Coordenador do
curso de Ciências Econômicas da Universidade Cruzeiro do Sul cita as principais
previsões para o cenário do próximo ano
Ano novo chegando e, com ele, vem as altas
expectativas sobre o que esperar da economia mundial e nacional, principalmente
diante de um cenário de crise que o planeta enfrenta, além da guerra entre
Rússia e Ucrânia, que tem afetado e ainda pode afetar muitas nações.
De acordo
com o coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Cruzeiro do Sul, Prof. Dr. Nelson Calsavara
Garcia Junior, as expectativas para 2023 são, no mínimo, desafiadoras: no
ambiente interno teremos um novo presidente e seus ministros e a renovação de
parte do Congresso, que não será do mesmo partido do novo líder do país. Além
disso, há os rumos imprevisíveis da Covid-19. Já no ambiente externo, a guerra
na Ucrânia continua e se mantém a disputa comercial entre os Estados Unidos e a
China.
“Se
tratando da China, a Covid-19 ainda tem causado lockdown por lá, o que
prejudica a produção do país. No caso dos EUA, a
expectativa mundial diz respeito a qual será a movimentação da taxa de juros
nos próximos meses. O que se espera por enquanto é um movimento de alta, que
pode reverberar para outros países”, esclarece.
Quanto ao
desemprego no Brasil, Junior explica que: “Os dados mais recentes do Banco
Central têm apontado um pequeno crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),
para o próximo ano, de 0,70%. Sem um crescimento significativo para o PIB, isso
pode acarretar uma perspectiva ruim para o desemprego, e mesmo para as novas
vagas, que têm oferecido condições de remuneração inferiores, se comparado aos
outros anos”, comenta.
Já no caso
do salário-mínimo no Brasil, o professor enfatiza que o projeto de lei
orçamentária anual para 2023, enviado para o Congresso em agosto de 2022,
contava com um salário-mínimo de R$ 1.302,00. E em termos práticos, esse
aumento representa apenas a correção da inflação do período. “Se o governo
aumenta muito o salário-mínimo, isso pode causar mais inflação. Por outro lado,
se aumenta pouco, além da queda na popularidade, pode aparecer outros tipos de
problemas, desencadeado pelo endividamento das famílias”.
O
coordenador lembra ainda que, independentemente da mudança de Presidente da
República, o rumo da economia de 2023 seria alterado. Na avaliação do
economista, o governo não poderia continuar gastando o que gastou, com uma taxa
de juros alta, que tem pressionado a dívida pública para novos aumentos na taxa
de juros, enquanto há um aumento da pobreza extrema e a inflação ainda fora da
meta.
Para o novo
ano, o Brasil pode tomar algumas medidas que podem melhorar o cenário
econômico. “Existe uma expectativa muito grande em relação ao novo governo, e
um plano econômico que pudesse apresentar uma proposta para a recuperação da
desindustrialização, com vistas à geração de empregos formais, por si só já
representaria um grande desafio, quando se olha para o atual patamar da taxa
básica de juros”, finaliza o especialista.
Universidade Cruzeiro do Sul
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