho sem volta. Contudo, em 2023,
a integração entre os canais de vendas físicos e digitais devem fazer cada vez
mais parte do ambiente de negócios.
Se o negócio não adaptar as suas operações, pode perder espaço para o
concorrente. Apesar de algumas inovações ainda parecerem distantes da realidade
do empreendedor (soluções de inteligência artificial, realidade virtual e
aumentada, metaverso, entre outras), é importante estudar o mercado e
implementá-las gradativamente.
Além disso, um atendimento mais decisivo na hora de fechar uma compra,
especialmente pela maneira como o consumidor é conduzido dentro da plataforma
digital, é sempre válido. Por fim, estudar o mercado consumidor, o concorrente
e os fornecedores é fundamental para o sucesso.
A regra não é manter um estoque elevado para garantir o produto para o
consumidor, mas dispor de opções de fornecedores que possam garantir a entrega
em um eventual aumento da demanda. Para 2023, é importante contemplar, no
planejamento, as despesas e as projeções de receitas.
Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico (PCCE) é realizada trimestralmente pela FecomercioSP a partir de informações fornecidas pela Ebit|Nielsen. Além de dados de faturamento real, número de pedidos e tíquete médio, a pesquisa permite mensurar a participação do comércio eletrônico nas vendas totais do varejo paulista. As informações são segmentadas em 16 regiões, que englobam todos os 645 municípios paulistas e abrangem todas as atividades varejistas constantes do código CNAE 2.0. Em 2018, a PCCE passou a trazer também informações sobre as vendas de três categorias de bens de consumo: duráveis, semiduráveis e não duráveis. Entre os bens duráveis estão automóveis e veículos, blu-ray, brinquedos, casa e decoração, CDs, colecionáveis, construção e ferramentas, discos de vinil, DVDs, eletrodomésticos, eletrônicos, fotografia, games, informática, instrumentos musicais, joias e relógios, telefonia e celulares. Os semiduráveis são compostos por itens de arte e antiguidade, artigos religiosos, bebês e cia, esporte e lazer, indústria, comércio e negócios, livros, moda e acessórios, natal, papelaria e escritório. Já entre os não duráveis estão: alimentos e bebidas, assinaturas e revistas, perfumaria e cosméticos, petshop, saúde, serviços, sexshop e tabacaria.
FecomercioSP
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